sexta-feira, março 30, 2012

Amanhã é dia de chuva

E eu devo ficar por casa a bulir. Nos entretantos...

Trepar trincheiras

à Penha de França
Estava eu para os lados do Cais do Sodré e fui andando. Não queria ir directo de autocarro. Nem de metro, aquilo agora parece o de Tokio. Fui andando. E subindo. E depois não havia autocarros. E depois já não valia a pena. E depois já não havia pena nem autocarros e que se lixe, fui a pé até ao Arco do Cego.

quarta-feira, março 28, 2012

BILF, toda a verdade

Não consigo viver comigo, a saber que estão todos(as) a contribuir para esta fantochada.

Explico: Por cada voto que atribuem a um BILF qualquer, 10 cêntimos que podiam ir para um gatinho de uma criança com fome em África vai para uma conta de ajuda aos familiares mais pobres das vitimas de herpes simplex que ajudam o canil de animais surdos abandonados de Cascais. Quem são estas pessoas? A Pólo Norte.
Eu estou farto de compactuar com isto. Acordámos há meses, todos os BILF's e a Pólo Norte, que o bordel multiplex com heliporto seria pago com isto. Planeámos esta falsa rivalidade para sacar mais votos, pensámos em tudo, chegámos a acordar - essa ideia até foi do Jiboia - que os sofás iam ser forrado de pele de gatinhos persas, o Alfaiate Lisboeta disse que até podiamos mandar debruar com pêlo de bobtail shorthair só para fazer um escadeado e ficar mais interessante, o Mak disse que não era nada o género do que estava a pensar, ele e o Tolan chegaram a andar à pera por causa da nacionalidade das stripers, o Tolan insistia nas polacas e o Mak queria californianas à força, o Simão sempre a insistir nas brasileiras. No meio disto tudo, o Juvenal, - foi ele que se lembrou de decorar a parede do salão principal com golfinhos embalsamados, que génio foda-se - o Pedro e o Bruno Vieira Amaral começaram a pensar num anexo com uma estufa hidropónica para cannabis e no segundo andar uma fábrica de bolas de futebol só com mão-de-obra infantil. O Patife e o Bom Sacana iam ocupar a cave por baixo do salão principal do bordel com um estudio forrado a plásticos pretos para fazer streams de chinesas submissas menores, scatplay e snuff movies. O Troll, toda a gente se chateou com ele depois de ter recusado caber-lhe a produção dos medicamentos contrafeitos para lares de terceira idade. Passámos isso ao Aflito e ao Robene e por causa disso a ideia de filmar em segredo todos os clientes do multiplex com menores para posterior chantagem teve de ficar na gaveta. O Menino da mamã é que ainda orientou o Troll com umas dicas de como traficar parentes directos com uns mafiosos russos que a Pólo Norte contacta mensalmente por via de posts cifrados no blog.
Eu, que já não posso viver com este peso, confesso, comecei a criar um partido que ia mudar a legislação para que ninguém nos chateasse com tretas e só parei quando percebi que ia mesmo ganhar as próximas eleições.

terça-feira, março 27, 2012

BILF

Duas coisas andam a chatear-me bué. Está na altura de falar delas. Bom, agora que tenho a vossa atenção, é isto:
São os telejornais em particular e os media em geral. No telejornal passa esta peça, com a qual eu devia ter alguma empatia. Mas não. O projecto Amelie é um misto pequeno-ponei + street art. Como há boa street art com pequenos poneis, vou-me concentrar na má, como esta. Porquê? porque estou ressabiado. É que o projecto amelie, como é feito por pequenos poneis, é noticiado. No entanto, não passa de autocolantes em propriedade pública. E o autor até dá a cara ao Jornal da noite. A ironia é, em 2 pontos:

  • autocolantes fofos colados em todo o lado é um projecto positivo e fofo pelo qual se dá a cara
  • autocolantes não-fofos colados em todo o lado é street art e é um vandalismo do caralho, tudo cagado cabrões do caralho

Depois, estou eu descansado a odiar estes paspalhos e vem a SIC e faz isto. Aqui a ironia não é muita, é mais uma questão actual que vejo repetida. Também em 2 pontos:

  • A SIC propõe que "profissionais ou curiosos" da publicidade, participem gratuitamente - diz o artigo "A participação neste desafio é gratuita" - num concurso de criatividade onde o prémio são 2 mil euros. Sublinho que 2 mil euros é pouco, reparem. Tenho de vincar isto porque começa a ser vulgar ouvir frases como "aqueles a fazer greve? mas eles ganham alguns 1300 euros!!" e fico doente.
  • A quantidade de concursos que surgem remetendo ao campo da "curiosidade" e do sorteio o que muitas pessoas têm como profissão leva-me a propor que se façam mais concursos para mais áreas, uma espécie de turbo-mérito. Podia aplicar-se em médicos, advogados, engenheiros ou gestores de público-privadas. Esqueçam, estes últimos já funcionam assim.

segunda-feira, março 26, 2012

Perdido exógeno

Saí de Lisboa terra sã de sol e gentes para entrar numa outra, bizarra em tudo.

