terça-feira, maio 31, 2011

Reciclagem

Desafiando a lei da termodinâmica, há coisas que não me aquecem nem arrefecem e que ainda por cima, não mudam, desafiando também a impermanência. Vou deixar de escrever sobre elas. A saber: Globos de ouro, eleições, depilação e crise crise crise crise. Até amanhã.

Hoje comi uma alheira e aquilo era atroz como que uma tormenta que se apossasse de mim - olhem, não meti um hífen - e dissesse ao meu estômago morre pulha que me tomaste como certa, arrepende-te e poupo-te a vida - meti agora dois hífens e são certos - jura que nunca mais dizes "queroalheira" jura. Lá curei tudo a copos de água de torneira o remédio fmi.

domingo, maio 29, 2011

Multi-non-tasking

Como sou procrastinador bandalho preguiçoso e desorganizado mentalmente, tenho um pedaço tosco de cérebro que pinga constantemente do occipital, essa massa mal arrumada cavalgando escachada em cima da sela turca, tenho de fazer o dia a dia repartido em micro-tarefas. Estou aqui a ver se despacho tudo rápido: Vejo o mail enquanto não aspiro, não faço o IRS enquanto não limpo o pó, vejo um filme enquanto não vejo o mail, não arrumo as meias enquanto não acabar o IRS, não arrumo o estirador enquanto escrevo este post, arrumo a roupa enquanto o aspirador arrefece, não lavo a louça enquanto não acabar o filme, fotografo o por-do-sol em exposição prolongada mas só quando estiver mais de noite e mais frio, vou até ao Galeto até a roupa secar, desenho um carro capotado enquanto não arrumo o estirador, não faço o IRS a meias enquanto vejo o mail, não limpo o pó enquanto estendo a roupa fria, não ouço Al Green enquanto não acabar de ler o Ass, arrumo o estirador a ouvir o aspirador, não acabo o Ass de maneira nenhuma, acabo este post e vou descansar.

sábado, maio 28, 2011

Ao fim de Maio de 2011

O autor do blog vive no centro de Lisboa, partilha casa com 5 almas - ou 4, 2 ou 1, caso se considere que os gatos têm alma e o namorado da menina do trombone conte como flatmate ( com alma ) ou que não tenha alma ou que os gatos não tenham alma - dorme pouco ou cada vez menos, o pensamento é errático, perde horas a escrever num blog, anda de iPod Touch, tem um carreiro de formigas no estirador, fotografias coladas nas portadas da janela, uns quantos livros por ler, um na página 78, outro na 125, um outro na 105 ou 107 os números impares estão do lado direito é por isso que sei que se não é a 105 que não tenho a certeza - basta olhar para a página a correr os olhos também correm vejo uma frase solta e sei que já ali estive é como ir a uma rua de uma cidade em que já estivemos, a sensação de familiaridade não se perde mais - por isso deve ser a seguir, antes também pode ser mas na rua ando sempre em frente por isso 107 foda-se já me perdi onde é que ia ah a 108 depois da esquina é parecida mas acho que nunca aqui estive espera de para onde até perto breve longo jamais tampouco excesso em volta aqui alhures lá pois estas estou sempre a passar por elas ah "como a pele superior de uma superfície de vidro" aqui ainda não passei, arrepio caminho e sigo.

quinta-feira, maio 26, 2011

Sobre ética

Exemplo para discussão em loop:
o Zé foi à manif do Rossio. Chega a casa e facebooka Like Starbucks Like Jamie Oliver.
Tentar conter isto é como tentar conter uma nuvem de mosquitos.

