terça-feira, dezembro 20, 2011

Política quotidiana

Hoje olhei pela janela, vi o cenário e pensei foda-se o Passos Coelho tem o meu respeito: Sabe que o icebergue abriu um teutónico rombo no casco, sabe que isto vai ao fundo, mas quer que todos homens mulheres e crianças se salvem, e ele valeroso valente sagaz capitão irá ao fundo com o navio, só pode ser o que anda a pensar. E quem sou eu para lhe negar a honra? é emigrar minha gente.

E o pessoal continua a achar que trabalhar caladinho e sem refilar contra estes mentecaptos não é uma posição ideológica. Trabalhem fascistas trabalhem.

6 comentários:

  1. O homem até tem alguma razão: ficar aqui a lavar chão com o canudo esquecido no armário? Mais vale emigrar e investir em nós do que num país que não nos consegue aproveitar.

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  2. eu preferia que o homem arranjasse soluções para quem deseja permanecer no país. mas voltámos ao Estado novo ou quê?

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  3. Tiago, Vou pensar como um neo-liberal: Se o estado é para ser gerido como uma empresa convém fazê-lo de forma a explorar os empregados mas deixá-los a viver num ponto em que julguem não haver alternativa à vida miserável que levam, senão fica sem empregados.

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  4. ( partilhando uma preocupação, se dás licença, contando para tal uma observaçãozita que fiz hoje: a volta do 24T, em coimbra, passa pelo bairro norton de matos, que foi um bairro mandado construir por Salazar para alojar as pessoas que viviam na alta, local que desejava ampliar - e ampliou, de facto - com edifícios para servirem à universidade.
    este bairro é um bairro típico dessa altura: pequenas vivendas, muitas das quais geminadas e com quintalinho. hoje deu-me, então, para reparar que esses quintais ainda têm ou laranjeiras ou limoeiros... vivia-se mal naquela altura, como se sabe, e as pessoas, mesmo as que viviam nas cidades, procuravam assegurar ou reforçar a economia doméstica.
    resumindo: esta (re)visão, que sempre me pareceu anacrónica, hoje, qual murro no estômago apareceu-me actual e em dia... depois vêm os nossos políticos com o ar mais descontraído do mundo mandarem toda a gente emigrar... somando estas ideias todas e voltando a dar: o que de facto parece é que estamos a andar para trás... para aquela pobreza... inclusive de espírito..nos anos 60, famílias inteiras, de todas as regiões de Portugal, abandonaram o país!...e verdade seja dita, não foi por sugestão de Salazar. é que ninguém é lerdo, sabemos bem que temos que "fazer pela vida", mas declarações infelizes, negativistas, depressivas, autoritárias e até desrespeitosas feitas por quem devia procurar soluções para o país, hum... só quer dizer uma coisa: estamos bem tramados!...)

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  5. Calhou precisares de meia hora para esse testamento... Eu nem vejo um regresso aos bons tempos do Salazar, por acaso. Vejo mais para trás ainda. Idade média.
    Nem me vou estender, já nem sei que diga, depois de ouvir estas bestas e andar pela rua... Andar de autocarro e a pé e ver a rua e as pessoas faz pensar muito mais, não é?

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  6. :D quase meia hora.
    praticamente só ando a pé e de autocarro, (o carro fica reservado para a noite, mais por segurança, e para carregos). nos autocarros, os "ouvidos de passagem" davam um livro... mas Coimbra é uma cidade pequena...esconde muito...
    Lisboa é diferente. é multi-tudo :D por exemplo, gosto muito da Almirante Reis. gosto de lá ir, gosto de descer a avenida... é uma avenida muito curiosa, e que nada tem que ver com a Lisboa turística que muitos portugueses - que não vivem na capital - conhecem. há 40 anos era uma das principais artérias "finas" da cidade, hoje é refúgio de naúfragos sobreviventes, riquissima em termos humanos e culturais:
    ele é pastores evangélicos moçambicanos, professores de música chineses, prostitutas brasileiras, toxicodependentes, comerciantes indianos, alfaiates paquistaneses, cabeleireiras angolanas, barbeiros portugueses da velha guarda... colorido não falta. o dia a dia...gosto disto tudo e de observar...
    ah ah ah :DDD outro testamento!
    boa noite :)

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