Apanho um velhote surdo a caminho de casa. Revela-me que é de Coimbra e veio para Lisboa há 50 anos, onde é taxista desde sempre. É dos tais a quem vale a pena dizer que vivo no Lumiar em vez daquele bairro com nome estrangeiro - é que esta zona era mesmo um bairro de barracas, mas graças a despejos certeiros e estratégicos, ficou mesmo bonito. Agora tem ruas imaculadas e silenciosas, com prédios cheios de gente de horários clinicamente controlados e sem desvios. No meu prédio descobri que a antena não apanha os 4 canais; acontecesse isto com um daqueles inquilinos cívicos e já tinha um papel no elevador a anunciar uma democrática reunião de condóminos, onde se votaria uma resolução rápida e correcta -
Conheceu a mulher bem novo, casou bem novo também. Vive num bairro antigo, mas espera o momento de voltar à terra, onde tem uma horta. Citou-me vários provérbios tipicos da terra dele, mas falhou em impressionar-me. "Devagar se vai ao longe" não me pareceu ser um regionalismo muito forte.
Não me falou de putas. Mas também não puxei por ele.
como há programas de tv de lenhadores e pescadores no pólo norte, porque não o Táxis de Lisboa? Devia dar episódios histórias bem lindas.
ResponderEliminarSim, tenho a certeza. As historias que já ouvi são espantosas, vidas muito cheias. E o meu avô era taxista...
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