Desde os tempos do Crepe

Nostálgico dos tempos do Crepe desci ao Rossio. Os freaks juntam-se aos magotes no chão e decidem em assembleia o que vão fazer amanhã se arroz com salsichas se nestum com mel se comprar cordas novas para cinto ou trela para cães debitam longos discursos, fazem atas atos patos lavam chão partem practos vivem o dia como eu vivi no tempo do Crepe. No tempo do Crepe, as coisas eram bem diferentes mas em tudo semelhantes ao que vive o Rossio ali, ocupava sensivelmente 90 metros quadrados como o pessoal no Rossio ali, vivia em comuna e em comuna não havia dinheiro, tudo obtia por crepe, ia a casa de alguém, levavam vinho levavam cerveja eu fazia crepes, prosseguia no crepe moeda única de troca as moedas elas só as usava para comprar vinho, o velho da tasca não acreditava no crepe como os outros revolucionários que a comiam regalados e assim foi durante muito tempo lutei com e pelo Crepe até que depois percebi que um Punto amarelo com saias em segunda mão custava muito crepe e mais não os queriam preferiam dinheiro os fascistas. Tenho saudades do Crepe.
Estou aqui em frente à janela do Blogger a ver passar navios no Tejo, tentei sinais de fumo e nada, fica para mais tarde.

quarta-feira, maio 25, 2011

Estou preso, o patrão insiste que para receber um cheque ao fim do mês tenho de vir cá todos os dias. Mas hoje custa mais porque tenho sono, ontem vi filmes de zombies fiz chichi na cama sem brincar com fosforos, estou aqui sem conseguir adormecer mas também não consigo acordar mais que isto, insistem em brindar-me com uma música que é próxima de atonal ou da tuninha, tenho visões, Duas noivas a dançar fandago, 4 deputados a fazer de pauliteiros de miranda com os cornos, uma posta barrosã em cima disto tudo e eu era feliz e não há forma de calarem a música. Entretanto vou bebendo copos e mais copos de água gelada a ver se acordo e saio de alpha ou da corrida de carrinhos de choque com cadeiras de escritório em que estou há horas. O calor também não ajuda.

Para fechar



Sim, gosto essencialmente de musica de pretos. Pretos talentosos.

terça-feira, maio 24, 2011

Tramado

Não tenho saído das ruas do costume porque o calor é muito, não tenho energia, fico-me sempre no mesmo passeio, o da esquerda, que tenho de proteger minha arte, meu ganha pão e minha vida sexual ulteriormente.

A maldita campanha

Durante um dia ou dois pensei mesmo que isto ia mudar um pouco, por causa da "crise". Depois começa a campanha eleitoral e esquece lá isso. As pessoas perguntam-se em quem vão votar e ninguém com a mão na consciência consegue dizer um nome sem ter umas convulsões ao mesmo tempo. Um terço do pessoal todo que conheço pensa mudar de país. Eu como é sabido sou teimoso, quero o sol e tal, o dinheiro honesto sabe-se que é sempre ingrato, não quer nada com a gente, vem e vai, mas o sol fica. Ontem pela primeira vez pensei sinceramente que deviamos anexar os espanhois. Não precisamos de nada deles, atenção, só o número. Dá-me mais jeito fazer pirulitos, yogurtes, gira-discos, aplicações, cerâmica etc para 46 milhões de hermanos do que para 9 milhões de portugueses, fica mais barato e é só meter uma pronuncia parva quando os vender faz-se umas promoções com paella em rincones e chiringuitos.
As eleições estão a assustar-me, já me tinha esquecido do país onde vivo. Distraí-me. O fim de semana foi bastante ocupado. Além de ter de lavar peugos e beber copos, tive de lidar com as crises existênciais de um amigo que tem ideias boas mesmo boas, como fazer sardinhadas às 8 da madrugada de domingo. Para isso conta com pessoal pai-de-filhos-e-casado, a quem liga a essa hora. Obviamente dá resultados interessantes. Há pessoal que não pode beber, mesmo.

5 minutos do universo que me rodeia, às 8 da manhã de Domingo, algures perto da Calçada de Carriche.

