quinta-feira, maio 29, 2014

quarta-feira, maio 28, 2014

Era só isto

Street coiso
Disclaimer: há uns anos, o Prezado fazia street art. Porque achava piada. Depois deixou-se disso, quando leu as entrelinhas do movimento demasiadas vezes. Diziam "diarreia visual".

Eu gosto de street art. Há dezenas de técnicas a serem exploradas e há algumas coisas bastante interessantes por aí. Mas raramente passam de algo apenas formal, nem ultrapassam os mesmos conceitos reciclados, gags visuais, ( esperadamente ) inesperados, o rendilhado absurdo, a repetição, o pop. A street art é vazia e visual. A mensagem é a mesma, a ideologia é sempre a mesma e qualquer fuga da ideologia deixa de ser street art. É uma liberdade muito estrita, horizontal, que não se supera. Como é feita por amadores num tempo em que a arte é feita por profissionais, a vanguarda está com os poucos que têm domínio na expressão ou no conceito. Que eventualmente passam a profissionais. Dizia, é tudo muito igual. Se um enche paredes de bananas, outro enche de chouriços. Isto não me diz muito, no fundo estão os dois a fazer a mesma coisa.

Mas tudo bem. Siga.
Agora, há algo pior que paredes com chouriços: o marketing. O marketing é - e agora estou a lembrar-me do Hicks - é tipo virus. Gonorreia. Sifilis. Alberto João. É pior que a peste. Exemplo: Primeiro apareceu a GAU. Galeria de arte urbana, que distribui espaços para street art FODA-SE como é que distribuem a rua mas que tipo de gente é que alinha nisto, uma marca, vinda do nada do zero, da cabeça de alguém resolve vender - na prática é vender sim porque é um item, é um espaço que não era de ninguém e passou a ser uma marca por decreto - o espaço público como galeria retalhada por autorização, pessoal que alinha nisso é totó, pessoal que não pinta por cima é totó também. Depois aparecem estes artistas da Embaixada, a vender sapatos da moda - isto choca com a tal ideologia que a street art não larga -  que dizem que estão a fazer street art pendurando um vinil impresso a laser sobre o predio e a chamar-lhe intervenção não caralho não, intervenção é pintarem a puta da parede toda com o que lhes dá na telha bom ou mau, meter um vinil à frente de uma fachada é o que as marcas fazem, meter lá isso ou fotos de gatinhos é a mesma coisa, qual é o risco de desenhar um vinil, vão errar? vão perder a noção de espaço? E para uma marca? É o mesmo que fazer uma campanha. E de publicidade está o mundo cheio.

A psique tuga

Desde há uns tempos, há um estrangeiro no trabalho. Em conversa ao almoço, comparámos a reacção portuguesa e a reacção americana sobre a vinda de um americano para Portugal. É bastante previsível:

O Americano:
- oh, Portugal? where is it? that's so cool, hope you enjoy it there.

O Português:
- Vieste para cá?? Para quê?

A resposta real não funciona ( trabalhar, ter uma vida, como os outros ) e o tuga só larga a cara de incredulidade quando diz "Aqui faz bom tempo". Aí tudo faz sentido.


domingo, maio 25, 2014

Marinho Pinto?

O Marinho Pinto ganhou. Não deixo de me sentir responsável, depois de ter apelado ao voto CONTRA em Marinho Pinto. O poder de influência deste blog é conhecido mas subestimei-o.
Agora pergunto-me o que vai acontecer. Vejo dois cenários.
Marinho Pinto vai amainar. No meio dos outros Eurodeputados, depressa descobrirá que é preciso ter maneiras à mesa ou vai para a mesa dos míudos. Os gestos à italiano vão desaparecer porque não vai querer ser tomado por italiano. Vai começar a tratar de burocracias num ambiente calmo e regrado, o que o vai acalmar.  Ou então não. Vai ser a nova Cicciolina do parlamento, mas em vez de mostrar as mamas mostra o intelecto só para chocar os outros. Vai ter ideias peregrinas e postar youtubes com as medidas para melhorar a vida dos taxistas todos os meses.

Provavelmente vai ser os dois.

