1. Inserir a palavra "crise" não importa o tema.
2. Tratar os temas glorificando a simplicidade e os valores de outros-tempos-mas-sem-dar-a-entender-que-são-AQUELES-tempos.
3. Inserir a palavra "crise".
4. Nas entrevistas de rua:
- Perguntar de forma condicionada. Exemplo "A troika cortou mais uma vez nos direitos dos trabalhadores. Era uma medida inevitável, como sabemos. O que acha disto?"
- Mostrar aleatoriamente a opinião de 6 pessoas: 4 ou mais dirão "tá mal mas o que é que se pode fazer? é assim.", as restantes podem dizer "eu até acho que deviam cortar mais, há aí muita gente que em vez de refilar trabalhasse mais e isto ficava melhor."
Bem-vindos a 2012 e aos anos seguintes.
Bem esgalhado. ´Deve estar a ser seguido completamente à risca. Imposições da troika...
ResponderEliminarAqui há tempos mostraram uma reportagem de uma família que não sofria com a crise, porque produzia a maior parte do que comia. E eu fiquei a ver, toda interessada. Era um casal de hippies piolhosos que viviam numa casa abarracada, mais um rebento e uma data de bicharada, tinham uma horta que adubavam com os seus excrementos (é o paraíso da salmonela e do colibacilo, presumo), auguinha de poço, népia de luz eléctrica, e tudo regado com aquelas balelas da proximidade da terra e simplicidade e não sei o quê. Não me pareceu que fosse gente que gastasse muito em roupinha, sabão ou detergente.
ResponderEliminarPortanto, está explicado. (piretes)
Eu também vi essa peça. Nada contra. Piolhos, roupa coçada e merda são coisas naturais no campo. Não embarco nessa charopada apenas e só porque:
ResponderEliminar1. Estão a vender-ma como um "regresso à simplicidade".
2. Gosto de pessoas, mesmo face às estatísticas que eu próprio construo mentalmente todos os dias.
3. Preciso de ter net.
A versão urbana, aquele retro-vintage-gosto-de-bicicletas-desde-há-3-dias não é menos parolo.
Yep, nada contra quem opta por viver assim, mas não me vendam esse estilo de vida como sendo o ideal, pô.
ResponderEliminarEu tou cheio é de soluções-para-vida-ideal vendidas em pacote pelo telejornal. Pressinto que vou começar uma daquelas conversas doutrinárias a que me atribuem o nome de "conversa de comuna"... É só isto. Vou mas é bulir, olha.
ResponderEliminare ainda há outra variante:
ResponderEliminar6. mostrar imagens e reportagens de países onde as coisas ainda estão a correr pior que cá, com a mensagem subliminar "façam lá o que a troika diz senão acontece-vos isto, vejam lá..."
porque será que já não se ouve falar da islândia que mandou bugiar os credores do governo, ou da irlanda que implementou políticas que alguns dizem que foram inteligentes?
Estou como diz o outro: "estamos bonitos, estamos..."
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