- Tou? bora fazer uma sardinhada!
- eh? bom dia...... bom, tava a dormir.... ligaste-me para quê?
- Quem é Alberto?
- É o Anaximenes.
- ah esse bebâdo.... Despacha-o. Ele que arranje uma vida.
- ó 'mor ele é assim meio despassarado mas é boa pessoa.
- Olha, onde é que combinamos, eu levo o Prezado comigo ele tá aqui ao lado!
- Mas são 8 da manhã.... não podes ligar mais tarde?
- Pronto já acordaste a miuda raisparta esse bebado despacha-o já!
- olha pá não posso tar ao telefone muito tempo, mas como é, sardinhada? e febras? o Prezado não gosta de sardinhas?
- Pá vou aí ter a casa tou a caminho, depois vamos pra outra margem.
- Olha, não é muito cedo para pessoal com filhos e tal? é que almoço e tal é daqui a umas horas, à uma...
- desliga-me o telefone Alberto foi a ultima vez que esse gajo te liga a estas horas
- ó 'mor ele é meu amigo, tá meio atrapalhado meu já te disse que não sei onde se vendem sardinhas a esta hora porra, ainda nem consigo pensar
- ó curte, tás a ver? monobloco. Eu posso espetar o carro contra uma parede e tu e eu ficamos na boa. Por isso é que escolhi este modelo, já sei que quando saio à noite safo-me sempre.
- eh pois nunca tinha andado num destes. olha, o sinal, tá vermelho.
- Febras onde é que há um talho sabes?
- Já me acordaste a miuda caralho, a Fabiola tá a passar-se, se vens a caminho já falamos
- Pá se calhar era melhor irmos noutro dia, ainda é muito cedo para almoçar
- Se calhar.
- Já desligaste Alberto? a Mariza Catarina tem de dormir!

sábado, maio 21, 2011

O fim do Mundo

Hoje, ao fim de anos a dividir casa com mulheres, deu-se o ocaso da razão, o firmamento estatelou-se na fossa das Marianas, a irracionalidade e a anarquia do vazio tudo tomaram: o papel higiénico acabou.
Nunca tinha acontecido. Numa casa onde vive uma mulher, o papel higiénico não é suposto acabar como os rios não deixam de encontrar a foz, como o sol não nasce no ocidente, como Zéfiro cessasse de correr, não é possível. Uma mulher tem sempre desde o dealbar dos tempos sempre a noção que rolos de papel higiénico nunca serão na sua casa em numero menor que dois quarteirões, soubesse eu o que é um quarteirão, mas são muitos. A pergunta faço-a, como sempre, mas a réplica ao estafado mas-para-quê-tanto-papel-higiénico-pá-nunca-hei-de-perceber-essa-tara não esperava que um dia fosse esta.

sexta-feira, maio 20, 2011

Lisboa,

Rua dos Remédios, Alfama
Dos meus arquivos pessoais, moderna biblioteca de Alexandria mas para fotos de Lisboa, gente com os copos, azulejos, portas, janelas, gatos e bairros alheios.
Hoje lembrei-me do Burroughs. Acho que os nossos políticos são as criaturas que ele relatava nos escritos. Andam claramente a limpar o país de humanos, a mudar o ar e a água, a fazer as mudanças necessárias a que eles se sintam mais em casa. Porque cada vez mais, as pessoas não se sentem bem aqui. Não é triste ver um país ser retirado de quem gosta dele?
Eu vou resistindo. Haja SuperBock.

quinta-feira, maio 19, 2011

Novas óportonidades

Sobre esta conversa toda à volta da validade das Novas Oportunidades, sobre os seus objectivos e em especial, sobre o facilitar ou não a vida a muita gente que não merece, os meus pensamentos são: assim como o tempo que tenho nesta terra não é feito a pensar nas facilidades que as pessoas mais afortunadas que eu têm, da mesma forma não o é para pessoas menos afortunadas.
Os ciganos têm direito a R.S.I.? tanto melhor. Nunca sei se um dia serei cigano.

quarta-feira, maio 18, 2011

ah o sol voltou.

