quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Lei da blogosfera torna-se dogma

Dados inumeros blogs com posts referindo-se a uma mesma entidade abstracta  não identificada, essa entidadde será o binómio Pipoca-Arrumadinho.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

50/50


Calhou ter uma colega de trabalho que é muito espiritual - foda-se, provavelmente está no meu caminho e não é por coincidência tudo tem um motivo para acontecer, deve ser para eu desbloquear, mas não adianta perdi o pin - e consome muitas espiritualidades, junta tudo numa fornalha cristais anjos kabalah yoga reencarnação tai chi budismo energias karma Jesus - na volta é algum karma que eu tenho, noutra encarnação devo ter sido uma segunda edição de um livro do Paulo Coelho e agora tenho de pagar pelo que fiz e talvez reencarnar como varão na dona kikas ou sanita qualquer coisa menos Paulo Coelho - e qualquer coisa nova que apareça. Esta cena de coleccionar crenças como quem faz uma playlist no iTunes, pequeno almoço Jesus almoço Lena D'água lanche Buda, Yoga com pedaços pra sobremesa, DEUS, explica-me, logo eu que não acredito em agnósticos porque me parecem pouco cépticos, ateus chateiam-me porque não falam de outra coisa senão de Ti, porque karma é que eu tenho de gramar com as vibrações de gente que não põe nada em causa? Se sabes que isto é tudo uma questão de sorte porque é que não explicas isso? manda um sinal.
Acho que vou arranjar um nome para esta personagem, que isto vai ter continuação.

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Odisseia, Making off

Quero agradecer ao Pascoal pelas dicas sobre preços, pela condução e por não beber. É um putanheiro com ética*. E quero agradecer ao Januário por se lembrar que nunca fujo de lugares decadentes. 
Passámos umas 10 portagens.
O casal da inveja tem o melhor nome do mundo.

O Ribatejo tem boas estradas, especialmente as secundárias.

No Ribatejo só se comem tremoços e amendoins, felizmente há roullotes.

E tenho de agradecer o cattering das 5 da matina.
*Eu sabia que me ia esquecer de qualquer coisa: Na Kikas, a dada altura rebenta uma bomba de mau cheiro durante um strip. A dona Kikas não achou piada e discursou durante um bocado sobre como há brincadeiras que têm piada e outras não e como ali se brinca muito mas com ética. Disse ela enquanto estava um gajo nu a fingir que caga no palco numa sanita para anões. Ah, a ética.

