sábado, abril 30, 2011

Timeout

Hoje não tenho nada para dizer e quando tal acontece raro raro o truque é fazer listas. Por isso, tour PPC para fim de semana com chuva:

  1.  Colombo. É um centro comercial. Este é o tour para quem gosta de andar de fato de treino e chinelos, a desculpa é que lá não chove. Apreciem a multiplicidade de seres humanos, tomem notas. Pensem em que tipo de penduricalho cada personagem pendura no retrovisor do carro.
  2. Belém. Levem chapéu. Metam-se à beira do rio. Levem máquina fotográfica. Tirem fotos a camones que não esperavam este tempo de merda. Ontem apanhei uns de baldes da praia e toalha, a apanhar a mesma molha que apanhei, no Marquês.

sexta-feira, abril 29, 2011

Definitivamente

Preciso de descanso.
Para poder aguentar o fim de semana.

quinta-feira, abril 28, 2011

Estive a ver

Todos os blogs que linkam para aqui são piores que o meu. Isto é muito mau sinal.

Já o contrário não se passa, o que me deixa menos preocupado parecendo que não.

quarta-feira, abril 27, 2011

A má publicidade não existe

As baguetes do Mini-Preço são uma merda.

terça-feira, abril 26, 2011

Acontece

Abri a porta duas vezes para ler o contador da eletricidade e por duas vezes o gato saiu disparado. Duas vizinhas de baixo conversavam de respectiva porta aberta. Gato cinzento voa escada abaixo, escolhe a porta da esquerda: Vizinha simpática, aparece com gato ao colo - sim o cabrão com que berro é esse - e peço desculpa.
Gato cinzento volta a voar escada abaixo, escolhe agora porta direita: vizinha antipática, resmunga "mas porque é que não fecham a porta quando não precisam dela aberta - ó minha grana digo para mim         bem é que bastam 2 segundos para o cabrão sair deves achar que eu curto descer as escadas todas a ir buscá-lo sempre que abro a puta da porta é mesmo uma cena que me deixa aos pinotes caralho curto bué - , o gato entra-me aqui em casa!
Fecho a porta, continuo a ler o contador sim que sou burrinho trihorario bihorario não pesco nada de contadores fico na escada, vizinha pensa que a porta fechou comigo lá dentro, mas não, está o vizinho de cima na escada pois, o tal do apartamento de cima que faz barulho pois lá ouvi a confirmação de tudo o que postei em jeito de ficção há uns dias.

segunda-feira, abril 25, 2011

Contestem contestem

O problema eterno no PC: viver em universos paralelos.

No Coliseu. Gostei.

Chaimite, um género de panela de pressão de onde saem comunas bem passados.
Ano após ano lá volto, o tempo passa e lá estamos todos, os anti-fascistas, os comunas, a ala-esquerda do PS, os bloquistas, os anarcas, os do contra, a família. Estão lá todos, ano após ano. A família vai ficando maior e maior, mas cada vez somos menos.

Vai ali à Avenida

E já volta.

Saiam à rua

Não me interessa muito porquê, mas é importante é que vão para a rua. Hoje é mesmo importante. Não liguem muito às cores e às flores se vos estiverem a fazer comichão é febre, a primavera é danada para alergias e tal. Avenida da Liberdade abaixo isso passa.Mas saiam. O feriado não é como as tolerâncias de ponto, é mesmo para todos. Quem não gosta ponha de lado. Isto ao lado é um cravo feito fora de horas, o vaso era pequeno por isso tive de desenhar outro ficou grande foda-se outro cheio desta merda nunca mais faço ilustrações às quatro da matina, os gatos não ajudam as televendas idem preciso de barulho mas os diferentes timbres de galope não ajudam mesmo.

domingo, abril 24, 2011

Preguiça

Tenho preguiça de duas coisas, que estou sempre a tentar contrariar: Dormir e ler. Como não adianta perguntar o que andam a dormir, pergunto: o que andam a ler?

