terça-feira, novembro 29, 2016

Tecnofobia para sempre

Pessoas, não percam tempo a associar algumas actividades humanas exclusicamente a plataformas analógicas e a tentar descriminar pessoas por isso.
Os Smartphones não são Belzebu e o futuro do mundo não está comprometido porque as pessoas "passam a vida" ( aspas no ar com as mãos muito grandes aqui) no telemóvel ou nas tablets, ou no portátil. O mundo vai mudando pouco a pouco, é só isso.
Os livros não vão morrer, tomem um calmante.

segunda-feira, novembro 28, 2016

Livros para crianças, o mantra

Pseudo-absurdistas, depositários de prosa maneirista, mentes confusas, povo: Não, nem toda a gente pode escrever livros infantis. Os textos que o mantra triplice da Árvore e do Filho refere não são para para miudos, assim como a Árvore não pode obviamente ser um eucalipto ou um zambujeiro e o filho tem de fazer a 4ª classe e saber usar garfo e faca, pelo menos.
Não infantilizem os miudos com os vossos livros feitos para vocês próprios. Essa ideia que os miudos gostam mais de adjectivos do que adverbios de modo é só projecção. Deixem lá os miudos ver só os bonecos e lerem só as maiores. Eles não precisam de manteiga para o cérebro, ficam demasiado moles. Se quiserem provas dos efeitos devastadores dos maus livros infantis, é só conviver 10 minutos com pessoal com idade para ter juizo mas que gosta do Principezinho.

sexta-feira, novembro 25, 2016

Sexta feira preta

Vamos lá rever isto, porque temos o dia de Ano Novo, dia de Reis, o dia de S. Valentim,  o carnaval, o ano novo chinês, os oscares, o dia da mulher, o dia da mãe, o dia do pai, o dia dos avós, a Páscoa, os Santos,  as férias de verão, o 15 de Agosto, o regresso às aulas, o S. Martinho, o Hallowen e depois o Natal.
Com isto tudo, não desprezem a Black Friday e o Cyber Monday, são os únicos eventos anuais que só existem exactamente para o que todos os outros são usados: vender tralha. Ninguém vai ao engano.

segunda-feira, novembro 21, 2016

Coisas do trabalho, lá fui ouvir simulações de entrevistas de emprego/estágio - não perguntem, isto existe, só tem um nome em inglês para soar melhor - de betos universitários. É uma combinação impossível: Eu pessoalmente tenho cenas contra betos e não acho que há truques para boas entrevistas. A cena dos betos é uma coisa de infância, fui educado em escolas secundárias fodidas e isto está-me no sangue, mas não tenho nada contra eles profissionalmente, não têm de ser meus amigos, só precisamos trabalhar juntos. Claro que eles me topam à distância, eu sou o gajo que tem uma relação informal com a objectividade e não tem necessidade de fazer sentido o tempo todo e vive bem com isso. Quanto a entrevistas, não acredito que se possam trabalhar: Só a honestidade funciona.
Explicando isto rapidamente, porque este assunto me chateia, fico ressabiado, este putos betos não querem nada de especial para eles. Querem só manter no nível de vida com que nasceram. Todos dizem os anos que praticam ou praticaram hipismo, esgrima ou natação, como são voluntários no Banco Alimentar ou na igrejae isso para mim lê-se "os-teus-pais-bancaram-bem-essa-tua-vidinha", junte-se isto aos polos Lacoste e só penso "estes putos precisam de uma fase Jorge Palma na vida".  Objectivamente, não precisam. Mas lá está, eu tenho uma cena pessoal contra betos.
Seguindo: o importante é que acho que conheci a próxima presidente da Unilever ou da Deloitte, uma miuda mesmo gira - se calhar é por aí que a coisa vai falhar, espera - que disse que estudou para ser enfermeira mas que viu que não ia a lado nenhum e que agora tinha ido para economia e que era algo que tinha futuro, tudo numa frase só, não disse que queria ajudar pessoas, não disse que ser enfermeira era mal pago mas recompensador, não disse que queria salvar bebés em áfrica, não fazia voluntariado,não pestanejou, não se riu, nada. Vou adicioná-la no linkedin e daqui a 10 anos vou lembra-la que fui o gajo que ela não percebeu nada do que disse numa entrevista. Talvez tenha uma boa dica para eu me safar melhor.

