quarta-feira, outubro 31, 2012

Da Cultura

Como é tutelada directamente pelo Passos e sei que ele lê este blog, espero que faça ouvidos de mercador e utilize esta ideia que aproveita até ao último tostão o orçamento destinado à cultura: Façam-se dos tempos de espera de cada chamada para call-centers os seus momentos culturais. Acabe-se com o monopólio das 4 estações de Vivaldi e aproveite-se para divulgar John Cage, Ligetti, Mozart ou Lopes Graça. Celebrando a obra do recentemente falecido Emanuel Nunes, faça-se um ciclo alargado da sua obra compreendendo as linhas de apoio ao cliente da EDP, da secretaria geral das finanças e do CCB, apoiem-se novos compositores atribuindo bolsas de estudo por sms, estimule-se o mercado de telemóveis com stereo. Quem é amigo?

terça-feira, outubro 30, 2012

Keywords revelam fome negra em Portugal





Sendo que isto não é um blog de culinária, aqui fica a dica ( e assim passo a fazer estatísticas mensais sobre a quantidade de gente que come o que pesca do Tejo ): Deixe demolhar 3 meses até que todo o entulho que a taínha comeu a vida toda fique no fundo. Numa sertã, aqueça um fio de azeite e 15 cabeças de alho. Depois de queimados, adicione a taínha. Os alhos são excelentes para o coração e tiram qualquer vestígio de sabor da tainha, podendo saborear calmamente o melhor do seu prato.

Esclareço: "Entulho" é merda.

Já vejo aí os primeiros sinais...

Gasolina ou acendalhas?
Durante um ano, tias de cascais, dondocas da avenida da igreja e betos de alvalade recolheram, como formiguinhas atarefadas, muitos e muitos copos de plástico de café, latas de refrigerante, cápsulas de nespresso, caixas de ovos, palinhas, colheres de café, copos de gelado, tampas de garrafas e todo o lixo que sobrava de todos os seus milhares de familiares e agora é aquela altura do ano em que todos os tipos de deficientes se juntam em harmonia e constroem todo o tipo de porcarias de onde recolhem o dinheiro e o critério estético de pessoas boas e cheias de boa vontade. Este ano, como todos os santos anos que precederam este em que tive de fazer campanhas de Natal de Agosto a Outubro sempre a dizer o mesmo, renovo de coraçao os votos de que o capitalismo consumista morra num inferno nuclear alimentado por uma fornalha de anjinhos do exercito de salvação. Shalom.

Dica: não confiem em pessoas que toquem pandeireta e guitarra sem pertencerem a uma tuna. Também não confiem em ninguém de uma tuna.

segunda-feira, outubro 29, 2012

Só naquela III

Pá, não alimentem o monstro do José Rodrigues dos Santos. Não há coisa que me meta mais nojo que esta gente que  recebe um prémio "escritor de confiança" . A única confiança que deposito neste escritor é a de que sabe distinguir uma sapateira de um advérbio de modo e consegue virar páginas de um Houaiss com as orelhas. Registo que a obra que permitiu isto, " A mão do diabo", tem uma capa que não lembra ao inferno.

sábado, outubro 27, 2012

Só naquela II

Pá, não alimentem o monstro do Starbucks. Não há coisa que me meta mais nojo que esta gente que adopta os costumes dos outros só pela estética da coisa. Andar de copo gigante de café na rua é de quem tem uma vida cheia de stress e não tem tempo para se coçar. Mais, uma das primeiras causas de stress são copos de café vendidos a 4 euros.

Só naquela

Pá, não alimentem o monstro do Halloween. Não há coisa que me meta mais nojo que esta facilidade com que nos tentam dar palha. Entrar num supermercado e encontrar aboboras com olhos deixa-me fodido. Não temos nada com essa merda. É giro, é coiso, mas é lá nos filmes e nos desenhos animados. Karma, espero que um dia haja action-figures de Caretos de Podence à venda em N.Y.

sexta-feira, outubro 26, 2012

Não vou dizer que isto* nunca esteve tão mau, mas vou dizer o que me chateia particularmente: A doutrinação. Se há 50 ou 100 anos o trabalho era bem menos dignificante** do que é hoje, era também mais simples. Se a alguém ( todos ) se exigia que trabalhasse de sol a sol, o contrato por aí ficava ( Já era próximo da escravatura ou do feudalismo ). Hoje as condições são muito melhores mas não basta trabalhar, temos de ser doutrinados, vivermos o que se trabalha, respirá-lo enquanto se almoça, pensá-lo a meio do banho*** e se há algo que pode ser refeito, dar o nosso melhor sem olhar para o mundo à volta. Horas, contratos, cansaço***, é tudo secundário. Importante é deus, a empresa. E o que eu gramo de deus e empresas.

