domingo, abril 17, 2016

Este blog tem 10 anos.

10 anos. Não há nada que eu faça, tirando cortar as unhas dos pés e guardar as unhas em frascos, que tenha feito durante tanto tempo.
Da boa à má vida, do desemprego ao patronato. Assistiu à queda do Sócrates, do Passos, do Cavaco. E ainda vai assistir a mais umas coisas.
Amanhã: top 10 dos fenómenos a que este blog assistiu nos últimos 10 anos.

quinta-feira, abril 14, 2016

Estava aqui a ver


Trabalhar com os outros é o inferno. Toma-me o tempo todo, é cansativo, tudo tem de ser negociado todos os dias. Cansa-me.
Agora lembrei-me de outros tempos em que tinha de fazer o mesmo mas com gente burra.
E afinal isto é um descanso.

sexta-feira, abril 08, 2016

Ainda a gorda


Começo a gostar da gorda. A gorda, contra quem pouca gente se envergonha de ser sexista, baixo ou politicamente incorrecto, é uma artista. Os artistas, historicamente, são de polémicas. Se noutros tempos este campo pertencia aos iconoclastas, agora pode ser ocupado por qualquer um, desde que o faça na internet, onde há sempre muitas almas sensiveis dadas a fuzilamentos públicos. Uns fardos de palha colocados estrategicamente à volta das caixas de comentários servem de abrigo e ajudam a que isto aconteça.
A gorda é insultada. A gorda dá a cara por uma campanha. A gorda faz a campanha ser um sucesso. A gorda soma e segue. A gorda cumpre-se.

Um sinal dos tempos, como nota: Há muitos anos, num incêndio em toda a família sobreviveu por mero acaso, um amigo meu perdeu tudo o que tinha. Todo o apartamento ardeu. Sempre que me fala disto, a unica coisa que lamenta foi ter perdido as fotografias da família. Onde é que as pessoas guardam as fotos hoje, mesmo? Dica: não é no iPad da gorda.

#esefosseeu

Na mochila, levava:

As canetas.
Alguns lápis.
Um canivete.
Cadernos.
Cabos USB.
Dinheiro.
O portátil.
A máquina fotográfica.
Os documentos.
O telemóvel.
Uma garrafa de água.
Benurons.

A minha lista, reparei, não é muito diferente da lista da Joana Vasconcelos. É menos totó porque me prolongaria o conforto por mais do que 20 minutos. Não gosto de tricot mas gosto de desenhar. Ser obrigado a fugir do meu país só me obriga a deixar o que não preciso, não sou obrigado a deixar para trás o que sou, faço ou gosto e pode obrigar-me a deixar muito do que sou, faço ou gosto, mas não tudo. Também não gosto da Joana Vasconcelos e não a meteria na mochila. Mas com o que é que vocês sairiam de casa que coubesse numa mochila? Ética? Coisas que outras pessoas gostassem?