quinta-feira, dezembro 31, 2009

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Previsões para 2010

Como os astrólogos, quiromantes, cartomantes, pedantes, mediuns, irmãos, santinhos, santinhas, mães de santo, e comentadores desportivos podem fazer as suas previsões sem terem medo de lhes fazerem um Berlusconi, deixo aqui também as minhas previsões. Atenção, são sérias. Há por aí aldrabões, mas estas são garantidas por um estudo norte-americano:

  • A crise vai continuar. O meus poderes divinatórios são tão fortes que consigo inclusivé adiantar que em 2011 também continua.
  • Um politico conhecido terá de tomar medidas que vão ser desagradáveis para muita gente.
  • Um grande líder mundial terá de continuar a fazer guerras que causarão muitos mortos.
  • Um homem vestido de branco sofrerá um mosh. Não será a primeira vez, porém.
  • Um grande terramoto assolará muitas cidades. O posterior acesso ao facebook fará com que o acesso à net fique impossível, causando uma verdadeira catástrofe.
  • Uma conhecida astróloga terá vaticínios muito parecidos com estes.
  • A gripe A vai continuar, apesar de em 2010 já ninguém se lembrar que ela existe e não seguir nenhuma forma de prevenção. Vide "gripe dos porcos". Vide próxima previsão.
  • Surgirá uma nova gripe, associada a um conhecido mamífero quadrúpede que possamos comer habitualmente ou mesmo diariamente e cuja falta deixe em nós uma certa apreensão e algum medo ou receio - mas que ao fim de algum tempo, rezamos, desaparece por si - de perdermos mais uma coisa que faz parte da nossa dieta habitual e alimentar a sensação de perda. Vide crise.

Não vou despedir-me e desejar coisas parvas.

domingo, dezembro 27, 2009

Moda

Já devem ter reparado, como eu, naqueles miúdos que andam na moda, com as calças descaídas até o nalguedo ficar de fora. Isto para mim tem sido um tema fracturante, em que tento levar-me de volta à idade deles para perceber se as figuras que eles fazem eu também já fiz, ou se realmente há uma diferença geracional. Se é para ser velho do Restelo, quero fazê-lo em consciência.
Há uns dias, passam por mim dois rapazes, a correr para o autocarro. Iam os dois em passinho curto, com as duas mãos a agarrar as calças à cintura. Fizeram-me lembrar os desenhos animados do Tom Sawyer.
A selecção natural vai encarregar-se desta moda.

sábado, dezembro 26, 2009

Dos encontros que podiam ter sido

Vou no autocarro.
Entra um gajo bebado como um cacho. Ao longo do autocarro articulado, abre todas as janelas - "foda-se, tá um calor que não se pode!!". Senta-se, adormece. Levanta-se e sai.

5 minutos.

Entra um gajo bebado como um cacho. Ao longo do autocarro articulado, fecha todas as janelas - "foda-se, não querem esta merda mais gelada??". Senta-se, adormece. Levanta-se e sai.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Por favor

Só para não andar a fazer de Troll em 55% da blogosfera portuguesa: parem, por favor, de dizer "aurea" quando querem referir-se à AURA de alguém. Áurea é aquela rua entre a da prata e do crucifixo. Ando eu com insónias depois de rever os erros aqui no blog...

quinta-feira, dezembro 24, 2009

E como se não chegasse

À saida de cena, quase tropeço na Zita Seabra.

Balanço do dia anterior ao dia N

O dia chega ao fim e estou vivo, mas por pouco. Calcorreei toda a baixa, tive um café naquele ao pé das Belas Artes, desci às profundezas da fnac depois de ter malhado em mais uma escada em estilo. Desta vez rolante, num aparatoso e bastante cómico acidente: patino, escorrego, balanço, recuo, avanço, agarro-me ao corrimão, torço-me, bufo, levanto-me - isto tudo em 3 segundos - e volto à posição inicial como se não tivesse passado nada. Para demonstrar que sou incrivelmente ágil e nada trapalhão, olho para a sola do sapato e para o piso da escada com um olhar de reprovação, para mostrar que a culpa, mais uma vez, só pode ter sido do material.

Estimo que cerca de 30 pessoas assistiram a esta performance. A essas, quero aqui agradecer o silêncio com que o fizeram e prometer novos espectáculos brevemente.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Balanço até ao momento

Um Natal para esquecer, até agora. Tirando uns episódios interessantes e prendas dadas do fundo do coração ( e só por isto já não me devia queixar ), tenho mais de 45% das pontas dos dedos cortadas com um vidro que não era suposto partir-se, a casa parece uma comuna anarca ocupada por 23 straight edges, tenho prendas por embrulhar, compras por fazer e para culminar, uma viagem que já não vou fazer porque a minha avó caiu pelas escadas abaixo e magoou-se a sério. Tenho fé que hoje à tarde altero o rumo disto tudo.

terça-feira, dezembro 22, 2009

Resultados até agora

Quase todas as prendas encontradas, um malho monumental na escadaria de uma loja, uns cortes nos dedos. O Colombo não é assim tão mau quanto o pintava...

Metendo o turbo

Procurar prendas de Natal ainda hoje... Eu mereço.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Terramoto

Ontem isto abanou a sério. Estava eu calmamente no sofá, na conversa, quando começo a sentir tudo a ondular ( a sensação é meio trip-de-ácido ). 2 segundos depois percebo que é um tremor de terra, levanto-me, vou para debaixo de uma arcada e agarro a porta. Eu todo orgulhoso de ter reagido tão prontamente e de modo tão eficaz ( nos outros terramotos, congelei ) , e ainda com o prédio a abanar para todos os lados, vou buscar os sapatos, o casaco, a carteira e o iPod. E estaria pronto para sair.

iPod? Tenho de rever prioridades.

( nas noticias tenho lido que o sismo foi sentido no Algarve e Alentejo, mas ontem, às 1:37, todos os amigos ligados no facebook deram sinal de vida. )

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Glossário futurista 1 : Fazer um Berlusconi

Diz-se quando no meio de uma multidão, alguém é agredido com um ex-libris - normalmente da cidade em que o fenómeno se der - de aço maciço, com várias torres pontiagudas, nos dentes. O Houaiss coloca a origem do ditote no seculo XXI, num episódio acontecido com um politico popular homónimo, conhecido por ser um palhaço de todo o tamanho [ sic ] .

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Do perfil profissional

Estou em formação, nas primeiras aulas a que assisto desde a universidade. Estou com menos paciência e bem mais surdo. O que vale são os restantes formandos. Um que um é psicólogo e bombeiro. Uma é astróloga e contabilista. O gajo que ainda não percebi bem o que faz, mas é ligado a telefones. A outra contabilista. A outra contabilista. E a outra contabilista. E o outro bombeiro.

sexta-feira, dezembro 11, 2009

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Sartorialist, versão portuguesa

Admitindo que a ideia não é nova - um bom começo - O Alfaiate Lisboeta é um blog onde se fala de pessoas e se mostra o que vestem. E é a prova de como esta cidade é um coxixo, porque abro o site e tem fotos de 2 amigas, um conhecido e 3-que-juro-que-já-vi-antes.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Finger painting, um novo género

Há algum tempo, chegou aos media a notícia que uma capa da New Yorker tinha sido feita em iPhone. Usando o multitouch do iPhone como hardware e uma app, o Brushes, a capa foi pintada à unha ( ou dedo, ou stylus ) e exportada para um formato para impressão. O autor é português, um ilustrador chamado Jorge Colombo. Confesso que para mim, não é digna de registro senão pela novidade, na altura. O folio tem ilustrações melhores e encontro pinturas bem melhores e mais complexas em blogs como o fingerpainted, onde o fingerpainting digital já vai sendo considerado um género emergente. Já a ilustração que apoiava o cabeçalho do Arrumadinho ( Blog já falecido ), fi-la da mesma forma, mas com outra aplicação. Desde aí, descobri uma outra, o Skectchbook Mobile, da Autodesk, que tem dado luta e muito gozo e onde tenho feito retratos como este mais abaixo. A técnica é semelhante ( um simulacro, para quem segue Baudrillard ) à utilizada para pintar em óleo, vou suavizando as manchas maiores de cor, do claro para o escuro, do fundo para a frente, adicionando detalhes, com o dedo. Este retrato é parte de uma série que ando a estudar. O próximo passo é tirá-los do iPod e imprimi-los.

terça-feira, dezembro 08, 2009

Neste momento, faço disto

Um dia destes explico melhor.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Info-exclusão, o que é?

Próprio do individuo privado da informação e meios informáticos presentes e actuais.
Vide: Pessoa que descobre o facebook e usa-o para divulgar a ultima novidade: o blog do Markl.

Mais um pouco e anunciava o Google. Aposto que usa o Sapo.

Um estudo recente revela que metade dos adultos de Lisboa é D.J.

Eu, Prezado, fui por som a um bar. não tenho nenhum nome espectacular, género Vibe, Hype, Cool, Beat, Psycho, Bolacha ou Pantaleão. Se calhar é uma má opção.
Mas é que isto serve só para confirmar a minha teoria de que hoje, qualquer pessoa pode ser D.J.
Na verdade, meto o ipod com uma playlist fixa, como o do Jamaica.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Assembleia da republica, Round one.

Estava a ver o telejornal descansado, quando dá o debate na assembleia. As figurinhas que vi hoje no debate no parlamento assustaram-me. De repente vi um daqueles parlamentos sul-americanos onde de repente os argumentos trocam-se por vias de facto, entre partidos que não representam ninguém senão politicos. Depois deu o anuncio do pingo doce de Natal e percebi que há coisas piores.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Realidade enganosa



Mas que pessoa é que acredita em "basta uma gota...", depois de ouvir bem o que estão a dizer?

1. Peguem num detergente para a louça. 2. Vejam o anúncio relativo a esse detergente - se for um dos que promete um marido a lavar pratos e uma familia feliz, passem à frente - e ouçam a frase. Vão ouvir "basta uma gota...". Esta frase, num anúncio de detergente, é como a meteorologia avisar que o céu amanhã ainda é azul: não serve para nada. 3. Peguem cuidadosamente numa gota do detergente. 4. Confirmem, lavando um prato.

Não dá, comecei eu a reparar. Cada vez que me meto a lavar pratos, penso na desonestidade destes gajos da publicidade. Uma gota, só, mergulha veloz rumo ao âmago do esfregão, onde repousará incólume, sem lhe passar nem de raspão um bocado de esparguete seco ou um bago de arroz basmati*. Toda a gente sabe isto, mas a falácia continua. Um dia, alguém num lugar importante vai notar isto ( convido-vos a avisar alguém que conheçam no governo ou na federação portuguesa de futebol ) e aí vão agradecer-me.


* lembrem-se do que disse sobre adjectivos na comida.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Taxistas, sempre

O taxista de hoje era o que os estudiosos do taxismo, depois de elevada dissertação interior, chamam de "PORCO". Este cabrão, que não tem outro nome, foi o caminho todo a fungar, escarrar para a rua, tirar macacos, coçar-se, insultar todos os condutores que tivessem mais do que 3 cm de carro na faixa dele, ultrapassar pela direita, cortar o caminho a dezenas de carros, fazer diagonais a atravessar 4 faixas sem pisca, a tossir, dar 120 em túneis atafulhados de carros, buzinar incessantemente o caminho todo, fazer tudo o que o código impede e que envergonhavam um taxista do Burkina Faso. E eu agradeço, porque se não há filhos da puta destes, que são um perigo, eu nunca chegaria a horas a lado nenhum.