* isto é o mundo.
** o trabalho dignifica quando quem o trabalha sente isso. Opiniões externas não contam.
*** já me pediram isto.
**** Hoje, sem se rirem, pediram-me a opinião sobre uma cama para meter num escritório.
Depois do evento de ontem, quero produzir algo como um concerto ao vivo e em diferido, misturando meios diversos num exercício de expressão multidisciplinar. A ideia é básica: Colocar num palco o máximo de artistas possíveis. O resultado final seria superior ao Cremaster, um filme com dj set, banda ao vivo, escultura, canto coral, action paint, Spoken Word de namedropping, V.J., pauliteiros de Miranda transportados em Bunraku e 3d Printers. Um dia destes manda a candidatura para um mecenas à altura.

quinta-feira, outubro 25, 2012

O que é que estão a fazer agora?
Eu estou a definir um content-wizard para um site.

quarta-feira, outubro 24, 2012

Tourist Traps

Mais um visitante dos states e novamente, insistem em levá-lo à Expo ou ao Eleven para mostrar como Portugal é um país desenvolvido. Sendo que os taxis ainda têm janelas, acho que este tipo já deve ter reparado que isto não é o Dubai. Basta sair do aeroporto em direcção ao centro e já se viu que não é por isso que Lisboa é procurada.  O drama à volta do hotel a aconselhar pareceu-me algo entre a censura salazarista e o Goodbye Lenine. Somos um país pequeno e tudo se atropela: a distância entre o bom e o péssimo pode ser só uma esquina ou uma travessa. Especialmente no centro de Lisboa. Quase tratado como um turista chegado a Pyongyang no primeiro dia, restou-lhe explorar a cidade no dia seguinte quando se viu à solta.
- So should I worry about robbers?
- Not really. Just be carefull with the camera and your wallet. No big deal.
Como explicar que naquela rua específica há pessoal menos recomendável? é só naquela.
- Someone offered me hash downtown.
- Near Chiado? don't buy anything from people in the streets. That's not even drugs, its just some pills and weird stuff grinded together.
O engraçado é que as perguntas são sempre iguais. Só tenho pena de não ter tido oportunidade de ensinar caralhadas. É a nossa exportação principal a seguir ao bacalhau.

terça-feira, outubro 23, 2012

Os vizinhos devem gostar do tempo que perco na escadas do prédio. Servem para filmar, fotografar, fazer animações, tirar texturas. À noite deixo as luzes apagarem para as fotos com flash. Pelo meio, ir buscar gatos lá abaixo. Nem imaginam se as escadas fossem bonitas.

segunda-feira, outubro 22, 2012

Alegria da Caverna

deves achar
sec. VIII A.C.
- Bom, mete aí Zeus todo poderoso deu uma granda berlaitada num ganso. O ganso para se escapar transforma-se numa nuvem e foge para Saturno. Entretanto Afródite apaixona-se por um boi e tem um bezerro que de tão feio é trancado num labirinto. Prometeu falhou a jura e uma águia come-lhe as tripas todos os dias.
- isto fica assim, não tenho tempo para rever.
- Sim, segue que hoje há tragédia às oito e quero sair cedo.

sec MCCC D.C.
- Foda-se estes gajos eram doentes. Mas se é isto que resta da cultura grega... Ó chefe, eu traduzo isto, mas vou dar-lhe uma volta para isto ter mais jeito e mais nexo. Não consigo fazer nada disto assim, porra.
- Faz como entenderes, não tires é as cenas com animais.

  sec XXI D.C.
-Textos com referências à antiguidade classica são tidos como literatura séria.

domingo, outubro 21, 2012

Arroios, à noite.

