quinta-feira, outubro 22, 2009

Do nazareno

Chateia-me esta conversa à volta do Saramago: é que se por um lado o velho é repetitivo e só diz baboseira, por outro é o dos poucos ateus militantes a quem é dado tempo de antena.
Tenho é a ideia que o tipo de argumentação [ bíblia = livro que ensina o mal ] é simplesmente parvoice - sendo que eu nunca a li de fio a pavio e pode ser que lá pelo meio possa ser um anarchist cookbook com tácticas de guerrilha contra centuriões ocupadores - quando tenho a ideia que a bíblia até peca por falta de objectividade em matéria de vinganças, castigos e penalidades ( não me ensina como aplicar uma praga de gafanhotos a quem não me paga a tempo, por exemplo ) . Não ensina o mal, porque ensina MAL. Imagino cada caloteiro a acordar com gafanhotos a entrar nas orelhas ou viver nas trevas 3 dias. Como cobrador do fraque, o Nazareno seria o empregado do mês ad eternum.
Fico com a ideia que o Velho não quer dizer nada de importante contra as crenças religiosas de ninguém, mas apenas vender mais uns livros.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu acredito em Copérnico, Galileu Galilei, Charles Darwin, Kepler, Einstein, Carl Sagan e, obviamente, em Saramago (em parte). Todos eles (e muitos outros) provaram como a Bíblia estava errada: É claro que o Universo e o Homem não foram feitos em 6 dias, a terra não é o centro do Universo e o Homem (e a mulher) não tiveram origem em Adão e Eva, isto só para começar uma qualquer abordagem. Depois, mais adiante, no livro mais lido do mundo, várias vezes se refere à mulher como sendo inferior ao homem (dada até a sua origem e razão porque foi criada). Mais adiante, também se dão conselhos de como tratar um escravo???
É claro que toda a gente com alguma formação científica (pouca) até sabe que a Bíblia está errada, mas daí a escrevê-lo e afrontar de uma vez só o livro que serve de referência a várias grandes religiões do mundo, é preciso ter coragem!
Porém, não concordo com Saramago quando ele nega a existência de Deus, um Ente Supremo que justifica a existência do universo, de nós próprios e até de outras civilizações que muito provavelmente existiram, existem e hão-de existir no futuro. Aí Saramago está errado, embora a religião cristã (e outras) não esteja na posse de toda a sabedoria. As religiões procuram dar uma explicação para o mistério da nossa existência e são o resultado da reflexão de milhões e milhões de seres humanos ao longo de milhares de anos. A religião, tal como a política, serve frequentemente para exercer o poder e atingir previlégios à custa dos mais fracos.

Zé da Burra o Alentejano