domingo, fevereiro 24, 2013

Odisseia VI

Indo buscar mais uma mini, reparei na roliça da casa. Não sei se propositadamente ou só porque calhou aqui no escrito ou no pensamento, a miuda, além de roliça também era noviça e também podia ser vitima de rimas brejeiras na linha a seguir,  já o tinha feito com a Clarissa.
Mas não, era só roliça. Cara de menina, pensei se não seria um esquema de captura de pedófilos, parecia uma adolescente ucraniana - o que quer dizer que pode conseguir rebocar um cacilheiro com os dentes - movimentos pouco soltos, quase tímida, olhos azuis, um velho de cabeça no colo dela, devia estar a descansar. Ela, não o velho.
Um bocado na conversa mas baixo, ainda temiamos sermos escolhidos para algum ensaio sado-maso da dona Kikas e começa outro strip. Desta vez era a virgem de há 3 linhas atrás.
Farda de hospedeira de bordo a rebentar pelas costuras, timidez pois só se for eu, a pobre de Deus deve ter perdido a timidez nos Urais em 84 e rola na argola presa no tecto, em pontas. Muitas curvas, mamas empinadas a flor da idade que não percebi qual seria. Palmas palmas, dona Kikas puxa pelo público. Aproxima-se, troca algumas palavras com o Pascoal.
Pascoal admirado diz que se quisermos podemos ir visitar a zona das meninas. " eu venho cá há que tempos e nunca me tinha convidado! É uma sorte. É uma honra, pá.". Pensando como o conceito de honra é algo estranho quando estou a meio metro de uma fonte com anões de jardim e golfinhos e neons, claro que temos de ir ver na mesma honra caguei na honra quero é ver o backstage desta cena. Esperámos pelo ok da dona Kikas, deu sinal ao segurança que guardava a porta branca ao lado do palco, subimos 3 degraus, Pascoal à frente, entrámos.
Por momentos só me lembrava do Avatar.
Eu, Pascoal e Januário de queixo à banda. Entramos num pátio interior, misto de garagem, jardim suspenso e estaleiro onde tudo é é o cataclismo visual as minhas retinas não aguentavam tanta coisa o cérebro estalava com informação: do tecto a uns 6 ou 7 metros um laser azul que pintava umas mesas de esplanada com flores de plástico com 2 metros de altura com uma mesa central com uma palmeira gigante tudo azul laser azul apocalipse à frente estão empilhadas parece a frente de um navio empilhadas cabines pre-fabricadas com passadiços de metal a unir escadas e portas, cada uma tem uma menina à porta, apocalipse, à direita uma piscina redonda azul com nenufares, boias e lotus de plástico com 2 golfinhos às cavalitas um do outro para não dizer a enrabarem-se a cuspir água para a piscina, os golfinhos feitos de cimentos pintados de azul, a mota do strip anterior à esquerda, tudo isto com o laser azul a flashar por cima de tudo e a palmeira azul do avatar e 3 gajos que achavam que já tinham visto de tudo não conseguiam falar sequer.
- ... Tás a conseguir apanhar tudo o que se tá a passar? - Perguntou o Januário.
- ...Ainda estou a absorver. Nunca vi nada assim.
- Epá, isto é altamente.
3 gajos parados no meio deste jardim suspenso da realidade, uns minutos calados, acho que foi como ver um ufo ou uma santa em cima de uma oliveira ou sarças a arder, tenho de dizer obrigado à Kikas, fui criança por uns minutos, vi algo mágico e que nunca vou esquecer. Estafados com a experiência despedimo-nos e arrastámo-nos até ao carro, prontos a continuar.
- Achas que te consegues lembrar de tudo?
- Epá, eu tentei, mas até me doi a cabeça.

