quinta-feira, março 31, 2011

Hoje não tenho nada a dizer, é isto.

terça-feira, março 29, 2011

Farmácia

Como é sabido, em Portugal toda a gente tem uma farmácia em casa. Os médicos, doidos por idas às Caraibas e sacos de golfe à pala, em vez de receitar uma caixa, pelo sim pelo não, receitam 3. E se há a hipótese de trocar por um genérico ou um placebo, esqueçam. Hoje, como estou meio k.o. e recuso-me a render a uma reles doença e não estou para ir ao médico, resolvi ir vasculhar a farmácia privada de cá de casa: devo dizer que sou contra a homeopatia, mas a favor dos placebos. E é o que tenho mais cá em casa. Caixas vazias muitas, e eu descansado que tinha ali de tudo. Nada. Depois, os prazos: mais placebos. Já passou tudo de validade. Mas achei comprimidos avulso, fui à net e vou fazer um programa rígido para me curar. Não a constipação. O resto.
Pois que os gatos continuam a fornicar a casa toda, e depois penso nos tempos idos em que me fazia alguma impressão o pêlo de gato. Quando estiverem a jantar e levarem com um rabo de gato no nariz e não vos fizer impressão, sabem que estão curados.
A porra da febre consome-me os neurónios à noite, criando pesadelos do pior, deve ser a maneira de fazer sair o calor do cérebro.

domingo, março 27, 2011

Dificuldades técnicas impedem-nos de transmitir nas melhores condições. A emissão prossegue dentro de momentos. Até lá, fiquem com este separador.


Epá porque sim. Estou mal disposto, faço o que me dá na telha. E como só eu tenho as chaves do blog prontos meto aqui uma foto da minha irmã.

sábado, março 26, 2011

Cave Canem


Na feira da Ladra desviei-me a tempo cabrão eu sei que cheiro a gatos pá larga shuu larga caraças atira-te ao naperon palhaço deixa-me em paz amando-te um biqueiro tás aqui tás ali.

visto

"e,
como lembra Agostinho da Silva, a vocação do ser humano é ser poeta (à solta), criador, deus, no sentido da sua autodeterminação, "o homem não foi feito para ** trabalhar mas para criar" (AS) "


post completo no atómico.

sexta-feira, março 25, 2011

Eu não estou a ficar mais esperto

Eu não estou a ficar mais esperto, não tomo drogas nenhumas tirando o guronsan, não tomo suplementos, não jogo no totoloto, não pego num livro há seculos, não cultivo nada há milénios nem salsa, e como é que pode ser que eu veja tão claramente que o Pedro Passos Coelho e o PSD são a maior palhaçada dos últimos anos?
Só pode ser a idade. Trará sapiência, como dizem? Não é grande habilidade bem sei, mas mesmo assim surpreende-me esta subita descoberta, é que não me esforcei minimamente para descobrir isto. Espero que mais alguém repare neste facto.

Completa a primeira fase

Recolhi informação preciosa na rua do Cinebolso. O futuro do país está assegurado. A Tasca do Careca continua de neon sólida e brilhante, a loja do chinês vende fruta até às tantas e o casal de cabeçudos de papel a encimar a porta continua a trazer a sorte que a lanterna vermelha não deixa sair, o Cinebolso continua a ter filmes diferentes todas as semanas. A farmácia continua aberta e a vender vaselina para não doer tanto. O restaurante high tech na transversal continua a receber enjoados endinheirados ou endinheirados enjoados ou enjonhados endireitidos ou qualquer coisa que não percebo esta gente que gosta de restaurantes todos brancos vê-se logo que não são uns chafurdas como eu a comer fazia daquilo um Pollock só com meia dose de lentilhas. O país está lixado? Venham os próximos, eu não saio.