sábado, abril 23, 2011

Arraial

Meio à chuva o arraial passou-se, o tema eterno a guerra dos sexos, a sangria desatada e quente, o Quim Barreiros, o casa a cair ao rio, o pessoal do fixed gear, os dos djambés, os erasmus, os fadistas, os bebâdos fadistas, as teorias e estatísticas, ainda não foi desta que se descobriu a Verdade, a noite curta.
adenda: à volta, directo para a Praça do Chile. Em vez de ir para casa, vou à tal padaria, sempre aberta, encher-me de pão e bolos folhas mil chouriço pançada do catano, dormi em paz.

sexta-feira, abril 22, 2011

Espelho da feira

- Aqueles gajos de lá de cima... É um arraial pegado.
- Deixa. Eles cansam-se. Já sabes que é assim todos os dias.
- Aquilo faz-me espécie. Não são normais, digo-te. É os gatos, é entrar e sair a qualquer hora, é os gatos que não param, depois é o alto, o do cabelho grisalho à elvis aos berros com os gatos, só diz asneiras, não sei que raio é que eles podem ter feito mas parece que lhe comeram um dedo do pé ou qualquer coisa, faz mais barulho que os gatos, filho da puta.
- Lá isso tens razão, 'mor...
- E a miúda? mas aquilo são horas? não sei o que raio é que ela faz...
- Querida não podes ser assim, ouvi dizer que é hospedeira...
- Hospedeira? A dona Rita da mercearia jurou-me que era modista.
- Isso ainda existe?
- E o outro? Dizem que é artista autista. Já viste a cara dele? parece que vem sempre pedrado. E sei que foi a Amesterdão, aquilo é só droga e putas, credo. Deve ter ido buscar droga, bandido.
- É designer, 'mor...
- Isso diz muito de uma pessoa, a tia Lurdes também pagou um curso desses à Sofia, a mais nova e olha a vida dela, tá no desemprego há anos.
- Mas ele tem trabalho...
- Ah são todos iguais, olha lá estão os cabrões dos gatos a galope no corredor! É hoje que chamo a polícia.

quinta-feira, abril 21, 2011

Olha

é quatro dias.

quarta-feira, abril 20, 2011

A senilidade?

Mas como é que ando há 4 dias a tentar ver o Groundhog Day, sem sucesso - adormeço sempre - e ainda não tinha reparado na ironia?

terça-feira, abril 19, 2011

Diz que sim


Diz que foi ao bairro a uma segunda à noite noite improvável. Estava cheio. A chuva e os relâmpagos eram muitos por isso ficou-se a ouvir o jazz e o Stevie como sempre o homem vem ter comigo nada a fazer. E apesar de ser uma noite de segunda no bairro, foi uma noite de família. Porque tenho a com que nasci, mas tenho também a que escolhi. Ribombai.

- o cinquentão parado ia bebendo copos e a música seguia. Os copos somava e a música também. O corpo solta-se ao decilitro, a cada música e a cada copo os braços ficam mais soltos e mais ridiculos. Ao fim, parecia - é citação - uma girafa em cima de um hovercraft.

segunda-feira, abril 18, 2011

5 anos 5

Não há machado que corte a raiz ao pensamento e não há explicação para eu aguentar esta chafarica há 5 anos 5. Parabéns ao estaminé.
Em 5 anos passou-se muita coisa, e muita coisa importante. Pensando bem, o mais importante. Está cá tudo. Pronto ok às vezes foi meio críptico sim ninguém apanha a data do divórcio nem o tempo que estive preso na Tunísia nem a ida a Amesterdão - eu sei - mas está cá tudo. Um dia a Escola Prezadiana levará a todos os profundos e ocultos significados que aqui nesta Regaleira de prosa feita se escondem.

domingo, abril 17, 2011

Vem do rio

O Tejo, em pontos cercado por chatas, aproveita a noite para encher o ar de Lisboa do cheiro a lodo sem que se note. É o cheiro desse lodo que faz os gatos andarem doidos na rua e daí até o tal ditado dito à noite todos os gatos são parvos não é pardos isso é corruptela.

sábado, abril 16, 2011

Fado

Fui para Alfama com netos de fadistas, para uma casa de fados. Não estava por dentro do sistema mas é assim: Pertence-se ao fado como se pertence a uma religião. Se o avô cantava fado, os netos cantam mesmo que não tenham voz. Juntam-se todos no mesmo sítio, debitam as letras que sabem de cor, uns arriscam cantar, aplaude-se o esforço, a vontade ou a presença. Depois rega-se isto com tinto rua abaixo, desviamo-nos de 3 socos do segurança, encontramos mais gente, despedimo-nos doutra tanta e volta-se a casa a tempo de dormir.

sexta-feira, abril 15, 2011

Nephicide

De saída.

