sexta-feira, novembro 30, 2012

Clientes do inferno

Hoje foi daqueles dias em que o cliente me mostra algo que poderia ter sido feito por acidente vomitando num teclado shift+R+ctrl+Alt+3+tomaládisto e que, lançando o desafio de apresentar melhor - ah um desafio como eu admiro gente que lança lá do alto os desafios - lho replico com magistral layout que é prontamente arrumado com um lacónico "gosto mais do que eu fiz".
E é nestas alturas que pergunto onde está deus, toutatis, zeus, menelau, a cornélia e o caralho cos parta a todos.

quinta-feira, novembro 29, 2012

Até entendo que o domínio do discurso político seja uma parte extremamente complexa de trabalhar quando alguém se dirige em simultâneo a tantas pessoas com ideias tão diferentes. Talvez por isso, pelo uso de meias palavras, sub-entendidos e sub-leituras, nunca tenha confiado muito em políticos. Eles pensam como todos mas não o expressam como todos. Não podem, para bem deles.
Mas o Passos conseguiu levar o discurso político a um máximo histórico: ele mente permanentemente. O que diz não tem valor em si, é apenas um papel de rebuçado, daqueles que eu não gosto, para um modo de pensar.
Exemplo: "2013 vai ser o ano da recuperação." Obviamente que não vai ser ( pelo menos para mim, pode ser, sublinho o "pode ser", que haja empresários que fiquem a ganhar mais ), mas serve para criar alguma esperança.  Não é baseada em factos, não chega a ser wishfull thinking e não o diz de forma a que eu acredite, mas é isto todos os dias. Isto tudo é muito básico é.

A história da arte

Pegando num tema em voga aqui na vizinhança, apetece-me divagar sobre a estética dos amputados. Os tais postais pintados com partes do corpo que se deviam ficar pelas suas funções iniciais.
Acima podem ver um postal pintado com a mão direita do blogger mais canhoto deste blog. Claramente a sua mão direita devia ficar-se pelas funções a que foi destinada - Sou canhoto, sim. Essa também é uma função da esquerda é - coçar a orelha direita, mandar parar o autocarro e fazer sinal de pisca para a direita na bicicleta. Contrariar ou forçar o corpo a mais do que as suas funções primárias é o ponto de partida para a violência estética. O cogito, violado no seu direito à não-criação fruto de um impedimento anatómico indesejado - amputação ou simples falta de jeito - responde de forma inesperadamente semelhante em todos os seres humanos, sem distinção de culturas estratos sociais ou nível de formação: a ausência de temas que interessem a alguém, a repetição de paisagens canadianas inóspitas, a escolha de cores fora do espectro agradável ao ser humano, as composições puramente figurativas, tudo caracteristicas transversais a todos os autores desta corrente estética em voga no Natal e cada vez mais presente devido ao carácter low-fi inerente à produção de todas as obras. Na escultura, Moore terá dito que o apogeu da estética amputada ocorreu com o figurativismo analítico encontrado em obras como "Árvore de Natal em cápsulas nespresso recicladas" não encontra par no ocidente industrializado, ao que alguns pensadores do primitivismo - ver Jansen - aquiesceram neste aspecto coiso.

quarta-feira, novembro 28, 2012

Para fechar o dia, um acidente na auto-estrada

Parei para ver, quatro piscas ligados, a chuva miudinha misturada no vento a gelar-me os ossos cheguei-me ao pé que a curiosidade era mais forte que tudo.
Era um empreendedor. Tinha acabado de se esfarilhar todo numa treta que inventou depois de ler um manual daqueles que se vendem em escaparates de aeroporto, daqueles que prometem sucesso em troca de boa vontade. Com um pontapé, rematei o livro para a berma antes que alguém mais se magoasse com ele. Parece que o sucesso de que o empreendedor gosta de falar é fruto da capacidade que tem de empolgar os outros com a história do seu sucesso falando sobre a capacidade de empolgar os outros com a história do seu sucesso falando sobre a capacidade de empolgar os outros com a história do seu sucesso falando sobre a capacidade de empolgar os outros com a história do seu sucesso falando sobre a capacidade de empolgar os outros com a história do seu sucesso
Liguei para 112, virei costas e fui pelo caminho a pensar como é que os tipos do reboque conseguiriam tirar uma tanga daquele tamanho da valeta.

