sábado, novembro 29, 2014

Só para mudar de tema II ( antes de sair de casa )

Gostava de ter outro blog para escrever sobre Design. Infelizmente não tenho o arcaboiço para escrever a sério sobre nada sério como Design. Sobra-me o estado do país, os taxistas, a falta de imaginação alheia.

Caso escrevesse sobre design, podia deixar esta dica sobre agilidade escrita com pinta: O Design é só mais uma disciplina que tem de conviver com o processo de qualquer empresa diariamente. Resultado de um certo complexo freudiano dada a pouca importância que se lhe atribui neste país, há por vezes o risco de cair no excesso oposto. Como todas as outras disciplinas, o design também é um processo. Não se chega ao fim desse processo com uma iteração. É preciso errar, e só se reconhece o erro depois de uma solução ter tido uso. Não é o ideal e sabemos disso - não há tempo para muito mais - mas não se pode esperar ter uma solução à primeira. Ter essa esperança é que mata um trabalho bem feito.

Depois poderia escrever sobre clientes e dizer que sim, não é suposto nem ele nem o designer encontrarem a melhor solução à primeira e que esta é só um ponto de partida, para ser melhorada. Que seria como quem diz, não vale a pena pedirem 6 soluções para o mesmo problema quando o caminho certo só é encontrado propondo teses e testando-as sobre o processo a decorrer.

Eventualmente escreveria porreiro sobre design, como outros.

Só para mudar de tema

Como em todo o lado, se perguntarem, em Portugal não há racismo.
Hoje estava a fazer zapping e comecei a contar o número de comentadores, jornalistas, locutores, passei para deputados, ministros, depois publicitários, designers, até colegas de escola. Não-brancos contam-se pelos dedos das mãos.

sexta-feira, novembro 28, 2014

Sócrates, mais um dia

Portanto, 4 facções possíveis:
  • Acredito na justiça
  • Acredito na justiça mas não neste caso, porque claramente o processo é uma cabala direccionada contra o PS
  • Não acredito na justiça
  • Não quero saber e já sei que isto não vai dar em nada.
Para tirar isto a limpo, proponho uma experiência: juntem-se todos os casos ( e suspeitas ) de corrupção em todos os partidos nos últimos 12 anos e procure-se uma moda. Caso não se encontre um clara diferença entre partido algum, ( e até dava uns pontos de avanço ao bloco e ao PC, mas temos de ser imparciais )  calem-se.

quinta-feira, novembro 27, 2014

Porno para taxistas

é ler, minha gente.

O taxista também personifica o Portugal mais lúgubre e sombrio, o que rasa o medieval. Trabalha que se desunha entre biscates e part-times. Vive humildemente mas a miséria ocupa-lhe o pensamento. Como passa o tempo a conduzir sozinho, ocupa este pensamento num diálogo consigo mesmo, em que ciclicamente concorda com cada ideia peregrina que tem, refinando-a, como quem afia um lápis até o transformar num couto imprestável. Isto tem efeitos: No facebook, reclama como qualificações a "universidade da vida", a escola que mais o ensinou.
O Correio da Manhã, pronto a vender mais uns números e atento, vende pornografia: Sócrates é pintado como uma boa personagem de Gil Vicente, fidalgo, doutor da mula russa, corrupto, que se enche de vinho "de cara cepa" - aqui um taxista pensa em Papa Figos ou ATÉ melhor -  e comida com estrelas da Michelin. Só não se enche de putas porque acreditam a pés juntos que é maricas.
O CM entrega a narrativa perfeita para a catarse de um taxista que a lê a comer um prego na tasca dos Restauradores forrada a alumínio, ali ao lado do elevador. Fado cruel, - mas mais que justo - Sócrates acaba a comer uma carcaça com manteiga de pacote, numa cela sem água quente.
Genial.