É sexta

Tenho a partir das 19:16 do dia de hoje até às 2 da matina de domingo para explorar a natureza das coisas, a vida. Está quase. Esta tarde vai demorar a passar.

Mata passos

Quando chegares a casa tens a porra dos gatos à porta, a espreitar, o gráfico no Excel ditará qual o ângulo mínimo da porta para que tenham espaço para escapar porta fora por aí abaixo catapultar as pulgas no espaço sideral da escada por lavar. A água das tigelas estará espalhada por todo o lado. Nisto, a televisão já ligada vai contar de alguma rua onde passaste hoje - é que a televisão vem sintonizada em Lisboa - e onde vais reconhecer-te a andar na rua ali ao lado do prédio que ardeu ou da casa de penhores que foi assaltada. Tens as fotos do tempo errado falhaste-o por pouco palhaço. Atrasa o passo já te disse. Depois passas ao Parque Mayer. Depois passas à rua das Portas de Santo Antão onde o Camões foi preso, era bêbado, perdeu um olho numa luta por causa dos maus vinhos - Teobaldo de pacote só pode - e da falta de jeito, a pena tirou-lhe a força da mão esquerda sim ele era canhoto pois se o olho que perdeu era o direito a espada usa-se ao lado se a defesa falha defenestra-se o flanco mais a jeito olha fodeu-se agora há gente que chama aos gatos zarolhos Camões e a cães sem uma perna Tripé o que não davas para ter um cão chamado Tripé. Chega à janela, pisa o vomitado do gato enquanto olha para o Cristo Rei iluminado. Fumava, só para a fotografia.

quinta-feira, abril 14, 2011

ver para crer

Este sol este calor e eu num escritório. Deus és tão cruel. Vês por que não posso acreditar em ti? Chega às cinco da tarde e só sonho em sair. Vou aprender meditação transcendental só para saber transpor 2 horas de existência diárias.


Maldito tempo apre agrilhoado por ti permaneço caramba como voas e nem asas tens larga-me foda-se já disse não tenho mais que te contar quero envelhecer num casco de carvalho.
Se não o tens traz-me antes a imperial que já não posso beber e as 72 virgens a que tenho direito em adiantado espero que por muito.
Tinge-me a argêntea cabeça do mais profundo luto, tapa a vergonha de quem a usa.
Esta merda é como quem diz: Faço mais um ano.

Adenda
Outros eventos importantes deste dia:
1865 - Abraham Lincoln, 16º presidente dos EUA sofre atentado cometido por John Wilkes Booth.
1912 - O transatlântico inglês Titanic afunda ocasionando mais de 1500 mortes.
1944 - Os primeiros judeus transportados de Atenas chegam a Auschwitz.

quarta-feira, abril 13, 2011

O lado negro da vida

 O empregado traz o bitoque e vê-se a deixá-lo cair no chão. Se se safar, talvez o ovo estrelado esteja demasiado cozinhado. Ou o castelo de arroz venha desmanchado. Enviesado, irrequieto teimoso, vê sempre o lado mau das coisas. Teimoso, insiste. O patrão confia nele, mas o empregado já sabe que aquele gémeo mau reserva-lhe sempre o pior. O bom filho esse é capaz mas ninguém olha para ele. O empregado já conhece bem a sinistra visão que tem do mundo, por isso faz piadas com isso e só espera que percebam. Com uma vista assim, é sempre melhor olhar para o meio dos olhos, ajuda.