Terra do Harry Potter?


Com castelo

Com vistas desafogadas

com modelos matemáticos em curva de gauss
demonstrando a prestação do governo ao longo do tempo

Onde há ministros

Ecoou bem alto "não posso fazer nada, vocês é que votaram nele."

Nem queria ouvir aquilo, fui

Passei pela Brasileira sem apanhar nos cornos

Achei um tasco porreiro aqui ao pé

onde me mostraram como é a economia real e como
foram calculadas as indemnizações para o TGV

Perdido por outra terra

Hoje vou andar por outra terra, conhecida pelos seus pasteis. Field report caso apanhe WIFI grátis.

Musica no coração

Domingo à noite, vi os ídolos e reparei que o fim de semana todo foi à volta de gente desafinada. Começa em casa, onde desafinam vários. A menina do trombone tem uma banda, canta, safa-se, mas foda-se os ensaios apanho-os eu. Eu, encanto o chuveiro. E sexta, noite no bairro, concertos em barda, o ponto alto foi uma xaropada gótico-nacional que me meteu a falar bem da ZDB. Algo entre Nick Cave, José Cid e Jorge Palma:
Letras a puxar para o fatalista mas não chegavam, a melodia ao nível do cai-neve-em-nova-iorque mas bastavam e as pianadas do Jorge Palma, sendo que este sóbrio não bate o outro bêbado. Faltou-me ali uma virgula. E um acento na vírgula.

sábado, março 24, 2012

Riscos Pedidos VII

As acções da polícia devem ser proporcionais
anões mexicanos
BILF em casa


sexta-feira, março 23, 2012

Amanhã

Amanhã é dia. Depois de uma semana politicamente agitada, o que será que vai ser pedido? Deixem aqui um pedido e amanhã vou postando ao longo do dia.



Lisboa em dias de manif

Vil-la para ali para o Desterro

Apartado continuei

voltei para o lado da Praça do Comercio
Vi o sol a por-se

depois de mais um milagre


Depois do dia de hoje

Depois do dia de hoje e depois de ter dito que o futuro era o nacionalismo de esquerda, retiro o que disse. Mea culpa. Retratava-me, tivesse aqui uma caneta à mão ao pé.
À saída do metro de Arroios entregaram-me um cartão do professor Fofanga e nele li "magia negra com branca mais forte", e com ele percebi que para estes tipos e para este povinho, isto só lá vai com fascismo de esquerda. O fascismo de direita é limpinho, obrigado, não lhes custa nada. Nasceram assim são fascistas desde a mama vem no leite gordo. Por isso, é urgente criar um fascismo de esquerda.  Está tudo por fazer, estão a perder terreno todos os dias para estes tipos. É ver o episódio de hoje: A praça do império, da alta burguesia, da classe A, sim a esplanada da Brasileira, a ferver de capitalistas endinheirados e jornalistas prostituindo-se aos tabloides e quem é que a varre à bordoada? os comunas e os anarcas com cães tinhosos a CGTP a UDP ou a frente libertária sindical-primitivista do Barreiro? Não. Varre-os a policia do regime PSD e da troika.
Apelo assim ao bom senso e para que unam esforços, fazendo votos para que da próxima vez que uma carga policial reprima o capital, e apesar de já ter sido adiantado trabalho, conte como a primeira vez, porque o faz pelos valores certos, que isto de espancar gente de bem só por espancar não me enche.

Nos outros países deixam os putos partir McDonalds. Cá, soltamos a polícia 10 minutos e partem a melhor esplanada de Lisboa. Assim é difícil fazer posts, tiram-me o gozo.

quarta-feira, março 21, 2012

Só posso pensar que:

Esta procura dos telejornais em demonstrar que os sindicatos são afinal feitos de homens se deve apenas a terem desistido de o fazer no governo e nas empresas.
Sim, sempre a favor das greves gerais. Querem que diga o quê, que trabalhar calado resolve alguma coisa? Isso na China deu bons resultados...