quarta-feira, março 23, 2011

Mea culpa

Faz-se tempo e o tempo quando é feito é de usar antes que se estrague. Quero aproveitá-lo enquanto é fresco para me retratar. Falo-ia de bom grado a pastel mas caga-me o ecran todo.
Quero aqui pedir desculpas aos meus vizinhos: Desculpem-me pelos impropérios berrados a qualquer hora do dia ou da noite. Percebam - e com isto não estou a diminuir a minha culpa - que os gatos fazem parkour nas minhas pernas, pisam e comem e cospem na minha comida. É duro, por vezes. Quero pedir desculpas ao Sócrates por não ter votado nas ultimas eleições. Percebi agora que há soluções políticas de compromisso, mas não é compromisso com ele lagarto lagarto conluio com o poder é que não.
Quero também pedir desculpas por ainda termos Pedros Passos Coelhos, Paulos Portas e afins, um país com tanta tradição em inquisições, expulsões e repressões e dá nisto foda-se.
Quero pedir desculpas ao Louçã por tê-lo incomodado com o meu voto, mais do que uma vez.
Quero pedir desculpas ao Cavaco por lhe ter chamado tantos nomes quando era míudo e também por o ter feito continuada e mais fortemente desde essa altura.
Quero pedir desculpas à minha mãe por ter pegado fogo ao urso de peluche que estava em cima da cama em 1979.

Sobre a net


Estava a reparar que a minha navegação pela net mudou muito. Quando havia algumas centenas de portais sobre criatividade, design e afins, seguia religiosamente uns 50. Diariamente, quase. entretanto parece que levo mais tempo em redes sociais e blogs do que nas outras coisas todas. Agora que os portais dessa altura de ouro - sim a net já é velha que chegue para isto - morreram ou definharam, milhares tomaram o seu lugar, menos técnicos, mas mais loucos - deve ser geracional - e mais criativos. Deixo aqui alguns, isto isto isto serve de marco temporal, daqui a 16 anos venho ao arquivo do site e topo que tipo de coisas andava a ver.

terça-feira, março 22, 2011

Cinebolso, sempre

Isto só pode ser um filme de guerra, ao estilo de John Ford, por exemplo. "Operação anal livre", é claramente o nome de código para uma operação militar sobra a zona do Anal ( Para terem uma noção da área, vide Anal do Panamá ). Depois, não me chamo Alberto se isto não é uma piscadela de olho - resisto - à situação na Libia. Depois, é de reparar que a miúda - deve ser soldado raso, não lhe vejo nem um pêlo - está a usar camuflagem. Mas não é da melhor, já que mesmo atrás daqueles circulos cor-de-rosa topei-a em menos de 3 minutos, no breu.

segunda-feira, março 21, 2011

Só mais um. De Frederico de Brito e Ferrer Trindade, novamente cantarolado em Camanês:

Já quantas vezes
Te pedi que me esquecesses
Ou que ao menos não viesses
Não voltasses mais aqui
Pois tu não vês
Que o mau viver que tu me dês
Só pode ser por malvadez
E eu não espero mais de ti

Já quantas vezes
Te implorei por caridade
Que encobrisses a maldade
Que há-de ir sempre onde tu vais
Eu poderei não ser melhor
Fugir à lei do que amor
Sofrer bem sei
Mas prender-me nunca mais

Ainda agora
Eu bem sei que tu não gostas
Vou pedir-te de mãos postas
Que me dês o que era meu
Vagas paixões, meus tristes ais
Mil tentações e pouco mais
Do que ilusões
Que o amor…esse morreu

Hoje

Hoje parece que é dia da poesia.
Para cantarolar em Camanês, de J. Correia Tavares:

Daqui, desta Lisboa que é tão minha
Como de ti que a amas como eu
Mando-te um beijo naquela andorinha
Que em Março me entregou um beijo teu

Daqui, deste jardim à tua espera
Como se não tivesses embarcado
Digo ao Outono que ainda é Primavera
E encho de buganvílias este fado

Num tempo que de amor é tão vazio
Há coisas que não sei, mas adivinho
Um rio ali à beira doutro rio
Só um, depois da curva do caminho

