sexta-feira, dezembro 26, 2014

A Cláudia

A Cláudia é a inteligencia artificial das empresas, diz o anúncio. A Cláudia é uma referência visual ao Tron, um filme de culto que ninguém gosta senão pelo facto dos actores usarem fatos neon futuristas. O problema da Cláudia é que a meteram num fato desses, o que à partida é uma boa premissa porque de facto uma miuda fica bem dentro daqueles fatos. Mas a tentativa de usar o modelo clássico de publicidade para empresas ( falta de ideia + gaja boa ) saiu-lhes ao lado. Conseguiram fazê-la tão sexy como um agrafador, um quadrado com pernas, um ser monodimensional, matando a premissa para sempre.

É natal lá longe

Os pobres que só conhecem o Natal de Lisboa não sabem o que perdem:

Ter Natal na terra dos ancestrais implica visitar 200 primos, beber pinga caseira em todo o lado, jogar snooker no café da terra, com uma mesa já toda quinada, comer filhoses, comer peru, discutir sobre o peru, comer vitela e discutir qual é o peso ideal para matar uma vitela, o que a vitela comeu em vida, comer galo e discutir de onde veio  o galo e quem o matou, beber vinho carrascão, beber água-pé, comer filhoses, brincar com 5 primos novos todos os anos, descobrir novos primos velhos também, apreciar lareiras, apreciar caldeiras a gás, apreciar caldeiras a lenha, apreciar salamandras, apreciar qualidades de lenha, carvão e briquetes e discutir o assunto durante horas, discutir estradas, caminhos e atalhos e a forma como chegar do ponto A ao B nos dias presentes e em tempos já idos, discutir o frio, quantificá-lo e comer filhoses.

segunda-feira, dezembro 22, 2014

Verdade absoluta VII

Não invistam só em cultura pop. Conhecer meia dúzia de clássicos ajuda bastante. Refiram Joyce num post e parece logo que querem dizer mais do que pensaram.

Tosta mista, tempo padrão

Teorias várias tentam explicar o porquê deste fenómeno: vão a uma esplanada/café da moda e vão ter de esperar meia hora por uma tosta mista. "A Máquina demora a aquecer", dizem.
Hoje fui de propósito pedir uma tosta mista a uma pastelaria normal, com a certeza que não ia demorar meia hora. Confirmo: 15 minutos. Este é o tempo que uma tosta deve levar a ser feita.

quarta-feira, dezembro 17, 2014

Como gerir uma empresa tuga III

Crie castas.
Mostre preferência em relação a alguns empregados aleatoriamente. Dê alguma rotatividade às castas, só para somar à incerteza. Empregados tratados como iguais levam ao nacional-porreirismo e à preguiça.

Como gerir uma empresa tuga II

Fomente a incerteza.
Mude de humor rapidamente e sem aviso. Troque o lugar de alguém sem dizer porquê. Evite a transparência.Empregados com rotinas ganham conforto, levando ao nacional-porreirismo e à preguiça.

Como gerir uma empresa tuga I

Governe pelo medo.
Um ambiente saudável cria conforto, levando ao nacional-porreirismo e à preguiça. De tempos a tempos, de preferência pelo Natal ou antes das férias de Verão, faça um discurso semi-calamitoso que faça os alicerces da vida de todos os empregados tremer.

segunda-feira, dezembro 15, 2014

A prova que estou velho

O Spotify passa um anuncio em que refere que de Bragança a Lisboa são 5 horas de musica.
Quem ouviu Xutos sabe que são 9 horas de distância e faria logo a piada. Mas não. Nem uma referência. Nada. É a versão online de ter as miudas na fila dos bilhetes a dizer "cuidado com o senhor.".

quinta-feira, dezembro 11, 2014

Ninguém os avisa?

O pessoal do Gato Fedorento deve ser o mais jovem grupo de reformados em Portugal. Deixaram-se de macacadas, escrevem nuns jornais, e fazem uns anúncios a telemóveis que me pergunto se alguém lhes acha piada. Estou a vê-los a ter de voltar à Sic Radical a fazer uns sketches low-budget, depois de um dia destes um puto qualquer perguntar de onde apareceram os tipos do anúncio dos telemóveis e se algum dia fizeram outra coisa, uma coisa com piada.

Este Natal vai ser diferente

Este ano em vez de enviar cartões de boas festa e gastar dinheiro em prendas, vou mandar bardamerda todas as multinacionais, empresas, cooperativas, grupos, grupelhos, associações, iniciativas, pessoas, humanos, macacos, bastardos e bipedes em geral que ciclicamente reivindicam esta frase plena de originalidade para convencer que não estão a ser forretas, tentando demonstrar que estão a fazer algo extraordinário quando na verdade estão a poupar dinheiro. Não me fodam. Não querem dar nada não dêem.
Querem dar? Dêem mas cortem no miserabilismo.
Essa conversa foi moda em 2001.

quinta-feira, dezembro 04, 2014

O circo continua, cada vez com mais números, especialmente palhaços. Acho que não se pode esperar diferente vindo de portugueses. Às vezes acho que isto passa por nos vermos comos atlântico e não como latinos, devemos achar que somos muito diferentes dos italianos ou dos espanhois. Tudo é um fado, tudo é sempre dramático. Objectividade é que não, isso não funciona.