De passagem

A seguir ao post do Tolan,  que reparou no excesso de detalhes e no problema de escala do país, deixo aqui uma série de imagens que escolhi agora. Hoje não me apetece perder mais tempo, tenho sono, depois logo vejo se meto legendas nisto.
Manhã

Pequeno almoço


Trabalho 
Almoço

Trabalho

Trabalho
Casa

arrasto-me pela casa


Desisto desta merda toda, deixo de tentar mesmo, como se estivesse a legendar um dia


porque não sei o que dizer de uma merda de uma foto de um banco de jardim, a não ser que me lembra sempre o Abrupto e o Pacheco Pereira
Por isso mando esta bosta destas legendas às urtigas e vou fazer outra coisa.

terça-feira, maio 17, 2011

Lucidogéneos

Hoje para variar bebi o café aqui ao lado, 10 da matina os velhos a dar-lhe no Favaito, olho para eles e pergunto-me como é que aguentam foda-se. Como é que não morrem de uma doença qualquer, todos os dias anos em Portugal todos os dias em Portugal arre.

segunda-feira, maio 16, 2011

Domingo

Só apanho sol por milagre
Eu devia ter ficado em casa a arrumar coisas e a fazer pouco mas fui cansar-me a apanhar sol, sempre a correr atrás dele, sempre. Cansaço, parava para beber uma imperial e nada de apanhar sol, ainda pedi ajuda e meti um bacano a guarda redes mas nada de o apanhar fugiu-me sempre.

domingo, maio 15, 2011

Keep it coming

Há tempos, em comentários pelo estaminé da Teresa, encontrei um tema sempre muito cómico. E eu gosto de boas piadas, daquelas marotas, traquinas e endiabradas, por isso vou fazer também um post desses: As keywords do google. Fui vê-las e achei umas mesmo engraçadas o que eu me ri sozinho até me caiu um dente. São tão boas que nem vou comentar muito, a piada está feita caramba é mesmo engraçado.

Sublinho que gosto de ter o blog para onde são direccionadas as pessoas que procuram "o cabrão do portas" - acho que é o próprio, a ver se há pessoas que não gostam dele - e "mal fodida", um chavão importante que justifica todo o tipo de impertinência de uma qualquer mulher num qualquer cargo em qualquer altura - que não do mês -, neste país. Fico na dúvida porque é que há pessoas a querer desenhar carros capotados, mas de certeza que também não devem saber quem é o Billar.

sábado, maio 14, 2011

A 13 de Maio, até lá iria

Ontem fui, como é hábito, à procura de uma esplanada à hora de almoço. Nisto, olhando o sol, vejo uma mancha estranha ao redor, achei estranho mas não podia ficar especado mas a mancha de repente vejo que são 13 cavaleiros em cima de 12 pegasus brancos flanqueados por 6 dragões, o primeiro deles todo coberto de penas como se espera a um pavão seguido por um tatoo militar de 12 gnr's em cima de uma mota só todos correndo para Este, toda a alegoria decorria em cima do que parecia um mar de chamas brancas a ondular no céu, encimada por um dom José de louça, nossa senhora, um dom José de louça, nem queria acreditar o menino Jesus gatinhava mais rápido que tudo isto criando um delta perfeito reconheci ainda um dos cavaleiros como sendo o beato João Paulo, no momento em que olho para o lado distraído por uma mulher de saltos saltos que pernas foda-se aquilo é um milagre tudo se desvaneceu assim como tinha aparecido.
Em Fátima, dizem, também deus se manifestou ontem, mas não me impressionou tanto como com aquelas pernas.

O facto de haver jornais no século XXI, num país ocidental, a criar ou a fazer a cobertura a um milagre que não é mais milagre que o orvalho na manhã ou a condensação dentro do meu frigorífico a promover crendices neolíticas deixa-me mesmo envergonhado.

quinta-feira, maio 12, 2011

Devo estar a andar pouco a pé

Como ando pouco a pé, começo a receber selos. É o que dá deixar de descrever ruas mal lavadas e começar a dissertar sobre o tampo da mesa.
Agora foi a Isis. Este selo é qualquer coisa: geralmente os selos, essa validação externa - olha parece a pólo norte - que salta de blog fofo em blog fofo, estão associados a maus julgamentos sobre estética, escrita, criatividade, mas este não, este é oferecido segundo um só critério: Olha ali aquele gajo para eu chatear. Por isso vou quebrar a corrente aqui e arriscar-me a 7 anos de mau sexo - big deal - gengivite, hemorroidas, FMI, passos coelhos, chats aos solu ços o inferno na terra seja.

