quinta-feira, julho 28, 2022

Ganhei um calo a pensar no ambiente

Descobri um calo na mão. É de andar de trotinete, e foi logo agora que descobri que elas não duram nada e são más para o ambiente. Más ao ponto em que tenho de fazer um esforço activo para esquecer esse factoide que me ficou tatuado no pensamento. Vou ter de continuar a andar nelas mas talvez pense em enviar um email aos tipos da startup que as aluga para doarem qualquer coisa para a Amazónia. Lá no trabalho, uma pessoa pediu que se baixasse o ar-condicionado 1 grau em todos os andares para salvar o planeta. Pensei que assim também fodiamos o Putin, bem feita cabrão, eu tenho de ir de casaco para o escritório mas tu perdes a guerra. Quase como o Woody Allen meteu num filme há 40 anos, espero pelo dia em que Estudo de cientistas norte-americanos revela que afinal a opção mais ambiental é empanturramo-nos de chocolate e cigarros e andar como se entende, porque no fim tudo se auto-nivela, os grunhos continuarão a usar bidons de gasolina com rodas, os hippies betos andarão de Brompton, os gunas de Arroios de bicicleta. Tudo arde, tudo queima, pergunto-me se esta fase das notícias em que só ouço superlativos vai passar, se sou eu, se é da idade, se são os outros. Não fomos desenhados para lidar com tanta informação.

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