domingo, novembro 30, 2008

Roupa não é prenda

Mais um tema tipico de blogs de gajas. As gajas escrevem sobre os trapos que ambicionam. Sobre os trapos que vêm nas lojas e não compram. Aliás, as gajas são capazes de ir ver dezenas de lojas só para namorar ( casamentos e uniões de facto também acontecem ) as roupa que não têm tomates para usar.
Os homens não escrevem sobre a roupa que ambicionam, porque simplesmente não ambicionam roupa. Seguem uma linha próxima do Caçador-Recolector.

- Estas calças já me tão pequenas. Tanta alheira e Coca-cola... Tenho de comer umas saladinhas...
- ehehehe paneleiro, queres manter a linha, é? Panasca.
- A sério, já apertam, pá. Devia comer melhor, isto não é bom.
- Pois, tou a ver... epá, lá tem de ser, tens de ir comprar umas calças novas.


Depois de terem um alibi decente para entrar numa loja de roupa, os homens compram uma peça de roupa ( podem chegar a duas ), um pack de 12 boxers, um pack de 12 meias e só voltam daí a um ano.
Eu já entrei numa este ano, posso dizer que levei uns 7 minutos a fazer as compras.
Feedback é importante, porque um gajo não volta para trocar nada.

- É isto. Vá, diz só: pareço beto?
- não.
- Boa, embora pagar.


Compra feita. E um blog que adoro debruçou-se sobre o tema.

segunda-feira, novembro 24, 2008

domingo, novembro 23, 2008

Sólidésaroc

Só ao fim de 4 vezes é que consegui perceber o que cantam no maldito anúncio. A musica não apresenta nada de sólido, pá. Parece-me uma mistura de "age of aquarius" com uma outra musica má. A tentativa de criar um hino épico passou um pouco ao lado.


Edit --> só vendo mais uma vez, consegui perceber de que banco é. aqui está o video. Estão avisados.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Deus te guie

A piadola numero um já não era ouvida há algum tempo. O taxista, gordo e grisalho, olha-me malandro, pelo retrovisor panorâmico, e pergunta se vou a esta hora trabalhar ao cemitério.
Cara séria, respondo-lhe:
- Vou para o segundo turno, já lá estive hoje. - hoje quero conversa.
- eheheheh o amigo já viu, ir para um sítio desses a esta hora? - ri-se, a olhar para trás.
- ah, sempre vivi ali, é igual ao molho.
- Mete algum medo, algum respeito, não é amigo? temos medo do desconhecido...

A conversa estendeu-se. Amena. Não lhe ouvi uma asneira, coisa rara. O tema vida-após-a-morte foi o seguinte. O taxista diz que desde que o pai morreu, passou a ir ao cemitério. Eu confesso que desde que o meu pai morreu, já não vou a cemitérios como cenários melancólicos para ensaios fotográficos, como era hábito. Deixei de ir por sistema, mesmo.
Continuamos a conversa. Religião, agora. O taxista de Nossa Senhora com íman no tablier confessa-se católico, mas avesso a missas. Falava com convicção, da forma como as igrejas têm afastado as pessoas da religião:

- Pois, e agora veja lá, como é que querem que vão à missa. A ultima vez que lá fui, veja lá o amigo, meteram lá pretos. Eu quero ouvir a missa e não percebo nada do que eles dizem.

Calma, há como dar a volta a isto.

- Bem, até aos anos 60, a missa era dada em latim... Não pode ser melhor que crioulo.
-pois... não se percebe nada, amigo.

terça-feira, novembro 18, 2008

Momento didático

Quando uso a expressão "coelhinho-na-panela", estou a fazer uma referência cinematográfica. É um momento chave do cinema, parece-me. Assim que alguém usa a expressão para definir alguém*, nunca mais se fica descansado.
O que não sabia é que era expressão corrente, em inglês.

* exemplo:
- A Madalena é assim a puxar para o coelhinho-na-panela, pá...
- Ah, mas parece muito simpática!
- Demasiado, não? Vê lá o que fazes...

Ide bardamerda, por favor.

Assisti ao digno debate Miguel Sousa Tavares Vs Empresa+Estado, sobre Alcântara. É digno porque o modo atabalhoado como toda a gente gagueja, tapa a cara, enrola as mãos, coça-se, retira o que diz e passa a bola é notório. É digno porque o que vi, mostrou-me como toda a gente improvisa. Poder ver o brilho nos olhos de um Sr. engenheiro quando encontrava um fio de raciocínio dentro do seu improviso, o crescendo da sua voz à medida que vai descobrindo o filão da lógica, cheio de esperança que encontrará um argumento válido, cheio de entusiasmo que ele surgirá dessa corrida às cegas, afinal? Foi digno.
Vide título do Post.

edit---> bardamerda pra mim tb.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Senhor, ajudai-me.