Sei que um gajo tá a passar do limite quando me começo a enterrar e a cravar os joelhos nas costas do banco da frente.

Fome

Há alguns meses tinha algum receio de matar o meu figado à base de omeletes, o unico prato que conseguia acabar de modo a conseguir comê-lo sem um esgar de horror. Tinha apenas umas aulas de introdução à frigideira e era a unica coisa, tirando pão com manteiga, que fazia para matar a fome. Tanta fome.

Meses depois, e depois de hoje ter feito um delicioso frango com gengibre em sumo de laranja e arroz branco, com tomate cereja, seguido de crepes com doce de abobrinha, posso com segurança dizer que já não morro nem à fome, nem de tédio na cozinha.

Nota: Aos gajos que lêem este pasquim, uma dica preciosa. O prato que falo acima, é apenas galinha com gengibre e sumo. Com um arroz. E uns crepes. MAS, eu escrevi-o em linguagem de gaja. Só na cabeça delas faz sentido dizer "arroz branco". Se vocês disserem "querida, fiz frango com arroz", o máximo que arrancam é um sorriso amarelo. Todos os adjectivos preciosos que acrescentarem ao vosso miseravel prato são - como diz um amigo meu - blowjob points. Aprendam, este blog não dura sempre.

Um dia destes, posto um menu de um restaurante de Lisboa que me ensinou dicas preciosas neste campo.

terça-feira, novembro 24, 2009

Taxistas.

Apanho um velhote surdo a caminho de casa. Revela-me que é de Coimbra e veio para Lisboa há 50 anos, onde é taxista desde sempre. É dos tais a quem vale a pena dizer que vivo no Lumiar em vez daquele bairro com nome estrangeiro - é que esta zona era mesmo um bairro de barracas, mas graças a despejos certeiros e estratégicos, ficou mesmo bonito. Agora tem ruas imaculadas e silenciosas, com prédios cheios de gente de horários clinicamente controlados e sem desvios. No meu prédio descobri que a antena não apanha os 4 canais; acontecesse isto com um daqueles inquilinos cívicos e já tinha um papel no elevador a anunciar uma democrática reunião de condóminos, onde se votaria uma resolução rápida e correcta -
Conheceu a mulher bem novo, casou bem novo também. Vive num bairro antigo, mas espera o momento de voltar à terra, onde tem uma horta. Citou-me vários provérbios tipicos da terra dele, mas falhou em impressionar-me. "Devagar se vai ao longe" não me pareceu ser um regionalismo muito forte.
Não me falou de putas. Mas também não puxei por ele.

sábado, novembro 21, 2009

T.V. maldita

A t.v. apoderou-se da minha alma, novamente. Por duas noites seguidas, fico agarrado à recém-chegada t.v., na sala, até às 3, 4 da matina. Depois, claro, acordo todo fodido. A porra da televisão está a fazer-me gramar com noticias sobre cogumelos venenosos, gripe A, corrupção e sucateiros a toda a hora, e em repetição. Este demónio hipnotizou-me a raios catódicos e recuei varias décadas de evolução, quase sem me dar conta: larguei o "simulação e simulacro do Baudrillard e passei para a Maria e o ultimo da Margarida Rebelo Pinto; à noite, depois de comer vegetais salteados em cama de portobello ia discutir a divergência epistemologica no anarquismo social de Bakunin com a vizinha do lado - agora meto-me na conversa com a porteira a falar mal da lambisgoia do 4º que é uma badalhoca e deixa a escada que é um nojo, enquanto como uma sandes de torresmos com a boca aberta; Andava a rever as obras de Jarmush e a recordar os "limites do controlo", quando dou por mim a ver "A Mumia" pela 6ª vez; pensando bem, já antes dizia que mal da lambisgoia do 4º e comia de boca aberta.

De qualquer forma, um dia destes a televisão sai da sala.

terça-feira, novembro 17, 2009

Sem chuva, hoje.

Em direcção ao Cais do Sodré, dou de caras com o puto do Stevie Wonder. É mesmo puto. Pela rua do arsenal, passo à casa que no 5º andar tem um quintal com uma fonte fechada, de onde a única maneira de ver o rio é subindo ao telhado. Passo por aquele gajo comuna da câmara, com cara de quem ia defender o proletariado sem almoçar. Subo a rua Augusta, onde ainda ontem perdi de vista uma manequim e vou em direcção ao restaurante indiano do costume. Está cheio.
Paro ali ao lado, na igreja. Tiro umas fotos com a intenção de arranjar uns títulos espirituosos. Sigo pela rua das Portas de Santo Antão. Já passa da hora de almoço, mas todos os tascos continuam cheios. Subo. Uns metros acima do elevador do Lavra, entro na tasca mais pequena que vi. O homem à minha frente, muito lentamente, come a sopa a 10 cm do prato, com a mão a tremer. Não é mais velho que eu, mas engana. À saída, passo pela montra das malas de 200 contos. Apanho o autocarro para o Saldanha, com um puto a ouvir Michael Jackson em alta-voz. Aponto para casa depois de ter visto como os centros comerciais estão cada vez melhores com o Natal. ( o oposto. )


Stairway to heaven

quarta-feira, outubro 28, 2009

Ao campo das cebolas

A dona Beatriz benze-se. Passa as mãos na caixa, feita numa amalgama de madeira e placas de metal a agradecer graças concedidas. Desde doenças a exames passados, o todo da caixa é coberto de placas de metal, como cartoes de visita. O vidro da caixa deixa ver uma figura de ar languido que faz de santa. Depois de contar às vizinhas assertivamente como a mãe, irmã e filho morreram depois de anos a cuidar deles, sai.
À saida, passa pelo Cristo. Baixinho, agradece-lhe todo o bem que lhe trouxe, meio a choramingar. Agarra-lhe as coxas e deixa cair as mãos pelas pernas. Nisto, olha-me de lado e sai, com as mãos a pingar água benta.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Do nazareno

Chateia-me esta conversa à volta do Saramago: é que se por um lado o velho é repetitivo e só diz baboseira, por outro é o dos poucos ateus militantes a quem é dado tempo de antena.
Tenho é a ideia que o tipo de argumentação [ bíblia = livro que ensina o mal ] é simplesmente parvoice - sendo que eu nunca a li de fio a pavio e pode ser que lá pelo meio possa ser um anarchist cookbook com tácticas de guerrilha contra centuriões ocupadores - quando tenho a ideia que a bíblia até peca por falta de objectividade em matéria de vinganças, castigos e penalidades ( não me ensina como aplicar uma praga de gafanhotos a quem não me paga a tempo, por exemplo ) . Não ensina o mal, porque ensina MAL. Imagino cada caloteiro a acordar com gafanhotos a entrar nas orelhas ou viver nas trevas 3 dias. Como cobrador do fraque, o Nazareno seria o empregado do mês ad eternum.
Fico com a ideia que o Velho não quer dizer nada de importante contra as crenças religiosas de ninguém, mas apenas vender mais uns livros.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Noves fora

Continuo a ser designer. É uma cruz.
Estou cheio de ver código, erros, virgulas a mais, virgulas a menos. Caixas altas a menos, hifens fora do sitio.
Cada vez gosto mais de desenhar e contar histórias.
Vivo em Lisboa, num bairro pacato com ligações de fibra óptica onde todos se deitam às onze.
Quando me farto de estar em casa, metos os headphones e vou andar até onde o conforto dos sapatos deixar. Ouço Stevie Wonder em repeat até atinar com o timbre do homem.
Prefiro a zona velha da cidade.
Ainda entro em todas as igrejas por onde passo.
Ando com a máquina fotográfica todos os dias, hábito que está cada vez mais presente.
As histórias dos taxistas, pensões e residenciais decadentes ficam-me sempre na memória.
Quando chegarem as chuvas, devo ir buscar o casaco-escafandro e manter esta rotina.

Maitê

Pronto, já disse.

quinta-feira, outubro 08, 2009

um nivel do c$#!#lho

Não sei se já observaram isto, mas há posturas muito distintas nos diferentes de transporte públicos. Distintas entre os autocarros, metro, etc etc. As posturas têm pouco de distinto. Aliás, nivelam pelas barracas, como mínimo denominador comum. Devo ter andado uns dias de seguida só de metro, e devo ter ficado habituado ao silêncio. Vamos por partes:
No taxi, o gajo com menos nivel, 'tá na cara, é o taxista. Apanha-se de tudo, mas se eu for caladinho, o taxista é capaz de arriscar um fugaz "então ontem o Benfica, aquilo é que foi??", o que no meu caso resolve a coisa. Tivesse o taxista saber a minha opinião sobre a revolução industrial no Burquina Faso e arrancava mais de mim. Na outra vertente, ele irá contar-me a verdade sobre o Cavaco, as mulheres, a gripe A e o Sebastianismo.
Já no metro, as pessoas ficam caladas. Vão sozinhas para o emprego, caladinhas como ratos. Não há muito barulho, tirando o filha-da-puta do chaval de ténis Lacoste com o telemóvel em alta voz a ouvir musica dos tops da Amadora.
No autocarro, a coisa complica-se. Para já, um autocarro é como um fractal: dentro de um autocarro, podem ir taxistas, o que é um fenómeno recursivo. Depois, há muita gente ávida de interacção social ( leia-se confronto ), velhos, grávidas, doidos, pitas, eunucos, macacos e anões. Os autocarros no inverno são verdadeiros campos de batalha.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Tenho andado pouco

Tenho andado pouco e vou andar ainda menos. A chuva não me impede dos passeios no centro da cidade, mas chateia. Dentro de pouco tempo, começo a sair com os blusões género escafandro e só volto à noitinha, quando já estiverem ensopados da chuva.

sábado, outubro 03, 2009

Informo

Depois de uma noitada à moda antiga, feita de inúmeras paragens por inúmeros locais de fama comprovadamente duvidosa, chego a casa e faço uns belos hamburgers, acompanhados de um belo arroz, que saboreio neste momento. Toma.

terça-feira, setembro 29, 2009

Too much info

Há alguns anos, estava inscrito e usava todos os serviços online que se podiam lembrar. Era o começo da era "2.0" e das redes sociais. A necessidade de partilha de informação dava espaço para todo o tipo de redes, desde partilha de ideias, marcas de vinho, livros ou shampoo pra gatos. Passado este tempo, parece-me que passei de uns 30 serviços online para 1: facebook.

domingo, setembro 27, 2009

Eleições, 'tá na cara.

Tou a ficar velho, é sabido. Por isso meto estes gajos todos no mesmo saco, os políticos. Juro que houve tempos em que não pensava assim, era um gajo esperto e com os dentes da frente e tudo, mas a idade está a progredir bem rápido, e parece que a minha aptidão para julgar politicos está em sincronia com a quantidade de cabelos brancos.
Se pareço ter cara de votar no Bloco, os meus cabelos dirão que voto no PP. Os cotovelos votam na CDU. O dedo do meio do pé esquerdo vota no PNR ( é feio e torto e no dia em que ficar ligeiramente queimado depois de uma escalada a um pico europeu de segunda categoria num dia pouco frio, é um favor que me fazem se o amputarem ). O joelho direito, meio perro, vota no PSD. De resto, voto em branco.

quinta-feira, setembro 24, 2009

Foi ao bingo

Naquela parte da cidade, está tudo quieto. À noite, costumo apanhar velórios a acabar, com gente a sair da igreja, no meio da praça, paredes meias com o Técnico. Pelo caminho, encontrei uma mercearia que vende baba de caracol. Nunca se sabe quando vamos precisar.