Empreendedorismo

Não, ninguém vai notar, garanto
Esta palavra na moda anda a chatear-me a molécula deveras. Quando temos uma língua que é especialmente boa no que toca a palavras - tem muitas - , nos últimos tempos vejo esta ser usada no lugar de umas quantas outras, por exemplo, inconsciente, decidido, teimoso, corajoso, aldrabão, senil e mais umas quantas que definem apenas maneiras de ser ou posturas. Não, não acho espetacular um biólogo marinho ser produtor de caramelos ou um arquitecto passar a ser agricultor. Um arquitecto passar a ser agricultor, parece-me, é perder dinheiro, por n razões que nem perco tempo a enumerar agora. Parecem-me demasiado óbvias. Se estiver parado também perde? claro.
Só queria, mas é raro isto acontecer a não ser numa daquelas rubricas perdidos-e-achados-10-anos-depois, ver o que é feito dos empreendedores promovidos nestes tempos. É que estou mesmo cheio de  ouvir wannabes.

terça-feira, março 20, 2012

Belém

O dealbar de um novo dia, a meio da tarde

Passei pelos Pastéis de Belém e pensei no centro de saúde de Fanzeres: A única maneira de ser atendido é levantar às 5 da matina e ir para a fila.

segunda-feira, março 19, 2012

Hoje não tenho nada a adiantar

Já à saida da máquina, o gato preto, personagem secundário da novela, faz o habitual dos gatos: fita um ponto invisível do éter, os gatos vêem multidimensionalmente como é sabido, fica agitado, salta à janela, mia, eu ignoro-o, ele olha para mim, eu digo-lhe que como capacidades sobre-humanas só tenho 2 ou 3, consigo ouvir o Passos Coelho sem vomitar, não compro nada com cartões de crédito e sou ambidextro nos ouvidos, o gato contrapõe, aponta a janela, diz-me que se tivesse polegares oponíveis escreveria num post-it o que queria mesmo que eu visse, nisto chateio-me digo a palavra que fecha a porta e tira o pelo de gato de cima dos livros.

sábado, março 17, 2012

Feira da Ladra abre hoje às cinco da madrugada

Porta do tempo das vacas gordas

a galinha da vizinha dá mais erros

banca minimal
O senhor do latão
é o inferno

Descoberta no Socorro

Passusflora Aerea

A semana passada relatei aqui o projecto de engenharia genética que desenvolvia na cozinha, a Passusflora Impavida. Esta semana, não sei explicar isto, devem ter sido esporos que foram levados por insectos ou pelo vento, encontro no Socorro uma Passusflora Impavida Aerea. Tem todas as características da anterior mas como muitas pessoas que assistem ao serviço deste governo, pendurou-se numa corda.

Riscos pedidos VI

Começo as hostilidades cedo e já volto, depois da ida à feira da ladra.
a galinha da vizinha tem, apesar de tudo, má reputação
Ouça, volta a chamar-me Maria e eu chamo a polícia
Os manequins aproveitam quando ninguém olha
para comer.

sexta-feira, março 16, 2012

Está sempre no último bolso

uma pastilha de 2010, um isqueiro vazio de 2009, um fio dental de 2007,
o porta chaves original e uma factura do Parque Europa, Lambert, 2009. Sem título, vários materiais, 2012. 
A memória de peixinho, à qual me afeiçoei, dar-me-ia trabalho se a tentasse contrariar activamente. Tentei, noutros tempos, para ficar exausto e sem ganho. No trabalho passei a anotar tudo. Ainda assim, falha. Em casa, tentei, mas uma casa não é um trabalho. As coisas não mudam todos os dias.
Fui ocupando prateleiras. Primeiro não tinha nada para as preencher. Depois comecei a enchê-las de memórias. As maiores primeiro. Geralmente são coisas pequenas, bocados de papel, recados, bilhetes, peças de xadrês. Depois passei para as pequenas: mais papeis, mais bilhetes. Finalmente passei para as que não me interessam mas que são importantes à maneira delas: Facturas. Recibos. Papéis das finanças. Da casa. E as prateleiras encheram. Só as podia por nas prateleiras, porque se não tenho tudo à vista, esqueço-me que essas coisas existem. E as prateleiras foram enchendo e deixei de ver tudo e passei só a ter a impressão que por trás do livro amarelo estaria qualquer coisa importante. O mesmo para o envelope pardo dentro da caixa de cartão, dentro da gaveta, tapado por jornais. Ou para a pasta com desenhos a lápis e a gaveta que só uso para tirar e voltar a guardar o corta-unhas. Hoje comecei a escavar as prateleiras. Reencontrei muita coisa. Deitei fora metade. Acabei há bocado, a memória está viva e recomenda-se.

Amanhã é dia

You know the drill.