Ainda sobre eleições: a França promoveu a extrema direita a partido de primeira divisão. A Italia teve lá a Cicciolina durante uns anos. É por isto que o Prezado tem a teoria que os portugueses são principes: Estamos tão longe desta gente.

sábado, maio 24, 2014

Votem

Votar CONTRA é importante. Mais do que a abstenção, o voto CONTRA é o voto que pesa.
Imaginem um Passos triste. Imaginem um Alegre triste. Imaginem um Seguro a morrer de velho. Espera, esta já é só estupida e demora muito.

Votem CONTRA. Votar CONTRA, mais que a abstenção, carrega responsabilidade mas torna um niilista num cidadão activo. Não, o voto em branco não é tido em conta. Estudos indicam que não serão tidos em conta até que surja um novo método de votação, o que pode acontecer nas próximas 2 gerações ( quando o google passar a fazer isso por nós ).
Votem CONTRA. Votar CONTRA é poder dizer num jantar de descontentes "eu não votei nesses, já sabia o que ia dar".
Votar CONTRA é tomar as rédeas do destino do país quando alguém puxa demasiado na rédea para a direita. O pessoal quer que o cavalo ande em frente.
Votar CONTRA, nem que seja no partido dos animais ( piada fácil aqui, vou passar ) também pode ser como votar em branco: um comentador político da treta encarregar-se-á de indicar que é um voto de protesto.
Votem CONTRA, é mais fácil. Numa prova cega de boletins de voto, há mais probabilidades de acertarem num CONTRA.
Votem CONTRA, o voto consciente. Só gente masoquista ou muito bem na vida ou inconscientes ou psd's não vota contra.
Votem CONTRA. É o mais nacionalista / comunista / liberal / progressista / fascista /anarquista que podem votar.
Votar CONTRA é dar tema de conversa aos taxistas. Um taxista calado é um muro limpo.
Votem CONTRA, com desprendimento. Não devem nada a ninguém. Um pássaro na mão é sempre melhor que dois a voar. E a cavalo dado não se olha o dente. Sei lá.
Votem CONTRA. É poupança cognitiva. Durante 4 anos mal vão ouvir falar de quem votaram, porque não é PSD nem PS nem PP. Vai fazer a sua parte e não precisa de atenção. Pensem num eurodeputado como uma espécie de cacto.
Votem CONTRA mas a tempo.
Votem CONTRA. Façam Portugal viral: Um Marinho Pinto como eurodeputado daria virais portugueses todas as semanas, como o drone da marinha.
Votem CONTRA mas epa pensem bem que tipo de gente é que vota PNR? como é que alguém com os dentes da frente e sem problemas de auto-afirmação / inveja do pénis / impotência / primos debeis  mentais / necessidades de tacho é que dá carta branca para um artista daqueles abrir a boca?
Votar CONTRA é pim. É dar o sinal claro que sim percebemos que uma campanha intelectualmente séria, com debates baseados na transparência e na visão ideologicamente fundamentada de cada partido seria pouco popular e dificilmente geraria grandes ajuntamentos e arruadas, que em vez disso os candidatos preferem jogar num plano inferior mas mais imediato e simples, composto de picardias pessoais e soundbytes, sem ideias de longo prazo ou impossíveis de condensar numa frase de 5 palavras para assim conseguir capturar votos em quantidade, mas que não temos nada a ver com isso.
Votem CONTRA.

quinta-feira, maio 22, 2014

Estudos indicam

Portfolios e CV's, um estudo científico.
Análise estatística sobre eficácia, baseada em empirismos e truismos.


Dada uma quantidade de CV's e Folios suficiente para amostra, conduziram-se testes e analizaram-se conteudos bem como reacções da entidade patronal - sob pena de embolia subita para esta.
Os resultados foram compilados e associados a case studies representativos das caracteristicas mais fortes de cada um, fazendo a vez de poster-child de cada drama pessoal que encerram.

