quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Enquanto é tempo e só porque posso


Gustave Courbet (1819-1877) L'origine du monde

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Retratação

Eu sei que deixo passar aqui muita calinada no português. Muitos erros, muita gramática ao lado. Tenho leitores atentos que me ajudam nisto, mas são algo incompetentes, peço desculpa por eles. Mas são erros menores, como digo sempre. Porque há aí uma raça de erros que me mete especial impressão, os erros à volta das palavras hifenizadas. Lembrei-me disto porque acabei de ver escrito algures "fizes-te-me".

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Zé Gato

Ia eu pela cidade, perdido como sempre, e ao pé da Cervejaria Portugália vejo uma cara ligeiramente conhecida , à porta. Pensei que era um vizinho fora do contexto e assim difícil de associar de onde o conheceria. Era o Orlando Costa, o Zé Gato. Era a figura do desalento, um pobre de Deus. Abatido. Fiquei ideia que o Orlando se deixou envolver demasiado na personagem. O mesmo bigode, 30 anos depois, o mesmo cabelo.
Deixo a letra do genérico, que fala de um polícia incorruptível.

A cidade é p'ra fazer dinheiro
E se tu és um tipo inteiro
Vais passar um mau bocado
Vais ver o que custa não ser ouvido
No meio de tanto homem vendido
Em silêncio comprado
Quem és tu, Zé Gato?
O que é te te faz correr
Pelos cantos mais sujos, nesta terra
Tu já deves saber
Que mesmo quando vences batalhas
Estás longe de acabar com a guerra
Quem és tu, Zé Gato?Mas tu és teimoso, como um burro
Vem na luva ou vem a murro
Nada te faz desistir
A luta é de vida, ou de morte
Mas a consciência é mais forte
E não te deixa fugir
Quem és tu, Zé Gato?
O que é te te faz correr
Pelos cantos mais sujos, nesta terra
Tu já deves saber
Que mesmo quando vences batalhas
Estás longe de acabar com a guerra
Quem és tu, Zé Gato?

Estranho é que a série é de 1979 e eu lembro-me bem disto. Tinha 4 anos, porra.

Fui até ali ao Chiado

Fui ver os modelitos, os ténis às cores e os Wayfarer da tanga. Depois lá fui ao bairro alto, em excursão rara, feita durante o dia. Aí, nova dose de blusões com padrões parvos e lojas com 200 metros quadrados que se limitam a mostrar 5 pares de sapatos ( só o pé esquerdo ).

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Constato

Vivendo num certo ponto cimeiro e vanguardista da sociedade de consumo, ele há gente com a impressão que nos dias de hoje, já não há assuntos que se resolvam com um soco na tromba. Mas há.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Em resposta a um desafio


O desenho de hoje de manhã. No iPod, no autocarro, desde Benfica até Sete Rios.

Seis caracteristicas

O António lançou-me o desafio: 6 características sobre mim. É o melhor tema do mundo, sei bastantes coisas sobre o Prezado:

1. Sou menos egocêntrico do que parece.
2. O que mais detesto é intolerância, deixa-me doente.
3. Tenho uma curiosidade a roçar o patológico. Vasculho todos os temas possíveis e impossíveis pela net. Tudo.
4. Os únicos ídolos que alguma vez tive são os Monthy Python.
5. Tenho um problema de dicção que me impede de pronunciar correctamente o nome deste blog ( e o meu nome, também. Porra.) .
6. Não passo um dia sem desenhar. É como meditação.

E passo a bola à Gi, à Polo Norte, à Ar, ao PNE, à Mamã e ao Lucas. Mexam-se.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Tava a pensar em almoçar

Tenho uma amiga que me diz que a natureza é santa. Acho que isto, claramente, deve servir que a natureza é uma merda. Bom, bom, é ir ao Aya.

domingo, fevereiro 15, 2009

O monstro afinal precisa de amigos

Fomos ao encontro do monstro. Há meses que ele não encontra o grupinho do costume. Perguntávamo-nos se o monstro ia dar parte de fraco. É que os monstros não são muito bons com sentimentos e não se sabem exprimir, no meio de urros, grunhidos e socos. Só sabem falar gentilmente por meio de discos de 33 rotações, colunas de som e luzes às cores. Tentam a custo refrear os impulsos selvagens, a fim de mostrar alguma humanidade, mas a falta de habilidade é tal que preferem continuar a distribuir estalada e barbaridades ao público.
Perante o reencontro, uns diziam que não ia desmanchar, outros arriscavam que ia haver lágrimas.
Afinal, houve abraços, elogios e celebração. Por pouco tempo, o monstro amansou. No próximo encontro, já não vai ser assim. No máximo, vamos buscar peixe frito ao Tejo e ouvir uma caralhada das fortes.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Tira-me a pica

Tudo bem, não tenho idade para olhar para adolescentes do Liceu Francês, eu sei. Mas aquela onda do casaquinho da moda, calcinha de menina e afins irem acabar naquela porra daquelas botas de montanha que todas usam, faz-me especie.