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Odisseia V

A miúda rebolava com vontade, a roupa já tinha ido toda e ela rebolava-se no palco com o relato da dona Kikas há uns 10 minutos. Lembrava-me do strip de há uns tempos em que o barulho do fio dental a cair no chão era o sinal para a menina sair do palco, a correr; Strippers tímidas é uma coisa que me faz confusão.
Acabado o strip, dona Kikas foi fazer sala. Veio cumprimentar o Pascoal o habitual, apresentou-se a  mim e ao Januário, ao balcão. Foi a única altura em que desligou o microfone, colado à cara. O tempo restante, limitou-se a insultar todos os homens da sala. Um pobre de Deus estava a achar especial piada a tudo - se calhar não estava a levar aquilo tudo a sério e estaria a pensar que era tudo uma cambada de bimbos putanheiros e isto como é sabido exala um odor detectado por matronas - e foi chamado ao palco, o engodo era uma aposta com 20 euros em como não baixava as calças pareceu-me, a conversa passou rapidamente do erotismo de revista à volta do cu da ultima bailarina para - eu disse bailarina e tudo - a escatologia, depois de um diálogo com muito maus ganchos a coisa fica assim já depois de ter ficado sem calças e sem roupa:
- Então não te dá vontade de cagar? - Matrona nos altifalantes.
- .... - Tipo lisboeta de calças no chão, com sorriso amarelo.
- Dá dá, agora vais ter que cagar aqui. Ficas aqui no palco, espera lá. Tragam a sanita, vais ficar aqui 20 minutos.
E assim estão 40 marmanjos de mini na mão, um desgraçado no palco, todo nu, a ler o jornal e a fazer que caga numa sanita para anões. Claro que como isto parecia pouco, a dona Kikas segue com o show e ao gajo nu do palco junta-se uma stripper que vem de mota - não é expressão - a mota vem com luzes vermelhas verdes azuis em cima em baixo de lado atrás ela faz a dança em cima da mota, o cheiro a escape dentro do bar já começa a ser meio puxado, a dona Kikas realça a nobreza de carácter da Clarissa, disposta a tirar o desgraçado da sanita mas mantendo-o no palco. A aposta muda: visto que os 20 euros já estavam ganhos, o gajo já estava na sanita nu há meia hora, agora a aposta era se ele conseguiria não tocar na stripper em cima dele - todo nu - durante um bom bocado. Depois de exposto a várias posições onde aposto que com jeito até lhe deve ter visto as amígdalas e perdido 5 euros por cada toque na stripper - cagou no dinheiro, óbvio - e como isto tudo não bastava os amigos do tipo vão ao palco para lhe limpar o cu. Não entro em detalhes: Eu tive de prender as convulsões, o Januário virou as costas, eu tapei os ouvidos e assim, em 2013, em plena União Europeia, depois da invenção da fibra óptica e dos telemóveis pré-pagos, assisti ao momento mais escatológico da vida.
E diz o Pascoal: "A Kikas só faz coisas destas, mas esta nunca tinha visto."
Entretanto o Januário está em conversa com uma moldava. Estavam a falar das muitas coisas que tinham em comum, acho: locomovem-se na vertical, polegares oponíveis, vivem em Lisboa. A quantidade de pontos comuns levaram a miuda a perguntar-lhe se ele "queria ir ali fazer o amorzinho." Amorzinho. Assim se vê como os povos de Leste se adaptam rapidamente aos nossos costumes.
Dona Kikas volta ao palco. Quer saber se ainda há homens na sala ou se é tudo pixa-mole ou paneleiro. Desta vez vai oferecer uma garrafa de uisque a quem for ao palco, mas tem de ser homem macho. E aqui a dona Kikas revela-se um diamante em bruto; é dominatrix sem saber.
Agarra num emigrante que veio de Paris de França comemorar o aniversário com os amigos e encosta-o à parede:
- Ouve lá, és homem ou não és homem? - estou a ouvir-lhe a voz rouca, um misto de Amiga Olga com uma Teresa Guilherme das barracas normal.
- Sou.
- Então vais prali pro palco e vais mamar na banana de um amigo teu.
- .... - Acho que já vi pessoal com melhor cara num enterro.
- Mau! Vais-me dizer que não és homem que chegue pra mamar na banana do teu amigo?? És paneleiro??
- ....
E assim, graças à dissonância cognitiva, pudemos todos assistir a 2 homens adultos no palco, um a comer uma banana no meio das pernas do outro, a custo. Lição de vida: metam um gajo à prova e ele é capaz do acto mais rabeta só para provar que é homem.
Continua

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Odisseia IV

Saimos da cidade rumo ao Ribatejo.
Já tinha ouvido falar de um daqueles sítios perdidos para o meio dos arrabaldes e desta vez o amigo do Januário, o Pascoal, ia servir de cicerone. Pelo caminho, A8 acima, enquanto o carro ia aquecendo e absorvendo o cheiro dos hamburgueres, o Pascoal ia fazendo a introdução ao tema casas-de-meninas, enquanto contava do companheiro de poker que não veio e das meninas com quem trocava SMS's.
- Mas trocas sms's com ela?
- Sim ela gosta mesmo de mim, parece-me.
- Mas vêem-se cá fora?
- Sim, até vamos ao café.
Aquilo não batia muito certo, não se deve misturar prazer com negócios e muito menos com cafés mas o Pascoal seguia. Na relação e no caminho. Depois da auto-estrada, as secundárias, as primárias, os baldios, os casais, chegamos a uma vivenda com uma estátua neoclássica à porta, daquelas estilo, não sei bem, bidé, estatuária de bidé, não, estatuária de jardim, mas aquilo só serve para base de bidé, o carro entra no jardim e é um sortido de estátuas de bidé, o menino-aguadeiro, a venus-de-versalhes, o pastor, tudo a distrair-me da entrada. Casa da Kikas, era o sítio. A entrada era um misto de Horta2 com um matadouro, sem nexo e sem deixar adivinhar o interior.
Pista de dança enorme e vazia, só 2 ou 3 mulheres a dançar, 30 marmanjos e velhos encostados as paredes e ao balcão. Uma ou duas sentadas no balcão e um russa que apesar de parecer que está sentada no balcão, não está: tem mesmo quase 2 metros.
Primeiro estranhei o gosto especial por estarem todos os gajos aos magotes uns em cima dos outros, sem dançar e praticamente sem falar, mas depois percebeu-se o porquê. Num bar onde não tem de impressionar nenhuma mulher para facturar, um gajo não tem de se divertir: pode ficar a fazer o que lhe apetece, nada. Há um episódio do Luky Luke que fala disto, lembrei-me.
Entra a dona Kikas. Matrona do século XXI, vem de microfone colado à cara e é rápida a cumprimentar todos os homens: penso que primeiro nos apelidou de pixas-moles e depois de paneleiros. Ou foi ao contrário.
Abertas as hostilidades - e aqui quando digo hostilidades é no verdadeiro sentido do termo - começa por apresentar um strip. A audiência continua imóvel, se apresentassem o fim do mundo a reacção era igual. Vamos ao balcão pedir uma imperial. Não há. Só minis. Só se bebem minis. Do lado de lá do balcão, neons e uma fonte gigante com um menino-a-fazer-xixi - manneken pis é pra lisboetas -  com uma base de golfinhos e alguns anões de jardim pintados. No palco a Vanessa torce-se toda e ao varão com piruetas e com vontade. A Fabiana ia aprender umas coisas aqui.
Continua