Vim de longe e ainda bem

Fui jantar a casa dos meus pais. É em certos aspectos, como ir a uma consulta médica: só se fala de doenças e leio todas as revistas de social que apanho à frente.
Lá li uma história que me despertou algum interesse e impressão. Alguma pena, até. Dizia-se de uma apresentadora de televisão que teve de mudar a sua vida por causa da mudança de programa que apresentava: "a sua vida toda passava-se em 200 metros: o estudio, a casa, o colégio dos miudos, o restaurante, o supermercado". Na mesma rua.

Que vazio.

domingo, setembro 20, 2009

Gosto de trabalhar

Como tal, para mim, trabalhar é um acto de paixão. Faço-o com gosto. E isso nota-se: estou tão contente quando trabalho, que só quero trabalhar mais e mais. Felizmente, há pessoas que me ajudam e alimentam esta paixão, oferecendo-me trabalhos, ainda que não tenham dinheiro para pagar estas pequenas mas prazerosas tarefas que precisam para elas. Sabem tão bem como eu que não se deve cobrar pelo prazer - É feio. Que Deus nosso senhor disse "Amai-vos uns aos outros". Que a ganancia é o mal do mundo. Que os PPR's são uma tanga. Que as trocas directas estão de volta. Assim, como bons samaritanos que são, pedem para fazer logotipos à pala, porque sabem que até nem me custa nada. Eu gosto.



.... Se fossem mamar na 5ª pata do cavalo também tinha a sua piada.

sábado, setembro 19, 2009

À Feira da Ladra II

Chegando mais acima, passando os dois carros de tunning mais feios do universo conhecido, é a Feira. Vou lá desde adolescente de gosto musical duvidoso, mas activo.
Se chegarmos tarde à feira, os adolescentes já foram para casa.
Os freaks das bolsas de feltro, brincos, mortalhas e calças hippies também.
Os antiquários já fecharam.
O pessoal dos dvd's já desapareceu.

Mas a Feira está cheia. Ficaram as sobras. Ficaram espalhadas pelo chão, aos montes, capas de cassettes, livros, copos, garrafas, singles, biblots, cascas de laranja, sapatos, roupa. Mais roupa. Ficaram a beber minis e a comer sandes de torresmos. Ficaram os agarrados, o pessoal que mora no Cais do Sodré, na Mouraria. Vêm mais tarde, e nesta altura só cá está quem sabe que a esta hora vende-se tudo a cinquenta centimos, só porque é roubado, ou porque ninguém quer voltar com nada para casa.

p.s. Muita gente nunca foi à Feira de Ladra e não acredita quando digo que TUDO se vende. Neste dia, segui com atenção um senhor a comprar a leiteira velha sem tampa, junto com uma chávena. Um euro chegava, mas regateia-se, claro.

quinta-feira, setembro 17, 2009

À Feira da Ladra I

Subindo em direcção à Feira da Ladra, passa-se por uma zona degradada e isolada. Há um edifício grande do exercito que serve de muleta a três prédios prestes a cair.
No primeiro, um velho nu sentado na cama, mesmo à porta, vê televisão.
No segundo, a velha tapa a vista para o Tejo com um lençol coçado às flores, ficando a olhar uma nesga da sua rua sem transito,
impavida.
No terceiro, todas as portas e janelas estão entaipadas, menos duas, a porta e a janela do rés-do-chão. À porta, um cão preto grande está preso ao chão por uma corrente com meia-duzia de elos, que mal o deixa levantar a cabeça.
Todos os prédios, o primeiro, o segundo e o terceiro têm uma colecção de plantas iguais em vasos de plastico comidos pelo sol.

Taxistas em 2009

Em 2008 crackei o código de acesso à mente dos taxistas: É-me possível agora ser convidado para almoçar, lanchar, oferecerem-me a virgindade da filha ( as if... ) ou convidarem-me para o crisma do sobrinho, ao fim de 10 minutos de conversa informal. Mas hoje descobri o melhor truque de todos: hipnotizá-los de modo a que se esqueçam de ligar o taximetro. Distraído pela sua apaixonante descrição da vida no Libano - " um gajo lá nem pode beber nem ir às putas" - e da vida dificil de taxista, sempre perseguido por pretos a quem insiste em não fazer o serviço, agarrados e moscovitas viciosos, este senhor esqueceu-se de ligar o taximetro. Lá tive tarifa à médio-oriente, a olho.

Lá fiquei a saber que no Libano não se usa papel higienico. É a minha dica de viagem de hoje.

O gajo ainda falava do filha-da-puta do Kadafi, acho que ainda não soube que o senhor já morreu. Não quis ser eu a dar-lhe a má noticia, por isso deixei-o falar. É sempre duro saber uma coisa dessas assim de chofre.

sexta-feira, setembro 04, 2009

quarta-feira, setembro 02, 2009

terça-feira, setembro 01, 2009

Pratos da moda

Curto mesmo quando encontro uma daqueles restaurantes de que se ouve falar bem, bem pipis, e depois vamos a ver e é uma chafarica de terceiro mundo disfarçada. O de hoje tem uma maneira bonita de fazer vista, original q.b...

Enquanto nos restaurantes fashion usam pratos brancos enormes, com mais 10 cm de bordo do que é preciso, neste fazem ao contrário: TIRAM metade da dose, para que sobrem 10-estécticos-cm de bordo. Jesus, que fominha que eu passei.

twitter versus blogger

O twitter é um filha-da-puta: como é mais divertido e rápido que o blog, tirou-me a energia de escrever mais do que 140 caracteres.

domingo, agosto 30, 2009

Preguiça pró-activa

Como sou um gajo preguiçoso, estou sempre a ter ideias novas para não ter de executar as antigas.

sábado, agosto 29, 2009

Guia para mosh pós-30

Não andei a fazer o tour de festivais de Verão, já não consigo acampar no meio da confusão e usar casas de banho de plastico no meio de 10000 adolescentes com facilidade. Por isso, Como preciso de um sítio com uma vista porreira, sombra, árvores, boa comida, qualidade de vida e todas as comodidades, fui um dia ao festival dos trintões, o Paredes de Coura. Já não ia a festivais de verão há uns anos. Talvez uns... 10.
Foi com grande choque ( literalmente ) que percebi que o peso da idade me impediu de moshar à antiga. Mas se pensar que a ultima vez que moshei ainda ouvia Megadeth, eu mereci ser pisoteado.

Dica: Não abusem. O corpo de trintão é rijo, mas lento. Não percam tempo a ouvir a música, concentrem-se. Salvem a vossa vida.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Pelo norte I

Entra carro velho com 3 lenhadores, pára ao meu lado. O que vai ao volante, mais velho:
- Bom dia.
- Bom dia... - estou ao telefone, agora.
- Olhe, não quer comprar uma moto-serra?
- ehhhh, deixe estar - digo isto a fazer o mesmo gesto que faço quando me oferecem droga na baixa.
- Tem a certeza? olhe que é uma boa máquina, tá nova.
- ehh, obrigado. Não. - o carro arranca, com uma motoserra nova, cor-de-laranja, atras dos penduras.

Continuo a falar ao telefone, vestido de turista.

quarta-feira, julho 29, 2009

O espaço e o tempo

O tempo com que conto e não dispenso
Não limita o espaço do que sou
Por isso aparente contrasenso
De tanto que te roubo e que te dou

No tempo que tenho te convenço
Que mesmo os teus limites ultrapasso
Sobras do tempo em que te pertenço
Mas cabes inteirinha no meu espaço

Não sei qual de nós veio atrasado
Ou qual dessas metades vou roubando
Entraste no meu tempo já fechado
Ganhando o espaço que me vai sobrando

Por isso não me firas com o teu grito
O espaço não dá tempo à solidão
Não queiras todo o tempo que eu habito
O espaço é infinito o tempo não

E isto é do Camané. Ele sabe.

terça-feira, julho 28, 2009

Pela Baixa

Pára-se nas Portas de St. Antão e conversa-se durante umas horas.

















O material de que são feitas novelas.

sábado, julho 11, 2009

Ao espelho durante meia hora

O cabelo está a ficar à beto. Cai para o lado e cola-se à minha testa. É uma imagem atroz. Para ajudar, estou cada vez mais grisalho. Aliás, acho que estou a passar a fase do grisalho e a entrar na fase do tenho-alguns-cabelos-castanhos. Agora, está em expansão, a invasão dos brancos. Agora pêlos.
Pouco mais abaixo.
É a barba. A minha rala barba, feita de 17 pêlos e 12 penugens ( ultimo census em 2008 ), já tem 3 pêlos brancos. As patilhas, cada uma com 9 pêlos, já tinham mostrado que eram capazes, tinha 1 pêlo branco do lado esquerdo. Agora tenho no queixo 3 reluzentes pêlos, a mostrar como a idade não perdoa. Esse salto no desconhecido que é o meu bigode - epistemologicamente isto poderá ser objecto de discussão, dada a modéstia com que se revela - ultimo baluarte da penugem na minha cara, resiste e resistirá ao avanço da idade, novo que é. Corajosamente cresceu, sem pejo nem medo do aparente raquitismo. Lá para 2024, atinge a maioridade, espero.

sexta-feira, julho 10, 2009

Estrogéneo

A casa pode parecer um nojo. Pode estar toda de pernas para o ar. Pode ter pilhas de pratos por lavar. Pode ter bolor a rastejar no frigorifico. Pode cheirar a caverna. Pode ter roupa espalhada.

Basta entrar estrogéneo nesta casa e 20 minutos depois parece um palacete.

terça-feira, junho 30, 2009

A verdadeira crise

Já deixei passar alguns números, posso dar a minha opinião de uma forma directa e fundamentada sobre o que se passa com a Playboy Portugal : é uma merda.

Desde há meses, tenho dificuldades em dormir porque comecei por ver a Mónica Sofia embrulhada parcialmente género farinheira num maiot prateado em posição de pega-de-caras. Como foi o primeiro, esperei que fosse algo experimentalista.

Depois veio a Claudia Jacques. Melhorou. Começaram a usar cor, mas abusaram no oleo jonhson. resultado: na capa, a menina parece um sapo relusente. Lá dentro, peço toda a vossa imaginação e memoria visual para visualizarem o seguinte: jarros encontrados nas lojas chinesas, com um laço de palha amarrado. Estão a ver? Pronto. Fizeram o mesmo com a miuda. Mas com tule. Consegui ver coisas que só pensava ver em mamografias.

Depois, veio a Ana Malhoa. A única porn-star do país. A capa até prometia. "Olha, tem uma tattoo". Mas lá dentro conseguiu-se ver é que a miuda tem o catalogo todo da BadBones tattoo, e algumas delas até usa repetidas. Mamas camaleonicas, cada uma aponta em direcções diferentes entre takes. Assusta.

Finalmente, aparece a capa com a Rita Mendes, claramente a fazer uma palpação, atentamente despistando nódulos ou quistos. Uma iniciativa que muitas associações aplaudiram, mas que seria de esperar numa revista do IPO. Lá dentro, as poses são tão sexys como feitas para um catalogo de bordados da Madeira.