Tenho tantas saudades do futuro
Dum tempo que contigo hei-de viver
Não há mar, não há fronteira, não há muro
Que possam, meu amor, o amor deter!

domingo, março 20, 2011

Do pão

O reduto de toda a noite, a padaria da Praça do Chile. Depois de uma noite de abusos, acabam-se os últimos trocos em abusos também, comem-se os bolos que não se comeram numa semana, enche-se o bandulho de queques, bolas de berlim, milfolhas mil, pasteis de nata, merendas às tantas. Cruzo-me com todo o tipo de gente, o menino queque de BMW à porta, a velha sem-abrigo que não dá com o sítio, o mitra dos piercings, a pita e o namorado de mão dada. Sobe-se o resto do caminho a custo, mas de pança cheia. É tão fácil ser feliz.

sexta-feira, março 18, 2011

AH é SEXTA



Eu mereço.
Já passou. Calma.
Atravesso as transversais com quem vai paralelo. Parto as rotundas a meio. Passadeiras em diagonal, muitas. Esqueço-me dos números das portas dos prédios que gostava de viver.

quarta-feira, março 16, 2011

Tascos? test drive I

Ora disseram vocês:

Arêgos, em Santos .
Zé Varunca, na R. de São José.
Cantinho do Alfredo, em Campolide.
Bota Velha, na Domingos Sequeira.
Taberna Ideal, em Santos.

E a Cat deverá adivinhar onde fui almoçar hoje pela bucólica foto acima. Pois fui. Mas fui enganado. Ora: Um tasco com flores frescas? mas que cena é esta? exijo ser tratado como deve ser com flores de plástico porra.
O casal ao lado tentava desesperadamente engatar-se. Ele falava que se desunhava, ela olhava para o homem do tasco atrás do balcão. O doutor, engravatado mas com o tal ordenado de 500 euros - sim pois esses fatos de 70 euros topam-se à milha meu amigo só enganas a cozinheira - comia sozinho na sua mesa. Os 4 moranguitos comiam ao fundo da sala. O lavatório beige já no meio da sala - o espaço não é muito - a combinar com tudo o resto pois. A colecção de porta-chaves sebosos nas prateleiras. O vaso com a trepadeira. O chão de mosaicos comido pelo uso - não digo tempo porque isso é armar ao pingarelho poético e sensível - ao balcão. Concluindo: é um tasco aprovado pelo PPC.

Tascos? Dicas precisam-se

Hoje aventurei-me mais um pouco à hora de almoço e entrei em mais um tasco desconhecido. Jackpot, azia para 2 dias.
Mas há tascos e tascos... Vamos lá listar cantos, restaurantes, tascos de Lisboa.

Stop, de Campo de Ourique. Passo.

terça-feira, março 15, 2011

Como está sol

Volto a gostar deste país, obviamente. Sou só humano.

Já é hora de almoço

Farto de passeios a pé plenos de significado político ou sindical, hoje fui para o trabalho a pé, por causa da greve do metro, a apreciar o sol e o vento.
Passei pelo bebâdo encostado à montra do stand da Lamborghini e lá fui.

Cinebolso, hoje

As visões de Papa Nicolau, óleo sobre acrilico, 2011.

Passei à porta, acabei de atender o telefonema sim sim estou na rua a olhar para onde? queres saber para onde estou a olhar eh pois é para um jardim pois. Não. É. Não das delicias não não estou a gozar quem me dera não é mesmo sim sabes o do quadro? não, é mais realista. Mais. Mais. Já te disse, estou na rua. Não. Não, é ao pé de casa. Foda-se, eu dou-te a morada.