terça-feira, novembro 27, 2012

E coiso

Tenho andado com pouco tempo para conversas e isso reflecte-se na qualidade e frequência dos posts aqui no PPC. Resultados, 3: exploro temas inócuos em posts auto-cumpridores. Como não converso muito e 80% das tretas que me lembro aparecem involuntariamente a meio de uma conversa, não tenho nada de novo. E ultimamente nocto que a medo de usar o maldito acordo orctográfico acabo por ser mais pacpista que o pápa só para não dar o braço a torcer a estes otários que acharam que liberalizar o português traria alguma vanctagem de algum tipo mas basta parar para ler as legendas dos telejornais e vê-se que o producto final desta besta acéfala é uma bosta que ninguém entende: nem portugueses, nem angolanos, nem brasileiros, nem guineenses nem ornitorrincos. É só uma perda de tempo para todos. Quando é que percebem que isto não é vantajoso nem moderno? Desistam, revoguem este aborto.

domingo, novembro 25, 2012

Tendo a capacidade de verborrar 25 linhas sobre as qualidades de parede que pude apreciar num fim de semana em que não parou de chover, fico-me por aqui.

quarta-feira, novembro 21, 2012

Nível de confiança

O meu nível de confiança em políticos é tão elevado que o Gaspar fala, eu nem ouço o que ele diz, e à noite sonho que divido casa com uma família de cabo-verdianos na Bobadela. Ajudo a avó Xica com uma máquina de costura pesada que fica numa mesa feita com 2 caixotes e uma tábua, e o neto, puto de boné de 2 metros e 10, anda com um rasgo aberto na garganta porque o mastim de estimação mordeu quando lhe ia a por a coleira. Este governo é um pesadelo.

terça-feira, novembro 20, 2012

Dica para a próxima manifestação

Demonstrem a este governo que são melhores que ele e que a sua polícia: Abra-se um espaço na calçada do passeio de S. Bento e faça-se uma dupla homenagem aos nosso governantes refazendo aí a calçada portuguesa tradicional com um dito das Caldas bem generoso que fique para a posteridade.
Dado o tempo que a polícia fica parada a ver meia dúzia de putos a escavacar a calçada, deve dar tempo para fazer isto tudo. De nada.

segunda-feira, novembro 19, 2012

O Projecto Social

Pensava que já tinha definido um novo e completo caminho para a esquerda mas estúpido cientifico eu deixei-me ficar pelos aspectos mais técnicos ou estratégicos para a conquista do poder. Este fim de semana pude confirmar o ponto em falta: A religião. Tentando recuperar de uma maleita quase medieval, vi-me perseguido por um cliente que não entendia a palavra "doente" mesmo que repetida ao longo de vários dias.
Obviamente que no seguimento disto e das abordagens anteriores sobre o Nacionalismo de esquerda, concluí que o povo querer-se-á muito religioso. O fim da separação Estado/Igreja será a resposta à ameaça do jugo do empreendedorismo e outras seitas parecidas, que aproveitando o vazio legal / "nova legislação do trabalho" deixado por este governo querem impor crenças estapafúrdias associadas à produtividade e ao sucesso empresarial que só servem para subjugar e estupidificar o povinho. Se a religião é o ópio do povo, que o seja, mas nacionalizado. Só assim se manterão vivas tradições imprescindíveis ao povo português: A santidade do fim de semana ( ou só do Domingo caso não haja mesmo outra hipótese ), feriados religiosos invioláveis, intervalos para oração ( ou cigarro ou café conforme a crença pessoal ) regulares e outras benesses reservadas aos crentes da nova religião nacional. Portugal deixa de ser um estado secular para não ser consumido por empreendedores infiéis capazes de poluir as mentes mais fracas com as suas falaciosas promessas de salvação. Dicas para os novos 10 pecados mortais da nova religião? ( é para-católica-apostólica. Para facilitar. )

quinta-feira, novembro 15, 2012

Desvantagens de poder trabalhar em casa: desapareceu-me um dia da semana e não dei por isso. Não tenho desculpa para estar doente e não fazer nada. Farto-me de comer.

