Chateia-me esta conversa à volta do Saramago: é que se por um lado o velho é repetitivo e só diz baboseira, por outro é o dos poucos ateus militantes a quem é dado tempo de antena.
Tenho é a ideia que o tipo de argumentação [ bíblia = livro que ensina o mal ] é simplesmente parvoice - sendo que eu nunca a li de fio a pavio e pode ser que lá pelo meio possa ser um anarchist cookbook com tácticas de guerrilha contra centuriões ocupadores - quando tenho a ideia que a bíblia até peca por falta de objectividade em matéria de vinganças, castigos e penalidades ( não me ensina como aplicar uma praga de gafanhotos a quem não me paga a tempo, por exemplo ) . Não ensina o mal, porque ensina MAL. Imagino cada caloteiro a acordar com gafanhotos a entrar nas orelhas ou viver nas trevas 3 dias. Como cobrador do fraque, o Nazareno seria o empregado do mês ad eternum.
Fico com a ideia que o Velho não quer dizer nada de importante contra as crenças religiosas de ninguém, mas apenas vender mais uns livros.
Eu acredito em Copérnico, Galileu Galilei, Charles Darwin, Kepler, Einstein, Carl Sagan e, obviamente, em Saramago (em parte). Todos eles (e muitos outros) provaram como a Bíblia estava errada: É claro que o Universo e o Homem não foram feitos em 6 dias, a terra não é o centro do Universo e o Homem (e a mulher) não tiveram origem em Adão e Eva, isto só para começar uma qualquer abordagem. Depois, mais adiante, no livro mais lido do mundo, várias vezes se refere à mulher como sendo inferior ao homem (dada até a sua origem e razão porque foi criada). Mais adiante, também se dão conselhos de como tratar um escravo???
ResponderEliminarÉ claro que toda a gente com alguma formação científica (pouca) até sabe que a Bíblia está errada, mas daí a escrevê-lo e afrontar de uma vez só o livro que serve de referência a várias grandes religiões do mundo, é preciso ter coragem!
Porém, não concordo com Saramago quando ele nega a existência de Deus, um Ente Supremo que justifica a existência do universo, de nós próprios e até de outras civilizações que muito provavelmente existiram, existem e hão-de existir no futuro. Aí Saramago está errado, embora a religião cristã (e outras) não esteja na posse de toda a sabedoria. As religiões procuram dar uma explicação para o mistério da nossa existência e são o resultado da reflexão de milhões e milhões de seres humanos ao longo de milhares de anos. A religião, tal como a política, serve frequentemente para exercer o poder e atingir previlégios à custa dos mais fracos.
Zé da Burra o Alentejano