quarta-feira, outubro 23, 2013

Tenho um desafio

O design tem de ser um desafio. Há anos nisto e só descobri há dias.
Dois cenários, primeiro o habitual:
Prezado desenha algo a pensar que deve ser entendido e lido correctamente, de forma natural e intuitiva. Espera que o que apresenta como solução passe como que despercebido, sem atrito, que simplesmente seja apreendido com uma fluidez natural, ergonomia visual em acção. Espero feedback e há sempre falhas. Alguém nota sempre qualquer coisa. Alguém tem sempre uma dica, até.
Cenário dois:
Prezado está a pensar numa folha de papel gigante onde vai gatafunhando todos os eventos que se lembra, ligando meio à bruta a informação que depois vai incorporar num layout posterior, seguindo regras, convenções e soluções gráficas pré-concebidas, com a máxima acuidade possível, de maneira a que toda a gente entenda o pretendido. Alguém olha para a folha. Adianto "não ligues. Isto é só um esquema para saber tudo o que entra no layout. Não vais perceber nada.". Não espero feedback. Mas tenho-o: "Tás a dizer que não consigo ler isso? deves achar.".
Proponho então este novo método. Bauhaus com os porcos Gestalt é boa prós cágados, passo a apresentar layouts à-chico-esperto-de-Alfama:

- Já acabaste o layout?
- Já. Nem te conto. Este é mesmo lixado.
- Mostra lá isso.
- Quero ver se percebes este, tenta lá.
- ... Espera... Acho que estou a chegar lá.
- Dúvido.
- Juro. Isto aqui não é um headline?
- Tenta outra vez.
- Foda-se, és fodido, é sempre a mesma coisa. Facilita, meu.
- Tenta lá outra vez. Dou-te uma pista. Quando há fontes a menos de 8 pontos é uma nota de rodapé.
- Ok, tou a gostar mais disto. É aqui o headline?
- Tu vais lá.


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