quinta-feira, novembro 17, 2016

Acerca daquilo das notícias falsas no facebook

Há uns anos, notei que os meus critérios para links com interesse tinham descido. Já não tinha paciência para vasculhar blogs tão obscuros como inteligentes e limitava-me a ver o que alguém (ou alguma coisa) escolhia por mim. Passei a usar muito mais esse funil magnético espiralado que só apanha o que já conheço.

Mas hoje de manhã alguém denunciava a corrupção de que os jornais falavam ontem, num daqueles blogs cujo título é a mensagem e que escapa ao meu funil. Corrupção no Banco Alimentar, tudo em caixa alta. Fui ler, só para confirmar se devia confiar no título do blog como critério de selecção. A corrupção era explicada ponto por ponto: os alimentos oferecidos ao Banco Alimentar pagam IVA como todos os outros alimentos, o Estado - esse bandido - fica com o IVA,  os supermercados com o lucro da compra dos alimentos, a Jonet tem um ordenado. Nos comentários à notícia confirmava-se a trama, claro. E até se descobriam mais alguns detalhes que escapavam a esta investigação de fundo.
E assim se constroi a propaganda reaccionária mais eficaz de sempre.


sexta-feira, novembro 11, 2016

Web Summit do ponto de vista de quem sabe tudo

Como hater do empreendedorismo* como fenómeno televisivo, mas estando dentro do assunto, tenho de aproveitar para desfazer alguns mitos:

• O que se faz no Web Summit, mesmo?
Contactos. Imaginem como se fosse um festival: Ouvem gente com ideias interessantes. Conhecem gente. Combinam copos. No fim, em vez de cama, faz-se negócio. Pode haver cama na mesma.

• Os geeks vão lá para engatar gajas, não é?
Larguem essa piada, sério. O Markl esteve casado com a Ana Galvão. Já deviam ter percebido que o mundo é dos geeks.

• Os geeks vão lá para engatar gajas, não é?
Também.

• Toda a gente vai lá vender apps que não servem para nada?
Não, as apps são só uma pequena parte do que se passa. Sim, há muita que para mim não serve para nada.

• Mas vão para lá ouvir falar de quê, aquilo não é só lavagem cerebral?
Que tenha reparado, é tão eficaz como ouvir podcasts, congressos de farmaceuticas ou Ted Talks. Há gente para tudo.

• E os políticos todos lá a cheirar?
É melhor que ir beijar bebés a feiras da Beira Baixa. Fica mais em mão e tem o mesmo efeito.


*O "empreendedorismo" é foleiro como termo porque os telejornais têm explorado este termo normalmente vazio de conteudo e objectivo de uma maneira exaustiva. Tanto chamam empreendedor ao Belmiro de Azevedo como ao Miguel Gonçalves como à Isabel de Santo Tirso que vende bases para copos feitas com tampas de Nespresso. Eu entendo. Também me passo quando chamam Running a "correr", é o que temos.

quarta-feira, novembro 09, 2016

Agora é tarde

Há 4 anos, muito revoltado com a sociedade e vendo a necessidade de agitar o modo como éramos governados,  publiquei uma série de posts que promoviam uma solução honrada para o problema: apaziguar o povo com populismo de esquerda, porque o de direita seria impossível de aturar. Como eu não sou o Nuno Rogeiro, acharam que eu estava no gozo. Aqui fica o link para essa colecção de análises políticas profundas: http://perdidopelacidade.blogspot.pt/2012/09/novas-politicas.html?m=1