Acordo cedo, com a luz lânguida e gentil a entrar na fresta da janela, a escorrer pela parede branca, clareando aos poucos o quarto já de si branco-yoko-ono. Vejo os estuques antigos carcomidos pela tinta, ouço o trote rebolado dos gatos no corredor, enquanto perseguem uma bola de papel, sôfregos. Lá fora, os pombos no telhado arrulham. Brisas de ar fresco lambem-me os pés.
Se tivesse acordado no Lambert, diria apenas "foda-se, já são 11 da manhã. Caralho p'ra esta merda não se ouve nada que me acorde, nem um cabrão de um pombo".
4 comentários:
eh pá...isto até chegar ao último parágrafo estava a parecer Joyce.
"Joyce". Não penses que tomo essa comparação como um exagero, é preciso saber aceitar o elogio. Mesmo a custo.
Eu acho tão lindo! Ó cuca ... pobre Joyce.
Pitu, se eu serei um novo Joyce, imagina o que será a Margarida Rebelo Pinto.
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