terça-feira, novembro 24, 2009

Taxistas.

Apanho um velhote surdo a caminho de casa. Revela-me que é de Coimbra e veio para Lisboa há 50 anos, onde é taxista desde sempre. É dos tais a quem vale a pena dizer que vivo no Lumiar em vez daquele bairro com nome estrangeiro - é que esta zona era mesmo um bairro de barracas, mas graças a despejos certeiros e estratégicos, ficou mesmo bonito. Agora tem ruas imaculadas e silenciosas, com prédios cheios de gente de horários clinicamente controlados e sem desvios. No meu prédio descobri que a antena não apanha os 4 canais; acontecesse isto com um daqueles inquilinos cívicos e já tinha um papel no elevador a anunciar uma democrática reunião de condóminos, onde se votaria uma resolução rápida e correcta -
Conheceu a mulher bem novo, casou bem novo também. Vive num bairro antigo, mas espera o momento de voltar à terra, onde tem uma horta. Citou-me vários provérbios tipicos da terra dele, mas falhou em impressionar-me. "Devagar se vai ao longe" não me pareceu ser um regionalismo muito forte.
Não me falou de putas. Mas também não puxei por ele.

2 comentários:

  1. como há programas de tv de lenhadores e pescadores no pólo norte, porque não o Táxis de Lisboa? Devia dar episódios histórias bem lindas.

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  2. Sim, tenho a certeza. As historias que já ouvi são espantosas, vidas muito cheias. E o meu avô era taxista...

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