quinta-feira, março 19, 2015

Perder um filho

O título do post é clickbait. Vem a propósito disto: Os chips para localização estão a desenvolver-se mais e mais rápido. Há-os de vários tipos, aplicando várias tecnologias. Para carros, mercadorias, telemóveis ou gatos.
Daqui a 2 anos meto um chip que mal se nota na carteira e nunca mais a perco num balcão do café. Já há serviços de localização e devolução de objectos perdidos.
É uma questão de 5 ou 10 anos até aparecer uma empresa com esta proposta: meter um chip nos miudos para nunca os perder ( e também os poder vigiar a todo o momento, claro ) e clamar que qualquer pessoa com bom senso não vai deixar de o fazer, sob pena de ter de viver com a consciencia de que não fez tudo o que estava ao seu alcance para prevenir tragédia X ou Y. A publicidade nisto é optima e as redes sociais, ainda mais. A questão ética do dia é: Chips nos miudos, sim ou nao?

5 comentários:

disse...

sim, e com possibilidade de lhe dar choques eléctricos através de uma aplicação no telemóvel

Cuca, a Pirata disse...

Sim. E subscrevo o comentário anterior.

Anónimo disse...

É uma excelente questão. A minha vontade é dizer "não" e depois olho para a mãe do Rui Pedro e já não tenho certezas de nada.

Não nos podemos esquecer que quem os quiser raptar (para órgãos, para redes pedofilia, etc) saberá da possibilidade da existência desses chips mas também não nos podemos esquecer que aquilo dá dinheiro aos milhares e que quem tira órgãos para tráfico, são médicos cirurgicos (os órgãos não são cortados à toa, quem o faz tem que saber o que faz senão ele nunca será viável= não dá lucro), logo estas redes são criadas para dar lucro. Muito.

Portanto, se lhes metermos um chip, será que os ajudará? Será que não terão chips cortados do corpo à bruta? Será que alguém que leva um miúdo para uma rede de pedofilia ou para órgãos, teria um grande problema em lhe cortar parte do braço, parte da carne onde se encontra o dito chip? Utilizariam analgésicos? Seria a sangue frio? Será que quando vissem a criança com o chip a assassinavam para evitar serem descobertos?

Anónimo disse...

Ps: Não desenvolvi a ideia no segundo parágrafo: se arranjaram médicos para fazer o trabalho sujo de tirar órgãos ilegalmente, não arranjam técnicos para desactivar chips?

Não esquecer que o tráfico rende milhares.

Prezado disse...

Acho que a resposta poderá ser como dizem os ingleses:

Where there's a will, there's a way.

Realmente a tecnologia irá ser acessível a ambos os lados. É sempre uma escalada.

Claro que uma boa parte desses casos seria evitada /adiada e ganhar-se-ia tempo com o chip. Não faria desaparecer a totalidade dos casos, mas aumentaria as probabilidades de acção.
Como em todas as actividades, há gente mais ou menos "profissional"e com mais ou menos recursos para conseguir atingir os seus fins. Só os mais profissionais poderiam assim continuar a praticar tráfico de orgãos ( se o há institucionalizado, provavelmente deve ser feito com algumas condições http://en.wikipedia.org/wiki/Kilgour%E2%80%93Matas_report )

A questão da ética de grupos de trafico de pessoas ou orgãos é bastante mais interessante. Deve ser bastante ampla, à partida.
E sim, haverá médicos disponíveis para tal.