segunda-feira, março 14, 2011

E agora, só para que percebam melhor

Há muitos anos, tinha uma colega de trabalho que vivia num mundo muito pequenino. Era o mundo dos efectivos. Como ela vivia no mundo dos efectivos há muitos muitos anos, tinha medo de ir para lá dos arrabaldes do mundo dos efectivos, nem sabia o que poderia encontrar nessas terras sem-nome.
Seriam dragões? não.
Quem saísse desse mundo perfeito, podia encontrar o Pântano dos recibos verdes ou a Floresta dos desempregados, sitios tenebrosos onde habitam ogres descontentes e feios uh disse o ogre uh paga-me este mês filho da puta do caralho uh já está atrasado - esses ogres malditos sempre aos urros.
A colega, pobre de deus, continuava a ter todas as regalias próprias do mundo dos efectivos, onde todas as mulheres são prendadas princesas e todos os homens príncipes justos e trabalhadores, sem imaginar que para lá do mundo dos efectivos havia tamanha monstruosidade a passar-se. Depois picou-se num fuso de uma roca de fiar e morreu. De burra.

domingo, março 13, 2011

Manif sim Rasca não

Ah bons tempos. Prezado viu-se nos seus tempos de secundária, quando Cavaco-primeiro-ministro resolvia manifs de estudante à bordoada. Vinte anos passaram e agora Cavaco-presidente diz para nos manifestarmos à vontade. Ah maravilhoso o seu coração transborda de espirito democrático ah.

Devo dizer que me fartei de rir com a cobertura das manifs nos noticiários. É que não é de hoje que as vejo e mesmo pouco isentas como sei que são, as redacções estiveram mesmo empenhadas nisto. Escolheram as imagens mais pueris, os cartazes mais primários, as opiniões mais fracas. Quem viu as imagens dificilmente identifica uma das maiores manifestações dos ultimos anos, com todo o tipo de alinhados e desalinhados ( interessante, vários helicópteros sobrevoaram tudo e não vi nenhum canal com imagens aéreas da zona ). Sim, se não tiver um PC ou um Bloco ( os de sempre ) a organizar uma manif, as pessoas de todos os quadrantes saem à rua. Não foi um protesto à rasca, foi um protesto com cabeça. Podem manipular, tingir, manietar, aproveitar-se politicamente do que se passou, mas quem lá estava, sabe ao que foi. E valeu a pena.

Adenda: Quanto ao facto de haver humor numa manifestação, como já apanhei aí na blogosfera, e o facto de haver gente de máquina fotográfica, e o facto de não estarmos a trabalhar para pagar contas a um sábado, e o facto de estar lá gente com todos os dentes da frente, lamento, não conseguimos ser mais miseráveis. Mas custa.

Adenda 2: Faço minhas a palavras que li no Acatar.

sábado, março 12, 2011

xina pá tanto preguiçoso que saiu à rua para gritar.

sexta-feira, março 11, 2011

PPC desenrasca

O PPC apela à participação nas manifs de amanhã. Não vou argumentar com citações do Le Monde Diplomatique, não vou falar de neo-liberais, do Cavaco, do Sócrates, dos à-rasca, nada. Digo só: Quem acha que isto vai bem, é porque ESTÁ bem. Se estiverem bem, olhem para o lado e saiam do vosso universo por momentos. Sigam, mas a saber um pouco mais do que se passa.

Adenda: (peço desculpa pelo uso deste termo tão datado e com tanto peso, mas não tenho outro para definir o que me passa na cabeça ) Farto de fascistas, caralho.


Mas, espera. É Sexta foda-se. Olha, é a minha vida de volta, olá tudo em cima? não não entra tás na boa entra espera vou ali buscar uma superbock queres também não é não senta-te meu, tas mesmo com cara de quem precisa disto foda-se ya esta semana foi um cansaço ainda devo sair sim sim mais tarde não isso ainda é cedo porra não tou habituado a sair tão cedo ya.