Só falta o brinde do jornal ser um pinheiro especial para amarrar engenheiros e meter-lhes fogo.

quarta-feira, novembro 26, 2014

Já passou

Pronto, vou voltar a discutir o excesso de padarias vintage e hamburguers em bolo do caco. Já percebi o que é que o processo do Sócrates vai dar:
Nada.

Podem largar a televisão, se estão a pensar que alguma coisa vai mudar. O lado positivo disto é que as coisas boas de Portugal também não mudam, pronto.

terça-feira, novembro 25, 2014

Sócrates, dia 1

Como era esperado, há muitos pesos e muitas medidas. Os jornalistas atropelam-se para dizer muito sobre nada, muitas vezes. Outros acusam os jornalistas de serem sanguessugas que quebram o segredo de justiça. Surgem muitos pedidos particulares relativos à forma como lidar com Sócrates: uns pedem-lhe a cabeça numa bandeja, outros numa estaca. Alguns clamam por enforcamento no terreiro do paço. Alguns queixam-se que há um circo mediático. Outros dizem que não é mais do que o esperado, dada a situação. Pessoas clamam pela prisão numa cela pior. Outros dizem que não devia estar em nenhuma. Passos diz que os políticos não são todos iguais - e é verdade - provando que são todos iguais.
O povo é sereno, o caralho.

segunda-feira, novembro 24, 2014

Portugalaland

Um português adulto comporta-se desta forma: Da boca para fora, diz que todos os políticos são iguais. Mas calado espera pacientemente que um dia surja um Dom Sebastião, um Salazar, um Sócrates, qualquer um que tenha a qualidades que ele acha as ideiais ou, bem mais simples, para nem ter de pensar nestas qualidades ideais, que simplesmente diga o que ele quer ouvir.

Um caso de corrupção a este nível revela que afinal não há D. Sebastião, nem Salazar, nem Pai Natal, nem menino Jesus, de uma vez. O que deixa este espaço ocupado por mitos pronto a ser ocupado por algo que ainda não vimos.

Talvez o português perceba agora que não pode esperar por salvadores. E que o caminho é trabalhar com o que tem. Pessoas.


Já comecei um post sobre isto do Sócrates

Não consigo rematar nada porque é muita coisa ao mesmo tempo. Tentei abordagens diferentes: já comecei a abordagem com o Pai Natal. Já escrevi sobre milagres. Já apaguei tudo 3 vezes. Não tenho paciência para escrever sobre isto, é demasiado sério.

domingo, novembro 23, 2014

São todos iguais

Agora quero ver como é que descalçam a bota.

quinta-feira, novembro 20, 2014

Soa-me tudo ao mesmo II

A mamã quer ser mulher
O papá toma aspirina
O banzé que o gato fez
Na cabeça da menina

Tira o chapéu à entrada
O menino bate o pé
O tio Zé faz papada
chinelo na tromba, bebé

Pedante comercial
musica de fachada
Não fica no ouvido
Quando não rima.

Falo à grande
a fala de patrão
frases perfeitas
feitas de raspão


Nota: Não posso perder mais tempo útil da minha vida com albuns deste gajo: são sempre cantados com falta de ar e as letras têm sempre a mesma construção, que é uma entremeada de frase banal com frase de subentendido com a frase banal sempre com um jogo de palavras, paranomásias, aliterações e assonâncias. E quem ouvir Fachada confirme isto, que é óbvio.


quarta-feira, novembro 19, 2014

Ouvi B Fachada e lembrei-me I


Estou a pensar sei lá
Perdi a cabeça vá
Tomei a parte pelo todo
Vi tudo passar, tá

Comi presunto por bom
Cantei fora de tom
Tomei a parte pelo todo
Não percebo de som

Pequei na guitarra pequei
Quando pediram larguei
Tomei a parte pelo todo
Devia ser contra a lei

Fui à feira de chinelos
Comi sopa de Alfornelos
Tomei a parte pelo todo
Nunca fiz versos tão belos
Mas a minha mãe diz que não.

terça-feira, novembro 18, 2014

Não, isto não muda nada.

