quarta-feira, março 21, 2012

Empreendedorismo

Não, ninguém vai notar, garanto
Esta palavra na moda anda a chatear-me a molécula deveras. Quando temos uma língua que é especialmente boa no que toca a palavras - tem muitas - , nos últimos tempos vejo esta ser usada no lugar de umas quantas outras, por exemplo, inconsciente, decidido, teimoso, corajoso, aldrabão, senil e mais umas quantas que definem apenas maneiras de ser ou posturas. Não, não acho espetacular um biólogo marinho ser produtor de caramelos ou um arquitecto passar a ser agricultor. Um arquitecto passar a ser agricultor, parece-me, é perder dinheiro, por n razões que nem perco tempo a enumerar agora. Parecem-me demasiado óbvias. Se estiver parado também perde? claro.
Só queria, mas é raro isto acontecer a não ser numa daquelas rubricas perdidos-e-achados-10-anos-depois, ver o que é feito dos empreendedores promovidos nestes tempos. É que estou mesmo cheio de  ouvir wannabes.

16 comentários:

  1. Cheio de razão, infelizmente agora virou moda. As "notícias" deste género deviam ser obrigadas a um "perdidos e achados" 1 ou 2 anos depois. É a imprensa cor-de-rosa da economia.

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  2. Li o título, vi a fotografia, e larguei logo uma gargalhada.
    E, de resto, cheio de razão.

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  3. por favor explica-me o que é aquela nova rede social. o meu computador nem consegue abrir aquilo.

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  4. Essa é uma palavra maldita por estas bandas. E ainda na semana passada tive uma formação de coaching em que levava com essa palavra de 5 em 5 minutos. Masé pó c...

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  5. São João, para estes gajos fazer coisas é tão genialmente genial bom mesmo pá que basta fazer, nem precisa de ser bem feito.


    Izzie, A quantidade de gente que apanho a dizer "eu faço isso, sim" está a assustar-me cada vez mais. É que ninguém acha que FAÇO é diferente de tento-fazer.

    Clara, é como vês. Se abrem uma rede social esperando que se perca muito tempo a instalar tretas... A minha resposta para isto é sempre a mesma: "ah, então por que razão não irei ali à rede social do lado, mais rápida?" Foi por isso que entrei no second life 3 vezes.

    Trollofthenort, O pessoal das televisões realmente precisa de soundbytes e tal, mas está a começar a ficar ridículo. Precisamos é de gente que saiba gerir o que temos, não é de gajos que não saibam gerir coisas novas.

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  6. Pois é, caro Prezado...e mais aparecerão.
    Abraço

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  7. É isso e gajas no facebook a venderem bijuteria feita em casa.

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  8. Isso pra mim é o empreendedorismo real e possível no país. Dá frutos. Não dá prejuizo, não lixa ninguém. Mas, não podem chamá-lo de empreendedorismo, há mais termos para isso. Isso é fazer umas coisas.

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  9. Concordo na essência. Ainda assim prefiro este discurso do empreendedorismo polvilhado de wannabes do que o velhinho discurso derrotista tipicamente português a dizer que a culpa é dos mercados e que mais vale estar quieto e viver dos subsídios e patati patata. Até porque quero acreditar que de entre todas as ideias fabulásticas que surgem, algumas efectivamente até irão ter sucesso, mesmo começando com muito amadorismo.

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  10. Anna, Gente capaz, a viver de súbsidios, há-de haver sempre. Mas também há muita gente, que vejo por aí, a tentar todo o tipo de ginásticas e a trabalhar de borla para não ficar parada ( vide Prezado ) e a achar que subsídios são para quem precisa deles. Eu quero acreditar nessa questão do amadorismo no começo, cada vez mais. Mas o tal mercado não quer saber muito de amadorismo ou profissionalismo. Pelo que vejo, - pode ser que seja uma crença minha - a forma de poder vingar é investindo com dinheiro. Porque só ideias, neste momento, há de sobra.
    E sim, a culpa é do mercado.

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  11. Infelizmente não é crença. A minha experiência também vai nesse sentido.

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  12. Só tenho pena que nao haja outro tipo de empreendedores, se é que me entendes.

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  13. buzzwords. não posso com elas.

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  14. Vão-se arranjando... Mas é complicado.

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  15. Rita,

    Por acaso escapou-me, esse tipo só escreve coisas que gosto de ler, não consigo apanhar todas.

    Já li e assino por baixo. Tivesse eu um fio de pensamento e escreveria aquilo. Acrescento que a dita peça da SIC, vi-a, e os artistas intervenientes conheço-os por travessas meias. Tudo se confirma, sim.

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