quarta-feira, maio 11, 2011

Num longuissímo dia

Usei todas as energias mentais e as dicas da Maya para vencer as forças do mal. Resisti a trocar as cartas do tarot por tarolos de carvalho, agarrei-me ao teclado em vez do pé-de-cabra e sei  - estou a ouvir mariah carey agora, não sei se me tolda o julgamento - que venci. Isto depois de almoçar uma dose anormal de tiras de choco, mamar imperiais e discutir mamas à saída do restaurante e correr rua abaixo depressa demais para o tamanho da dose.

terça-feira, maio 10, 2011

Tenho desenhado o dia inteiro. A lápis. O interessante é cada vez que me engano - as mãos são o inferno porque deus está nos detalhes - penso CTRL+Z em vez de borracha.

segunda-feira, maio 09, 2011

Chovem agulhas

Desde sábado que ainda não tinha parado, entre jantares leituras copos fritos almoços reencontros encontros trabalho e finalmente quando paro, o que acontece?
Silêncio no quarto Nem o iTunes rodava músicas de encher chouriço, trabalhava focado. Quando trabalho é raro é fico mesmo concentrado, 10 cm mais pequeno, estático. A mão do rato rodava a roda roída do scroll e eu calmo. Nisto,
Gato
. Do inferno salta voa trespassa o éter o ar e todas as dimensões que o compõem, galga o firmamento no vácuo da velocidade e aterra onde?
Nos meus ombros
. Como? ganchos de unhas quais sabres vivos a esgadanhar-me as costas fico parado no mesmo sítio aos berros - nesta altura ainda o pensamento, quente do susto, se sobrepõe à dor lancinante e fresca, ainda a percorrer os parcos e velho nervos abençoada quantidade deve ter sido a contar com os gatos que deus os fez assim espaldar o seja. Acordei novamente os vizinhos a gritar asneiredo impróprio pois, a dor entretanto já tinha chegado ao seu centro nevrálgico, o Sector 4, onde o cérebro armazena as terminações dos nervos das costas - nas pontas dos nervos há algo como que anilhas de pombos, A23 liga com A23 na outra ponta - e certos vocábulos, como "foda-se", "cabrão" "filho da puta do gato" ou "Pedro Passos Coelho". Levanto-me e o gato cinza como Jupiter enrola-se yo à minha volta de unhas cravadas às costas e eu a tentar arrancá-lo e ele a fazer de cilício, lá consigo extraí-lo, chão falhei o pontapé pulha anormal perseguição no corredor toma cabrão ainda te apanhei na linha de grande penalidade.

domingo, maio 08, 2011

As circunstâncias não permitem

Tenho a pagar a conta da normalidade, que está em atraso. Mas ainda não recebi este mês, é difícil.

Registe-se

Neste momento, a minha mesa de trabalho é um planisfério. Espalhada, a miríade de objectos, factos, desenhos ideias, fios soltos os dos headphones que a compõem, a minha mesa tem o Herman Ass que há pouco não matou uma melga alemães manhosos nem para matar melgas servem, alguém os devia ter ensinado a matar, as contas do supermercado, pilhas velhas que não deito fora, tudo isto e mais um carreiro de formigas. Vejo-me como um Zeca Afonso, a formiga no carreiro vinha em sentido contrário é esta aqui ó que caralho a bater nas outras com os cornos ou antenas ou o que é, e não muda teimosa, deve ter sido para uma destas que o gajo escreveu aquilo, deve ter deixado a água suja do imperialismo a mofar na mesa como eu, não limpa ah pois, tás de volta da guitarra é só perlim perlim trabalhar faz calos e cagas na repartição pois pois. Não o tentei eliminar, respeito a ideia das formigas de criarem aqui um carreiro. A mim cada vez que tento criar alguma coisa vem sempre um filho da puta acima de mim e fode-me tudo. Não quero ser esse gajo para as formigas.

sábado, maio 07, 2011

Chiado abaixo Chiado acima

Vi o novo rico na casa dos gelados queques a família os putos os labradores. Os labradores estão para as familias queques como os rafeiros estão para os punks do Rossio. Os labradores comem melhor que os punks obviamente e têm mais vacinas em dia.
Os punks do Rossio não sabem nada de marketing, insistem que a liberdade vale mais que um bom banho e enquanto insistirem nessa eu continuo a não lhes dar trocos. Se há coisa que me deixa triste é um projecto-de-chapitô, aqueles a tentar malabares mas sem fazer uma sequência de seguida. Se calhar, a maior parte deles tem uma família com um labrador. Porque é que acham que eles gostam de rafeiros maltratados e não se esforçam pelos trocos ah pois.