A coisa mais medieval que vejo na televisão neste momento são aqueles planos de pessoas de boca aberta que entremeiam todas as actuações naqueles programas tipo chuva de estrelas e afins ( sim, referência com 20 anos, eu sei ). São a actualização da gargalhada enlatada, mas para todas as situações possíveis.

António Zambujo, B Fachada, Luisa Sobral:

Expliquem-me como é que a voz de corneta passou a ser bem vista? Parece que estão sempre com uma insuficiência polmunar.

segunda-feira, novembro 17, 2014

Comissão de inquérito

Tomando como referência todas as comissões de inquérito e a sua função primordial de encontrar culpados mas dissipar a culpa até que não se possa atribui-la a ninguém, ver que a comissão de inquérito para o BES vai ser a maior de sempre e que já prevêem que vai demorar meses em trabalho, já estou a ver a quantidade de conclusões a que vão chegar.


Corrupção, the drug of a nation.

sábado, novembro 15, 2014

O Natal é assim, diz a Worten

A Worten lançou o seu anúncio de Natal. Habituada a vender tablets, telemóveis e máquinas fotográficas de todos os feitios a toda a gente, este ano deve ter tido uma surpresa enorme quando o pessoal do marketing descobriu que o seu público deixou de ser toda a gente e tinha passado a ser a marca de eleição dentro de um fenómeno fruto das políticas do governo: A fuga de cérebros.




A Worten sabe que o Natal é sobre ligar as pessoas e torná-las mais próximas, como a nokia. E este ano resolveu fazê-lo ligando um família a que vou chamar de Família Vasconcelos de Sá. Cientes do novo target, - gostava de ver os estudos de mercado que indicaram isto, a sério - escolheram uma família perfeita(mente) queque. O piano delicodoce que me começa a encher um bocado a paciência acompanha o filme do princípio ao fim porque sem ele a realidade das imagens ia mostrar uma felicidade absoluta, sem espaço para a saudade, para a distância. A criança feliz brinca com a mãe numa casa de revista que podia ser nas Avenidas Novas de Lisboa ou em Cascais, mas não: Há lá pelo meio um plano com neve imaculada lá fora. Só pode ser um país mais a norte. O marido está no trabalho ( só pode ser engenheiro, com uma casa destas no norte da Europa ou da América ). Depois vamos descobrindo os seus pais, que ficaram para trás. Não sei se sentem que ficaram para trás. Mas não conseguimos descobrir onde ficaram.  Nada parece Portugal. A avó Vasconcelos de Sá lembra a neta enquanto toca piano, o avô Vasconcelos montou a árvore de Natal na sala com a janela panoramica a dar para o mar e para a piscina. "Está imenso frio aqui", diz a filha, lá no norte, enquanto os pais se banham na piscina. Aqui finalmente percebi que não estão em Portugal. Isto é quente mas não é o Rio de Janeiro. Pela arquitectura, diria que estão em Malibu. Ou então isto é só uma história de saudade dentro uma família rica, mas não o suficiente para ajudar a filha a não ter de emigrar, contada em Agosto.

quinta-feira, novembro 13, 2014

Legionella Andrade

Neste país de bimbos, a linha da frente é ocupada pelos bimbos dos jornalistas. O jornalismo português está muito longe do jornalismo sensacionalista de outros países mas não deixa de ter muito podre. Engana. Como é educado e calmo, como o povinho, habituado a essa conversa dos brandos costumes, passa por baixo do radar. A Legionella foi o orgasmo do ébola que não veio. Semanas de tensão e nem um emigrante sequer com ébola. Nem médicos. Nem enfermeiros. Nada. A Legionella veio acabar este coito interrompido e foi ver jornlistas a fazer os directos de Vila Franca, ground zero da emergência, o tom de alívio, finalmente uma coisa com escala, o garbo de saber que é a maior crise de Legionella em anos, vamos ter entrada na wikipedia, vamos ser um caso de estudo. Somos uns bimbos.