Pareço um velho um dos marretas. ( o que não é mau, sempre gostei deles )

terça-feira, fevereiro 10, 2009

A visita de estudo

Como escrevi há dias, há muita gente que não sai muito. Têm liberdade de movimentos, mas tomam o mundo por um simples caminho entre casa, o emprego, o sítio onde almoçam, o sítio onde jantam, o sítio onde bebem café. Fazem a vida toda num universo de 500 metros de raio.
Hoje, as meninas foram ao Martim Moniz, ao Centro Comercial, ao Kebab. Seria o equivalente a uma expedição à mais profunda selva indiana, mas afinal, os canibais não nos comeram com caril, não morremos de desinteria , não nos esticaram o cabelo com restaurador Olex, nem acordámos com uma cicatriz recente numa banheira com gelo. Diz que é assim, o mundo real.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Sobre a hiperconectividade ( vou gastar esta palavra, porra )

A aventura do twitter e do hamburguer em directo. Quem não é geek, pode passar.

História completa aqui, descoberto via Dias Assim.

domingo, fevereiro 08, 2009

Depois de chegar

"Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida"

Sergio Godinho


De tempos a tempos, aqui volto.

A corrupção toca a todos

Deixa-me sempre impressionado, um parente meu. Hoje, lembrei-me que é o Chato dos Contemporâneos, chapado. É uma personagem pesada, negra, ( não, não é um tio gordo cabo-verdiano ) que não deixa passar nada em claro. Vive num permanente estado de alerta vermelho. Para ele, ninguém trabalha, qualquer pessoa com uma licenciatura é um "doutor-da-mula-russa", todos vivem de tachos e todos são corruptos. Eu, por exemplo, que trabalho sentado numa mesa o dia todo, sou um palhaço que nunca trabalhou na vida.
Mas tive de dar-lhe razão. Há dias, mostrou-me como o país está mesmo entregue a uma massa de corruptos :

Jantando em família, levanta-se o tema.
Ele- Já viram, ganhou a prova de natação, mas anularam a prova! Depois meteram-no em 4º lugar.
Eu- Ao Manel? Quantos anos tem ele agora? 9?
Ele- Sim! é uma cambada, aquilo! O miúdo ganhou, mas como queriam que outro a ganhasse, lá mexeram os cordelinhos!
Eu- Até nos Jogos Olímpicos há provas anuladas, e partidas falsas...
Ele- É outra cambada. Têm lá os interesses deles, meteram o miúdo para trás. Não é justo!
Eu- Mas ele anda em competição, na natação? mais a sério?
Ele- Não. Mas podia andar.

A seguir desenvolve a fundo a ideia da cabala contra o Manel, inocente vítima do "lobby dos vencedores de provas de natação amadoras que um dia serão campeões olímpicos". A argumentação daqui para a frente prolonga-se ad infinitum, até que a outra-parte-que-não-ele esgote os argumentos lógicos, que são limitados, ao contrário dos argumentos ressabiados, que são infinitos.
Só queria que vissem além da corrupção. Por favor, pensem nas crianças...

sábado, fevereiro 07, 2009

Visitação

Os sonhos lynchianos tinham desaparecido, já pensava que de vez.
Até que hoje aparece-me um gato branco, a respirar e arrastar-se a custo, com as costas abertas a verem-se costelas e carne com larvas. O que vale é que isto não é considerado um pesadelo, no meu dicionário.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Jornal da noite

Mudei agora para a TVI, meteram um ewok no lugar da Manuela Moura Guedes.

E o V.P.V. teve um A.V.C. e ninguém o avisou. K.O.

Restaurantes em lisboa, cada vez menos

Quando tento combinar um almoço com mais do que uma pessoa, já sei que a coisa vai demorar: Toda a gente tem a vida bem preenchida, a hora de almoço dá para ir ao banco, às compras, lavar o carro, cortar o cabelo, espancar a mulher.
Mas com o andar dos anos, a juntar à falta de tempo, junta-se o síndroma do consumidor ético. Para juntar mais do que 2 humanos, deixei de ir a restaurantes sem pratos vegetarianos. Deixei de ir a restaurantes em que se fume. Também passei a ir a restaurantes onde se pode fumar. Deixei de ir a restaurantes muito caros. Deixei de ir a restaurantes muito baratos. Deixei de ir a restaurantes que deixem a roupa a cheirar a fritos. Deixei de ir a restaurantes com empregados manhosos. Deixei de ir a restaurantes sem lugar para o carrinho de bebé. Deixei de ir a restaurantes chineses. Deixei de ir a tascos. Deixei de ir a restaurantes com muito barulho. Deixei de ir a restaurantes onde se tenha de esperar muito. Deixei de ir a restaurantes deste, do outro, ou do outro lado da cidade.

O que me vale, é que quando almoço sozinho, como numa tasca qualquer.

Os meus almoços são muito criteriosos. Se conhecerem algum sítio que cumpra metade destes critérios, força.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Oldschool



Buzzcocks - ever fallen in love?

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Hiperconectividade é:

Acordar e ligar o Touch, onde vejo as primeiras páginas de todos os jornais, depois de ter visto o gmail, dado uma volta pelo twitterrific e as piadas habituais do Markl e uma espreita ao facebook e ao Flickr, à procura de fotos novas. Ligo o fring e vejo quem está online. Saio de casa, e passado 40 minutos, o processo deve repetir-se, agora num ponto fixo.

Lembrei-me agora que não tenho mobilidade universal nos meus bookmarks do delicious. Bolas.

domingo, fevereiro 01, 2009

Descendo a rua


Passo em frente à loja chinesa e dou de caras com este brinquedo. É impressão minha, ou é uma profissional indenpendente..? eles inventam tudo.

Será que nos acessórios vem o Honda Civic azul metalizado?