Case 1
O Criativo
O criativo é um caso de hiperactividade ao nível demonstrativo. Se um CV deve ser apenas um A4 com Arial a corpo 12 com linha e meia de entrelinhamento, o criativo não vai guardar as habilidades unicas e especiais que tão mal guarda só para si e vai usá-las logo no CV, eliminando a ultima sombra de seriedade que podia mostrar ao futuro patrão. Um CV de um criativo é quase sempre, um PDF. Porque o criativo tem de usar fontes, cores, fundos, efeitos especiais e tudo em tudo o que faz tudo.
No portfolio, o céu é o limite. Tanto pode continuar no PDF como inventar formatos inauditos. Caixas de Nestum. Latas de amendoins. Sandes de presunto. Videos. A internet infelizmente ajudou a espalhar alguns exemplos ( sempre espalhafatosos e primários ) de "o melhor currículo do mundo". O melhor curriculo do mundo só é classificado assim por:

1. Quem não sabe. 2. Quem foi contratado / contratou graças a ele ( isto são 2 pessoas ).

E claro, não tem em conta os milhares de "melhores currículos do mundo" que ficaram pelo caminho, no fundo da pilha.

Case 2
O Robinson Crusué
O Robinson Crusué é anti-materialista. Isolado na sua ilha anti-internet, anti-software e anti-sociedade, ataca uma candidatura como quem ataca um urso com um pau afiado: mal. Envia o CV com um email inesquecível, como robbombanashoras.1benfica@esoterica.pt, tanto inclui - aqui há duas escolas distintas, os anal-retentivos e os verborreicos - só a informação necessária a perceber-se que pertence ao grupo de pessoas capaz de enviar um email como todos os eventos extra-curriculares, desde o crisma até à missa do sétimo dia. Nunca ouviu falar do linkedin, o folio é um pdf ou uns jpegs em attach no email. Se enviar links para sites, vão estar offline. Ou dar a uma lata de amendoins.

Case 3
O lateral-esquerdo
O lateral-esquerdo pode ter um pouco de criativo e de crusué. Mas o que o distingue é a capacidade de achar que um conjunto de habilidades específicas de que é capaz, por exemplo limpa-chaminés pode vir a ser util para quem precisa de um baterista. O lateral-esquerdo passa todos os jogadores em campo por ser tão diferente dos outros e vai sempre directo ao poste. De testa.

Case 4
O Relvas
O Relvas não envia currículos.


No Febre dos Fenos foi onde as considerações sobre Curriculae começaram.

terça-feira, maio 20, 2014

Eu é mais 50/50

Lido bem com religiões, desde que não mas vendam o tempo todo.
Acho que são porreiras para regular gente sem rumo, especialmente as velhinhas na primeira fila da missa. São as mais perigosas.
O pessoal que conheço que acredita em algo maior, usa Deus como conceito e só nesse sentido acreditam n'Ele. Deus manifesta-se em coisas grandes, como layouts bem feitos, sempre com o diabo nos detalhes. Também acho piada ao nazareno, porque era um hippie.
Mas agora calhou-me trabalhar com um daqueles do deus pequeno, das velinhas, do crucifixo, de fátima, dos milagres.
É tão mau como o pessoal dos anjinhos, cristais e golfinhos.

domingo, maio 18, 2014

Paciência

Não ando com paciência para isto. A culpa é do trabalho. Não que corra mal - acho que a altura em que escrevia mais aqui e da forma que me dava mais gozo era na altura do pior trabalho de sempre - mas porque corre bem e não preciso de alucinar diariamente.
O que me faz falta.

sexta-feira, maio 16, 2014

Luxo

Tempo, Espaço e Silêncio. O resto vale pouco.

Os outros são o inferno

Em tempos, a crítica mais comum feita à internet é que estava cheia de porno e que por isso, não servia para nada. É capaz de ter sido uma quase-verdade, porque sempre servia para o porno.

Nesses tempos, perdia muito tempo a evangelizar toda a gente.
Agora que já há 10 anos de uso de internet consistente por todo o tipo de pessoas, quero é que desapareçam. O tempo que todos os dias milhões de pessoas perdem a comentar jornais online, reclamar das novas injustiças do mundo que o youtube mostra todos os dias e a criar filtros para eliminar trolls é simplesmente demasiado.

Quando penso que quando era puto achava que a televisão dava demasiada atenção aos cromos da bola, nunca imaginava o nível do estrago que os animal lovers iam fazer à internet.

quarta-feira, maio 14, 2014

Sideshow

Entro no prédio e seguem-me passos a que não ligo. À porta do elevador, cumprimentam-me com um boa noite 3 vozes , uma delas mais firme que as outras. Viro-me.
Uma miuda de t-shirt coçada e chinelos, baixa e magra. Um gajo de um metro e quarenta, indiano, desgadelhado e com voz de marreta. O umpa-lumpa arquetípico. Uma outra miuda t-shirt e chinelos, mais um palmo de altura que os outros dois, pança a sobejar, periforme, voz de talhante fumador.
- Posso perguntar-lhe uma coisa?
- Força. - Aqui ainda pensava que eram vizinhos novos a vir da praia.
- O senhor é Optimus ou Zon?
- ehhhhhh é Zon.