Não admira que a certeira expressão "puxa-saco" venha do Brasil: eles lá sabem bem o que é um gajo ser chato e irritante. Tendo os meus padrões de afabilidade, é algo dificil mostrar o quão irritante é ter um brasileiro servil a atender-me. Prefiro tugas mal educados? Não. Mas não quero um atendimento que me faça sentir que a minha mãe não gosta assim tanto de mim.
Larga, porra.

E agora vou ter de apanhar com ele todos os dias. isto vai ser duro.

Identidade

A identidade virtual tem vindo a esbater-se, nestes últimos tempos. Perdendo uma boa percentagem de geekness, e contrariando a net-dependência, ando praticamente anónimo pela net. Arranjei o meu próprio domínio ( já o devia ter arranjado há.... uns 9 anos ), mas os problemas com Mysql e php não são para mim, e foi ficando tudo ( para variar ) para segundas núpcias. As fotos no Flickr continuam, mas andam a ser actualizadas a um ritmo nunca visto - a última fotografia já tem mais de um mês - para quem andava sempre com a máquina atrás. O Delicious mudou de layout e perdeu um fã incondicional - quem me conhece lembra-se como já impingi este site - perdeu velocidade, perdeu funcionalidade. Ainda subscrevo, mas já não uso cinquenta serviços online.
A culpa, é do blog. Sanguessuga do meu tempo livre.

sábado, novembro 15, 2008

Põe-te em guarda

"O coveiro que o diga
quantas vezes se apoiou na enxada
e o coração que o conte
quantas vezes já bateu para nada"


quinta-feira, novembro 13, 2008

O futebolista

Depois de passar os manifestantes no Bairro, acabamos no Cais do Sodré. Na tasca do costume, um D.J. à beira dos 30 partilhava os sms's que trocava com uma amiga prestes a ganhar outro colorido. Mesa-a-mesa, duas filas de cadeiras pelo meio, a conversa seguia.

-Ela sabe onde moro, porque é que me pergunta se tenho onde dormir hoje? - ( estamos a falar de alguém bastante embriagado, lógico. )
-eeeh, acho que ela quer coisa... diz que vais ter com ela.
-Achas mesmo? epá a gente dá-se bem e tal, eu tou a achar isto estranho, ainda assim...
-Claro que sim, manda sms, pá. Faz-te à vida...

Nisto, entram três pessoas e sentam-se, interrompendo a conversa.
Um preto, uma modelo e um gajo com cara de chaufeur. Digo "modelo", porque nenhuma miuda de 1,80m consegue enfiar-se dentro de uns calções tão pequenos. "Chaufeur" porque tinha um blusão de pele e o cabelinho todo aparado à pintas, e "preto", porque era preto mesmo. O senhor Tenório, empregado, dono de uma fraca habilidade para atender pessoas e de uma destreza física a condizer, pergunta o que querem. Têm de dizer devagar, porque o senhor Tenório tem dificuldade em memorizar itens de tasca - eu tentei. "duas bifanas, duas Superbocks e mostarda, s.f.f.". Não deu. Tive de tentar outra vez - e como anda com as mãos sempre emaranhadas uma na outra, não anota nada. Estranho, tão prestável que ele estava.

Nisto, dizem-me...
-Olha lá, não é um jogador de futebol?

Podia ser. Só se fosse o Figo, o Simão Sabrosa, o Deco ou o Ricardo é que eu reconheceria um jogador da bola. ( Um porque tem uma mulher gira, outro porque aparece na Caras, outro porque aparece nas placas dos gelados que eu não gosto, e outro porque defende bolas sem luvas. )
Mas era. Daqueles que toda a gente conhece, menos eu. Sentado ao meu lado, na conversa.
De repente a tasca deixa de ser tasca, os empregados deixam de ser pachorrentos, o senhor António deixa de querer pagamento contra-entrega, o senhor Tenório faz-se esperto. Os homens tiram fotos com o herói, as mulheres perguntam-se como é que a lambisgoia faz o buço sem se cortar e se os calções são da Zara Kids. Curta descida aos infernos, as celebridades saem, deixando na tasca a ambicionada confirmação de qualidade - "Costumo ir aquela tasca... até lá vão modelos e jogadores de futebol.".

Burros, assim o gajo nunca mais lá volta. Se ele quisesse ser bem atendido, tinha ido comer uma tosta de 40 Euros ao Eleven. Felizmente, o empregado ainda veio com a unha dentro do molho de 98 octanas das moelas. Haja etiqueta.