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Odisseia III

Saímos estafados e com o cérebro a transbordar de informação desnecessária mas impossível de apagar. Depois de muitas estradas secundárias sem engano, chegamos ao Casal da Inveja.  "É mesmo o nome deste sítio?" - "deve ser, nunca reparei nisso.". O Pascoal é fodido, só quer saber de putas e deixa passar estas pérolas. O sítio é escondido como o anterior, mais pequeno e mais pacato. Pascoal já avisou que é o mais fraquinho, mas que tem pinta. Eu penso se isto é positivo ou negativo.
Seguranças, revista à porta, o costume.
O bar é pequeno e tem pouca gente. Velhos nos sofás, mulheres ao colo, uma stripper anóretica anda a dançar pelo bar fora. Sim, o bar tem pinta: para quem acabou de entrar num casal no meio de um descampado algures no Ribatejo e dá com neons lasers chão com espelhos tecto com espelhos varão balcões retro-iluminados tudo, sim tem pinta. Ao contrário do anterior, vê-se que aqui ainda houve um projecto. Claro que esta análise é uma perda de tempo vinda de um menino de Lisboa que é interrompido na análise do projecto de arquitectura do espaço por uma senhora que se mete ao lado dele no balcão. Topa que não lhe vou pagar nada e desaparece. Puta. Mas digo puta no sentido verdadeiro do termo e não como termo pejorativo. Rebolava-se em todas as direcções da sala e impressionava a fila de gajos ao balcão com o método mais elaborado que já vi para se sentar num banco de bar: mais ou menos como quem monta um cavalo. Como o bar era pequeno, fazia este circuito em contínuo, género 500 metros barreiras.
Apesar do espaço para dançar, só elas dançam. Como a música não passava não passava do carrinho de choque brasileiro e a cabeça ainda estava a assimilar a experiência do bar anterior, saímos. Ala.
Continua

