Já não cortava na casaca há bastante tempo. É feio e pouco ético falar mal de trabalhos de colegas, gera mau ambiente profissional e não se ganha nada com isso.
Com a nova imagem corporativa do Banif, não há este problema, porque foi executado por talhantes reprimidos, em vez de criativos ou designers. Já calcei as luvas, vamos lá mexer na merda. Custa, mas tem de ser feito.
O logotipo
Nas aulas de semiótica, aprendemos que o termo técnico que define este tipo de logotipo é "cagalhão". Há correntes filosóficas alternativas que o tratam por "grande-merda", se bem que os estudiosos de Palo-Alto concordam que é apenas uma questão de semântica.
Ora, temos uma centopeia, como podemos ver pela pontinha do pés. É estranha esta centopeia, poucas patas. Enfim.
A cor: é roxo, se bem que no site do banif o chamam de "indigo" - mais à frente explico o porquê desta opção - uma cor original, nunca utilizada antes na identidade de um banco. Não sei porque, mas faz-me lembrar Domingo-de-Ramos. O roxo, como sabemos, é uma cor lésbica. Percebe-se aqui o porque da opção: tentar um ultimo e desesperado apelo aos clientes do sexo feminino.
"Indigo"? porquê? porque dizer "roxo" não tem conotação bichona como tem dizer "Indigo", ou fuchsia. Ou Antracite.
Piece de resistance, o filme
O filme foi resgatado dos melhores momentos dos filmes de Old Spice e gilletes de 1983. É um épico gay, a ferver de homo-erotismo. Explico: Ora, temos um centauro. É, no fundo, meio homem unido a parte de um cavalo que interessa. Junto com os unicórnios, pegasus, minotauros e capricórnios, entra na categoria dos icones gay ( freud explica ) mais usados de sempre. Ver 30 segundos de um homem de tronco nu, com um cabelo imaculado a lutar contra espasmos incontroláveis, nao é coisa que eu queira ver na mesma sala com a minha mãe. Pais, cuidado. Tirem as crianças da sala quando começarem a ouvir a musica do conan-o-bárbaro, e há menos hipóteses de ele vir a ser bailarino.
Assinatauro
Quando juramos a pés juntos que isto não pode ser pior, eis que surge a voz de companhia. Um épico Old-School, à lá Top-Gun. Depois, o Assinatauro - monstro mítico, disfarçado de assinatura. A assinatura " a força de acreditar" é fruto de uma relação incestuosa entre o centauro e a sua mãe infra-humana, que gerou este monstro num dia em que não pensou muito.
E não falo do lettering e da imprensa, porque tenho mais que fazer. Barda-merda.
Para a audiência gay deste blog ( eu sei que há um, mas não assume... ) , peço desculpa por associar mau-gosto a bichonice, mas há uma estética própria que toda a gente reconhece.
Boa noite,
ResponderEliminarExcelenet análise e humor.
Abraços
Bem, estou chocada... e simplesmente ainda não consegui parar de rir!
ResponderEliminarMuito bom!
(para quando um almoçinho!?!?!?)
;)
Muito obrigado, meus caros.
ResponderEliminarEu cá também ainda paro de rir cada vez que olho para aquele logotipo...
Agora já percebi. Ainda bem que explicaste! No outro dia tive a "sorte" de ver o fim do anuncio e fiquei sem perceber muito bem o que era aquilo. Ainda olhei para o relógio porque parecia-me uma coisa pouco para não se ver a certas horas, quando as criancinhas estão ainda acordadas. Para variar nem vi o que era anunciado, se calhar estonteada por tamanha "obra-prima".
ResponderEliminarFico ainda na dúvida se afinal é menos mau ou pior do que o que tinha pensado que era.
De qualquer das formas não consigo parar de rir com a tua brilhante análise.
Aquilo ali em cima ficou um bocado estranho. Onde se lê "...uma coisa pouco para não se ver a certas horas..." eu queria dizer "...uma coisa para não se ver a certas horas..."
ResponderEliminarPronto, assim está melhorzinho!!
Eu juro que quando vi as primeiras aparições do logotipo (naquelas campanhas do "espere pa ver o resto") pensei que se tratava do novo livro de previsões para 2008 do Paulo Cardoso ou algo assim do género...
ResponderEliminarImpressionante, eles onde apresentam a campanha ainda a tentam justificar mas...acho que ficou ainda pior.
ResponderEliminarTalhantes? Não subestimes a profissão, acho que fariam algo muito melhor.
Mas há uma duvida persistente que me assola: onde raio ele pôs a cabeça do cavalo?
Esquece, não digas!
ResponderEliminarSim, o site onde revelam isto é também uma valente merda.
ResponderEliminarEu cá acho que, pelos espasmos do senhor, a cabeça do cavalo ainda está no sitio...
Ai o que eu me ri a ler isto...mais até do que quando vi o outdoor, pois aquela pata da frente, naquele angulo, mais parece outra coisa lol
ResponderEliminarBem estavas mesmo inspirado. Looool
ResponderEliminardevo dizer que eu própria já tinha falado muito mal da campanha, mas tu foste muito superior na tua análise. Eu tinha chamado à cor, "roxo Nosso Senhor dos Paços" loool
Aquela assinatura não existe. Então alguém quer ouvir de um banco dizer: A força de acreditar? Eu nãoq euro meter o meu dinheiro num sítio onde tenho de fazer força para acreditar. Não sei onde tinham a cabeça, mas há destes mistérios na nossa profissão.
Obrigado pelo feedback, mamã. O teu é dos mais importantes para mim ;)
ResponderEliminarCom essa excelente descrição, até que começa a ter algum sentido essa campanha!
ResponderEliminarQuando a vi, lamentei como um banco permitia uma campanha tão fraca como essa!
Enfim... algum tacho!