Parece de propósito

"SÓCRATES ATUA MINISTRA PARA A RUA"

Visto há meia hora, num cartaz de uma manifestação na escola preparatória por onde passo todos os dias. E o velhote resmungão, chocado pela libertinagem, retorcia-se para não invocar publicamente a força de 10 Salazares.

quarta-feira, novembro 12, 2008

correntes!

Para quem não se lembra, antes dos blogs e dos emails, já havia correntes. Recebiam-se no correio umas fotocopias manhosas, ameaçando a quebra da corrente com pragas de proporções bíblicas. Hoje chegou aqui a corrente, sem praga. E sem jeito. Cá vai ela:
"colocar uma foto individual nossa, escolher uma banda/artista de eleição; responder às perguntas com títulos de canções da banda/artista escolhido; e desafiar 4 bloguistas para passarem a outro e não ao mesmo. "Como recebi isto de uma alminha que abusou do Jorge Palma, lá se vão as respostas dramáticas e sérias, fico com o Stevie Wonder:



1) És homem ou mulher? Sir Duke
2) Descreve-te: Too shy to say
3) O que as pessoas acham de ti? Don't you worry 'bout a thing
4) Como descreves o teu último relacionamento: All in love is fair
5) Descreve o estado actual da tua relação: Love's in need of love today
6) Onde querias estar agora? higher ground
7) O que pensas a respeito do amor? I just called to say I love you
8) Como é a tua vida? Living for the city
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? A place in the sun
10) Escreve uma frase sábia: Sabes lá a minha vida.

E acho que vocês devem ir ao castigo: Tu, tu, tu e tu. Sorry, life's a bitch.

sábado, novembro 08, 2008

Apitos

Bairro a fechar às 2H, houve protestos. Toda a gente tem um apito na boca, não se conseguia falar com ninguém tal é era o chifrim.

P.S. os bares fecham com gente lá dentro.

P.S. 2 É questão de tempo voltar tudo ao normal.

sexta-feira, novembro 07, 2008

O artista do momento

O artista do momento foi destronado por um Pentium, um Mac , duas impressoras, um maço de papel, musica em altos berros, três cafés e uma mesa de corte. Eis-me em todo o meu explendor, depois de uma directa. Para não entrar em choque anafilático com a ideia de perder uma noite sem ser na conversa, fechei as cortinas do escritório e defini eu a hora da alvorada: 8:10H. A esta hora, não só era dia, como estava uma merda de um tempo, a fazer lembrar Peniche. Ainda encosto a cabeça à mesa, e vou ouvindo os beatles, baixinho. Foda-se, tenho sono.

e pensar que o trabalho até correu bem...

e pensar que daqui a 12 horas, estou todo lampeiro a sair para jantar...

Deficientes pela cidade

Deficientes motores pela cidade. É vê-los a andar pelo meio da estrada, porque os passeios são estreitos, sem rampas, com buracos, estão forrados de carros. É sempre bonito de ver. Mas percebe-se. São uns chatos, os gajos. À noite, apanho um na discoteca - pergunto-me como vai ao w.c., que é depois de uma escada - e é sempre um pincel. Ocupa mais do triplo do espaço de qualquer pessoa ( giro: o Alberto João Jardim ocupará sempre espaço a mais, não importa o ratio) , e além disso, dança mal e porcamente, com as rodinhas em cima dos pés dos outros.
Não admira que não ponham rampas para entrarem em lado algum. O passeio é estreito, e os gajos são gulosos. Não bastando, há tipos gananciosos, que não sendo deficientes, querem abarbatar mais espaço do que precisam. Jovens casais, saudáveis, com a desculpa de terem um recém-nascido, compram os sacrossantos Maxi-cosi e afins - aqui, carrinho-de-bébé está para passeio como Humvee está para rua-de-alfama - só para experienciar a vida de deficiente. É vê-los tentar entrar no autocarro de cadeirinha, ou a tentarem encaixar-se num restaurante à cunha... A vida pode ser simples. Dêem espaço, pá: Comprem um Smart para o miudo, dá mais jeito. Sempre podem estacionar dois no lugar de um.