Click to zoom

Click to zoom yada yada

Esta é para compensar as pessoas que ficaram tristes com aquela campanha dos perfumes e do Zé à procura da Maria. Mas atenção: isto não é amor, é mesmo stalking.

sexta-feira, outubro 19, 2012

Keywords

O absurdismo morreu. Vivam as Keywords.
As keywords são o flow-of-conscience da burrice global, da falta de jeito, da ignorância cândida e o destroçar da esperança num mundo melhor. Ninguém deveria poder dirigir-se a este blog perguntando ao Google - Como a um Marcelo Rebelo de Sousa todo-poderoso - como apanhar gatos bravos, o que são coninhas ( ou onde as(os) encontrar ),  sem perceber o que se canta nas alturas ou porque toca pandeireta um homem no campo das cebolas. Pessoal: o Google só consegue entregar respostas a perguntas factuais. Opiniões, visões parciais, pensamentos íntimos, não consegue. E o que não consegue mesmo é dizer qual é a melhor gaja a mostrar as mamas, especialmente neste blog. Não é dilema que tenha discutido aqui, que me lembre. Google Fail.

E depois aparecem estes fenómenos

Pergunto-me em que frequência o cérebro deste tipo de gente funciona quando debita estas ideias. Ponto morto? meio PSI? 2 Hz?
Visto isto vir a lume, abro aqui o jogo e revelo quais eram os meus planos para 2013: abrir uma agência toda composta de estagiários a custo zero. Não era nada complicado, só tinha de ter um escritório com bom ar e um casca de uma playstation encostada a um canto - Com muita sorte, já passados 6 meses é que teriam tempo de descobrir que não funcionava - para o estilo. Mas o modelo do Ulrich ultrapassa a minha ideia de longe. Ele não só chulava os estagiários como ainda metia o estado a pagar por ele. Fuoda-se, sou um maçarico.

quinta-feira, outubro 18, 2012

Design-o-vision

Clientes nunca param de surpreender. Mas após anos de investigação, começo finalmente a perceber como funcionam. Esta semana comprovei a existência de uma cliente-o-vision. Algo parecida com a visão da Matrix, a cliente-o-vision é uma forma de visão não-gráfica. Onde um designer vê todo o tipo de relações visuais, semânticas, emocionais, comunicacionais, um cliente vê apenas manchas uniformes de "grafismo", uma espécie de white-noise de conteudo trabalhado previamente, que apenas representa horas ou dinheiro gasto. Descobri isto depois deste diálogo ( só designers percebem, paciência ):

- Bom, o layout não tá assim espetacular... - A olhar para o meu layout implementado pelo programador.
- Ah, esse. Mas esse também não está como eu desenhei.
- Como assim?
- Bem, o entrelinhamento não está igual. Os espaços brancos também não. Os blocos de texto não têm espaços em cima. As fontes não são aquelas. Muitos detalhes. Se o design é feito de uma soma de detalhes e eles não estão lá... Claro que não funciona.
- Mas a fonte não é a mesma?
- Não, aquela é uma Helvetica. Eu ali meti uma Futura.
- Zé, vê lá se é. - diz para o programador.
- É, é uma Helvetica.
- Porra, este gajo tem olho.

Gambrinus

- Tou?
- Tou, tás bom?
- Porra, 3 dias? tás maluco?
- Ahahah deixei-te à rasca, não foi?
- Foda-se ainda te ris, esta merda não tem piada. Se ias aprovar esta merda porque é que não disseste logo?
- AHahahaha ficaste mesmo atrapalhado. Epá desculpa lá o mau jeito mas tenho de mostrar que tenho algum controlo na situação.
- Foda-se nunca mais faças isso.
- Vá, amanhã almoçamos no do costume.
- Foda-se, sim. Pagas tu.
- Tá bem, tá bem. Inté.

Rodapé

Quando falo de blogs com algum designer, a primeira coisa que perguntam é "qual é o conceito?". Este blog não é isento disso, é um defeito profissional. Temos de ter ideias fechadas à volta de um conceito. Pode ser simples e batido, ou algo brutalmente original. Este era quase original quando começou. A ideia era ilustrar - com textos - objectos encontrados na rua. Depois passou a ser só uma longa incongruência bastante coerente e mantém-se assim há 6 anos. Hoje que tenho um header que parece assinalar a entrada numa fase gotham, queria ter uma imagem-tipo que acompanhava todos os posts, para ter um conceito novamente. Mas já sei que ao fim de 5 posts estou cheio da formato porque me está a limitar as ideias.
É por isso que não tenho tatuagens.

quarta-feira, outubro 17, 2012

Devido ao não pagamento das novas taxas sobre layout, acuidade e riqueza visual, o PPC viu-se obrigado a mudar de layout. Sem cores paga-se menos.