terça-feira, abril 12, 2011

Fuga ao fisco

Fui fugir ao fisco, ao almoço. Faço-o regularmente, contribuindo para o rombo orçamental, que, segundo as notícias que ainda faço questão de ver - como quem vê peixes num aquário ou corridas de monster trucks - me faz dever ao FMI cerca de 8 mil 10 mil euros. Longe de querer pagar, desta vez fui fugir ao fisco para o Parque Mayer, onde um Santana Lopes lembram-se havia um projecto do Frank Gehry, a ideia era recuperar aquele kosovo miniatura lembro-me agora de outro kosovo miniatura mas maior, a Feira Popular, também era para ser recuperada ah Kosovo és tão amado em Lisboa deve ser geminado só pode, tentamos germinar e não deu, passamos a geminar mas só com vasadouros de entulho aqui não - reparem que escrevo segundo o novo achordo ortográfico passamos é passamos o acento é facultativo e como sabem detesto assentos, estou sempre com pressa - bolas tenho uma ideia, é terraplanar o castelo para ser mais fácil os turistas chegarem lá não podemos ser salientes daquela maneira os senhores do FMI chateiam-se e fazem como no kozovo são os mesmos fascistas pois grupo Bilderberg e assim, terraplanam com B2 e assim, não quero, o castelo dá um mau parque de estacionamento. Já o Parque Mayer não até tem bastante sombra pude ver hoje.

segunda-feira, abril 11, 2011

Mais um ciclo que se aproxima, desviar

Anormal

Haver alguém que mete uma musica seguida de todos os seu remixes, orbital-mix incluido. Fico a ouvir a mesma linha melódica meia hora, até à insanidade. Depois admiram-se de estar sempre a trabalhar de headphones.

Matéria pura

Ontem estive a hipnotizar sobrinhas por meio de desenhos e resolvi partilhar esta técnica que desenvolvo há anos - Palo Alto tenta, o MIT copia, o Prezado faz - com a ajuda de sobrinhos emprestados. O processo desenrola-se em 2 campos simultâneos, como uma performance pense-se acto continuo: materializa-se um desenho, sendo o desenhar tomado pelo sujeito como um processo mágico, complementado com a corporalidade. Voz, corpo, desenho. Completam-se. O objectivo: hipnotizar uma sobrinha(o) - sobrinhas tem mais piada - de modo a que o demónio interior que a impede de estar sentada quieta a comer desapareça momentaneamente. Assim sendo, o processo aparentemente simples é:
Declara-se: "vou desenhar um porco.". esta frase deve ser proferida solenemente como quem dita um discurso sobre a influência do FMI na política portuguesa actual.
  • Desenha-se um porco. Não é importante a qualidade formal.
  • Apresenta-se o desenho.
  • Volta-se a pegar no desenho, nomeia-se o porco. Os nomes devem ser tradicionais portugueses. A reter: Alberto. Horácio. Anibal. Fernando. Artur. Alfredo. Andrade.
  • Escreve-se o nome do porco por baixo do porco.
  • Declara-se "vou desenhar-lhe um prato com batatas.".
  • Desenha-se um prato com batatas.
Nesta altura, a paciente está a rir-se perante tanta mas tão simples estupidez e a hipnose está efectuada.
Explico o processo cognitivo, Piaget roi-te palhaço andaste a escrever merda durante decadas e isto com desenhos de porcos tava tudo resolvido grunho. A palavra "porco", ao proferida, instala o gene do duplo-sentido nos cérebros incautos: Porco - sujo e Porco - animal, os dois conceitos chocam-se, entrando o cérebro em confusão e incerteza. Instalada a dúvida, aumenta-se a parvoice com seriedade, fazendo o desenho numa postura grave, cavaquiana. Findo isto, volta-se então a inserir a parvoice, oferecendo um nome austero, simples, mas reconhecido como sendo impróprio para um porco - animal. Finalmente, acrescenta-se um prato de batatas. As batatas conferem acção - inesperada - ao desenho, criando um tensão anímica elevada. Neste momento o cérebro tenro e incauto do sujeito rebola de incerteza, não conseguindo processar o que poderá ou não acontecer, debatendo-se com questões que não está habituado a debater, como por exemplo, como é possível comer de garfo e faca com chispes em vez de mãos. Todo este processo cognitivo faz o sujeito colocar em causa toda uma série de convenções, culminando na mais importante: Será possível haver gente assim tão parva e com esta idade?
O domingo é o dia em que deus descansou mas não ofereceu o dia a mais ninguém porque ditou que ao domingo se come cozido e outros pratos de digestão mais demorada com a família e como é sabido a família cansa, as sobrinhas cansam, o raio dos putos é preciso uma imaginação wieden+kennedynesca para os entreter, impedi-los de matar os gatos a síncope, impedi-los de esmurrar a cabeça contra esquinas e ainda apanhar o sol dos barcos do Tejo e descobrir como se largam gatos lá nos barcos, voltar a casa cheio de sol às costas e ainda subir 3 andares íngremes prova-de-montanha com ele.