Ao longo destas edições, perguntei-me onde andou a direcção de arte, onde andaram os tipos da pós-produção, os maquilhadores, os cabeleireiros, e todo o staff que era suposto aparecer numa Playboy. É uma hecatombe titanica, e tenho o Medina Carreira a confirmar-me que a crise não passará enquanto a Playboy PT não causar uma erecção a um adolescente que seja.

quinta-feira, junho 25, 2009

O relógio tá a contar

Estou à espera da primeira piada de Michael-Jackson-morto.

quarta-feira, junho 24, 2009

I hate the t.v.

Depois de uns meses sem t.v., começo a vê-la como apenas um eletrodoméstico bizarro de onde saem sons e cores em catadupa, mas sem nexo ou significado. Assim, quando visito alguém com televisão, acabo por ficar a ver as televendas num transe abananado.

sábado, junho 20, 2009

Hoje

Vou perder-me noutra cidade.

sexta-feira, junho 19, 2009

Macabro

Constacto que receber uma carta das Finanças é como ver a morte. Com uma carta das Finanças na mão, sinto tremores infindáveis, suores, vómitos. Ansiedade. As pupilas dilatam. Perco o controlo das entranhas. Sinto-me frente ao Ceifeiro, à mercê de sua lei. Tremo até abrir a carta. Nunca sei o que esperar. Tanto posso apanhar um "ao abrigo do decreto-lei 109 de 22/10, vimos por este meio informar que deve pagar 2 euros de coima...", que tem sido regra, mas nunca sei quando apanharei um "vimos por este meio decretar a sua morte financeira: deve entregar a totalidade dos seus pertences no lugar cito na alinea b, ao que procederemos ao salgar do chão de sua casa, lugar de estacionamento e ao delapidar de todos os ganhos de futuros descendentes, caso tenham capacidades cognitivas para auferir um vencimento digno.". É igual para mim.
Eles, os das Finanças, dominam a capacidade de criarem multas e coimas a partir do ar. É algo sobrenatural. Sabem que depois de invocarem qualquer ladainha como "alinea B do decreto-lei 109 de 22/10", eu largo tudo e faço o que quiserem.

Eles andem aí.

segunda-feira, junho 15, 2009

Globalização

Grande jantar com as Joanas, com a prima sueca que parece jamaicana e arranha o português, com o alemão que fala espanhol e francês, em viagem com a mulher chilena que vive na Suécia e é programadora. E os cães.
Um jantar assim, aliado ao meu frigorifico, e temos o maior veiculador de Gripe dos porcos a funcionar em pleno. Para facilitar futuras investigações, deixo já aqui a nota: gripe dos porcos entrou em Portugal no sábado, na Avenida da Liberdade ( tecnicamente, é mais acima ). Tomem nota.

terça-feira, junho 09, 2009

o principio do fim do inicio do fim do principio do fim do inicio do principio do fim

Ontem julguei ter visto a luz
Nas horas brancas conduzi o despertar
E fui subindo a escada
Que me separava do meu fim

Abandonei quem já passou
Fechei os olhos e previ o que encontrei
E foi nesta viagem
Que percebi que não estou só

JP, "o fim"

quinta-feira, junho 04, 2009

Dicas para eleições

Pela primeira vez desde os 6 anos, um processo eleitoral passou-me ao lado: As eleições Europeias, que só anteontem descobri serem no próximo domingo. Como não tenho televisão para analisar as campanhas eleitorais, esses oceanos de esclarecimento e profunda análise, mas ainda assim quero expressar o meu interesse pelo tema, resta-me fazê-lo seguindo uma conversa com uma ex-colega minha, fã de verniz das unhas e episódios do Sexo e a cidade:

BE - à partida, qualquer pessoa que queira ser bem pensante, seja jovem e que beba um copo no BA, é do BE. O Louçã é porreiro, luta contra o que toda a gente já se esqueceu / é defendido apenas por 14 pessoas e é amigo do Miguel. Querem impressionar numa festa em cascais? digam que votam nestes.

CDU - São uns chatos. Reinvindicam, reinvindicam. Não param, uma seca. No dia em que o Jerónimo de Sousa largar aqueles blasers de taxista, terá algumas hipóteses. Votem neles se não gostarem de dinheiro ou se quiserem chatear a familia fascista.

PSD - já viram como a Manuela F. Leite se produziu para os cartazes? um esforço daqueles merece ser recompensado. Só por isso, merecia um voto. Votem em caso de emergência.

PPM - para quem gostar de usar pullovers amarelos por cima das costas, há sempre estes. Se não fossem eles, não havia a Caras. Advogas que o explendor de portugal se perdeu depois e apenas depois do 25 Abril? usas mocassin? vota neles.

PP - São uns senhores. Dress-code um bocadinho rigido demais, mas aqueles capacetes de cabelo ficam-lhes a matar. São de direita, mas podemos votar neles mesmo que sejamos de esquerda, porque eles vestem bem. Lembram-se do Jerónimo de Sousa? querem essa figura no parlamento europeu?

PS - o candidato principal tem voz de marreta, mas isso não impede de votar nele. Afinal, ele pertence ao "Benfica" dos partidos, aquele clube que a gente já nem se lembra porque, mas dizemos que gostamos porque à partida ganha sempre qualquer coisa ( ajudem-me aqui, tou a falar de bola ) . Parece que ganha, por isso é um voto seguro, não vão fazer figura de idealistas. Além disso, é moderno ser socialista. Go for it.

PNR - Não gostam de pretos, não é? O homem podia fazer a barba, e podia ser menos carrancudo. A vida é para curtir. Votem se estiverem fartos de convivência inter-racial-semi-saudavel e queiram passar para o nivel panico-motim-nas-ruas. Se tem grades nas janelas, já deve ter votados nestes.

MMS - Estes nem reparei que existiam até ter visto o candidato com um fato Boss. É um voto de bom gosto.

PCTP-MRPP - tantas letras, que enjoo. Devem ter a mania que são melhores que os outros. O Garcia Pereira precisa de um corte de cabelo novo, devia ir à Griffe. é tudo muito confuso, acho que deviam acabar com este partido. Muitas letras. Votem se não tiverem televisão em casa e os vossos pais estiveram na prisão de Caxias. Não sei bem porque, mas devem ter feito alguma.

sábado, maio 23, 2009

Visitação

O meu pai veio visitar-me
num sonho dentro de um sonho.
Abraçou-me e desvaneceu.

terça-feira, maio 19, 2009

Entrevista

Fui ver marionetas. Para adultos. Tinha muita curiosidade de ver.
Não estava à espera dos Marretas, mas não estava à espera de adormecer.
Fiz duas coisas enquanto me debatia com as minhas pálpebras a cair como chumbo: apreciei a destreza e disciplina da artista, sozinha no palco, a fazer 3 personagens independentes impecavelmente. E descobri como ela não gosta de publico, porque embrulhou o que faz na embalagem mais lixadamente intelectual que já vi. Mas segui-a. Queria algumas respostas e ela deixou-me entrevistá-la:

Prezado - Bom, qual foi o critério para a escolha da banda sonora, que é o ponto de partida da peça? um momento fulcral, como sabe.
Artista - Bem, eu tinha escolhido o "Shinny happy people" dos R.E.M., mas mostrei a algumas pessoas e algumas ficaram felizes. Desisti depois disso.
P. - O processo de selecção foi comprometido por essa reacção positiva?
A. - Foi. De modo algum quero ver alguém bem disposto num espectáculo meu. Ao fim de muita busca, encontrei algo no registo minimal-industrial, algo capaz de deixar o João Baião cabisbaixo. Insisti que os primeiros 15 minutos da peça fossem preenchidos por esse som apenas.
P. - Quanto à escolha de cenários: a penumbra é ainda a única forma de demonstrar o desapego ao material?
A. - Sem dúvida. Tentei aplicar algum conteúdo, mas não senti a necessidade de passar informação desnecessária ao público final. Os meus amigos já percebiam. Ainda meti 2 plintos pretos! Acho que com essa vendi a alma ao diabo. Detesto ser demasiado figurativa, não deixar espaço ao pensamento.
P. - É verdade que teve de mudar o canhão da fechadura, depois de ter usado os dois plintos pretos?
A. - É. As pessoas não estavam preparadas para a denuncia social. Os plintos eram ligeiramente diferentes, afinal.
P. - Narrativamente falando, teve necessidade de contar uma história?
A. - Não. Fragmentos soltos bastam. Um bocado como acontece aqui no blog, quando escreve uma seria de frases curtíssimas e desconexas, onde só os amigos próximos que o acompanharam nesse episódio especifico é que percebem de que fala.
P. - Está a criticar-me o meu blog?
A. - Bom, é altura de denunciar a sua berrante falta de talento, teimosamente disfarçada pelo minimalismo formal dos conteúdos, uma espécie de ficção de cordel paupérrima, salpicada de detalhes que não trazem nada à história, simples fumo e espelhos.
P. - Chama-se Estética. É apenas mais uma corrente, minha cara.
A. - Claro. Os erros ortográficos e de gramática serão estética também. Punk, se calhar. É sabido que os blogs são exercícios puramente narcisicos, mas o seu é um novo patamar, um referêncial. Um psicólogo pagaria para o estudar...
P. - irra, ca besta... Para terminar, onde vai a tourné a seguir?
A. - Bom, pensei em ir ao centro do país, mas ouvi que lá não há quem me entenda, como você. Salto directamente para o Porto, estarei lá 10 minutos na rodoviária e depois vou para Paris. Lá tem o grosso dos leitores do seu blog, sabe.
P. - Claro, pessoal culto e de fino trato. Isso já sabia, minha cara.

segunda-feira, maio 11, 2009

Consciencioso

Só é explorado um único animal para assegurar a manutenção deste blog.

sábado, maio 09, 2009

Receita fácil

Com 4 latas de atum ou 3 de sardinhas, misturam tomate pequeno ou molho de tomate em quantidade que não preciso dizer. Piquem 3 dentes de alho chocho, 2 cebolas e pimentos. Faz-se um refogado com o alho e cebolas num fio de azeite. O arroz leva sal. pegam em manjericão, ou se não tiverem, em oregãos, duas colheres de sopa . já explico como é que se faz sopa de oregãos mais à frente. ao desfiar o bacalhau acabado de cozer, vão-se queimar. dica: metam as mão debaixo de água corrente o quanto antes. Cortem as batatas aos cubos, ou se precisarem, às fatias. metam louro q.b. no refugado, agora. Os pimentos comem-se à medida que estamos a cozinhar. Nesta altura, coloca-se cebola bem picada no arroz. Metam também mais sal no arroz. O molho estará nesta altura a precisar de cerveja: usem stout, ou loura, ou bohemia: eu uso uma destas, fica melhor. reservem. numa sertã pequena, coloquem o atum, a canela, o vinho, a cerveja, os oregãos, a pimenta, a beringela, o milho e os cogumelos na quantidade que entenderem mas por esta ordem certa. atenção: por vezes acabamos por meter mais do que cabe numa sertã pequena, tenham isso em conta. deixem apurar 20 ou alguns minutos.
sirvam.

domingo, maio 03, 2009

O sermão na montanha

S. Jorge está atento, com o francês com nome de espanhol e os desconhecidos de há muito tempo atrás. Fala-se de praias, sol e copos. Infância. O filme já passou, mas no Krew Hassan está a começar. Ouve-se Madonna e vende-se tralha. As paredes, com mais luz que é habito, mostram os grafittis com cores mais que muitas. Conversa-se ao piano, a enrolar o cabelo.
Sai-se e troca-se dois números de porta. Gente de Santarém surge sempre só à noite. Encontram-se cara conhecidas entre copos, muitos. A mesa é de 8 mas os copos são de 16. A Sara não consegue render o andamento. A miúda loura de boa vontade oferece bilhetes, que afinal são falsos. Professores e mestres de sempre na mesa ao lado. Quizes manhosos e batota à mistura. Corre-se ao bar seguinte a dar boleia ao d.j. atrasado 2 horas. A miúda do decote desproporcional tira a concentração a metade do bar. Fotos. Fecha-se a casa com o Nikita do Elton John e a Bé. Carro em direcção a Santa Apolónia. Encontra-se o gigante vestido de doutor, fato e gravata. Na pista de cima, pouca gente e o Stevie Wonder.
Ao fim de um bocado mais mexido na pista de baixo, um brinde a 3. O gajo está de olho negro, explica umas coisas.
Coma-se uma tosta na estação de comboio.
Discuta-se a vida com o taxista.