E lá vão eles, pelo meio da estrada...

quinta-feira, novembro 06, 2008

Cidade, perdido pela

Sobe-se do Alto de São João, em direcção à Penha de França. Já é noite, os prédios antigos estão com as luzes das águas furtadas acesas. Dá ideia que todos os outros andares estão por ocupar, por glamour em defeito. O emigrantes paquistaneses passam, de turbante. A chinesa engoma, de lá de dentro vem o cheiro a vapor. Na porta a seguir, o cyber-café xunga, cheio de indianos - interessante como aqui em Lisboa, digo "xunga", mas em Londres nunca entrei em nenhum melhor que aquele - todos à volta do skype, de auricular ok-teleseguro. Desce-se daí, a ver os prédios antigo forrados a azulejo e a ver as luzes da cidade mais ao fundo, até ao bairro das colónias. De caminho, uma familia de indianos muda de casa. Milhentos caixotes à porta de casa, no rés-do-chão, onde ainda se viam posters e quadros de deuses azuis, cor-de-rosa, de tromba e machado na mão. De passagem pelo Socorro e pelo Intendente, há muitas pessoas na rua. Há negócios menos próprios, as discussões associadas, os mirones, os sem-abrigo a ver televisão da porta do tasco. Entras, levas um tabefe. Logo.
A chegar ao Rossio, vejo senhoras, já de idade, vestidas de víuvas, aprumadas como avózinhas, uma sentada numa caixa de SuperBocks, outra ao lado, em pé, encostada à grade de uma loja fechada. Nem percebi logo o que faziam ali.
Mas sim, eram mesmo... Perfeitamente medieval.

quarta-feira, novembro 05, 2008

No rescaldo das eleições americanas

...Já repararam que tenho uma tez meio bronzeada?

Tenho de aproveitar o hype.

Eleições americanas

É que estou a seguir as eleições pela Sic, como se percebesse o que se passa, mas não vos preocupeides, não direi nada inteligente.. Reparei nisto: é do sono, ou a Joana Latino parece um cavalo de óculos?

terça-feira, novembro 04, 2008

Deus é taxista.

Devo dizer que tenho alguma vergonha de mim, pela forma incorrecta como retrato os taxistas de Lisboa. Por vezes, terei dado a impressão que são rudes putanheiros, bárbaros ao volante capazes de violar todo o código de estrada em 65 metros, labregos racistas e preconceituosos. E é verdade, são.
Mas, do meio da bruma, num corcel negro ( e verde em cima, com uma cena com luzes a dizer "1" ) , surge o Paulo. O Paulo, assim que pára no primeiro semáforo, levanta orgulhoso o calhamaço "Direito Constitucional", revelando que vai saber se entrou no curso um dia destes, e como tem caimbras na mão de fazer resumos do calhamaço todas as noites. "Custa menos a ler que um Tolstoi, este ainda só tem umas 600 páginas." diz ele.
A meio da viagem, diz-me que tem uma Nikon zê pê tê doze trinta e dois com uma vinte e oito oitenta e uma cem quinhentos. - Eu cá tenho uma Pentax K1000, com uma 28-80, e uma 80-300 - e que agora já não tem muito tempo, mas ainda fotografa em analógico, digital é tanga, e vai à loja fazer digitalização dos negativos quando precisa. ( pré-historia perante os meus olhos ). Paga a tarifa, ficamos a discutir especificações técnicas sobre máquinas mais um bocado. Chatice, lá tive de acabar com a conversa.

sábado, novembro 01, 2008

A idade é lixada.

Estou sinceramente a ficar velho: não só não consigo perder o hábito de usar advérbios indiscriminadamente, como as palmilhas magnéticas já não me ajudam com a espondilose, como acho que a juventude está perdida ( o que é bem mais grave do que a cena com os advérbios, apesar da cena com os advérbios ser bué irritante ). Estava a tentar ter uma conversa séria e sentam-se 4 alminhas na minha mesa. Eles, cabelinhos colados à cabeça, elas, lourinhas e lenço-palestiniano-às-cores. A partir desse momento e até me levantar ( 7 minutos depois ), não consegui mais articular uma frase com sentido.

-"beeeem, não me tás a ver a cena, caralho" - ela, completamente pedrada.
-"o que, o que é foi ?"
-"Então aqueles gajos iam-me fazer entrar no cinema sem ter fumado uma ganza??" - Senhor, ajudai-me a perceber o que vai nestas cabeças.
-"eeeeh que cena, como é que fizeste? isso é bué mau!"
-"eeeeh não tás a ver, meu. Tava a lá o Bernardo já a stressar, ele todo bué e tal!"
-"bem, vou gregar." - entra em cena a amiga.
-"Ya ele quando começa nessas cenas, foda-se... não curto nada a onda dele, pá. Palhaço do caralho, ainda a semana passada saimos e foi a mesma coisa"
-"ya ya nem te conto, é cada cenaça! Ontem vi a Mariana com ele, é muita estupida, men!!"
-"fónix, podes crer. ela e a Bé, é a mesma cena."
-"eeeh, mas vais gregar?"

Nunca vi conversar-se tanto tempo sem dizer nada e fiquei esclarecido, os moranguitos EXISTEM, afinal os diálogos na TVI até são quase reais. Falta-lhes asneiredo.