quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Odisseia III

Saímos estafados e com o cérebro a transbordar de informação desnecessária mas impossível de apagar. Depois de muitas estradas secundárias sem engano, chegamos ao Casal da Inveja.  "É mesmo o nome deste sítio?" - "deve ser, nunca reparei nisso.". O Pascoal é fodido, só quer saber de putas e deixa passar estas pérolas. O sítio é escondido como o anterior, mais pequeno e mais pacato. Pascoal já avisou que é o mais fraquinho, mas que tem pinta. Eu penso se isto é positivo ou negativo.
Seguranças, revista à porta, o costume.
O bar é pequeno e tem pouca gente. Velhos nos sofás, mulheres ao colo, uma stripper anóretica anda a dançar pelo bar fora. Sim, o bar tem pinta: para quem acabou de entrar num casal no meio de um descampado algures no Ribatejo e dá com neons lasers chão com espelhos tecto com espelhos varão balcões retro-iluminados tudo, sim tem pinta. Ao contrário do anterior, vê-se que aqui ainda houve um projecto. Claro que esta análise é uma perda de tempo vinda de um menino de Lisboa que é interrompido na análise do projecto de arquitectura do espaço por uma senhora que se mete ao lado dele no balcão. Topa que não lhe vou pagar nada e desaparece. Puta. Mas digo puta no sentido verdadeiro do termo e não como termo pejorativo. Rebolava-se em todas as direcções da sala e impressionava a fila de gajos ao balcão com o método mais elaborado que já vi para se sentar num banco de bar: mais ou menos como quem monta um cavalo. Como o bar era pequeno, fazia este circuito em contínuo, género 500 metros barreiras.
Apesar do espaço para dançar, só elas dançam. Como a música não passava não passava do carrinho de choque brasileiro e a cabeça ainda estava a assimilar a experiência do bar anterior, saímos. Ala.
Continua

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