( este taxista foi porreiro, avisou-me para ter cuidado por aí, porque costuma levar a casa a Cleópatra, lendária mulher bombástica que só se denunciou por ter mãos grandes e másculas ao entregar a nota. Já sabem. )

quarta-feira, abril 29, 2009

A gravidade

Fazia eu uma espantosa tortilha, seguindo as instruções exaustivas na receita online, quando tentei a transferência do corpo A ( tortilha ainda mal passada ) para o receptáculo B ( prato raso ) por meio da inversão vertical do recipiente C ( sertã ). Sensivelmente aos 45º do movimento de rotação - como registado metrologicamente - 35.2% do corpo A aterrou com grande espalhafato no lava louças, numa mixórdia dispensável de acontecer, não fosse eu burro como uma porta.
A descoberta de que a física newtoniana também pode ser demonstrada na cozinha é um tema fascinante.

lembrei-me deste factoide: estudos recentes, feitos por uma universidade norte-americana, revelam que os frigoríficos podem ser lavados de tempos a tempos. Provou-se que tal diminui o cheiro a comida estragada em 99.999999%.

sábado, abril 25, 2009

25 de Abril, sempre.

Cada vez ligo-o mais a mim e menos a ideologias.
Que fique e seja comemorado, pela liberdade. Pura e dura.

quinta-feira, abril 23, 2009

Nostalgic muthafucka



Isto era a minha banda preferida há uns anos, quando era pequenino e guedelhudo... ( agora prefiro Stevie Wonder) É Ministry. Há uma discoteca em Lisboa que passa isto e outras do mesmo género. Gosto de ir lá, numa de excursão revivalista. O contraste é porreiro: se quando tínhamos 17 ou 18 anos era uma tortura aquele momento em que rezavamos aos santinhos para o porteiro não dizer "não podes entrar de ténis" ou "a entrada são 3 contos", quando chegamos aos 30, já não há critério nenhum. Como eu conseguir andar sem ajuda já é uma vantagem astronómica, o porteiro tipo metro-cubico com a caveira tatuada no topo da careca deixa-me entrar, não sem se sentir mal ( pareço um pequeno cantor do coro de Viena, comparado com os skins que costumam estar lá dentro ) por conspurcar a nobreza do espaço com um menino da mamã como eu.
Ando a ver se organizo excursões para grupos maiores, já sinto saudades do cheiro a Organics no ar.

sábado, abril 18, 2009

Colinas

A passar à Penha de França, depois de descermos do reservatório ocre, descobre-se como é uma zona de emigrantes. Uma volta ali e pareceu-me estar em Londres: os cibercafés de paquistaneses seguem-se, uns atrás dos outros. Se quiser encontrar um cibercafé noutro lado, vejo-me grego.

Ouço o "bewitched, bothered and bewildered" e lá vou eu a caminho da rua. Até.

sexta-feira, abril 17, 2009

aniversário III

Blog com 3 anitos já é qualquer coisa. Devo salientar que os blogs são como o vinho do Porto, por isso isto só pode melhorar.

terça-feira, abril 14, 2009

Em dia de festa

Meti-me a pensar: é interessante que o Nazareno tenha escolhido uma festa para fazer o primeiro milagre, e que o primeiro milagre tenha sido transformar água em vinho. Comemore-se.
É porreiro, o tipo.

sábado, abril 11, 2009

Teoria nuclear da cozinha

Desde a descoberta da impossibilidade do congelamento do espaço-tempo num frigorífico vulgar de Lineu, pouca coisa tem ido para o caixote. É espantoso. Já não acordo a meio da noite a pensar nos meninos do Biafra, cheios de fominha e com presidentes barrigudinhos e corruptos.
Fiquei tão contente com a minha tão excelente e revolucionária forma de gerir recursos que a partilhei com um amigo. Quero, já agora, apresentá-lo: Pessoal, este é o Laércio, vive no meu café.


Não reparem no corte de cabelo. Ele é um Bolor.

sexta-feira, abril 10, 2009

Inspira.

Plasticinas gatafunhos entrevistas cervejas coca-colas e pirolitos. Saladas molhos palitos portáteis cebolas e simetrias. Sortes azares assim-assins e totolotos. Mulheres homens velhos e crianças. Prazeres favores deveres e obrigações. Preguiça pica vontades ausências e adiamentos. Tretas bocas fodas minhocas e parvoides. Musicas comprimidos cansaço e bjecas. Canetas lápis fotografias e cabos velhos. Ruído.

Expira.

quarta-feira, abril 08, 2009

Televisão.

Passa-se mais um tempo que não tenho televisão.
Até a tenho, mas como um manifesto. Está no chão, desligada.
A falta que sinto? tanta como a falta de andar de Jaguar amarelo: Nunca andei, por isso nem sei bem se vale a pena...

Até é simples. Sinto-me tentado a propor o desafio: 2 dias sem televisão?
( isto para mim era um desafio grande, há alguns meses. Eu sou o género "chega a casa > liga computador > liga TV > liga a luz " )

segunda-feira, abril 06, 2009

Urinol conflituoso

Falando em opções bizarras de decoração, um amigo meu disse-me uma vez que se pudesse fazer o que quisesse em casa, era ter um urinol na casa de banho - era muito prático. Tudo bem, é um gajo modesto, curto de vistas, mas sim, tem razão. Hoje dou de caras com esta peça macabra, vinda de um espírito demente. Não lembra ao diabo, esta coisa.
Vejamos: temos um urinol, a mais prática e ergonómica peça que se pode encontrar numa casa de banho - virado de cabeça pra baixo, chega a ser arte.
E aparece uma alminha a querer inovar na perfeição e lembra-se de quê?
"sou um génio, vou colocar uma tampa no urinol."
FODA-SE! A grande vantagem do urinol, é que ali não há por onde pegar: o objecto não tem a maldita tampa da discórdia. É um objecto uni-funcional. Um gajo chega-se a um urinol e só há uma tarefa a fazer. É linear! Meter uma tampa num urinol é como meter uma tampa num copo. O que é que querem adiar? o acesso à água?
Sério, é ridículo, além do gasto de plástico. Mais 3000 árvores e 21 koalas morreram só pra fazer a puta da tampa.
Stop the madness.

Acho que mereço um sono descansado só por causa de dar um titulo a um post como "urinol conflituoso", que parece um nome de banda punk de 80's. Boa noite.

domingo, abril 05, 2009

O taxista - queixume.

Apanhei um taxista fechado. Não abriu a boca. Não foi rude, nem mal educado. Não me disse que tinha uma amante mulata na Amadora há anos e que têm um filho que já anda no sétimo ano e que até tem boas notas. Não me disse onde é que o deputado X vai almoçar prolongadamente todos os dias, à conta do povinho. Não me disse que isto anda mal, que a crise tá a dar cabo de tudo e que a culpa é do Sócrates, do 25 de Abril, dos Champalimauds, das Testemunhas de Jeová ou das criançolas com aquele cabelo lambido, colado à cara. Não chamou camelo-do-caralho ao gajo que quase ia arrancando a frente do taxi.
Não faz dele um gajo civilizado, porém. Quero o meu dinheiro de volta, não é para isto que ando de taxi.

sexta-feira, abril 03, 2009

Agora Escolha

Loja do cidadão ou StarTrek?

Têm meia hora para ligar. Estou indeciso...

quinta-feira, abril 02, 2009

Esquerda caviar

A saga terminou. O ultimo vestígio de vida que estava no frigorífico já foi para o caixote.
Mas, confesso: era salmão fumado. Como é que conseguirei continuar a defender a revolta do proletariado face ao capitalismo selvagem do grande Satã, ( do qual não sei nada, visto não ver televisão ) quando ando a explorar salmões de viveiro, perguntarão?
Consigo. Porque o salmão fez a parte dele, que foi expelir o cheiro mais nauseabundo que me lembro, assim que abri p'ra ver se 'tava bom.
Imaginem algo entre uma bomba de mau cheiro e um peixe podre. Não deixa muito espaço à imaginação, eu sei.

quarta-feira, abril 01, 2009

in the backseat - Arcade Fire

I like the peace
in the backseat,
I don't have to drive,
I don't have to speak,
I can watch the country side,
and I can fall asleep.

My family tree's
loosing all its leaves,
crashing towards the driver's seat,
the lightning bolt made enough heat
to melt the street beneath your feet.

Alice died
in the night,

I've been learning to drive.
My whole life,
I've been learning.



Olha, uma letra que faz sentido.

terça-feira, março 31, 2009

Maldito.


Eu que pensava que já tinha dominado a caixa do espaço-tempo, eis que descubro mais uma vez a inevitabilidade da morte. Ou melhor, da vida. Apresento-vos a Beatriz, uma Penicillium chrysogenum , é uma vida que criei. Do queijo, fez-se vida. Se por um lado sinto-me endeusar por esta capacidade de ver, qual Lázaro, o queijo voltar dos mortos, por outro, o maldito frigorífico não me deixa comer nada do que deixo lá dentro.

Se soubesse não tinha deixado darem-me a injecção de penicilina no rabo. Comia só uma sandocha.

( factoide inútil: há muitos anos, a sensação de levar uma injecção de penicilina era semelhante a tentarem injectar-nos betume com uma seringa de bolos, lenta e dolorosamente. Maravilha da medicina, hoje a penicilina é administrada com uma solução de lidocaína, um anestésico. )

segunda-feira, março 30, 2009

Aceitação

A ausência de televisão faz surgir uma faceta mega-zen. Tive um satori:

Eu aceito o silêncio.
O silêncio faz parte de mim.
O silêncio faz parte do universo.
O silêncio e eu somos um.
O universo e eu somos um.

Mas porque é que nesta porra deste prédio não se houve nada o dia todo e finalmente, ao fim de semanas, o primeiro barulho que ouço, é às 2 da manhã?

sexta-feira, março 27, 2009

A entrar na noite de sexta

Uma caralhada vale por mil palavras.

Especialmente se vier no momento certo.

quinta-feira, março 26, 2009

Imagens, sempre.