Não pode ser bom

Sonhar com leões pretos às dezenas no campo grande depois de escapar de um elevador em queda no Afeganistão? Freud explica.

quinta-feira, março 10, 2011

À noite

Ficam mais ideias sobre como fazer render o imprestável conhecimento de 1/3 das ruas de Lisboa, que parece que poderá eventualmente um dia se calhar ter potencial de ser um projecto com porventura algum fortuito e hipotético uso. Daqui até Alcântara dá tempo para pensar em tudo.

quarta-feira, março 09, 2011

Entrudo

A ideia de carnaval vai mudando e dado ainda estar a recuperar do ensaio de maratona que foi o Porto, este ano fiquei-me pelos míscaros com presunto, sumol, bolos de côco e andar a brincar com a sobrinha, vestida de fada pirosa.

terça-feira, março 08, 2011

Oporto, dia dois

Porra fosca-se o cabrão do despertador não tocou bolas perdi a manhã toda bolas levantar a correr porra que tenho de ir foda-se. Aliados abaixo, acima, abaixo a tentar encontrar as ruas do dia anterior para as ver como deve ser. Pelo caminho, pequeno-almoço.


Depois de ter visto em menus o Prego-em-prato, pensava que já tinha apanhado o jeito à coisa. É só dizer a mesma coisa, mas de maneira diferente. Género 15-para-o-meio-dia em vez de 11-e-45.
- Era uma sandes de fiambre com manteiga, se faz favor.
- Quer a frio? - mauuuuu "quer a frio" como? mas como, sem introdução, sem jeito, a correr, sem avisar o que é esta merda não posso ouvir bem será que uma simples sandes também tem truque caralho caralho não caralho já tás a apanhar os vícios de linguajar desta gente que tu nem és disto foda-se, lá parei pra pensar...
- Como?
- Se quer a frio?
- eh.. - Cara de estupido completo. É sempre boa solução, e no meu caso, nada difícil ( revirar os olhos aos círculos ajuda ).
- ... ou a quente. Dentro da ... - Ah, prensado! Já me tinham avisado do prensado e não fui capaz de me lembrar a tempo de evitar um incidente diplomático.
Depois, passado 20 minutos, almoço. Lembrando a frase o-melhor-de-Gaia-é-a-vista-para-o-Porto, lembrei-me, boa, isso é sinal que se come com uma vista decente e mais barato, desde que virado para o lado certo. Lá vai.
Dica para todos os brutos em visita ao porto: Quando torcerem o nariz ao vosso "meia-dose, s.f.f.", os empregados não estão a chamar-vos coninhas. Uma dose, no Porto - não tive coragem de pedir uma - deve ser algo capaz de alimentar um batalhão de cossacos, dado o que sofri com as meias doses.

Aqui neste sitio bonito há um bar que não entrei mas que prometia mas eu já estava cansado e de olho no Plano B. A ultima vez que lá fui estava fechado, ao abandono, acho. O que era uma pena.

À tarde, ao Domingo, pouco resta. Este pessoal estranho deixa o Magestic fechar a um Domingo e eu tenho de andar milhas, depois de atravessar a ponte à chuva, para encontrar um café aberto. Refugiei-me na Fnac a ler a "história da cinematografia portuguesa" - livro de grande interesse e com muitos bonecos e que era um alibi mais-ou-menos-cultural para me encostar quase a adormecer - durante um bocado e voltei à rua de Santa Catarina, aos espanhóis, aos vendedores ambulantes e ao sol.
Finalmente, já atrasado, percebi que só podia ir de metro. O que acho mais piada nas estações de metro no Porto é que se podem atravessar a pé, mas não convém. Apre cheguei mesmo à pele ainda me enganei no comboio caralho.
Gosto do porto, foda-se.
Nota de rodapé: Espero que os leitores do PPC possuidores de um pipi percebam a tristeza que é haver um dia da Mulher e que se coibam de o cobrar a alguém.

segunda-feira, março 07, 2011

Oporto, dia um parte dois

Depois, fez-se noite. Da noite fez-se o dia. Mas antes disso, aproveitou-se a noite. Leia-se Piolho, Plano B, Twins, Galeria de Paris, La Boheme, Casa do livro. Plano B marca pontos.

Plano B, mais acima.

Isto é uma miuda num vestido vermelho, é algo que pertence ao meu imaginário Stevie-Wonderiano e por isso meto-a aqui, em jeito de homenagem.

