sábado, junho 30, 2012

Pai nosso

Depois de tomar conhecimento da conversa do Alain de Botton e somá-la à entrada no mundo do empreendedorismo - ou pelo menos da sua manifestação, os talks, as palestras - resta-me enunciar os factos e as coisas. O empreendedorismo vivido por cá é um catolicismo básico, as pessoas sentam-se à volta do padre, o orador, o talker, o empresário, o futuro-empresário o pseudo-futuro-empresário, ele promete sucesso deus a santissima trindade fama dinheiro gajas, bom gajas não prometem mas como prometem fama e dinheiro o resto vem depois há o coffee break é a hóstia pão de deus comungamos uma cerveja seu sangue se calhar, voltamos todos ao mesmo, repetem-se os mesmos pais nossos, usamos autocolantes hi my name is Manel tratamo-nos como irmãos, abraçamo-nos em paz, ouvimos os arcanjos empresários já estabelecidos e a ganhar por eles, no fim pagámos a entrada a dizima e o dinheiro alimenta esta igreja que o gasta nos seus e em mais alguns acólitos necessários, todos a trabalhar para vender a prometida salvação económica.
No fundo, um esquema muita bem pensado. Como a igreja.

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