Isto é simples

Aos clientes explico tudo sempre com a metáfora dos carros. Comparo Fiat's 600, BMW's, Ferraris e afins para perceberem os termos técnicos que não precisam saber. O governo já devia ter começado a usar o mesmo método.
Por exemplo, Victor Gaspar já podia ter explicado que o orçamento deste ano é uma corrida de rua. O prémio é o pagamento da dívida, do povinho espera-se que com um fiat 600 ganhe a corrida contra um Ferrari e dois Veyrons. Por outro lado, o povinho espera que os BMW's e os Audis dos deputados sejam Fiat's 600 e só depois disso terão vontade de experimentar a corrida contra o Ferrari e os Veyrons.

terça-feira, outubro 16, 2012

2013, o ano da recuperação

Nem sei que diga destes filhos da puta. A verdade é que queria explicar foda-se as minhas ideias e pensamentos sobre o estado desta foda deste país de uma maneira inteligente, caralho. Falar das putas das alternativas a esta política destes caralhos, da puta da mentira constante dum comboio de traidores incompententes, fazer um apelo bem estruturado e apoiado na lógica sobre porque é que esta merda deste orçamento é um holocausto, fazer um caralho de um post assim à Arrastão ou à Delito de Opinião, uma cena bonita assim à gajo informado mas estes cabrões do caralho não me deixam fazer isso. Filhos da puta.

Manif

Para lá da curva

segunda-feira, outubro 15, 2012

É bem

Ora, o Verão vai-se aos poucos, o sol aguenta-se e enquanto há sol e pouca chuva é tempo de manifs. O tempo das manifs veio para ficar. Hoje o governo, aquele que eu visionário temia tanto que - ontem confessei isto a muito custo, não é algo de que me orgulhe - votei no PS só para não ter o Passos à frente disto tudo e agora é o que é, estamos todos num barco de 3 canos a meter água, 3 canos abertos e este tipo o que faz, metem todos ricos por decreto, não podem meter-nos a ganhar mais, é esse o plano deles, já ouvi muitas vezes que a crise acabou e que 2013 é sempre a subir, logo aumentam os escalões do IRS, é como nas escolas, os putos não podem ser mais espertos, baixam os critérios da eficácia de modo a cumprir metas impostas por outros. Não sei, parece-me intelectualmente desonesto, assim de repente. Manifestações, servidos?
Desemboca clandestino
o Sol de um Outono quente
vai rimar com gente

sexta-feira, outubro 12, 2012

Telefonemas avulso

- Mas só pagam isso?
- Sim, mas depois com recibo... Fica metade.
- Mas ainda tás em Portugal a fazer o quê?
- Sei lá, não sei responder. Devo ser burro.

- Olha apareceu-me aqui um trabalho porreiro, queres pegar nisto a meias comigo?
- Ó meu amigo, agora tou na Holanda.
- Ehh na Holanda? Granda salto. Pensava que só tinhas mudado de trabalho.
- Não ia sair sem ter mais certezas mas aqui ganha-se bem mais.
- Vais chorar por bacalhau e chouriço e assoar-te a notas de 50...
- Quando é que bazas daí?


- Oi! Tenho um freelance, como é? Design ou bolos?
- Bolos. Esquece o design. Sou mais feliz assim.
- Eh, é tudo o que é preciso. Mainada.
- Quando é que bazas daqui?

quinta-feira, outubro 11, 2012

... E depois vem o Assis e diz aquela merda

... Que muito provavelmente não disse ou vai dizer que não disse. O que não faz diferença. O importante é que a reacção das pessoas revela a conta em que têem a classe política, a que impõe medidas draconiano-experimentalistas todas as semanas mas à mínima ameaça aos seus próprios direitos luxos adquiridos, responde invariavelmente com acusações de populismo e demagogia. Mas não, é só uma experiência, pá. Se não tiver resultados positivos podem sempre voltar atrás, pá. Não é essa uma das premissas usadas para o roubo - é roubo mesmo - dos subsídios de férias e Natal? Que é temporário? As gorduras, o Passos? Aquela conversa que toda a gente conhece?