Depois veio a hora de ir para o palacete, e fiquei na dúvida, apesar de estafado: será que apanhar um táxi na Rua da Galeria de Paris para ir até à Av. dos Aliados é mais ou menos que apanhar um táxi do Marquês ao Saldanha? Serei insultado ou espancado? Visto que a caralhada é a norma, temi ser espancado. Fui a pé.
Amanhã, parte terceira e última da Oporto Saga. ( é tipo Twilight Saga, mas para pessoas que não acreditam que existem mesmo vampiros, e se meter vampiros, não são choninhas )

Oporto, dia um.

Perdido pelo Porto, meti-me a andar sem direcção como é hábito. Com o sentido de orientação genial que me foi concedido pelo tal deus cruel que me farto de denunciar.
Como os reis magos, orientei-me pelos astros ou pelo mais próximo que tinha dos astros, placas de ruas conhecidas, letras grandes a dizer Coliseu ou Magestic e lá dei com tudo.
Desci à Ribeira. Tirei uma fotografia a uma placa que mostrava a altura das cheias de 65, o que me preencheu o dia, já era noite quando dei por isso. Enchi o cartão de memória da máquina só à conta disto. Vi gaivotas. No Porto há muitas. Depois, vi gunas. Em Lisboa temos xungaria, no Porto temos gunas. São igualmente maus, mas usam mais roupa de marca. Se derem de caras com um guna façam assim afastem-se lentamente nunca de costas devagar devagar nunca olhando nos olhos. Eles afastar-se-ão aos poucos. Não lhes dêem dinheiro, é sabido que vão gastar tudo em porcarias. Um disse-me que se tinha chateado com os pais e que por isso estava há 3 dias na rua sem comer. A diferença também poderá ser vista pelo linguajar: as gentes do Porto têm um linguajar muito colorido. Nisto terão dificuldades em distinguir castas, no Porto. Um professor catedrático, enfermeira, puta, presidente de clube ui tou a pisar o risco ou um guna usarão "caralho" como interjeição, adjectivo, virgula, pausa para pigarrear, cumprimento, insulto e adeus.
Fim da parte primeira.
Amanhã, Oporto report. Só no PPC.

domingo, março 06, 2011

Oporto

A fazer posts duma esquina da invicta, aqui a ver gunas e afins, depois de ter comido uma sandes a frio.

sexta-feira, março 04, 2011

Mascarado

Vou-me mascarar de gajo-que-vai-passear-no-fim-de-semana e que se tá marimbando para o Carnaval. Deixo aqui o meu manifesto anual contra o desvirtuar do carnaval português, as porras das escolas de Samba - Percebam de uma vez por todas, por favor, que estamos ainda no Inverno, chove, faz frio, no Rio é Verão, tá um calor que não se pode, lá não chove, só há incendios, aqui tá frio tá frio tá frio não têm a mesma quantidade de mulatas por metro quadrado que o Brasil tem, não temos orçamento, não temos jeito, as miudas são todas branquinhas e e tímidas, deixem o samba para quem sabe porra meter brancos a dançar é uma asneira brutal, elas nascem já a saber rebolar - e os desfiles totós. Fazemos sempre figura de tansos. Não é por nada que o melhor que temos são os caretos de Podence. Isso sim, figuras que aterrorizam a população, que andam a tirar o sono a todos, que metem medo às crianças, que têm brincadeiras parvas, isso sim, ah o terror.

Vamos por partes.

Passei pelo Cinebolso. Lembrei-me que há uns anos, a Capital, saudoso verspertino, tinha nos classificados sempre as novidades porno. Era uma altura em que a net estava no princípio, o que fazia o porno um produto de elites. Só pessoas de elevado estatuto social e económico tinham acesso a porno. Como tal, havia um certo primor a apresentá-o, havia um cuidado especial a criar bons títulos, boas narrativas, e acima de tudo, boas sinopses. O filme de hoje, "Muitos e muitos paus", nunca viria sem uma sinopse cuidada, género:
" A Maria pode parecer calma, mas como é a unica loura na kubata do Milonga, sabe que tem de ser dura e mostrar-lhe com quantos paus se faz uma canoa."
Qualquer coisa assim, sempre pegando numa frase feita e a acabar bacalhau sem nexo.


