quinta-feira, abril 04, 2013

Punhos de queijo


Spot - Punho de Queijo from Ren Stimpy on Vimeo.
Esta história do Miguel, do Relvas e desta promoção do empreendedorismo como solução final para o extermínio dos desempregados não me tira o sono, cada vez mais percebo que este tipo de gente sempre cá andou e sempre vai andar. Sigam. Mas, anda um tipo a estudar anos, a trabalhar mais uns quantos, altos e baixos, baixos e altos, aprende, desaprende, especializa-se, aprende mais, dá horas e horas e horas à casa e aparecem estes artistas - eu é que devia ter ido para belas artes, tinha-me divertido mais e no fim ainda me ria disto, nunca ia estudar nada que servisse para este pessoal, só querem gestores, provavelmente - a deitar por terra o trabalho de anos a fio. Não o meu trabalho profissional, tangível, o que faço, o que (mal) me paga as contas. Esse segue. Digo o trabalho que tenho, paralelo a esse, de todos os dias ter de provar que há um método, há uma razão e que se calhar já somos ( designers, óbvio. Levo isto a peito porque trabalhamos um campo comum ) multifacetados demais. "Bater punho"? Não, pá. Soundbyte manhoso, tão chispalhada com coentros que nem vou pegar nisso -  Há espaço para tudo, mas para opiniões gratuitas, generalistas e fraquinhas sobre o trabalho dos outros, já nos bastam os empresários habituais. Se é esta a modernidade, fico-me pelo que já conheço, bacano. Métodos datados, má gestão, preconceitos, má fé, essas tretas que fazem perder tempo e dinheiro a todos.
Desvirtuar o trabalho que não é espalhafatoso é baixo, pá. 
É incrível, mas há gente que gosta de trabalhar no que gosta e não ache que trabalhar seja uma actividade circense.  
Sim, sejamos optimistas.
Não, não vamos baixar os braços.
Mas para isso tenho de abdicar de ter sentido crítico e do cérebro? Pá, não duvido que essa conversa dê frutos ( só para uns quantos, claro, é por isso que funciona ), mas não funciona com quem consegue perceber como é um vacuo absoluto. 

Sempre que ouço gajos destes a falar, visualizo o ar dentro do cano de um canhão. É ar na mesma.

E a política, finalmente, porque isto do trabalho a sério nunca meter política, cheira-me sempre a esturro, pessoal que não mete política no trabalho leio sempre como pessoal-que-não-mete-horarios-regalias-direitos-greves e afins no trabalho.
Eu sei que é de posts destes que vive o Miguel. Com este post, mais 2 ou 3 pessoas ouvirão falar dele e há mais 2 ou 3 hipoteses do seu nome vir à baila numa conversa, top of mind como ele diria, e ser chamado para fazer qualquer coisa, gratuitamente, como ele exibe.
Felizmente ainda há outros valores que não o marketing. Fiquem lá com a bicicleta, pá. Fixed gear.

3 comentários:

Izzie disse...

Palmas. De pé.

Prezado disse...

Cheers, Izzie

calhou calhar disse...

"Chega-le", Prezado!
(oops, pus aspas :p)