E entram no elevador. Pela conversa, este pequeno circo ambulante Lynchiano vai tentar vender ligaçoes de internet à comissão, de porta em porta.
O mundo é um sítio porreiro.

terça-feira, maio 13, 2014

13 de Maio

- Jacinta, passa lá isso.
- Já vai já vai calma. Jacinta bebia mais um gole de medronho num safanão afastava Lucia apre diziam seus braços em esquina viva sai-te para lá que já é a tua vez
- Jacinta não sejas lambona és mesmo lambona pareces o prior
- Párem lá com essa merda, quem trouxe a garrafa fui eu não vos vi a serem valentes para ir lá a adega buscar a garrafa o Petrolino chegava-me a roupa ao pelo e agora são valentes para beber já são valentes passem cá isso. Só um gole vá toma lá que cansaço. Lá vai a porra da cabra Barão busca barão olha a cabra assobia e o cão pelas pedras corre para a cabra.
Lucia toma conta das cabras eu tou com sono e o sol vai alto ainda.

- É Lucia já é noite já é noite acorda acorda olha é tarde. Estamos feitos Jacinta não demos pelas horas as cabras onde estão as cabras. Galgam os montes tresmalhados como as cabras calcorreiam fundões cafundós e afins tudo sítios de nomes ermos juntando cabras e cães o Barão ajuda mas pouco é teimoso e corre pouco, os pugs são assim.

- Então onde andaram perguntou o pai severo e grave olhar encovado ó onde é que andaram já perguntei - Meu pai foram as cabras elas perderam-se  - isso é porque andaram a dormir eu já vos disse o que acontecia se andassem a mandriar não meu pai não senhor meu tio não é que apareceu uma senhora uma senhora , mas qual senhora a senhora levou as cabras foi? não eu eu ouvi a senhora a chamar e fiquei a ouvir - Mas quem? - era uma senhora lá em cima - em cima do Outeiro? mas vocês não eram para estar na várzea com as cabras não meu pai no alto no alto da oliveira, ela trepou, Jacinta o que é que já te disse como é que alguém trepava aos choupos tu tas-me a mentir vais contar essa história à vara de marmelo - não ela estava em cima da arvore mas não trepou ela veio cima de uma nuvem e era muito bonita e de branco e disse que era uma santa e disse para rezarmos foi isso foi juro por deus nosso senhor
- Foi isso foi, tio
- E vocês não andaram a beber nada?
- não meu pai não não
- Vou chamar o Prior. Vocês vão-se confessar.

Então prior?
Eles viram Santa Maria. Jacinta jura pela alma da mãe que viu uma senhora branca de luz que lhe disse para orarem pelos enfermos. Francisco disse que não viu nada mas ouviu. E Lucia também não viu nada, ainda não tem aqueles óculos que vão ser conhecidos daqui a uns anos e que vão ser a sua imagem de marca. Ray-ban? não aqueles verdes ok já tou haver - Acha que estão a mentir? pelo sim pelo não meta-os de castigo assim o farei prior

Hoje dormem no curral. Não o Jericó é bravo e morde vá a andar, não não pode porque senão, Vai o Francisco então e mais a cara do marmelo ah não contamos o segredo ah são 3 um cada um tem um - Segredo? A senhora contou um segredo a cada um de nós mas só podemos contar ao Bispo. Calha bem o bispo está em minha casa vou lá levar-vos e põe-se isto a limpo não prior ao Papa só contarmos ao Papa disse a senhora o Papa protege-nos dos comunistas - onde é que ouviste isso rapariga  - só o Papa, senhor prior -

Senhor Bispo, eles juram a pés juntos. Isso parece-me coisa de gente simples. Mas o povo já sabe disto, ontem já vi gente ao pé dos choupos.

- Se eu um dia descubro que vocês inventaram isto e que anda tudo a rezar no ermo à vossa conta, parto-vos a cabeça à pancada.
- Sim tio.