* Tinha de fazer aquele título.

terça-feira, novembro 11, 2014

O chão é que é torto

Pensei, preciso de uma rede na chaminé, está sempre a cair lixo cá em baixo. Pensei, vou fazer a solução mais simples possível e que cause o mínimo de estrago. Loja do chinês, pack de filtro do fogão com quadrados de fita cola dupla incluida. Chego a casa, fogão para o lado, cadeira para chegar lá acima, colo a fita cola na chaminé, colo a rede à fita cola. Chego a casa passado 8 horas. Rede está no chão, quadrados de fita cola não pegam. Fogão para lado, cadeira para chegar lá acima, colo fita cola normal em quantidade na chaminé, colo a rede à fita cola. Chego a casa passado 8 horas. Rede está no chão,  fita cola em quantidade não pega. Loja do chinês, imans de frigorifico para colar à parede e poder retirar a rede a qualquer altura. Chego a casa, desmonto os imans, fogão para o lado, cadeira para chegar lá acima, pistola de cola, colo os imans à chaminé, pego na rede e nos outros imans e os imans são fracos. Caiu um ao chão. Foi para debaixo da bancada da cozinha. Desço da cadeira, desmonto mais um iman na sala. Subo a cadeira, pego na rede e nos outros imans e os imans são fracos. Caiu outro ao chão. Foi para debaixo da bancada da cozinha. Desço da cadeira, desmonto mais um iman na sala. Subo a cadeira, pego na rede e nos imans que restam e os imans são fracos. Desço da cadeira, pego na pistola de cola, colo a rede nos imans porque não estou para os descolar. Depois meto cola a ferver num dedo, sem barafustar porque estou preso dentro da chaminé. Colo a rede ao iman.

Moral da história: Mais valia ter ficado no sofá.

domingo, novembro 09, 2014

As testemunhas de Jeová são como os taxistas


Abri a porta por engano e aparece uma velhinha muito simpática que me pergunta quem controla o mundo.
Apesar de saber onde isto ia dar, não consegui dizer que não estava interessado, porque estava interessado em responder. Apliquei o modelo de conversa que aplico aos taxistas. Instalo a dúvida, colho conclusões.
- Ah, ninguém. É auto-regulado ( aqui ainda não tinha visto o folheto ).
- Acha mesmo?
- Claro. Tudo o que acontece é mesmo assim.
- Acha que Deus não teve o objectivo de fazer um mundo perfeito para vivermos?
- Bom, o mundo não é bem perfeito para viver. Ou então andamos a construir casas demasiado a norte, olhe o frio que faz.  Não deviamos precisar de tanta roupa.
- Mas como é que acha que tudo acontece como devia acontecer? Há pessoas mesmo más.
- Nah, isso somos todos.
- Não acredita em Deus?
- Como as outras pessoas, só quando estou mesmo à rasca.
- Não acha que há uma ordem em que as coisas são feitas? sem ser física, química... ( vê-se logo que a doutrina é feita por americanos, qual é o tuga que fala de física para questionar Deus? Um tuga sabe que Deus não existe porque nunca ganhou o totoloto ou porque o Benfica não ganhou a semana passada )
- Tem dias.
- Sabe, quem manda no mundo é Satanás.
- Ah.

Conclusões deste tempo recorde que passei com uma testemunha de Jeová: Estão a ficar melhores, dantes eu abria a porta e começavam a debitar sem parar até eu conseguir apanhar-lhes uma pausa para respirar para os conseguir interromper. Ao contrário dos taxistas, estes não têm dúvidas em nada. Um taxista ainda se questiona porque respeita as hierarquias: Pessoas de fato, Pessoas que sabem de bola como eles, Pessoas que dizem coisas mais estranhas que eles.

quinta-feira, novembro 06, 2014

Ideia grátis

Vendam uns frascos de shampoo a um décimo do preço só com um resto no fundo  e um autocolante "adicione água antes de usar.". Isto dura pelo menos uma semana.