E não venham com a conversa de andámos-a-gastar-o-dinheiro-que-não-tinhamos-e-agora-temos-de-pagar. Esse plural está muito mal distribuído entre quem paga e quem deve. A culpa não é de todos.

quarta-feira, outubro 10, 2012

O país está incerto, as pessoas desanimadas, tudo cabisbaixo por defeito e por hábito. A cena é essa. Sai-se à rua ou espreita-se o blog do lado e é isto.

segunda-feira, outubro 08, 2012

É um problema

O estado extingue as fundações e isto preocupa-me a sério, como preocupa a diminuição do número de deputados, é gente que vai para o desemprego MESMO, porque não sabe fazer nada.

Aos Capuchos

Fui descendo Lisboa a pé, para chegar ali ao Hospital dos Capuchos e descer uma paralela à Rua de São Lázaro ( lembrar-me de nomes de ruas deixa-me sempre com a esperança de que vou um dia recuperar a memória de tudo ), para passar em slalom a zona da Rua das Pretas, onde havia noites góticas há uns 15 anos. Não ia com a máquina e passei por mais uma daquelas placas que indicam casas que tiveram importância: desta vez era a casa onde nasceu o Bordalo Pinheiro. Não é um museu, nem tem mais que a placa, fosse em Londres e teria o museu, o restaurante, a design store, sapos de louça, canetas com lagostas, pins, livros, lenços de assoar tudo, mas cá deixamos só a placa. Vou passar a fotografar as placas "aqui nasceu", só para confirmar a teoria ( já as fotografo, mas não se percebe ponta) .

sábado, outubro 06, 2012

Diria

Gostava de um dia justificar o pedantismo com Cossery mas tenho preguiça de o ler.

Post à moda antiga do PPC

Arredonda a volta ao cais do sodré, limpa a fama que não devia ter, troca a rua do chão cor-de-rosa pela praça do chile, o taxista comenta a rua vazia, pouca gente que apanha taxis, desde que o Passos nos fode que a cidade ficou mais curta, muitos vão a pé, outros esperam pelo primeiro autocarro como quando eu o fazia, quinhentos escudos era tudo o que era preciso sobrar depois das imperiais; a partir de certa hora gerava-se um debate: o conforto ou a borga. Os últimos quinhentos escudos podiam ainda ser mais cerveja e não um reles salvo-conduto para um taxi para casa. O banco da paragem era uma alternativa viável.
Hoje não.
- Então, o amigo tá cansado?
- uff sim, hoje deu para tudo: trabalhar até às tantas e vir para os copos.
- o que é que o amigo faz?
- Bom... Trabalho na internet. Faço coisas para a internet.
- Ah, trabalho de cabeça.
- É, estou parado numa secretária, sempre sentado, mas a cabeça não pára. É o dia nisto.
- Também é cansativo.
- É, não é como andar de um lado para o outro mas estamos sempre a fazer contas de cabeça. Mas ainda dá para os copos.
- Mas há trabalho?
- Não há muito. Gosto disto e gosto do país mas parece que não me querem cá. Estive nos copos com amigos e a primeira coisa que me perguntam é quando e para onde emigro.
- Pois, isto está mesmo mau.
- Mas hoje não está a render?
- Não, nem por isso, está pouca gente a sair. Ontem foi mais.
- Hoje é feriado. Ontem deve ter sido o dia daquelas pessoas que nunca saem irem à rua.
- Foi, foi. Mas hoje não rende.
Uma volta até ao Transmission para ver que cobram entrada para ouvir 35 minutos de metal de noventas, montes de miúdos, a promessa do metropolis, a mesma coisa mas com menos nazis e mais cómica, mascarados góticos, pessoal que se leva demasiado a sério para quem usa tranças florescentes e porcas nas rastas, uma petiscada no Sol e Pesca à base de vinho e enlatados.
Com os copos, deixei uma quadra  - poesia de urinol - na casa de banho do Sol e Pesca. É algo decassilábico mas sem nexo. Tenho a certeza absoluta que rima, mas não sei com quê.
Dica: se alguém vos diz a) "isto não está tão mal assim" b) "eu até gosto do Passos", é porque tem um BMW e a vida corre bem.

sexta-feira, outubro 05, 2012

Todos juntos, só fazem merda

O Passos tem por missão fazer de fusível
Gaspar, Passos, Macedo, Relvas, Portas. Não há Power Rangers ou uma brigada dos SMAS para escoar estes gajos do país? Ninguém ouve os gritos de socorro? Plastic man? Thundercats?

