terça-feira, novembro 17, 2015

Depois de Paris

Por acaso esta semana ainda não ouvi muita gente dizer que começou a 3ª guerra mundial.
O que é bom, porque já ouço essa conversa desde os anos 80 e já enjoa.

https://www.youtube.com/embed/1pkVLqSaahk

sexta-feira, novembro 13, 2015

Uma semana de instabilidade

Graças ao youtube (finalmente a net é usada para mais do que ver gatinhos), toda a gente pode ver os videos que mostram o que qualquer taxista vos dirá: os políticos são todos iguais. É claro que é preciso voltar até 2011 e isso é olhar para trás, o que não ajuda senão a descobrir a pólvora. Também não ajudam as contas que tenho visto, com variáveis como "73% das pessoas das pessoas não votaram no PS por isso devem estar de acordo com o PNR", "metade das pessoas que votaram no PS não o querem no poder e eu sei que isso é verdade" ou "eu não votei neles, por isso não devem ir para lá", que só servem para atirar areia aos olhos.
Portanto: Para a semana vou viajar, adivinhe-se o quanto estou preocupado com isto.

Novidades importantes: Saí do fim da cadeia alimentar, profissionalmente falando. Traduzo: Subi um passo numa hierarquia, o primeiro. Como é que isto interfere no espirito de um anarco-sindicalista de apartamento é algo que se vai ver.

quinta-feira, novembro 12, 2015

Lá no bairro


Moro num bairro um pouco gentrificado, rodeado de bairros mais antigos e cheios de movimento. Faço a vida aqui à volta. Nos cafés, restaurantes e táxis apanho com um discurso que é próprio de uma democracia jovem como a nossa: uma ideia ingénua da política como um instrumento abstracto que não se sabe bem como opera. É mal vista, até ( lembro-me de em casa me dizerem que "dantes não se falava de política" ).
Se as políticas deviam ter a eficácia de um bisturi, no balcão da pastelaria ele parece que é usado na ponta de uma vara de bambu. Dizem que votam no Portas mas abortos, cada um sabe de si. Acham que o Passos fez o que tinha a fazer, mas o Jerónimo de Sousa diz coisas que sao muito certas. Sindicalistas nem morto, mas tirarem-me a pensão nem pensar.
Talvez este ambiente de tensão dos ultimos dias sirva para perceber melhor que na política há causa e efeito.

quarta-feira, novembro 11, 2015

A ingenuidade

O assassinato de carácter de António Costa cresce, nas redes sociais. Encontram-se réplicas similares vindas do outro lado da bancada, revelando que Passos não é melhor. O mesmo para Portas. O mesmo para os artistas do costume.
Passando ao lado disto tudo, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Para quê procurar pés de barro quando já se sabe o problema? São comunas! As fotomontagens com imagens da Coreia do norte bastam.
Dica: Guardem as criancinhas.

Drama de faca e alguidar

Depois de ter ouvido as reacções aos acontecimentos de ontem - o governo caiu, o que nao me aquece nem arrefece (bom, aquece um pouco) - reparei num certo tom familiar.
Vi alguém que prezo intelectualmente a partilhar no facebook - esta revolução já nem passou pelo Gill Scott-Heron -  uma bandeira negra legendada "Portugal está de luto".
"Burra, só pode ser burra", pensei logo.
Depois lembrei-me que fiz o mesmo - mas em bom, porque fui para o photoshop um bocado e não meti filtros manhosos naquilo, aquilo ficou mesmo porreiro - quando Passos Coelho e Paulo Portas formaram governo.
Como não acredito em superioridade moral - tirando a minha, para quando passo os vermelhos de bicicleta ou não peço facturas - deixei passar. Somos assim, fatalistas.

Depois ainda vi aquelas comparações com a Coreia do Norte, o PREC, o perigo vermelho, as hilariantes manifs de direita, que merecem um post exclusivo e longo, etc etc. Também somos assim, burros.

terça-feira, novembro 10, 2015

A questão é esta

Acreditar que um político vos vai melhorar a vida é como acreditar no Pai Natal.
Mas lá que isto vão ser tempos animados, vão.

P.S. O truque é manter as expectativas baixas. Por exemplo, hoje tenho uma caneta nova. E assim já tenho o dia ganho.

A alienação


Esta conversa dos telemóveis como elementos do mal já enjoa. Uso telemóvel compulsivamente. Mas isso não é de hoje e não interessa o nível da tecnologia.
Quando me ofereceram um Spectrum, há umas décadas, lembro-me como se fosse hoje o meu pai dizer-me em jeito de aviso - aquele investimento numa treta tão cara tinha de valer a pena -  "Quero ver que interesse tens nisso. Ainda vai ficar arrumado num canto".
Antes fosse.

segunda-feira, novembro 09, 2015

Sobre política, o fim de semana e o futuro

Foi com satisfação que ouvi Lipovetsky no fim de semana, no Porto.
Descobri-me Lipoteskiano no meu optimismo caótico anti-new age espiritual de origem sindicalista quando pude confirmar que o mundo tem uma solução em que todos podemos participar.
É também com optimismo que vejo debates aguerridos entre deputados de esquerda e saudosistas pré-muro de Berlim, a fazerem-me lembrar as múmias de extrema direita americana que sempre que têm de fazer uma comparação, usam a alemanha nazi ou e o cliché pseudo-iluminado "a história é um pendulo".
A história não existe, é uma construção e só lembra o que interessa.
Se estão preocupados com o governo de esquerda, esqueçam lá isso. Políticos já só nos podem dar alegrias.

terça-feira, novembro 03, 2015

Por onde começar?

Um ministro - não mais que um taberneiro ou um taxista, é certo - diz que Deus nem sempre é amigo. Ora, eu conheço Deus. Deus é sempre amigo. Deus é especialmente amigo quando ajuda a verificar PDM's e a corrigir - grátis - o planeamento urbano de Albufeira.
Calvão da Silva, retirado vivo do díluvio original e posto no governo, veio lembrar-me o tempo em que seguia religiosamente a actualidade política, nomeadamente os bons tempos da indecisão de Guterres e do épico Santana Lopes. Calvão da Silva traz também para Portugal aquele absurdo candido e pacóvio que me motiva a seguir a política americana, onde não há pejo em dizer o que vai na alma, por pior que soe.
E isso é mau sinal. Pensava que já eramos melhores que os americanos há muito tempo.