Perdido pelo Porto, meti-me a andar sem direcção como é hábito. Com o sentido de orientação genial que me foi concedido pelo tal deus cruel que me farto de denunciar.
Como os reis magos, orientei-me pelos astros ou pelo mais próximo que tinha dos astros, placas de ruas conhecidas, letras grandes a dizer Coliseu ou Magestic e lá dei com tudo.
Desci à Ribeira. Tirei uma fotografia a uma placa que mostrava a altura das cheias de 65, o que me preencheu o dia, já era noite quando dei por isso. Enchi o cartão de memória da máquina só à conta disto. Vi gaivotas. No Porto há muitas. Depois, vi gunas. Em Lisboa temos xungaria, no Porto temos gunas. São igualmente maus, mas usam mais roupa de marca. Se derem de caras com um guna façam assim afastem-se lentamente nunca de costas devagar devagar nunca olhando nos olhos. Eles afastar-se-ão aos poucos. Não lhes dêem dinheiro, é sabido que vão gastar tudo em porcarias. Um disse-me que se tinha chateado com os pais e que por isso estava há 3 dias na rua sem comer. A diferença também poderá ser vista pelo linguajar: as gentes do Porto têm um linguajar muito colorido. Nisto terão dificuldades em distinguir castas, no Porto. Um professor catedrático, enfermeira, puta, presidente de clube ui tou a pisar o risco ou um guna usarão "caralho" como interjeição, adjectivo, virgula, pausa para pigarrear, cumprimento, insulto e adeus.
Fim da parte primeira.
Gente do norte é mais divertida. Ponto.
ResponderEliminarGuna que é guna usa roupa de «marca» comprada na Feira da Vandoma (diz-se «Bandoma»). Ele é Doce Cabana, Luis Biton, Armandi...
ResponderEliminarPrefiro Dolce Banana.
ResponderEliminarDaqui a 1h, 1h30, devias estar no solar do vinho do Porto ou na casa de chá da boa nova. Hoje promete.
ResponderEliminarconvém por os acentos, diz-se: "bánduôma" :)
ResponderEliminarEssa mistura que dá orgem a uma caralhada orgíaca é do melhor! ;)
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