Isto da troika e do Portugal-bom-aluno e do tão-sempre-a-fazer-greves tem mesmo aquele fedor do salazarismo que até na classe política se manifesta, o medo de desagradar ao patrão que nos dá de comer pobres de deus que não merecemos tanto é melhor é viver caladinho e obediente sem levantar cabelo que ainda nos tiram o pouco que temos, lá andamos a ir mostrar a caderneta todos os dias a mostrar à professora para ela não meter mais bolinhas vermelhas e pelo caminho chibando os colegas que não são meninos da mamã. Hoje há greve geral e há-de haver muito boa gente a achar que trabalhando com afinco e olhando para o chão, tudo se resolve.
n faço greve, o meu emprego nd tem a ver com greves e afins, mas tb n concordo com ela.
ResponderEliminarMaria
Qual é o emprego que não tem a ver com greves? Deputado?
ResponderEliminarPrezado,
ResponderEliminarGostava de apertar a mão a este teu último comentário.
:)
Olha eu, confesso, não fiz greve pelo dinheiro. Money talks, pá. E acho que este não é o momento para esta greve, pronto.
ResponderEliminarMas vou tirando fotocópias impróprias, viste? :P
Wiwia, ele lavou as mãos.
ResponderEliminarCat, Tás no teu direito. Muita gente que não a faz, é apenas por esse motivo. Acho é muito mal andares a gastar fotocópias do estado nessas sem vergonhices em tempos de austeridade.
Amigo Prezado, este texto é tão, mas tão verdadeiro que até doi! G'ande P'ezado!
ResponderEliminarainda bem que há quem queira descolar o olhar do chão..
ResponderEliminarMas os que trabalham com afinco são os mais dignos de manter a cabeça erguida.
ResponderEliminarah, o trabalho dá muita saudinha. mais, o trabalho - salva!
ResponderEliminaramén.
acho terrível esta ideia que nos meteram na cachimónia de que a existência e a dignidade dependem da VENDA da própria força de trabalho. mesmo que esteja muito próxima da escravidão.
mesmo que seja para satisfazer as necessidades de um sistema baseado no crescimento continuo da mercadoria e do dinheiro, em vez das necessidades sociais.
mesmo que seja para rechear os bolsos de uns e esvaziar os de outros.
joana laranjinha a quem a vida sorri, a dignidade a vir pelo trabalho - que duvido que seja daí que ela vem pois há animais eles que sem trabalhar são dignos porque simplesmente são - virá do trabalho digno. Quando tentam arrancar a dignidade do trabalho e de quem trabalha, resta levantar a cabeça e dizer: não.
ResponderEliminarcalhou calhar que o pessoal está embrutecido e ouve o discurso aparentemente neutro dos tecnocratas, simples executantes de medidas neutras limpas de ideologia, mas a lista que fizeste nunca deixa de estar certa. Há algo de podre...
Não pude deixar de comentar, tenho de dar os parabéns ao Prezado por este texto, simples, curto e directo...ainda hoje escrevi um posto longo sobre a greve mas nem por sombras se equipara a esta tão breve descrição da mente portuguesa. Nunca é tempo para greve, é tempo afinalpara quê? Para se andar sempre a queixar do mesmo e nada faze e ainda criticar quem se atreve a fazer algo pelo qual acredita? Eu nunca fiz greve e não é por isso que sou contra, sou totalmente a favor, éum Direito como outro qualquer!
ResponderEliminarMais uma vez parabéns, adorei o texto!
Beijocas nossas ;)
Só é pena esquecerem-se que há pessoas/funcionários que foram "convidados" a fazer greve.
ResponderEliminarPor exemplo, certas autarquias de esquerda aconselharam os funcionários a irem à manifestação de dia 15 ("não tenham problema...fechem a porta, sou eu que estou a dizer...") e a fazerem greve hoje. Pois. Porque,"não se esqueçam que é preciso cortar funcionários nas autarquias..."
Greve sim, aproveitamentos politicos não!!!
Obrigado Karocinha.
ResponderEliminarVioleta, Em alguma altura digo "aproveitamento político SIM!"? Ainda não disse que estava de acordo com os sindicatos, com o PC ou com o PSR ou com o PP. Mas uma coisa é certa: Se o pessoal já nem refilar pela própria vida pode fazer em paz, tenho medo dos tempos que ainda podem vir, em que não se vai ouvir ninguém a refilaar. O Horwell fala disso, o Bradbury também.
