segunda-feira, março 21, 2011

Hoje

Hoje parece que é dia da poesia.
Para cantarolar em Camanês, de J. Correia Tavares:

Daqui, desta Lisboa que é tão minha
Como de ti que a amas como eu
Mando-te um beijo naquela andorinha
Que em Março me entregou um beijo teu

Daqui, deste jardim à tua espera
Como se não tivesses embarcado
Digo ao Outono que ainda é Primavera
E encho de buganvílias este fado

Num tempo que de amor é tão vazio
Há coisas que não sei, mas adivinho
Um rio ali à beira doutro rio
Só um, depois da curva do caminho

Tenho tantas saudades do futuro
Dum tempo que contigo hei-de viver
Não há mar, não há fronteira, não há muro
Que possam, meu amor, o amor deter!

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