sábado, abril 09, 2011

Oraite

Curto é as noites como as de ontem. Devo ter dezenas de posts sobre elas, as noites que só sei como começam mas nem adivinho como acabam. Ontem comecei sozinho, com uma cover jazzistica de Steve Wonder - cantada pela vocalista mais gira que conheço - e uma superbock. Depois insere-se uma daquelas elipesses cinematográficas e acabo com amigos numa pastelaria na Praça do Chile, a comer merendas mistas. E como é sabido, é no meio que está o interesse.

O ovo

Sms's ao inicio da noite.
- Vais sair pá? vou a caminho do Bairro.
- Não. Acabou o concerto e tou meio doente.
- Ok, fica para a próxima, as melho
Espera não és tu que vens agora a subir a rua na minha direcção não com cara de doente mas cara de bem acompanhado olá tudo bem ?
- eh olá oi tás aqui mas oi...
- Vai lá vai que tás doente e tal vai.
Esta cidade é pequena demais para mentiras.

quinta-feira, abril 07, 2011

Amsterdam VI

A dita. A red light. Alpha e Omega de Amesterdão. O Ocaso do ser. Mito forma espaço fundo.
É o universo condensado não pasteurizado. É montra atrás de montra, porta aberta para quartos assépticos quais consultórios de dentista, um banco, uma cadeira, um divã, uma cómoda, uma cabeceira, repetida 200 vezes, sempre igual ou simétrica. Na cabeceira sempre as mesmas coisas, 200 vezes, vibradores, toalhitas, preservativos, perfume, vibradores, toalhitas, preservativos, perfume. Não posso tirar fotos, sob pena de socos na boca. Mas juro que uma delas se riu para mim. A sério. Tive um bocado de vergonha, deixou-me sem jeito, enquanto vestida com 7 cm2 de roupa, me piscou o olho. Acho que foi sincera, tentei explicar-lhe não só te posso levar para Lisboa daqui a uns tempos depois explico sim apresento-te à minha mãe, deve gostar de ti não ela não curte muito louras mas para ti eu metia a cunha. Saí da rua a pensar num fado qualquer ai vida.
Passei à porta do museu do sexo. Pensei entrar mas depois medi bem as coisas - Embora o tamanho nunca interesse, o que é certo é que nunca tinha visto bolas chinesas daquele tamanho, só em Roland Garros - e vi que para ver sexo de outros séculos, bastava voltar a Portugal e ao cais do sodré. Que se lixe, a rua é sempre mais interessante que qualquer coisa. Guardei o dinheiro e fui ver antes o Van Gogh. Discutiu com o Gauguin, arrancou uma orelha e matou-se com um tiro no peito ? Vê-se logo que andava na red light afumar as coisas erradas. Voltei à red light passado um bocado. Faz-se noite e a rua começa a encher como um dia de feira. Percebi porque é que a cerveja é choca e quente: caso fosse etílica como a tuga - aconselho a Duvel, por lá - acabava metade daquela gente nos canais. O gajo mascarado de banana é garantido que teria ido parar a água eu próprio o empurraria.