Exclusivo

Estudiosos na Bauhaus tentaram

Caneca de autor ( eu ), a partir de um conceito Alexandra-a-grande/Sogra. Aceitam-se encomendas, edição limitada.

quinta-feira, março 15, 2012

São rosas

olha que bonito, isto hoje parece uma árvore de natal da Amadora. É dourados, é corações, é mesmo bonito. Ainda não tinha uma teoria unificada do selo, agora já tenho: Todos os dias, pequenos funcionários públicos pegam no Paint e pacientemente procuram as mais feias e ilegíveis fontes, juntando-as como num crochet macabro a clipartes sacados do google. Depois espalham-nos sem critério, claro. Uma lenda de Carcavelos diz que há mais selos que blogs.

Etiqueta online

Não se devem recusar selos, por mais feios que sejam. Este, que mal se lê, foi a Julie que enviou. Diz aqui no verso "revelar 7 factos sobre ti, colar o selo noutro blog de seguida.". Bom, adianto:


  1. O meu nib é o 00100010001002001001001001001001010101010-3
  2. O meu nif é o 00100010001002001001001001001001010101010-3
  3. O meu niss é o 00100010001002001001001001001001010101010-3
  4. O meu signo é Carneiro, mas tenho ascendente em banana
  5. Sou canhoto. Há precisamente um mês, postei aqui um como-desenhar-camelos e ninguém reparou que distraído desenhei com a mão errada.
  6. Efectivamente, gosto de advérbios de afirmação e claramente de modo
  7. O meu BI é o 3

Agora teria de repassar o selo a 15 bloggers. Mas não passo.

Já a entrar em casa

Vou até ao Galeto depois do jantar para desenhar qualquer coisa diferente. Encontro o habitual: Empresários miseráveis, casais de velhotes, famílias de queques, os tipos do balcão todos iguais, penteados e óculos do mesmo modelo, empregados a sair de noitadas para empresários miseráveis filhos de casais de velhotes. Sempre a mesma coisa. Depois da volta mais longa de volta, a entrar na rua: Os 4 tipos na esquina do prédio a jogar à bisca em cima de um caixote do lixo, calmamente, mais à frente já à porta de casa 3 carros, 3 grupos distintos, em 2 fumam-se brocas num bebem-se superbocks, calmamente subo e calmamente meto-me a ver o Platoon.

quarta-feira, março 14, 2012

Surreal-capitalismo

Explorando os limites da livre-associação, a publicidade tomou a dianteira do absurdismo no quotidiano.
Longe vai o tempo em que um shampoo oferecia um pente ou uma garrafa de uisque oferecia um copo. Hoje, assim como ir comprar batatas dá desconto na depilação, um copo de uisque pode ser que ofereças um pente. Ou um shot de shampoo.
o saco do lidl a fazer de folha de plátano.

Fico à espera dos próximos pioneiros do movimento.

segunda-feira, março 12, 2012

Domingo no mundo

Colina, uma delas.

Performative Art

Comi dois dentes de alho.

domingo, março 11, 2012

Expliquem-me

A relação parasitária betos-gelados fascina a Sorbonne, que ano após ano envia estudiosos que tentam em vão explicar por que razão as gelatarias de Lisboa são ocupadas apenas por betos a toda a hora, formando filas intermináveis de famílias com calções burberrys, pulseiras de couro, crianças penteadinhas todas chamadas Tomás e Paciência, cães scotex e camisolas de rugby, deixando de fora todo o resto normal da população. Uns dizem que é um fenómeno para-religioso, em que o gelado é feito eucaristia dominical, sangue de cristo óstia é a bolacha do cone, outros insistem num movimento ultra-conservador em que todos os que frequentam as gelatarias são, em maior ou menor grau, familiares do dono da dita gelataria.

sábado, março 10, 2012

Riscos perdidos VI

Hoje está sol e eu estou preguiçoso, mas para um bocado à mesa a imaginar riscos pedidos de pombos parvos ou como condensar o adamastor num desenho só, ainda tenho tempo. Tenho um orçamento para fazer, a louça do almoço para lavar e um sofá a precisar de ser preenchido sem ser por gatos. Cá vai disto:
Cagam tudo e de propósito

o adamastor está sempre na mesma.

the missing link

Hoje, pela tarde, é hora de...

Riscos pedidos.

quinta-feira, março 08, 2012

É oficial: meto as mãos no fogo pelo Passos. Confio neste gajo, pá. Ainda há tipos honestos.
É pena é que o preço desta honestidade seja a inteligência e a sagacidade.

Da morte certa

Lembrei-me dos vários tipos de cemitérios que podemos encontrar.
cemitério de ideias














E seguem por aí fora.

cemitério de aviões

















cemitérios de elefantes



















E os cemitérios onde estas máquinas acabam, que serão já lendários porque nunca se encontrou um, mas também nunca se viu onde foram parar todas as máquinas.