As fotos ( de telemóvel ) do Roberto Barbosa em Coimbra. A partir de hoje. A não perder

EXPOSIÇÃO 25 de Março a 24 de Abril ‘09 Sala de Exposições da EUAC, das 9:00h às 18:00h [Inaugura na Quarta-feira, 25 de Março, às 17:00h]
Roberto Barbosa, nasceu a 4 de Março de 1953 na ilha do Fogo, em Cabo Verde. Passou a infância entre a ilha do Fogo e Lisboa, acabando por permanecer na capital portuguesa, primeiro para continuar e acabar a sua formação e depois para criar a sua vida em Paço de Arcos, perto do mar e de Lisboa. Desenvolveu a sua carreira de professor e fotógrafo até à sua morte, na manhã de 4 de Junho de 2007. A sua formação na Faculdade de Belas Artes, acabou por ser a base de onde partiu para o curso de fotografia no ARCO, onde logo se tornou monitor (1975) e pouco depois professor (até ao fim da sua vida). Durante este período iniciou a sua vida profissional como fotógrafo, integrando-se num grande grupo ligada à Fundação Calouste Gulbenkian, a empresa Partex-PSC. Nesta empresa, que desenvolvia comunicação num departamento próprio de imagem e design (sobretudo para clientes internacionais), realizou grande parte da actividade profissional como fotógrafo (de 1980 a 1999). Paralelamente multiplicou a sua acção enquanto professor de fotografia, integrando o corpo docente do Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), onde também se manteve em trabalho até ao seu falecimento, como professor bastante activo e coordenador do Departamento de Audiovisuais. Desde há alguns anos (depois de se desligar da empresa Partex-PSC), começou uma nova vida profissional, fotografando para publicidade, documentação e divulgação. Em 2004, depois da recuperação feliz de uma cirurgia cardíaca, abriu o blogue robbar.blogspot.com para publicar imagens fotográficas captadas com um telemóvel, para incentivar os alunos a uma prática imediata, cultivada e partilhada da fotografia. Tornou-se num aceso caso de passagem de muitos dos novos e antigos alunos, a que se foram juntando amigos, curiosos e visitantes ocasionais. No dia da sua morte foi o ecrã onde muitos vieram despedir-se, perante o espanto pela morte súbita e uma forma virtual de presença. Toda a obra fotográfica, ainda desconhecida, acaba por encontrar no seu blogue a sua expressão (ainda acessível) mais simplificada e deslumbrante. Foi constantemente um fotógrafo de passagem, entre amigos e clientes, menos interessado no trabalho preparado ou encenado e mais intuitivo na procura da ironia na realidade. Requintou o uso do título para cada fotografia e deu sempre sentido ao tempo em que publicava as suas imagens, criando uma forma de imagem que, quase sempre pela ironia, apelava ao humor pela vida. Para este blogue utilizou sempre (e deliberadamente) o mesmo telemóvel Nokia 7650 (um dos primeiros aparelhos com qualidade fotográfica melhorada). Persistiu no seu uso (entre várias reparações) pela plasticidade da imagem fotográfica que produzia, muito próximo de uma câmara Polaroid mas com a vantagem extraordinária de se assumir facilmente não enquanto câmara, mas apenas como telemóvel, abrindo acesso a uma partilha mais próxima com determinados instantes da realidade, sem os ferir ou mesmo afectar. Para lá da fascinante atitude com humor perante a realidade, do momento no quotidiano que se torna numa interrogação visual, há uma capacidade de resposta no acto de fotografar que deixou intrigantes composições sem qualquer forma posterior de manipulação. São imagens vivas.
Carlos Costa, Laboratório de Audiovisuais, IADE
_________________________________________________________
EUAC Escola Universitária das Artes de Coimbra www.arca.pt/euac info@arca.pt
T. +351 239 497 400

Bem lembrado pelo António.

quarta-feira, março 25, 2009

Almoço

Bife na sertã com vinho alentejano com oregãos e flor de sal, com arroz de pimentos e salada de alface e penino com improviso de vinagrete e pimenta branca.

Pena que tava tudo uma gosma.

iBook

Filho da mãe, não me deixa partilhar ecrans. Não há justiça no mundo. O que vai ser de mim? Vou desenvolver estrabismo em menos de nada.

P.S. dei cabo disso. Ja tenho dual screen. Solução aqui.

segunda-feira, março 23, 2009

Um agradecimento público

Ao Google. Porque me salvou a vida.
Faço a publicidade, não quero saber. Não sei se usam este serviço, ( eu uso há uns tempos, tenho visto mais gente a usar, até ) mas tenho de vender aqui a banha da cobra a estes senhores. Eles deviam ganhar dinheiro com isto, a sério.

Se não fosse este motor de busca ( procurem, vão ao www.sapo.pt e procurem por "google search " ) eu já tinha morrido com salmonelas. É importante divulgar coisas realmente úteis, e não aquelas correntes com trintas pontos de exclamação " LOL olha o que eu achei!!!!!!!!!". Poupem-me de tretas que toda a gente já viu, é uma coisa que me dá cabo da paciência.

No www.google.com, Os resultados das buscas são meio chatos, aparecem listas enormes, género "200000 resultados encontrados", o que não serve de muito, porque só olho para o primeiro. Mas isto quer dizer que eles até se esforçam, coitados. E eu respeito isso.

domingo, março 22, 2009

O espaço-tempo, explicado com vegetais

Ia eu fazer uma salada, todo contente na minha crença new-age da "vida saudável", e deparo-me com um frigorífico que não cumpriu a sua função: congelar o tempo.
Eu julgava que todos os alimentos frescos que entrassem no frigorifico estavam escudados do tempo ( ajudem-me os solteiros, devem confirmar esta função do frigorifico ). Não é uma questão de congelar as alfaces, é uma questão de congelar o MOMENTO em que as alfaces entraram nesse voide no espaço-tempo que é um frigorífico. Uma caixa de ovos tem validade? entra no frigorífico, deixa de ter. Um jovem solteiro acredita piamente nisto. Expliquem-me porque não acreditar na ciência e nas suas potencialidades.
Qual não foi o meu espanto, quando penso "olha, vou pôr espinafres na salada", abro a gaveta espaço-temporal e os filhos da puta estão mortos. Foda-se!
Vou a ver o sector espaço-temporal dos tomates e dos limões e a mesma coisa! FODA-SE! Quando fui às alfaces, o mesmo! FODA-SE!! pensei na tradicional omelete, e eis que FODA-SE!!!!!! Mas alto: Ainda na fé que o gavetão espaço-temporal dos ovos tinha funcionado e dobrado a constante Y ( Y= prazo-de-validade-no-topo-da-embalagem), fui ao Google saber se os ovos bons boiam ou vão ao fundo. Como é sabido, No hemisfério norte vão ao fundo, no hemisfério sul boiam. Fiz o teste, safou-se um.

Conclusão: se para ter uma vida saudável, arrisco perder a vida ou lançar uma nova estirpe de malária na europa, mais vale continuar a comer pregos e bifanas no sr. Manel.

os limões tinham cores que nunca tinha visto na natureza.

quarta-feira, março 18, 2009

Constatação

Não tenho televisão em casa. BU!
Sim, é uma freakalhada. É cena de gajos do bloco, bué agarrados à erva e com as paredes forradas de livros do Rosseau, do Hegel e desses comunas todos, quadros deprimentes a traço e musica psicadélica. ( Para ter esse cenário, só me falta a erva, as paredes forradas de livros do Rosseau, do Hegel e desses comunas todos, quadros deprimentes a traço e musica psicadélica.)
Tenho sentido falta quando são 20:00 em ponto. O telejornal para mim é como uma missa ( em zapping por 4 canais ) , sigo religiosamente as notícias desde míudo. Agora, nem isso. E dá-me ideia que o mundo é um sitio melhor: nunca mais vi a Manuela Moura Guedes e o Vasco Pulido Valente a tentarem fazer sentido. Não vejo guerra nenhuma sem ser as que apanho da janela. não há Palestina. Não há crise. Não há Sócrates e manobras que metem os cabelos em pé. Não há notícias sobre limões de 4 kg e cabras de 2 cabeças. Não vi mais a Joana Latino. Não há terrorismo. Não vejo crianças com fome. Não tenho de ver o Chavez. Não vejo reformas de miséria. Não vejo centros de saúde à pinha. Não vejo o Obama há mais de um mês. Não sei como está a bolsa. Não sei se o Space Shuttle está no espaço ou não. Não sei se a policia anda a negar que espancou mais alguém. Não sei se há mais carjacking. Não sei de assaltos, a não ser os que vejo.

Se calhar ando a viver na ignorância. E eu a pensar que era no Lumiar.

Só pra geeks

O twitter sobrevive a esta ausência de escrita no blog, e é a prova de que o micro-blogging está a dar. Não é por nada que o novo layout do facebook é um twitter-com-acessórios.

a emissão volta dentro de momentos.

quinta-feira, março 12, 2009

Dias raros

Dá-me o sono cedo. Não tenho televisão e o tempo estende-se. Como a cabeça não está desligada e a encolher, o tempo faz menos sentido. Alonga-se, dá-me para muito mais coisas. A ajudar, a ligação da net é manhosa, e não me deixa sequer perder muito tempo nos Youtubes. Aparecem amigos e fala-se da vida, o Msn a fazer de carta aérea para países distantes.
Ouve-se o Jorge Palma, para ajudar a manter a conversa séria.

quarta-feira, março 11, 2009

Baixa

Sai-se cedo. Tira-se a senha. Vai-se à vida. Os modelitos sobem a rua do Carmo. Os ciganos de Gucci descem. Ouve-se fado. À Brasileira, cobram o pequeno almoço de rei, ao sol. Lê-se o jornal. Caga-se na crise. A miuda italiana com pinta desce a rua. Cobrem o chão com pedaços de pão para os pombos. Cab'ões. Sobe-se à Bucholz, passando pelo Parque Mayer, transformado em parque de estacionamento deprimente. Desce-se. Vê-se em que número vai. Vai-se à rua das Portas de Santo Antão. Pelas trazeiras de azulejo azul do Gambrinus, encontram-se os Almeidas a almoçar. Sentados à janela, de colete reflector. Passa-se pela Lua de Mel, fechada. Vai-se à Fernandes. Deprimente como o Parque Mayer, estacionamento de tias com jeito p'rós apliques. Vai-se à Igreja. Tem 3 pessoas. Sentam-se cá atrás, para não incomodar os santos. Pensa-se em profanar a pia baptismal. Sai-se. Vai-se ver em que número vai. Há um homem em sangue, com cinquenta mirones à volta. Ordenam-se de maneira a que todos consigam ver o sangue. Metade são doutores. É interessante ver como há tantas maneiras de tratar uma pessoa desmaiada, mas nenhuma passa por deixá-la em paz. Volta-se ao Chiado. Encontra-se uma cara conhecida. Um bocado de conversa. Sobe-se ao encontro do almoço com uma cara mais conhecida. Come-se. Fala-se. Ri-se. Come-se. Chega-se à concluão que o importante, mesmo, é não ter chatices e não pensar que as coisas são feitas para correr mal. No fundo, isto até é tudo muito simples.

segunda-feira, março 09, 2009

O taxista porco

O taxista porco, o que é um verdadeiro cevado. Uma mistura de Kenny Rogers com um sem-abrigo. Umas patilhas enormes, prontas a capturar os restos do almoço, geralmente uma sandes de torresmo ali na tasca da Praça do Chile. Como sempre, acredito em não fazer julgamentos a-priori, mesmo quando se percebe que o cheiro a vinho dentro do taxi é mesmo da casa, e não Quinta de Pancas. Afinal, nem todos os taxistas têm uma moldura digital no lugar do GPS, a passar em loop fotos do neto a tomar banho. Eu até esperava um velhote de bom fundo, filho de uma vida madrasta, temente a Deus ou à Nossa Senhora do Tablier - Santa francesa, mas sem relação a Nossa Senhora de Lourdes - , metido consigo, humilde. Mas não. Acabou-se a calma assim que uma desgraçada deixou uma decima-quarta parte da traseira em cima da faixa. Fiquei rapidamente a perceber que assim que uma mulher faz uma incorrecção na condução, é automaticamente profissional de rua e está a pedi-las, e para rematar, é "mijona". Mijona.