Às vezes até tenho pena

Este país não tem espaço para gajos como eu. É por isso que não saio, gosto de ocupar espaço.

sexta-feira, maio 06, 2011

Pára tudo.

Isto é grave.

http://www.publico.pt/Local/duas-discotecas-e-um-bar-no-cais-do-sodre-fechados-devido-ao-risco-de-derrocada_1492997

Não, não é um ou dois bares que fecham no Cais do Sodré. Não se refiram ao Jamaica e ao Tokyo como discotecas. O Jamaica e o Tokyo são peças fundamentais para o equilibrio do universo, não consigo ainda - estou zonzo, suores frios, dores ai foda-se que não chego ao fim do post, já alerta de tsunami já - encaixar bem como funciona Lisboa sem estas duas instituições. Ok, pessoal do FMI já percebi cabrões, já percebi que estão a falar a sério sim o Sócrates é parvo, não lhe liguem, eu sei que as medidas são reais e más! Não nos tirem isto! Eu sei vocês perceberam que sempre me estive a cagar pro FMI porque pensava que o Cais do Sodré estaria a salvo, é a unica forma de ultrapassar o quotidiano neste país, cabrões. E agora? pensem: para onde vão os encalhados? para onde vão os betos tímidos profissionalizados no onanismo? A quem é que os seguranças vão bater? vão obrigar o porteiro do Tokyo a fazer o bigode? E as divorciadas quarentonas, vão para onde agora? Só debaixo dos holofotes do Tokyo é que lhes era tudo permitido malditos sejam. E o Jamaica? onde irá agora o Rodinhas dançar e ocupar o lugar de 12 gajas boas? Parem com a brincadeira, já chega. Não estão a ver a gravidade da situação. Quebraram o frágil equilibrio que sustem Lisboa, os motins de que estavamos a salvo nunca estiveram tão perto. Malditos, deitaram fogo ao paraíso perdido tudo perdido salvem as crianças levem tudo.
( Também fecha o Europa, mas não conta. )

Vale mais selo

Que másculo selo
A minha estimada vizinha Julie deixou-me aqui um selo, num nobre acto de despeito e ironia acho, e eu obediente como um cão, espeto-o aqui, lambido com cuspo não que nunca ia lamber o selo oficial do Zé-Raposo-50 anos-de-StarTrek, é demasiado valioso: Ali a flotilha de USS Enterprises a rasgar os céus cum caralho. o Zé Raposo, cum caralho. Obrigado Julie, não via nada assim desde terça.

quarta-feira, maio 04, 2011

Democracia e sushi

Já vi esfregonas a cair no chão com mais graça
Isto da macroeconomia para mim é uma tanga incompreensível, para mim tudo se explica em termos visuais. Atalho cognitivo, dizem. Com este prato aqui ao lado vou tentar explicar o estado do mundo, que é simples.
Isto aqui à direita é um prato de sashimi. Historicamente, um prato de sashimi é um deleite para a vista e para o palato - palato não é malato - feito por um chefe japonês e servido a imperadores em ocasiões especiais. Isto é, uma situação ideal. É como a situação económica que nunca vimos: ideal. Depois, veio a democracia e a sociedade de consumo e o capitalismo. Juntar isto é como ter um forcado comunista a mandar nisto. O carácter comuna leva-o a determinar que o sushi deve ser acessível a todos. O forcado entende que o acesso universal basta e já é bom e que todos os aspectos mais profundos do sushi, como o gosto, a textura ou a estética - coisas que custam dinheiro - são coisa de rabilós. O resultado, apresenta-se aqui ao lado: Sushi para machos. O peixe é cortado à chapada, é seco, velho, arrumado como quem arruma caixotes de fruta no MARL e acima de tudo, mais barato. Isto aplica-se para tudo. Tudo o que compramos hoje menos iPods é um sucedâneo da coisa real. Mas agora até a dona São com uma reforma de miséria pode comer sushi ahhh não espera que mesmo esta merda pegada a que chamaram de sashimi é CARA, porque o sushi a sério o tal com aspecto e que dá vontade de comer esse é ainda mais caro cabrões pois a dona São nem esta merda poderia comer por isso bardamerda. Fui enganado cabrões. Até os meu bitoques têm melhor aspecto que isto.