interropemos a transmissão

FMI. Ah que inesperado nunca pensei mas o Sócrates negou sempre - aprendeu o gajo, negar sempre sempre - que o FMI vinha aí. Como todos sabemos este país é um farol de produtividade, gestão imaculada sempre, isto foi coisa que nunca pensei que nos apanhasse, que estivesse reservada para países malandros que se deitam ao sol. Enganei-me, só posso ser burrinho. Porra como é que não percebi que estavam a enganar-me, mas eu até confio em políticos estou sempre a votar neles eles ajudam-me quando tenho um aperto falo com deus e falo com durão barroso em sonhos, tenho um responso a sócrates e tudo para os dias mais escuros em que as trevas não me largam.
Olha, hoje está sol.

quarta-feira, abril 06, 2011

Amsterdam V

Dias inesperados é em Amesterdão pois é. Desde o segurança tatuado do restaurante onde vimos o Benfica às escuras, a empregada com o maior decote registado fora da Red Light, os mitras tímidos, o gajo do tuning medo que cena dantesca o gajo do tuning, carro preto matte, saias foles gaitas capas escapes, cabeça rapada, a passar com a mão ao volante a pingar sangue, nem uma palavra ninguém o olha nos olhos caralho xiu, o italiano gozado pela puta que está farta de italianos tesos, a Chinatown a gozar o pagode, os ingleses bêbados, os irlandeses bêbados, os guineenses bêbados, a zona dos travestis de ruas vazias, a bófia que só anda de mota e só se vê um de cada vez, as putas no segundo andar sentadas na cadeira a falar ao telefone, os dildos que se confundem com extintores, o bar que tem um moinho mas não é o moulin rouge, os coffee shops com fumo de cortar à faca, tudo inesperado menos uma coisa: não vi ninguém de socas.



As Coffee Shops. Isto há 20 ou 30 anos teria algum impacto acredito. Quando hoje vou ao Rossio andar um bocado e apanho com 27 gajos a tentar impingir-me todo o tipo de merda, até agradecia a existência de umas coisas destas. Em Amesterdão, ninguém me tentou vender nada na rua. Nem uma mama. Nada. Em Barcelona uma outra viagem de há uns anos eu feito lampeiro marimbei-me como sempre nos avisos olha-que-as-ramblas-à-noite-são-fodidas e lixei-me. Meio lixado, pronto. Mas ofereceram-me uma carteira a menos e um bobó, uma destas ofertas recusei-a, a outra não tive escolha e acreditem, não digo qual das quais o foi ou não mas só digo que deveria ter sido a inversa. Em Amesterdão, deram cabo da concorrência de rua legalizando a ilegalidade.

Lost in Amsterdm IV


Sexshops. Finalmente, encontrei uma sexshop desprovida de grunhos trogloditas corcundas onanistas a babar. Aliás, têm bastantes mulheres - normais diga-se, poderão porventura não sei mesmo se seriam pode ser que até fossem onanistas mas souberam disfarçar não sei se as há sequer - lá dentro. Algo entre a sex e a design shop, onde só há peças dignas de Bang&Olufsen. A maior parte das peças são tão estilizadas que acho que podem ser deixadas em cima da mesa da sala que a criançada não vai confundir com nada e por-se a brincar com aquilo.
Fábio Manuel já te disse para não pores isso na boca que é sujo ó mãe não posso brincar com nada bolas. Também há das outras, onde a vida parece andar para trás: hordas de machos calados, a pagar o porno que podiam ver em casa grátis. Se fosse sexo ao vivo eu ainda entendia a preferência, mas ir para cabines a cheirar a toalhitas? deixa tar.


Coffee Shops. Bom, entrei mas não inalei. Não é preciso: Se cá cantamos cheira bem cheira a Lisboa tendo em mente a brisa do tejo, os jacarandás nos jardins, a roupa nos estendais, os bolos da Evian e quejandos, Amesterdão cheira constantemente a erva. Basta andarem no bairro certo. Entrem num coffee shop e não precisam de comprar nada, sequer. Peçam uma pint, sentem-se e respirem profundamente. Perguntam, há franchise de coffee shops? há.