Acho que foi assim. Foi um dos temas de conversa ao almoço.

Coerência

O que eu curtia era ver o pessoal que reclama tanto dos hospitais e dos balcões das finanças a reclamar em todos os balcões e em todos os serviços. Mas é sempre mais fácil culpar uma figura qualquer abstracta - o "Estado" - do que pessoas individuais.
Cena de país católico.

domingo, maio 11, 2014

Barricadas

Tenho andado a fazer entrevistas de trabalho. Mas desta vez do lado do patronato.

É bastante estranho. A parte mais complicada é não ser um porreiraço como era a ser entrevistado. Tenho demasiada facilidade em empatizar com os revoltados da sociedade e alimento a revolta, porque quero ver sempre a barraca a arder. Mas esse pessoal revoltado tem de ser mesmo bom, senão não compensa.
Andei meses em entrevistas na minha área. Agora percebo porque é que corriam bem mas não davam em nada: Ser porreiraço e revoltado não chega. Convém trazer mais qualquer coisa para o trabalho.

terça-feira, maio 06, 2014

Folga

Não agradeçam:

http://www.corporateavoidance.com/

sábado, maio 03, 2014

O cais do sodré não

Fui ao Cais do Sodré. Ainda não tinha ido este ano, à conta da estada nos States.
Foderam aquilo tudo enquanto estive fora:

Acabaram com o Copenhaga. Como é que um gajo agora vai beber copos em sítios decadentes mas que combinam pessoal normal ( burguesia moderna ) , putas, bebâdos, mitras e pessoal da margem sul?

Acabaram com o Transmission. Isto é o acontecimento mais grave desde o aumento do IVA. Tenho de ir até ao Metropolis, no meio de nada, para ouvir metal? como é que cabem todos os metaleiros de Lisboa e arredores lá dentro? Pensaram no pessoal da margem sul? a maior das pessoas que vinham da margem sul a Lisboa eram metaleiros. Onde é que apanho metal a sério agora? o Metropolis é só EBM e indutrial com putos mascarados.

Abriu mais uma treta retro-hipster ao lado do Sabotage. Tinha bom ar. Mas já chega. Para isso há a pensão amor.

Abriu um bar todo pipi em cima do Viking. Gosto da contradição, mas não posso com a ideia do viking ir à vida um dia destes. Os betos conquistam aquilo tudo, é uma questão de tempo. A sobrevivência fica do lado de quem paga mais.

O Roterdão fechou. Temo pelo pior, se bem que não podia ser muito pior.

Abriu mais uma treta de degustação de não sei quê ao lado dos tascos manhosos da praça de S. Paulo.

A rua do Cid, até esse antro, está rodeada de bares novos a armar ao pingarelho.

Onde é que um gajo agora vai para ter o cenário decadente que merece?

P.S. por outro lado, o Bairro estava espetacular.

sexta-feira, maio 02, 2014

Percebo melhor o meu pai

O meu pai tinha umas ideias bem fixas quanto a política. Era assim meio descrente. ( Infelizmente a pouca crença que tinha, dava-lhe para o PSD ).
Depois de ver o IVA subir mais uma vez, percebo cada vez mais a descrença, mas não percebo o PSD. Agora vem este governo teoricamente liberal aumentar o IVA e teoricamente promover o consumo. Desisto.
Desde a secundária e os tempos do Cavaco e da Ferreira Leite que estou à espera de revoluções. Tenho feito a minha parte, parece-me: Não falto às manifs que interessam e sempre que posso e muitas vezes, quando não devo  - não é profissional confrontar um patrão marialva e burro, como fiz em tempos - meto gasolina na fogueira e promovo o governo como ele merece. Não criei nenhuma célula nem peguei em bandeiras ( mas já desenhei umas ).

E estou cansado da conversa das revoluções em Portugal.
A memória, provavelmente coisa de velhos e eu estou a ficar velho, não me deixa esquecer os primeiros cortes depois do FMI aterrar nos ministérios e o reboliço com que foram recebidos, com a promessa de que isto ia tudo abaixo em pouco tempo.
Já foram há anos, nada foi abaixo e está tudo bastante pior.
A conversa da revolução já é só caricata. 

Sugiro arranjarem outro mote, para alguém acreditar em alguma coisa.