Ainda hoje, acordo a meio da noite, a pensar: "mijona? mas que raio..."

sexta-feira, março 06, 2009

Arcade Fire - rebellion

Aqui o video.

Sleeping is giving in,
no matter what the time is.
Sleeping is giving in,
so lift those heavy eyelids.

People say that you'll die
faster than without water.
But we know it's just a lie,
scare your son, scare your daughter.

People say that your dreams
are the only things that save ya.
Come on baby in our dreams,
we can live on misbehavior.

Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Lies, lies!
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes
Every time you close your eyes

People try and hide the night
underneath the covers.
People try and hide the light
underneath the covers.

Come on hide your lovers underneath the covers
come on hide your lovers
underneath the covers.

Hidin' from your brothers
underneath the covers,
come on hide your lovers
underneath the covers.


Só porque a vida ( com todas as suas nuances bonitas que podem foder tudo, ainda assim ) é uma coisa bem pensada, passem um bom fim de semana. Eu vou passar, claro.

quinta-feira, março 05, 2009

Da medicação

Isto de estar doente já não era coisa habitual... Hoje na farmácia falhei todos os nomes de medicamentos. Parece que foram todos descontinuados há muito tempo.

Impressionantes mesmo, eram as unhacas da farmacêutica, a Sónia. Vermelhas e enormes, devem ser à medida para cortar os códigos de barras das caixas de Atralsopanimelopine e segurar pedaços de fita-cola.

quarta-feira, março 04, 2009

Não bastando ter passados os últimos dias enfiado em Lojas do Cidadão

Adianto que estou entrevado, preso ao sofá, por uma gripe lixada. Como tal, cada letra que aqui deixo, é como uma estaca cravada no meu pulmão esquerdo. Vou resistindo às dores lancinantes, os gritos deixam os vizinhos sem dormir, imaginando nobres ( e resistentes ) guerreiros a serem sacrificados a um deus cruel. Levar uma caneca de chá à boca, esforço hercúleo, só é ultrapassado pelo desesperante e trémulo movimento feito a tentar comer gaufres de chocolate de enfiada.

Cristo, porque me abandonaste?

segunda-feira, março 02, 2009

Tenho andado sem acesso à net.

....O que é o equivalente a uma trombose.


Cenas dos próximos capítulos:

O taxista porco.
O vizinho das garrafas-mini.
Review sobre sobremesas nepalesas.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Enquanto é tempo e só porque posso


Gustave Courbet (1819-1877) L'origine du monde

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Retratação

Eu sei que deixo passar aqui muita calinada no português. Muitos erros, muita gramática ao lado. Tenho leitores atentos que me ajudam nisto, mas são algo incompetentes, peço desculpa por eles. Mas são erros menores, como digo sempre. Porque há aí uma raça de erros que me mete especial impressão, os erros à volta das palavras hifenizadas. Lembrei-me disto porque acabei de ver escrito algures "fizes-te-me".

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Zé Gato

Ia eu pela cidade, perdido como sempre, e ao pé da Cervejaria Portugália vejo uma cara ligeiramente conhecida , à porta. Pensei que era um vizinho fora do contexto e assim difícil de associar de onde o conheceria. Era o Orlando Costa, o Zé Gato. Era a figura do desalento, um pobre de Deus. Abatido. Fiquei ideia que o Orlando se deixou envolver demasiado na personagem. O mesmo bigode, 30 anos depois, o mesmo cabelo.
Deixo a letra do genérico, que fala de um polícia incorruptível.

A cidade é p'ra fazer dinheiro
E se tu és um tipo inteiro
Vais passar um mau bocado
Vais ver o que custa não ser ouvido
No meio de tanto homem vendido
Em silêncio comprado
Quem és tu, Zé Gato?
O que é te te faz correr
Pelos cantos mais sujos, nesta terra
Tu já deves saber
Que mesmo quando vences batalhas
Estás longe de acabar com a guerra
Quem és tu, Zé Gato?Mas tu és teimoso, como um burro
Vem na luva ou vem a murro
Nada te faz desistir
A luta é de vida, ou de morte
Mas a consciência é mais forte
E não te deixa fugir
Quem és tu, Zé Gato?
O que é te te faz correr
Pelos cantos mais sujos, nesta terra
Tu já deves saber
Que mesmo quando vences batalhas
Estás longe de acabar com a guerra
Quem és tu, Zé Gato?

Estranho é que a série é de 1979 e eu lembro-me bem disto. Tinha 4 anos, porra.

Fui até ali ao Chiado

Fui ver os modelitos, os ténis às cores e os Wayfarer da tanga. Depois lá fui ao bairro alto, em excursão rara, feita durante o dia. Aí, nova dose de blusões com padrões parvos e lojas com 200 metros quadrados que se limitam a mostrar 5 pares de sapatos ( só o pé esquerdo ).

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Constato

Vivendo num certo ponto cimeiro e vanguardista da sociedade de consumo, ele há gente com a impressão que nos dias de hoje, já não há assuntos que se resolvam com um soco na tromba. Mas há.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Em resposta a um desafio


O desenho de hoje de manhã. No iPod, no autocarro, desde Benfica até Sete Rios.

Seis caracteristicas

O António lançou-me o desafio: 6 características sobre mim. É o melhor tema do mundo, sei bastantes coisas sobre o Prezado:

1. Sou menos egocêntrico do que parece.
2. O que mais detesto é intolerância, deixa-me doente.
3. Tenho uma curiosidade a roçar o patológico. Vasculho todos os temas possíveis e impossíveis pela net. Tudo.
4. Os únicos ídolos que alguma vez tive são os Monthy Python.
5. Tenho um problema de dicção que me impede de pronunciar correctamente o nome deste blog ( e o meu nome, também. Porra.) .
6. Não passo um dia sem desenhar. É como meditação.

E passo a bola à Gi, à Polo Norte, à Ar, ao PNE, à Mamã e ao Lucas. Mexam-se.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Tava a pensar em almoçar

Tenho uma amiga que me diz que a natureza é santa. Acho que isto, claramente, deve servir que a natureza é uma merda. Bom, bom, é ir ao Aya.

domingo, fevereiro 15, 2009

O monstro afinal precisa de amigos

Fomos ao encontro do monstro. Há meses que ele não encontra o grupinho do costume. Perguntávamo-nos se o monstro ia dar parte de fraco. É que os monstros não são muito bons com sentimentos e não se sabem exprimir, no meio de urros, grunhidos e socos. Só sabem falar gentilmente por meio de discos de 33 rotações, colunas de som e luzes às cores. Tentam a custo refrear os impulsos selvagens, a fim de mostrar alguma humanidade, mas a falta de habilidade é tal que preferem continuar a distribuir estalada e barbaridades ao público.
Perante o reencontro, uns diziam que não ia desmanchar, outros arriscavam que ia haver lágrimas.
Afinal, houve abraços, elogios e celebração. Por pouco tempo, o monstro amansou. No próximo encontro, já não vai ser assim. No máximo, vamos buscar peixe frito ao Tejo e ouvir uma caralhada das fortes.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Tira-me a pica

Tudo bem, não tenho idade para olhar para adolescentes do Liceu Francês, eu sei. Mas aquela onda do casaquinho da moda, calcinha de menina e afins irem acabar naquela porra daquelas botas de montanha que todas usam, faz-me especie.

Pareço um velho um dos marretas. ( o que não é mau, sempre gostei deles )

terça-feira, fevereiro 10, 2009

A visita de estudo

Como escrevi há dias, há muita gente que não sai muito. Têm liberdade de movimentos, mas tomam o mundo por um simples caminho entre casa, o emprego, o sítio onde almoçam, o sítio onde jantam, o sítio onde bebem café. Fazem a vida toda num universo de 500 metros de raio.
Hoje, as meninas foram ao Martim Moniz, ao Centro Comercial, ao Kebab. Seria o equivalente a uma expedição à mais profunda selva indiana, mas afinal, os canibais não nos comeram com caril, não morremos de desinteria , não nos esticaram o cabelo com restaurador Olex, nem acordámos com uma cicatriz recente numa banheira com gelo. Diz que é assim, o mundo real.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Sobre a hiperconectividade ( vou gastar esta palavra, porra )

A aventura do twitter e do hamburguer em directo. Quem não é geek, pode passar.

História completa aqui, descoberto via Dias Assim.

domingo, fevereiro 08, 2009

Depois de chegar

"Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida"

Sergio Godinho


De tempos a tempos, aqui volto.

A corrupção toca a todos

Deixa-me sempre impressionado, um parente meu. Hoje, lembrei-me que é o Chato dos Contemporâneos, chapado. É uma personagem pesada, negra, ( não, não é um tio gordo cabo-verdiano ) que não deixa passar nada em claro. Vive num permanente estado de alerta vermelho. Para ele, ninguém trabalha, qualquer pessoa com uma licenciatura é um "doutor-da-mula-russa", todos vivem de tachos e todos são corruptos. Eu, por exemplo, que trabalho sentado numa mesa o dia todo, sou um palhaço que nunca trabalhou na vida.
Mas tive de dar-lhe razão. Há dias, mostrou-me como o país está mesmo entregue a uma massa de corruptos :

Jantando em família, levanta-se o tema.
Ele- Já viram, ganhou a prova de natação, mas anularam a prova! Depois meteram-no em 4º lugar.
Eu- Ao Manel? Quantos anos tem ele agora? 9?
Ele- Sim! é uma cambada, aquilo! O miúdo ganhou, mas como queriam que outro a ganhasse, lá mexeram os cordelinhos!
Eu- Até nos Jogos Olímpicos há provas anuladas, e partidas falsas...
Ele- É outra cambada. Têm lá os interesses deles, meteram o miúdo para trás. Não é justo!
Eu- Mas ele anda em competição, na natação? mais a sério?
Ele- Não. Mas podia andar.

A seguir desenvolve a fundo a ideia da cabala contra o Manel, inocente vítima do "lobby dos vencedores de provas de natação amadoras que um dia serão campeões olímpicos". A argumentação daqui para a frente prolonga-se ad infinitum, até que a outra-parte-que-não-ele esgote os argumentos lógicos, que são limitados, ao contrário dos argumentos ressabiados, que são infinitos.
Só queria que vissem além da corrupção. Por favor, pensem nas crianças...

sábado, fevereiro 07, 2009

Visitação

Os sonhos lynchianos tinham desaparecido, já pensava que de vez.
Até que hoje aparece-me um gato branco, a respirar e arrastar-se a custo, com as costas abertas a verem-se costelas e carne com larvas. O que vale é que isto não é considerado um pesadelo, no meu dicionário.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Jornal da noite

Mudei agora para a TVI, meteram um ewok no lugar da Manuela Moura Guedes.

