Longe vão os tempos da surpreendente sageza e agilidade dos gatos. Outrora discretos ocupantes das suas casas, pouco alarido faziam. Tomavam o seu espaço, pé ante pé, ludibriando espaço, frestas e gravidade sem denunciar a sua tão desejada presença. Por isso, no Natal, tinham por hábito esconder prendas no sapatinho dos mais pequenos. Os movimentos audazes e discretos dos gatos mantinham viva a lenda do velhinho de barbas brancas, pois nenhuma criança os via ajudando na árdua tarefa de plantar presentes nos sapatinhos sem ninguém ver.
Bons tempos.
Já hoje, topei-os. A sageza e habilidade desgastou-se. Muita comida de lata, dirão. Incautos e lerdos, fui dar com eles a preparar uma prenda para a menina do trombone, na cozinha. Não é que os 3 juntaram-se para lhe oferecer uma Vista Alegre?
Estes serviços modernos deixam-me meio estúpido, mas eles conhecem melhor a dona que eu. E com tanto esmero os vi a juntar as peças do serviço no chão que não quis incomodar. Tirei a foto às escondidas. Xiu. Que bela surpresa ela vai ter.
4 comentários:
Mauzinho, tu!! ;)
hahahah os gatos sao o amor!
já tu... se fosses um colega de casa decente compravas já a substituição para a menina do trombone. depois admira-te se encontrares carvão no sapatinho.
eu? os gatos são responsáveis pelo défice orçamental nesta casa. O Prezado e a menina do trombone trabalham de sol a sol, amealham, poupam, pagam impostos. Depois os gatos partem. E os mouros pagam.
És muito esperto... Usas os gatos como desculpa para justificar a tua azelhice em lidar com pratos e canecas.
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