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Odisseia II

3 da manhã. O caminho vai afunilando: da autoestrada passamos para a nacional, da nacional para as secundárias, os casais, casario isolado, tudo caminhos conhecidos do Pascoal.
Chegamos a uma quinta, muros altos, o parque de estacionamento privado cheio. Passamos o triciclo dos ciganos com um tipo a ressacar ao lado e fico de olho na carrinha dos hambergueres ainda vazia de gente. Ainda vai dar jeito, pensei.
Passamos a revista, a 3ª da noite, cartão de consumo e estamos no corredor. Do lado direito há uma varanda com lareira, vazia. Ninguém está à frente dela porque lá mais ao fundo está muito mais calor.
São 20 metros de balcão. O balcão ocupa mais espaço que o bar em si e isto não é por acaso: Para quê perder espaço para andar ou dançar quando isso é secundário? O balcão desproporcionado serve de palco para brasileiras com pouca roupa e de corpo desproporcionado - ou bem proporcionado, para brasileiras - abanarem o cu ao som de duplas sertanejas. Os homens estão todos colados aos balcões e nem uma orelha abanam ao ritmo da musica. Estão ocupados a olhar para as meninas. Não precisam de dançar nem de se divertir. Umas horas de cu-vision em 16:9 e é como uma ida a Sierra Nevada ou as Caraíbas. A miuda à minha frente, que  - não sei se era da perspectiva, mas parecia-me vítima de microcefalia - abanava 2 cus - é a taxa de conversão Brasil/Portugal, uma bunda são dois cus - a 10 cm da minha cara e tanta anatomia nem sei que escrever é como conhecer uma quarta dimensão quando se viveu sempre em 3 o espaço não espera isto a profundidade expressa pouco a largura não chega a altura nem vem ao caso vou buscar mais uma mini, uma mini são 2 euros porra. Passam umas russas, trocam de dupla sertaneja mas a batida é sempre igual, as brasileiras e as russas são todas igualmente louras distinguem-se pelo crescimento, as russas crescem sem ritmo por isso crescem mais na vertical e não precisam de lentes de contacto para terem olhos azuis e um par de mamas gigante, as brasileiras abanam muito desde pequenas e nunca vingam na vertical. As lentes de contacto não percebo como influenciam isto.
Pascoal o habitué habitual mete conversa com a Jocileine, mais uma que ele jura que até gosta dele e que é mesmo boa moça e vamos andando.
Continua

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Odisseia I

5 da manhã, debaixo do viaduto em 7 rios. O Pascoal já cumprimentou a dona da roulotte das pitas shoarma. Enquanto esperamos os pedidos, vamos enxotando os pombos que se debatem por uns restos de um hamburguer. Os carros vão chegando, nenhum com som mais alto que o Megane de porta abertas que vai debitando Funk do Rio. A letra, e aqui uso o singular propositadamente porque as letras de Funk são tão primárias que se podem escrever com uma letra só, apesar de extremamente simples, não me deixa pensar. É um bloqueador neuronal e quero pensar que perceber isto a esta hora é bom sinal. O Januário está cansado, não veio metade do caminho a dormir como eu. Quase fora do viaduto, o carro ainda está quente e a noite foi-se fazendo fresca.
Continua

domingo, fevereiro 17, 2013

Odisseia

Os posts seguintes passaram-se entre uma noite de Sábado e uma manhã de Domingo. Tudo o que for relatado é a verdade como aconteceu.

sábado, fevereiro 16, 2013

De ténis profundis rerum

Fui comprar uns ténis. Vou a um centro comercial para me despachar. Entro num centro comercial de 6 em 6 meses. Comprar ténis ao meu gosto é perceber que o meu gosto é parecido com o de adolescentes da amadora. Tenho de gramar com adolescentes da Amadora, Kuduro, acne, pessoal a dançar na loja, empregados saídos de um ginásio de Massamá que me tratam por Chefe yo mamen lá por curtir bué ténis de preto não quer dizer que seja teu amigo ya se bem na boa ya não, é com multibanco.

Adenda: Mais um redesign do PPC. 

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

O meteoro

Esta semana ainda, um ex-secretário de Estado manda um tipo das Finanças ir "tomar no cu". Sou só eu que acha que esta cena de tomar no cu é um bocado bichona? Francisco, é COMER NO CU. Se há vergonha em dizer as coisas como elas são, mais vale estar calado.

Adenda: ou apanhar. Também aparece no Houaiss.

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Já agora

Quem deve ser o próximo Papa?