Daqui à noite

A esta hora, a Morais Soares só tem putos de capuz, gente a ir à farmácia à procura de creme para o pé de atleta e taxistas a caminho da padaria.
Tropecei num taxista a sair da padaria. A cabeça caiu-me pela calçada abaixo e só a apanhei à boca do metro de arroios, entrada nascente, depois de uma corrida meio atabalhoada onde perdi o pé esquerdo. Recompus-me apenas para descobrir o estado em que tinha ficado o meu pé. Atleta? Capuz.



Disclaimer:

quarta-feira, novembro 05, 2014

Fico sempre na dúvida





A casa dos segredos ajuda a mudar mentalidades ou não? É que esta miuda é, para todos os efeitos, uma libertária.


 

segunda-feira, novembro 03, 2014

O mais perverso

O que é mais lixado neste mundo onde passamos o tempo a reclamar, é que no fundo ele nunca foi tão bom como é agora.

O escritório politicamente correcto

Num escritório onde o inglês é obrigatorio todos os dias mas onde ainda há muitos portugueses, observo este fenómeno que não posso dizer que seja negativo mas que revela como é complicado ser emigrante, por exemplo.

Um tipo entra de manhã e diz em português:
- bem, ontem estava em casa à noite, tipo às 10, e os vizinhos de baixo estavam a comer-se. Quando chega a hora, o gajo solta um urro que parecia um urso. O prédio todo deve ter ouvido aquilo. Vou olhar a vizinha com outros olhos, agora.

O mesmo tipo diz em inglês:
- 'morning people. How was the weekend?

domingo, novembro 02, 2014

Sobre os piropos

Vi por aí muita reacção ao tal video dos piropos. Achei importante revelar que há solução e que há muito piropo decente. Os do vídeo eram piropos de trolha, quase todos. Cá ouvem-se perto de andaimes, ou vindos de camiões de mudanças.
Declamam-se assim ao longe ou em andamento porque um piropo, independentemente do nível formal, funciona como um boomerangue, atira-se para longe e a) leva-se com ele na tromba b) funciona. A distância é importante no caso dos de trolha porque 99% das vezes devem levar com ele na tromba ( estou a dar 1% de margem embora não acredite que seja possível ). O piropo de trolha é basicamente algo entre uma actividade desportiva ao ar livre e uma forma de performance artística. Não serve para nada senão passar tempo.
Como uma boa quantidade de problemas que a sociedade tem por resolver, o problema dos piropos resolve-se com educação. Não a educação entendida como vinda da "má-educação", mas a educação no geral. Escolas. Licenciaturas. Mestrados. Doutoramentos. Claro que estas coisas não resolvem nada no mundo - não há nada que por si só resolva alguma coisa no mundo, isso parte de todos individualmente - mas obrigam os labregos a deixar os os piropos de trolha face à concorrência crescente e a desenvolver piropos refinados - quando um piropo é refinado, educado, passa a chamar-se sedução - deixando eventualmente de ser labregos e isto tem a vantagem de, como efeito secundário, resolver todos os outros problemas da sociedade, nomeadamente civismo, corrupção, Marinhos Pintos ( o gajo tem cara de quem manda uns piropos daqueles tipo "pijama de cuspo" ), o Colombo cheio de gente ao domingo, a taxa de abstenção nas eleições, o Marinho Pinto ser eleito, ninguém ir preso por inside trading no BES. Quanto a acabar com os piropos com campanhas de sensibilização, esqueçam. É uma perda de tempo. Estão a tentar sensibilizar primatas. Como é que acham que o pessoal da casa dos segredos se reproduz? a declamar Keats?