E o V.P.V. teve um A.V.C. e ninguém o avisou. K.O.

Restaurantes em lisboa, cada vez menos

Quando tento combinar um almoço com mais do que uma pessoa, já sei que a coisa vai demorar: Toda a gente tem a vida bem preenchida, a hora de almoço dá para ir ao banco, às compras, lavar o carro, cortar o cabelo, espancar a mulher.
Mas com o andar dos anos, a juntar à falta de tempo, junta-se o síndroma do consumidor ético. Para juntar mais do que 2 humanos, deixei de ir a restaurantes sem pratos vegetarianos. Deixei de ir a restaurantes em que se fume. Também passei a ir a restaurantes onde se pode fumar. Deixei de ir a restaurantes muito caros. Deixei de ir a restaurantes muito baratos. Deixei de ir a restaurantes que deixem a roupa a cheirar a fritos. Deixei de ir a restaurantes com empregados manhosos. Deixei de ir a restaurantes sem lugar para o carrinho de bebé. Deixei de ir a restaurantes chineses. Deixei de ir a tascos. Deixei de ir a restaurantes com muito barulho. Deixei de ir a restaurantes onde se tenha de esperar muito. Deixei de ir a restaurantes deste, do outro, ou do outro lado da cidade.

O que me vale, é que quando almoço sozinho, como numa tasca qualquer.

Os meus almoços são muito criteriosos. Se conhecerem algum sítio que cumpra metade destes critérios, força.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Oldschool



Buzzcocks - ever fallen in love?

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Hiperconectividade é:

Acordar e ligar o Touch, onde vejo as primeiras páginas de todos os jornais, depois de ter visto o gmail, dado uma volta pelo twitterrific e as piadas habituais do Markl e uma espreita ao facebook e ao Flickr, à procura de fotos novas. Ligo o fring e vejo quem está online. Saio de casa, e passado 40 minutos, o processo deve repetir-se, agora num ponto fixo.

Lembrei-me agora que não tenho mobilidade universal nos meus bookmarks do delicious. Bolas.

domingo, fevereiro 01, 2009

Descendo a rua


Passo em frente à loja chinesa e dou de caras com este brinquedo. É impressão minha, ou é uma profissional indenpendente..? eles inventam tudo.

Será que nos acessórios vem o Honda Civic azul metalizado?

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Update

Ontem pude confirmar de novo algo que reparo entre amigos, pessoal do trabalho, bloggers: Como andar pela cidade, a pé, de autocarro, de elétrico, de taxi ( ui, os taxistas ) é um hábito e uma necessidade que me põe em contacto com todo o tipo de pessoas e com as vidas que levam ( people watching, sim ) . E fico a ver como isso muda o que penso, falo e como vejo a minha própria vida. Ajuda-me na minha criatividade. Ajuda-me a encontrar a insanidade normal do dia-a-dia. Depois, fico a pensar nas ideias que tem alguém que sai de casa, se tranca no carro sozinho, chega ao trabalho e volta, da mesma forma, sem ver nada de mais ninguém.

É uma necessidade, claro. No dia em que tiver um chaufeur, venho aqui apagar este post.

terça-feira, janeiro 27, 2009

COLD WIND

In the middle of the summer
I'm not sleeping
Cold wind blowing
In the middle of the night they
Try to find me but I'm still driving
If you're going to San Francisco
Lay some flowers on the grave stone
There's music on the station but I'm just listening to cold wind whistling
And if they ever find me tell the papers cold wind, cold wind
cold, cold wind blowing
cold wind blowing
Hey Hey Hey
Something ain't right
Something ain't right
And if they ever find me tell the papers cold wind, cold wind
Cold, cold wind blowing, cold wind blowing, cold wind blowing,
cold wind blowing, cold wind blowing

Arcade Fire, Cold wind

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Não tarda, deito a TV pela janela e passo a ver LolCats a noite toda

Quando ouço os tais empresários queixarem-se da crise, não posso deixar de me rir. "concorrência a mais" é uma que me fazer sorrir de orelha a orelha. Senão vejamos... a concorrência, essa maldita...

Ainda hoje me perguntaram "qual é o melhor acesso à net?". Sei lá: todas fornecem não mais que 60% da velocidade que prometem ( a resposta é sempre a mesma, "culpa das infraestruturas"), os preços são os mesmos ( vide aqui ), resta-nos rezar que o nosso ponto de acesso tenha boa cobertura...

Não me falem em concorrência. Tenham vergonha.

domingo, janeiro 25, 2009

Mim caçar teatro

Fui ver a peça Caveman. É daquelas que metem nojo e odeio, género peça-genérica, que é adaptada para 175 países e anda 30 anos a ser feito pelos mesmos actores, que deixam o papel como herança ao primogénito. Não é Ionesco, não. Não vão entrar em contacto com os vossos medos e receios mais íntimos, nem com situações de psicose extremas, lutas interiores com o vosso ego face ao drama do pós-guerra na Checoslováquia nos anos 20... E ainda bem. Ao inicio ainda fiquei com medo que fosse demasiado linear, mas lá se aguentou... O tema "guerra dos sexos" dá sempre para rir um bocado, já se sabe. Pude ouvir os clássicos "eu não sou tua mãe!", "até parece que não vives nesta casa!" ou "nunca limpaste uma casa de banho, pois não?". Aos 10 minutos da peça, ao meu lado, o senhor a aparentar uns 60 anos, que veio com a mulher, chorava a rir e olhava para mim com uma cara de "epá, elas são mesmo assim, não são..?".

Vão ver. Não é genial, mas é certeiro. Vão com a mais-que-tudo, para poderem dizer "vês, não sou só eu que deixo a toalha molhada em cima da cama..."

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Nem como locutor de continução da RTL, entre filmes de soft-porn manhoso, te safavas

Vejo uma notícia sobre um esquiador que se estatelou à grande e...
Meu, és locutor: se quando vês um nome em alemão como "Daniel Albrecht", fazes uma careta como se estivesses a ler o termo cientifico para uma fissura anal e encolhes os ombros em jeito de "epá, que se lixe, cabrão do camone, nome estranho... deixa lá tentar.", há algo de muito errado com a qualidade de televisão que temos... Alguém dá umas dicas de alemão ao rapaz? Eu não percebo ponta de alemão. Tirando os R's, consigo dizer Schwarzenegger sem gaguejar.

E ala para o trabalho.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Frase do Dia

"Favores, fazia a minha avó ao meu avô."

Da sabedoria popular da minha avó.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Levantar da cama tem sido o inferno

O quente só é interrompido pelo fio de ar frio que me entra pelos cobertores, quando me mexo para dar uma volta sobre mim, pesado e sonolento. As pernas ficam imóveis no meio da cama, quase numa só, ocupando o mínimo de espaço que sou capaz, - qualquer movimento extra, é só para confirmar a existência daqueles cantos gelados da cama, agora terreno que prefiro não ocupar - só me mexendo para deixar os pés numa fricção constante, como um grilo. Quando é hora de sair, já tenho o cobertor a tapar a cabeça por completo; o cobertor foi subindo, a rastejar por ele, e eu deixei-me ficar naquele torpor incómodo, onde já prefiro o meu próprio bafo quente em circuito fechado a uma nesga de ar novo e limpo, mas gelado como tudo.
Foda-se, não é justo ter de me levantar com este frio.


Como diria um amigo meu.. "quando eu vivi em Estocolmo, isto era mais fácil..."

Todo o amor do mundo não foi suficiente

todo o amor do mundo não foi suficiente porque o amor não serve de nada.

ficaram só os papéis e a tristeza, ficou só a amargura e a cinza dos cigarros e da morte.

os domingos e as noites que passámos a fazer planos não foram suficientes e foram

demasiados porque hoje são como sangue no teu rosto, são como lágrimas.

sei que nos amámos muito e um dia, quando já não te encontrar em cada instante, em cada hora,

não irei negar isso. não irei negar nunca que te amei. nem mesmo quando estiver deitado,

nu, sobre os lençóis de outra e ela me obrigar a dizer que a amo antes de a foder.



De José Luis Peixoto, cantado pela Naifa.


Obrigado pela dica, Hugo, que ainda ( ele bem disfarça ) és um poeta.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Mudança

Vou fazer uma operação de mudança de raça.

Tragam o solário, please.

domingo, janeiro 18, 2009

aRRRRoootTTooo

Lendo isto, reavivei um ódio que estava adormecido dentro de mim. Já tinha aceite a ideia, mas agora que se lixe: não, não aceito.
Esta história de ir comprar um bilhete de cinema e ter de gramar com o pessoal que vai enfardar bidons de pipocas e Coca-Colas de litro na mesma fila... Mas que merda? Quando entro no talho, espero na fila para comprar talheres?
Não fui ao cinema, pronto.

Há anos, uma amiga minha levava um tupperware com biscoitos para o cinema. Na altura, era meio fora. Agora, já não me surpreendo se vir alguém de garfo e faca a comer um bitoque no escurinho.

sábado, janeiro 17, 2009

No-brainer

Já andei 8 km hoje. Já aturei um senhor notoriamente esquizofrénico ( que insistiu em colocar-me o headphone dele na minha orelha, sem avisar ). Já fotografei 10 stencil's bem fixes. Apanhei sol. Vi o Carrilho. Vi a Bárbara. Vi o pirralho.
Vi o cão do Manuel Marques. E o Manuel Marques, também.

Como já perdi o dia, aqui vai o desafio da Polo Norte:

8 sonhos ou coisas que desejo fazer em 2009?

8 - Viajar mais.
7 - Ter uma casa ao tamanho do meu ego.
6 - Que acabem os telejornais de 60 minutos.

5 - Que o Benfica ganhe a taça.
4 - Que parem de aparecer bandas novas. ( Ainda vou em 89 )
3 - Perceber como é que o Santana Lopes consegue.
2 - Começar a gostar de favas.
1 - Ler menos blogs.



p.s.1 Não tirei fotos do Carrilho, mas pensei em tirar umas e vender à Caras com o titulo "Carrilho evita Bárbara em passeio matinal"

p.s. 2 Claro que não quero que o benfica ganhe a taça, estou-me a cagar para a bola, hoje e sempre.

p.s. 3 porque é que a TVI faz um apanhado do congressso do PP nas Caldas com o "i don't feel like dancing" de Scissor Sisters?

É fim de semana


MusicPlaylist
Music Playlist at MixPod.com



In Diario de Manana

segunda-feira, janeiro 12, 2009

ACABOU A CRISE

Vamos estar duas semanas a falar daquele moço madeirense, que maravilha. Tão feliz. Lá vai Portugal catapultado para os headlines do mundo inteiro, como sempre, pelos melhores motivos.

Senhor, estou tão feliz.

sábado, janeiro 10, 2009

Domingo analógico

Projecto para amanhã, tirado da net:

"The rules of Analogic sunday

- no email

- no blog reading

- no surfing the web

- actually, no internet

- no typing

- in fact, no computer at all

- no tv

INSTEAD

- read a book

- spend the day outside with someone you love"


Os bloggers devem compreender o que isto implica. É duro.
Para mim, o equivalente a conseguir dizer "paralelipipedo" sem mácula.