A Arte

Tenho uma simpatia especial pela Joana Vasconcelos, começo por esclarecer. Não é nada pessoal, não faço ideia de quem ou como seja, simplesmente não aguento a vacuidade de tudo o que apresenta como arte. Ontem o Ressabiator abordou o tema de forma magistral, como é habito, e eu para variar assino por baixo tudo o que ele escreve mas como fica mal eu assinar uma coisa que não é minha, repito aqui o mesmo raciocínio mas com menos jeito e mais asneiras, uma versão abstardada de uma crítica com pés e cabeça:
Foda-se, pá. Aquilo não é Arte. Aquilo que a Joana faz são umas piadas visuais mais que previsíveis e superficiais e qualquer pessoa que siga qualquer blog de arte ou até de street-art encontra as ideias mais que exploradas e batidas que a moça explora replicadas - e é óbvio que não estou a falar de obras posteriores às dela - em todas as variantes possíveis. Sim, vamos forrar qualquer treta massiva e bruta com crochet? Há desde tanques a moto-serras, carros pneus machados martelos casas castelos bidons pandeiretas cabides cabrestos cabrões tudo. Vamos fazer um objecto do dia-a-dia com pequenos itens repetidos, como um sapato de salto alto de panelas? bora lá, há molas da roupa, carros, dados, bustos, candelabros - espera isso ela fez também - pandeiretas tabuletas porra tudo. Não, a moça não é genial. É só bem paga.

Perdoai-lhe

Deus dorme mas eu não. Na semana em que não tenho como me livrar do trabalho estupido que me parece sempre tirado de uma fábula de LaFontaine quando me sinto burro ou de um mito greco-galaico qualquer quando me vejo a empurrar um mesmo calhau montanha acima feito burro todos os dias para ver o calhau no mesmo sitio - mas com Helvetica em vez de Times New Roman - deus resolve expulsar o papa. Perguntei-me estes dias, enquanto almoçava no tasco recém adoptado a ver o telejornal, a falibilidade dos homens a ouvir deus. Ele ( aqui uso a caixa alta para se perceber que é do nazareno que falo ou de seu pai ou o espirito santo nunca percebi esta merda da trindade que são 3 mas é um e uno indivisivel e a virgem maria que é santa e virgem e a consubstanciação e não percebo mesmo por isso é que me fico pelas probabilidades 50/50 nada falha só posso ter alegrias ) disse-me pessoalmente que não queria que o homem se reformasse já. Lamentam a saída de um papa muito intelectual, no meio disto, surgem pessoas a dizer que o papa é um exemplo a seguir e eu fico ó mas a quê reformar-se aos 85? Isso não é deus que manda, é o Passos. Dêem-lhe tempo e espaço e o que entendemos por inferno - rinchoa, cacém, 5 km em volta - passa a ser o país inteiro. E deixo aqui o apelo que deus me deixou, a que o próximo papa não se fique pelo youtube, twitter ou facebook como este ficou. Deus quer que o próximo papa tenha Pinterest, uma conta de Vimeo, uma no Vine, um Fliboard, e que divulgue o que está na segunda conta de Facebook deste que saiu.
A password está num postit colado debaixo da Playboy do verão de 86.

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

300

Tenho 300 seguidores. São 0.12 seguidores por dia que angariei, neste Blog.
Ou tenho posts muito compridos, ou são complicados de ler, ou os seguidores são lerdos. Conseguir 0.12 da atenção de alguém num dia é muito pouco. É chegar aqui, ler o cabeçalho e não passar daí. É condensar Shakespear num "To be or









domingo, fevereiro 10, 2013

Finalmente



Ali ao fundo, pode ver-se um freak a fumar um canhão

Do Marquês do pombal até à feira da ladra pensei que era um pulo.  Mas isto era se não trocasse de rua a cada esquina,  seguindo o caminho em ziguezagues.  Da rotunda para a Gomes Freire,  a seguir os 2 chineses hiperactivos rua acima. Passo a casa do Vitorino Nemésio e volto para a rua do elefante branco. No campo dos mártires da pátria ainda pensei em ir fotografar as placas do Sousa Martins mas sigo para os lados do desterro, a ver o miradouro da graça ao fundo.
Fernando Seara escolhe indeciso nas várias edições de Fausto
Se te calasses fazias melhor figura, meu
Apanhei a almirante reis cheia de gente e a partir do Martim Moniz, subi em direcção à costa do castelo, para apanhar a rua até à Graça. Dali do miradouro vi o outro do bairro alto e reparei que do lado de lá ficam os freaks e o botellon e do lado da Graça fica a burguesia a esplanar de Retriever e Lacoste. Segui para a feira da ladra cima baixo cima baixo posso dizer que assim ao sol foi como quem lavrasse um campo,  dei uma volta ao panteão para dar sorte ao panteão e voltei a subir para o lado das portas do sol. Um pulo à Série para ver a diversão que uma família de espanhóis pode ter a acender velas e fui para o Chiado.
Vendem-se t-shirts do Sá Carneiro