Esquizofrenia

E hoje a SIC faz a cobertura esperada do que aconteceu ontem em S. Bento. Interessante ver como a meia-dúzia a que Miguel Macedo se referiu tem impacto, mas a manifestação nem tanto. Olha o bloco de informação da SIC dissecado:
1. Manifestação com a tal meia dúzia a atirar pedras um bom bocado ( esta cena faz-me sempre lembrar a guerra do Solnado, é o mesmo sketch ).
2. Polícia a carregar em todo o tipo de gente ( muito poucos com cara de pertencer à tal meia dúzia )
3. Cavaco indignado.
4. Seguro indignado.
5. Passos indignado.
6. Em S. Bento, recolha de opiniões de: quem está a refazer o chão destruido ontem. Pessoas que vivem lá perto, com perguntas condicionadas no género "Tem medo que a partir de agora todas as manifs passem a ser assim?".
Assim se branqueia em Portugal.

quarta-feira, novembro 14, 2012

Só para esclarecer

Isto podia sair em verso mas sai em lista:
Jonet, Isaltino, Marcelo Rebelo de Sousa, pseudo-realizadores de comunicados importantes, propagandistas, activistas, Sousa Tavares, Passos Coelho, Cavaco, Relvas, sindicalistas, deputados, ditadores de pequeno poder, Alberto João, Seguro, donos de supermercados, fascistas no geral, neo-liberais em particular, Fátima Campos Ferreira, , blogs de esquerda, blogs de direita, escritores reles, jornalistas de bidé, pintores de bancos de autocarro, progressistas, empreendedores, designers, marketeers, caloteiros, ,artistas no geral, palhaços em particular: pá, não chatem o pessoal com merdas. Emigrem.

segunda-feira, novembro 12, 2012

Ich bin Lisboeta

Quando me falaram de um video que Marcelo Rebelo de Sousa queria passar em Berlim para chamar a atenção da opinião pública alemã, pensei que seria má ideia porque seria apenas chover no molhado: tudo o que foi feito até hoje não pode ser rescrito, o sistema ( capitalista) é este e é igual para todos e se nunca recusámos as regras do jogo não podemos escolher arbitrariamente a partir de que ponto queremos ser poupados das suas consequências. O video, criado por bloggers do 31 da Armada, seria assim algo bizarro, pois seria uma peça de propaganda nacionalista apelando à boa vontade do poder político e económico alemão ( bem mais nacionalista que o nosso poder político e económico ). Chover no molhado, portanto.
E imaginava um video bom. Ia para o chão como a semente do outro, mas era um filme magistral, uma chapada de luva branca.
Mas não:



 Pasmo. Quando a coisa vai no povinho pobre e massacrado, os primeiros 30 segundos, com a grávida que parece ter uma relação incestuosa com a dose de cozido que deglutiu ainda só penso " ok, não tinham iluminação, não tinham actores, não tinham cameramen, não tinham dolly, não tinham budget... e não tinham gosto.", mas quando entram os putos do Plano Marshall e a senhora do cartão de crédito... Qual é a ideia aqui? revisionismo capitalista?
- Olhem, vocês precisaram de um Plano Marshall para se safarem. Nós não.
- Nós levámos com setecentas mil toneladas de bombas só em Berlim.
- Nós tivemos o Salazar.
- Nós tivemos o Hitler.
- Nós vamos ali à Matinha à roulote dos pregos.

E sim, tivemos cartões de crédito com os quais comprámos carros alemães? Mas ó Deus, não são vocês que são pelo capitalismo? Jogámos as regras do jogo e estamos a perder, está na altura de terem pena da dondoca do BMW? é esta a mensagem?
E segue: temos a maior rede elétrica de abastecimento para carros elétricos, fornecida por alemães. Mas os 3 otários mostram a ficha e dizem que os alemães ainda não venderam os carros que ligam às fichas. É o capital, estupidos. ( Ia mencionar o facto dos pilares de abastecimento serem um pouco fálicos mas vou deixar passar ).
E segue: Comprámos submarinos alemães! Nem comento!
E segue: Fizemos uma batelada de estádios contratando alemães para isso. Nem comento!
E segue, a voz-off monocordica: taxámos "everything that moves.", com orgulho. Até aqui estavam só a dourar a pilula mas agora já é mentir. Nunca esperei isto do Marcelo Rebelo de Sousa.
Nisto aparecem 3 personagens que devido ao budget, devem ter sido contratadas à Kim Jong Il de uma manif bloquista qualquer. A Troika são 3 tipos de cartola a roubar? Não são uma entidade séria que nos salvou da bancarrota, afinal?
Por esta altura já me doi a cabeça e a barriga de rir mas consegui continuar. Seguem-se vários números disparados de seguida, demonstrando que o povo é trabalhador, mas a gestão é uma merda: trabalhamos mais, menos feriados, menos férias, ganhamos metade. Algo bate mal aqui.
Vou saltar a cena da minhota de bigode abraçada ao Robin dos Bosques alemão e a triste comparação com o que cada um ganha ao ano, porque a cena de recriar a porra da ruiva da manif e abracá-la a um jovem raquitico a fazer de polícia passa das marcas da foleirice. Um polícia com aquela compleição nunca será um monstro derrotado pela beleza e doçura de uma portuguesa: bastava uma chapada da miuda que se partia em 2. Já viram os braços do homem? Foda-se.
Finalmente, atiram à cara do agiota que ele também deve dinheiro a outros. O que é que os agiotas fazem às pessoas que os desafiam? partem-lhes os tornozelos com um pé de cabra, não?
Para fechar, vão buscar o Muro de Berlim recriado em esferovite e tentam estabelecer ali um paralelismo qualquer que não apanho. Mais valia terem lá o D. Sebastião a empurrar um muro de creme de bolos ou barquinhos de ovos de aveiro.
O que é que se passou, caralho? O pessoal capitalista do 31 da Armada, uns 20 gajos, entre eles não faziam uma vaquinha ou tiravam do pote do amigo-secreto deste ano?
Que vergonhaça. Ainda bem que não deixaram isto passar em lado nenhum.