quinta-feira, outubro 04, 2012

O Gaspar faz as conferências às 3 da tarde porque soube pelo Miguel Macedo que está tudo a coçar os tomates.

quarta-feira, outubro 03, 2012

WORKSHOP

Como engatar a criatividade

Workshop a desenrolar-se em 4 módulos, pagos separadamente. Presença facultativa ou arbitrária caso alegrem o dia-a-dia de um designer demasiado experiente mas sempre capaz de aprender:
  1. Como parecer ocupado
  2. Como copiar sem ser topado
  3. Como inventar sem ser roubado
  4. Como engatar a Criatividade 
 1 - Ser criativo leva tempo.  Aprendam a ganhar tempo. Abdiquem do sono, se não tiverem acesso a sonhos psicóticos. Qualquer coisa que não meta anãs albinas enroladas em roupões de banho do Four Seasons, não serve para nada. Se já têm tempo, pareçam ocupados. Andem sempre com folhas na mão e perguntem sempre alguma coisa sempre que se cruzarem com alguém. Soprem. Só se parecerem ocupados é que têm algum tempo para pensar. "Pensar?". Isso leva-nos ao módulo 2.
2 - Criatividade e originalidade têm significados e aparecem em páginas diferentes no dicionário por uma só razão: não há relação nenhuma entre ambas. Aprenderão a explorar o conceito base ser-original-depende-da-obscuridade-das-fontes, utilizando arquivos históricos ou procurando ideias em sites coreanos, otomanos ou japoneses.
3 - Uma boa ideia é sempre roubada. Aprenderão a guardar as boas ideias em gavetas mentais e físicas, de onde só sairão com a garantia que nunca ninguém jamais abusará delas - e nunca sairão de lá.
4 - Depois de aprendidos e pagos todos os módulos iniciais, é altura de engatar a criatividade. Outros cursos prometem resultados rápidos e infalíveis, mas vendem-se usando o próprio método para se promover auto-eliminam-se sobrando apenas este como eficaz e terminal. O método straight-to-the-point-cut-the-crap-get-it-done ( STTPCTCGID*), ensina a dizer à criatividade como ela é única e especial e como a luz de mil estrelas parece inundar-lhe os olhos sempre que a noite tem a sua companhia. Não perdem tempo com briefings, brainstormings ou garrafas de vinho de 20 euros à beira do Tejo. Com o método STTPCTCGID as ideias caem-nos aos pés. Perguntas, questões, inscrições e pagamentos adiantados? prezadoprezado@gmail.com. Doações graciosas, botão Paypal à direita.


*eu uso uma mnemónica para me lembrar - Sempre Tive Tempo, Porra, Candelabro, Tendo Coçado Grandemente e, Dane

terça-feira, outubro 02, 2012

O Santini está para os betos

Como o paintball está para os programadores.

segunda-feira, outubro 01, 2012

A

Sendo que tenho muito que fazer, resta-me vir aqui inventar algo que se assemelhe a um post. Nem sempre sai rápido mas vou tentar:
Os gatos fazem-me a vida num inferno tropecei num que me fez despejar o prato das almondegas no chão da cozinha, acordando a vizinhança toda porque normalmente janto depois das 11. Durante o dia não tive tempo de fazer nada e deixei atulhar o lava louças de cascas de batata e cebola depois de ter tentado fazer uma omelete sem ovos. Larguei isto tudo para ir pagar a conta do gás de Janeiro que estava já a fazer diferença, sem fogão e sem ovos não há modo de fazer omeletes. Troquei as chaves de casa e quando cheguei tive de saltar a janela, para ser denunciado pelos pombos e pela vizinha do lado que chamou a polícia e eu a ter de explicar-me com o barulho das obras no prédio da frente com todos os trolhas a confirmar que sim que eu estava a saltar de um andar para o outro. Nisto os gatos comem os fios do disco externo e fico sem backups do trabalho de 3 anos. Não esfolo um com uma chave de fendas porque se deve aceitar que os bichos são só bichos mas ainda assim pensei em rebaptizar um de tripé, quando visualizei o que lhe poderia fazer que não o matasse muito. Ficou cinzento na mesma. Tripé será, um dia com sorte. E achei uma nota de 10.
Pronto, post inventado em tempo record.