Acto I
Taxi!
Entra no taxi, segue-se uma espantosa e longa descrição por parte do taxista de meia idade, das virtudes de um mecânico em particular, capaz de fumar e mudar um bendix ao mesmo tempo, qual mago de chave de bocas na mão. O entusiasmo e paixão usada na descrição roçava o homo-erótico. Segue-se uma explicação de como é usada uma caixa de velocidades de um Mercedes SE, que seguia com o interesse possível. Até agora: "eeeeh o senhor conduz?" Não. Nem tenho carta. Nem carro.
Cai o pano.
Acto II
Começa com animado diálogo entre o taxista e o retrovisor. Agora explica como os taxis são usados em regime de cama quente. "desculpe o senhor não disse o seu nome... Senhor...?" "B'uno." "senhor Cruz? Pois olhe senhor Cruz, digo-lhe: esta vida é complicada." A viagem segue, quando se percebe que o dinheiro que se leva na carteira não chega.
Cai o pano.
Acto III
Parado no destino, o taxi espera solução para o dinheiro em falta. fazer um levantamento é possível, mas só longe da vista do taxista. "Senhor Cruz, tem de me deixar aí a sua carteira.." Nesta altura, pensa-se : se tivesses pedido o meu B.I., ias ter o prazer de conhecer o Senhor Prezado...
Carteira entregue, taxista testa: "Senhor Cruz, tem o seu cartão multibanco?".
Por acaso não, está na carteira.
Taxista rejubiliante: "A sua simplicidade, senhor Cruz... Assim se vê como é uma pessoa honesta, veja lá!"
Levantamento feito, regressa acolhido como freak : " Senhor Cruz, estava aqui a contar aos meus colegas da sua simplicidade." diz o taxista, rindo.
Cai o pano, fim da peça.
5 comentários:
És o máximo!! Gostei!
**K
Ahahaha! Simplicidade. Genial!
sou tão básico!
Cartão na carteira. Típico. Dah! loool
acho que o acto de andar de táxi na cidade de Lisboa devia pertencer à lista do plantar uma arvore, ser pai e escrever um livro.
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