domingo, novembro 11, 2012

Design ao serviço da sociedade

Use design de comunicação e seja feliz. Contacte só profissionais licenciados.
Usava-se um aviso sempre que a senhora fosse falar e pronto, acabava-se a conversa que também já enjoa.
Tenho saudades do tempo em que trabalhar era só trabalhar. Agora é o mesmo que ir para um comício. E eu detesto todos os comícios.

sexta-feira, novembro 09, 2012

Jonet & Sparky

À ultima da hora, trocaram tudo: A Jonet foi convidada para ir ao Sic noticias para um debate e amarraram o Sparky a um carro em andamento.
Toda a gente sabia que o Sparky ia falar do trabalho que se tem feito no Banco Alimentar e de como uma ONG que ajuda tanta gente não deve ser politizada - já basta a sua génese - e ia até aproveitar o tempo de antena para convidar as pessoas a ajudarem-se mais no inverno que se aproxima, especialmente os sem-abrigo. Noutro canto do país, um débil mental qualquer abandona a Jonet num descampado em estilo Mad Max Para Além da Cúpula do Trovão e mete toda a gente a angariar fundos para pagar o internamento do bicho e a entupir a net de insultos.
Este país não tem cura, está tudo trocado. Jonet calma jonet larga o pobre larga larga foda-se Jonet larga o Sparky foda-se! Está agradecida ao bicho o que é que posso fazer?

Assim por alto

O problema deste país é que a direita não deixa isto andar para a frente e a esquerda não deixa andar para trás. Só empatas.

segunda-feira, novembro 05, 2012

Cérebro de cliente

Aposto que eras mais feliz numa fábrica de enlatados
- Aqui está, a ideia para o cartaz do suplemento.
- Mas isto é o quê?
- Então, é um tipo normal, género Zé, ninguém dá nada por ele mas a sombra é a de um super-herói, é como se fosse um alter-ego que ele ganha com o suplemento.
- Acho que ninguém percebe isso. E o logotipo tá pequeno.
- Então, é simples, é um tipo que parece normalíssimo mas a sombra tem uma capa e é o superhomem, o suplemento dá-lhe as defesas de um super-heroi...
- Não, as pessoas não percebem isso. Tás a complicar.
- Posso tentar outra coisa, coloco a sombra mais exagerada, mais detalhes de maneira a que se perceba melhor a silhueta. Acho que toda a gente sabe o que é o super-homem...
- Não, faz assim, em vez da sombra só a preto, mete lá o super homem meio esbatido como se fosse assim meio sombra meio transparente assim a metade a ver-se meio tu sabes está lá mas não está e depois faz a sombra mas a preto também.
- Mas faço a sombra ou meto lá o super-homem?
- Não percebeste o que pedi?

Este post é só para pessoal de publicidade.

PDI

A cena é que a partir de certa idade, sem se queixar, o corpo continua obediente e faz tudo o que for preciso até às horas que forem precisas. Já na ressaca, não obedece a nada e recusa-se a mexer durante 2 dias como retorno dessa obediência.
Deus é cruel.