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Tou cansado e não tenho tempo para nada. É isto.

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Interessa-me saber

Penso nisto e pergunto a quem tiver a resposta.
O design é um processo tão importante como eu penso que é na influência que tem sobre uma escolha entre várias opções? Pode-se substituir ali "design" por outra coisa qualquer, desde que seja algo feito com método e não apenas por mania ou gosto pessoal.
Há dias em que me pergunto se faz alguma diferença, porque tudo acaba por funcionar, mais ou menos bem, porque ninguém lê todos os níveis de uma mensagem: Os contabilistas só vêem números, os políticos só vêem votos, os empresários só vêem notas e os designers vêem tudo?

Teoria geral da entropia

Tome-se como exemplo a execução de uma tarefa conhecida num periodo de tempo determinado. Feita metade dessa tarefa, tomou-se já o tempo que lhe estava atribuído. A fim de compensar a demora, investe-se mais tempo para a acabar, retirando tempo ao disponível para descanso. Finda a tarefa, descobre-se que terá de ser repetida. Se a repetição de algo torna o resultado melhor e mais rápido, é preciso também ter em conta o cansaço. Surge então a chamada Curva de Progressão Fodida: Repetição da tarefa origina melhoramento e eficácia, retorno a uma mesma tarefa repetitiva e sem fim origina menos e menos horas de sono: a cada repetição da tarefa estaremos então a melhorar o modo e o método de execução mas subtraindo-lhe a vontade, a perspicácia ou a energia. Conclusão: Mais vale fazer tudo em 10 minutos e à primeira.

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Depois de um fim de semana sem parar, a perna que usei mais no surf não me deixa andar. É que a perna esquerda dá sempre mais passos que a esquerda: a cada passo da direita, a esquerda faz 2.1 passos.

sábado, fevereiro 02, 2013

Cowabunga

Assim como o ponto cruz está para o Mussolini, ou o coleccionismo de cromos da selecção da Belorussia para o Camus, está o Surf para mim.
No entanto, lá fui.
Surf e Prezado tornaramm-se incompatíveis ao longo do tempo e do espaço apenas porque ocupo um corpo que não me pertence. Na verdade sou um Ariano de 1,90m e com a energia de 2 cavalos com tracção à frente mas o corpo que deus me atribuiu é algo falível e não corresponde a esta vontade de galgar as vagas da Nazaré. O único canhão que tentei domar foi o da porta, depois de chegar a casa estafado à conta de tentar trepar ondas com uma prancha de chumbo com riscas cor-de-rosa vestindo um fato preto a envidenciar a pança ( e outras coisas, nem tudo pode ser mau ) e uma tshirt verde e amarela.
Fiz assim 4 ou 5 ondas antes de morrer na praia de câimbras nas pernas. Fica para lembrar a descoberta de que os fatos isotérmicos conservam o calor do corpo graças a propriedades metafísicas, essencialmente a sensação-de-figura-de-otário, que me impediu de sentir qualquer tipo de frio o tempo todo que durou a experiência. Portanto: próxima vez, só com doping.

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Higher Ground
As Catacumbas, ali para o Bairro, vão fechar. É o bar habitual mais antigo de todos. Já me apanhou em todo o género de episódios e em todas as fases desde a universidade até quando inaugurei o meu primeiro casino no Burkina Faso. A solo, com amigos, amigas, amores, colegas, grupos, desenhos em postais, poemas, concertos, Stevie Wonders, brainstormings, dixieland, brocas, Jazz, camones, clandestinos, anónimos e sempre uma super-bock.