FMI, vira-me as tripas com um ancinho

Amarro-me ao sofá para ver as notícias. Vejo um político na televisão e tenho hemorragias graves. Hoje perdi um figado, quando o Catroga abriu a boca. Já tinha cuspido um rim aos bocados com a conversa do Sócrates, as feridas voltam a fechar mas depois ainda apanho pessoal do PP, embrulha-se tudo as costas arquejam cai-me um siso, cuspo um canino ia a passar não teve culpa pobre animal torço o meu próprio pescoço a ver se não vomito as unhas dos pés com a conversa destes gajos. Mas estou mais descansado: setenta e oito mil milhões não é tão mau quanto isso, é só meter uma taxa sobre luvas e essa merda paga-se em 2 anos. E como diz o buargh Sócrates, nem fico sem o 13º - já não o tenho é verdade - nem o 14º , também não tenho pois no outro dia disseram-me está cansado do trabalho, não consegue meta baixa Ahbaixapois não tenho também ah a vida se calhar não vai mudar assimAHfoda-se-a-porra-do IVA vão aumentar o iva mas não faz mal eu até gosto de andar a pé e com muito treino consigo imaginar que estou em Paris Texas numa das seis Cheles ou outro sitio, as viagens na cabeça vão ser as únicas que vamos conseguir pagar, já estou habituado.

terça-feira, maio 03, 2011

E pergunto eu:

Has Osama been Laden?

segunda-feira, maio 02, 2011

Osama Bin Laden, como foi

- Que tédio, não podemos ter ao menos a Eurosport? Queria seguir os campeonatos de bilhar.
- 'mor, já falámos sobre isso. O que é que eu disse?
- Eu sei eu sei, não te dou atenção, é só recadinhos para o pessoal, é só mensagens às escondidas, wiskas saquetas, já te expliquei amor deixa-me explicar-te isto é mesmo importante
- Já falámos o que tinhamos a falar.
- Mas é importante bichinha tens de ver, eu sou terrorista, os meus amigos são terroristas, é trabalho percebes, 'mor não os posso deixar sem resposta.
- "Terrorista"... Tangas. Pensas que eu não sei? dá cá o teu telemóvel. Dá-mo cá.
- ó 'mor é só trabalho já te disse mas não te posso mostrar podem fazer-te mal se descobrem que sabes alguma coisa, é muito secreto e perigoso...
- Osama, tou farta das tuas tangas! não tens Eurosport, não tens net e não tens o-que-tu-sabes até te deixares de uma vez por todas de insistires nessas tretas e admitires que as mensagens são para aquela lambisgoia da Fátima, aquela porca que mostra o cabelo a todos. Eu já vi, já vi mensagens tuas para essa gaja!
- 'Mor mas ela é minha mulher, tu sabes.
- Não quero saber! Farta desta conversa! E vai à porta, estão a bater.

Ui como eu curto estas correntes e selos e tal

A Julie passou-me esta batata, que eu curto mesmo batatas, quentes a pular-me nas mãos, bolhas dias de seguida aguadilha e pus, eu aos berros, os gatos, o inferno a 9. E agora vão ver porque é que nunca me calham estas correntes. Cá vai:
 

1. Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?

Existe. Seria o Dicionário Enciclopédico Lello e irmão. Reli-o muitas vezes. Gostava de ver as estampas com peixes, anemonas, condecorações, animais, armaduras, espadas, janelas barrocas, pássaros. Ia à procura de palavras como "cona", "rubicundo", "garibaldi", "pua"e logo mais abaixo "puta". Era muito curioso o miúdo. Reli muito livro sobre ovnis. Escusam de torcer o nariz, aquilo é tudo fruto de investigação rigorosa.
 