Falam esses todos e falo eu...foi a primeira vez que me vi intimidada/obrigada a fazer greve...liberdade é uma palavra linda, só que é grande de mais para certas bocas...sejam elas de direita ou de esquerda. Basta fazer um "busca" à história mundial. Os grande ditadores nasceram de momentos destes, de movimentos de rua e não de eleições livres. Não quero cá, no meu País nenhum "Salazar" seja ela de direita ou de esquerda.
ResponderEliminarGosto muito de ser livre de opinar, seja aqui, no seu blog, seja onde me apetecer.
a liberdade que uns têm para fazer greve não deve condicionar a liberdade de outros para não a fazer.
ResponderEliminaracrescenta-se que há muito boa gente por aí a quem a perda remuneratória do dia de trabalho aflige o orçamento mensal de forma incontornável.
Violeta, os grandes ditadores surgiram de eleições livres, revoltas, guerras civis, países divididos. Nao surgiram de manifs de sindicalistas. Repara que a maior manif dos ultimos anos foi apolitica e por esse motivo em particular é que foi a maior.
ResponderEliminarPago-te um jantar se da Grécia nascer uma ditadura de esquerda...
Pirii, claro que condicionar e pressionar pessoas a não conseguirem ir trabalhar DENTRO do próprio local de trabalho, é errado. Claro que o oposto também acontece, que é haver um condicionamento de forma a que as pessoas não façam greve por medo de perda de postos de trabalho. Quanto às consequências das greves, faço antes a questão ao contrário: se eu protestar trabalhando diariamente com afinco, dedicação extra, olhando o chão e sem confrontar o patrão com quem estou descontente, acham que ele vai rever a sua posição?
Vivemos numa democracia (acho). O direito de aderir à greve é tão legítimo, como o direito de não aderir. No meio do caos, uns somos "intimidados" a fazer, e outros como eu, a não fazer. Ameaças veladas são uma constante. Tenho um filho deficiente para criar. Já me tiraram subsidios e regalias. "Em outros tempos" aderi a greves e manifestações. Quando ainda acreditava que podia mudar alguma coisa. Quando ainda tinha ideais e quando não tinha um filho para dar de comer.
ResponderEliminarPrezado Prezado, o teu post tem o seu quê de verdade (muita) mas consigo perceber algumas decisoes de pessoas a quem a greve transtorna financeiramente de uma tal maneira que nao se podem permitir isso. É pena mas é a confirmaçao que as coisas estao piores do que se pensa.
ResponderEliminarQuanto aos meninos da mama pouco ou nada a fazer.
Os que estao confortáveis estao no seu direito de nao ter feito greve.
Jiboia, claro que sim. Mas lembra-te que muita gente não sabe isso. Acha que é um "dia de férias", quando é um dia a menos de pagamento. E que quem esteja bem e confortável não pense nos outros, revolta-me ainda, mas pouco. É ser humano, no fundo. Somos egoístas sim. Revolta-me seriamente, muito, é haver gente em tão más ou piores condições que os que se manifestam no seu direito e não só não percebem como ainda criticam e achincalham uma posição politica ACTIVA cujos frutos irão colher. E quando me passo, é por saber que gente como a anónima mais acima, é alguém que não sou eu, mas cuja vida pode ser a minha um dia mais tarde.
ResponderEliminar"...Revolta-me seriamente, muito, é haver gente em tão más ou piores condições que os que se manifestam no seu direito e não só não percebem como ainda criticam e achincalham uma posição politica ACTIVA cujos frutos irão colher. E quando me passo, é por saber que gente como a anónima mais acima, é alguém que não sou eu, mas cuja vida pode ser a minha um dia mais tarde..." há isto, que se chama ignorância e iliteracia... e que reforça o "discurso aparentemente neutro dos tecnocratas".
ResponderEliminarEste texto é todo Saramago :) Eu fiquei um bocadinho mais pobre, financeiramente falando, mas dormi bem, gosto de me sentir coerente e responsável com aquilo que acredito. kisses
ResponderEliminarÓ Tulipa saramago não é só não meter pontuação no que se escreve ainda há mais duas ou três coisas que são precisas.
ResponderEliminarestás no bom caminho :)
ResponderEliminardigam-se as verdades.
ResponderEliminaràs vezes até chateia lutar pelos que nao merecem. Andam tantos a prescindir de um dia de ordenado, que tanta falta faz hoje em dia, fazendo greve, para outros tantos irem, tal cordeirinhos, lamber as botas ao patrão e ainda olharem com desagrado para aqueles que lutam pelos direitos deles. Há pessoas que, das duas uma, ou não pensam de todo ou são tao tapadinhos que até dá dó! enfim, mas vivemos em liberdade e há que a preservar, mesmo que seja para que esses possam ter a liberdade de escolher não fazer greve.