Depois, meti-me no super-mercado dos chatos do venha-cá e comprei esta canja sem galinha da Roinc para acompanhar com este atum 100% golfinhos.

quinta-feira, março 03, 2011

A casa da publicidade

Aquela marca que andei meses a promover, a dos iPods, é de uma genialidade gigante. Não no hardware. Nisso são fracos. Fazem aparelhos muito caros, ridiculamente caros. Mas são mesmo bons em marketing. É que eles transformam um arroto do Jobs num mandamento sagrado, com direito a transmissão em directo. Desta vez, arrotaram um iPad 2, que devia ser o 1, mas o 1 para ter este hardware todo era caro demais e arriscado então fazem o 1 com metade do que devia ter, a ver se pega, lançam-no bem caro, como se fosse a ultima tablet a surgir no mercado e não a primeira e depois pagam o 2 com o dinheiro dos papalvos que compraram o 1 há 2 meses. Entretanto, lançam este com o mesmo estrondo, acrescentando a peça mais fascinante de sempre: um feio iman de frigorífico. Mas, assim como a publicidade nos fez acreditar que o toque polifónico era desejável e imprescindível, agora querem fazer-nos acreditar que um iman de frigorífico de 40 euros 40 corneta malucos do riso obrigado também o é e esperam que toda a gente pape aquilo? Apple will eat itself.

quarta-feira, março 02, 2011



A porra da constipação não me larga, os cabrões dos comprimidos não servem de nada, ando aqui aos cães ( ou gatos ), a porra da garganta ainda toda lixada, farto disto.

Anger management

Deus cruel como poucos, que perdeu tempo a dotar-nos de cérebro, não o fez de forma regular. É isto que me anda a desviar do caminho da rectidão: Amar todas as criaturas de deus, figuras geométricas puras, os astros, os animais, os preços do Corte Inglés, gente que diz "tájaver", artistas, empregadas de mesa monossilábicas, a CP, o Sócrates, os recibos verdes, polipropileno, desmioladas, musica de carrinhos de choque, essas coisas que só um deus cruel é capaz de criar, género sims-house-of-pain, para se entreter a ver-nos cá em baixo - sim ele está numa nuvem de algodão doce com unicórnios lá em cima - a estrebuchar. É difícil seguir o caminho de outros grandes resistentes. Buda. Olof Palme. Carlos Lopes. Mas são a prova de que é possível ao mais comum dos mortais vencer a dor da realidade que se abate sobre a nossa tromba todos os dias. Aqui prometo focar-me no mais importante e voltar a ser o dobro de metade da sombra do homem que sou.

terça-feira, março 01, 2011

Perseguição

Ali o tipo do casaco azul está lá sempre e começo a desconfiar que tem qualquer coisa contra mim. Cheira-me que anda a preparar alguma. Topam a pinta? Sim aquele o dos ténis. Ó palhaço do caralho apanho-te a jeito parto-te a boca ouviste? vou andando que não se pode confiar nestes gajos. Meti-me em santa apolónia escondido entre duas carruagens e só saí no Entroncamento. Depois apanhei o outro aquele que se levantou da cadeira agora sim tu ó palhaço tás a olhar pra onde ó meu barda-merda ? vem cá vem larga a cadeira larga larga foda-se deixa-me caralho larga a cadeira antes que me magoes com isso vais ver palhaço palhaço sim sobe cá acima A Amália? a Amália o quê caralho desculpas! sobe se és homem Panteão o caralho sobe que te parto a boca toda sim pé de cabra nos dentes fodo-te todo palhaço não sobes tu, sobe lá pois, não sobes, menino.