2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

A Bíblia. Nunca consegui passar do "...e Irade gerou a Meüjael, e Meüjael gerou a
Metusael, e Metusael gerou a Lamequem...". E como era um purista, não concebia passar à frente de uma coisa tão importante como uma lista infindável de nomes bíblicos. Como em tudo na vida: se querem ser ouvidos, simplifiquem a mensagem. Não é culpa minha.

3. Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?


Esta é difícil, eu sou do género queimem-todas-as-bibliotecas-do-mundo-mas-não-me-tirem-a-net. As Páginas Amarelas? não sei. Respostas poéticas não estou para isso hoje.

4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?


O Senhor dos Anéis. Era puto, olhava para aquilo e soava-me à maior chatice do mundo. Quanto mais me impingiam aquilo, mais eu dizia para mim " tanta folha, haja paciência... Espero pelo filme mazé".

5. Que livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?


Na altura em que o li, andava com a mania de fazer filmes. Como tal, ia imaginando os planos, um a um. O Perfume. Ainda não vi o filme, para ver se a minha imagem era melhor. Mas era, não tinha classificação menores de 18, pelo menos.

6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?


Quando era miúdo lia tudo. Menos coisas que me chateassem. Há um obsessão com o "chato", claramente. Tudo o que não me parecesse uma televisão era chato, acho. Lia muito: rótulos de shampoo, sabonete, pasta de dentes, dicionários, enciclopédias, bulas, legendas dos filmes, livros de exercícios de inglês, Ali's, Asterix's, Disney's - nesta altura tinha já ilustradores preferidos - Spirou's, Marsupilamis, Tintin's, Gaston's, pois parece que era tudo b.d.. Lembro-me de um dia pedir um livro sem desenhos, armado em homem crescido e ter ficado deprimido naquele segundo. Um dia vivido na infâmia, escreveram.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?


Eu podia ter lido qualquer um daqueles clássicos a que era obrigado, porque eram da escola sempre detestei escola, tipo Eça de Queirós, Miguel Torga, mas a verdade é que nunca os acabei. Chato chato chato lido até ao fim... Não, nunca aconteceu.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.


As minha aventuras na república portuguesa
, MEC - aliás gostava de quase tudo deste senhor.
Farehnheit 451
, Ray Bradbury - as imagens, o imaginário.
Pena Capital
, Mário Cezariny - finalmente, quase percebo o que é poesia.

9. Que livro estás a ler neste momento?


Viagem ao País da Manhã
, Herman Ass - Apesar do nome do autor não prometer, o livro é interessante. E longo, para quem só tem de andar 2 paragens de metro, só tenho tempo de ler 2 páginas.

10. Indica dez amigos para o Meme Literário:
10? tantos? deixa cá sortear a batata: Ursa, Le Rachelet, Deus, Pilar, Mak o mau ( desculpa jovem, tinha de por aqui pelo menos o nome de um gajo ) , Sofia Assim , Nebulosa e mais uma alma que entretanto detonou o blog com C4 e que já não vou cravar, ficamos assim. Pronto, 10.

domingo, maio 01, 2011

Dia da mãe

- Não queres que te leve sopa?
- Não, deixa não é preciso.
- Mas não queres mesmo?
- Não deixa, obrigado.
- Mas não queres? dava-te jeito. Chegas tão tarde do trabalho...
- Bom, não é preciso, sim dá jeito.
- Eu levo-te sopa.
No Dia da Mãe fiquei-me por aqui a bulir e a tentar abrir uma brecha no frigorífico na cozinha no quarto. É que a sopa nunca pode vir sozinha. Vem com mercearia muita e variada. E quando digo muita, é muita mesmo e variada é variada mesmo, no género eu-nunca-compraria-latas-de-pessego-em-calda-foda-se, bolachas de chocolate com cobertura de chocolate, passas ( sim passas ), etc etc.
Percebendo claramente porque razão o dia da mãe calha no dia do trabalhador: Feliz Dia da Mãe.