terça-feira, abril 05, 2011

Amsterdam III

A comida. Como é hábito nas grandes capitais, o que há menos em Amsterdão são holandeses. Por isso, não conseguiram ainda explicar aos coreanos, chineses, paquistaneses, ruandeses e afins como fazer o mais complexo prato tradicional que conheci: batatas fritas com maionese. Juro que é vendido como "típico". Há outras coisas muitas mas com este mesmo ar plástico e desinteressante. Conclusão absoluta? Querem viajar para comer bem? apanhem o 28 e vão a um tasco na Graça. Ganha-se mais.
Vondel Park. Ajudo na tradução: é um parque. Ao fim de semana, é ver todo o tipo de gente de todas as idades a juntar-se em picnic, copo de vinho na mão e estão nisto toda a tarde, na conversa, a curtir a relva, os passarinhos e a deixar tudo cheio de lixo - sim, não há só tugas porcos, há na holanda holandeses porcos não digam que é um exclusivo do nosso país este tipo de merdas, poupem-me. Para compensar, eles têm uma classe politica ligeiramente melhor. Não se pode ter tudo. Lixo no parque ou políticos decentes?
Atravessei o Vondel Park umas 6 vezes, 4 de bicicleta. Só nisto, perdi uns 3 kg.

Perdido por Amsterdam II

Por tópicos, mais simples. Pois eles andam de bicicleta. Esqueçam os autocarros, o metro, os taxis, tudo. A bicicleta manda aqui especialmente quando nos passa nos passeios quando os camones incautos se metem a passear na faixa delas e nos levam olhos enganchados na ponta dos travões. Aqui, à saída da Central Station, há vários parques. Ali estão umas 84736 mas do outro lado deverão estar outras tantas. Cheguem a Amesterdão, arranjem logo uma bicicleta. Aconselho uma com cadeado à prova de camone. Uma maneira fácil de distinguir camones é pela velocidade de parqueamento e cadeadamento de uma bicicleta. Depois de terem bicicleta, usem-na durante todo o tipo de actividades: falar ao telefone, ler o jornal, conversar com o vizinho, almoçar.


Canais. Os canais de Veneza estão para o romance como os canais de Amesterdão estão para a droga. Ao fim de semana as famílias pegam no barco e vão passear com os putos, os trintões combinam com os amigos e passeiam em barcos forrados de almofadas e enchem-no até à borda de vinho, os putos fazem picnics, os camones andam nas barcas e para culminar, há casas flutuantes. Com esplanada. Com jardim. Deus cruel porque é que eu não vivo numa casa dessas?
Sei que a água parece tentadora, mas não dá para nadar. Meti um dedo dentro de água e perdi-o. Análises revelaram a presença de altas percentagens de canabbis activa.

Perdido por Amsterdam I

Pois perdi-me uns dias por Amesterdão. Antes de tudo, percebi duas coisas e inventei uma outra:
Está explicada a tara por bicicletas ali nas horas perdidas. É impossível não andar de bicicleta e quando se o faz, é ao som da música do Verano Azul. A partir de agora, passo a medir distâncias em Milha Amesterdã.

Fui para lá à pressa. Não fiz planos de passeio, tinha dicas muitas mas não tive net a tempo para as ler. Cheguei ao aeroporto com um mapa para o hotel mal impresso, onde só via metade do caminho. Dica importante de viagem: ver sempre se a impressora está em portrait ou landscape. Parti do princípio que o hotel era no centro. Portanto, comboio para o centro, tenho de desbravar caminho. A esta hora, os comparsas - isto foi como um Ocean's Eleven - estão ainda a partir de outros aeroportos no mundo, cabia-me encontrar o hotel e/ou beber a prometida jola numa esplanada central à espera deles. A pé lá fui. Ponto de referência? Só um, Vondelpark.

Amanhã começo a dissecar


Amanhã teço dissecações sobre a ultima cidade onde me perdi: Amesterdão. Agora, dormir.
Promete, óbvio.

sexta-feira, abril 01, 2011

Por exemplo

Posso estar neste momento numa cidade cheia de bicicletas, neste momento. Até pode ser que seja Amesterdão.
Há tempos não-bloggers diziam-me que punha a minha vida toda no blog. É que o conceito de público e privado mudou muito. Hoje estou a mostrar como é relativo. Até ao próximo post.