sexta-feira, dezembro 30, 2011

O que foi 2011

Inevitável, o post de balanço de 2011. Um ano marcante, com uma nova linha editorial, redacção toda despedida menos um, 19 milhões de leitores. Parece o Público. Aqui fica o ano do PPC em imagens.

12 de Janeiro
Depois de escrever o melhor post do mundo, o blogger apaga o draft.


6 de Março
PPC revela toda a verdade sobre o Universo alpha omega e toutatis


 30 do Florial
Prezado corta o cabelo. Ciência verifica que volta a crescer.

 26 de Agosto
Regressa das férias refeito da pressão de publicar a verdade e só a verdade


18 de Setembro
Revela em primeira mão que haverá cortes nos subsídios

Acontecimento do ano
Passos Coelho é eleito

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Parque Mayer

Inserir piada com povinho.

- Olha quem é ele, o Tassos Poelho.
- Olha ela, a Alcoviteira do Gil Vicente, um arquétipo habitual. Por aqui? Vens aqui dizer coisas que toda a gente pensa e que são tão vulgares sobre ministros que já nem valeria a pena meter num espetáculo e ainda pagar por ele, não é? Eu tenho o nome trocado como é habitual e tudo.
- Nem penses, por quem me tomas? Para isso tenho aqui o João, é outro arquético do Gil Vicente o parvo o tipo que na sua placidez e aparente ignorancia acaba por ser o revelador da sabedoria mais popular e faz os comic releafs todos geralmente damos este papel a uma fraca figura que é mais cómico olha, por acaso vai entrar em cena e para variar vem de Alfama, o cenário tem casinhas e um rio, só pode.
- Olha o Tassos Poelho! vens aqui aumentar o iva? aumenta isto, ó.
- Não estava à espera dessa.
- Pois não.
- Ora toma.
- Isto é só para fazer referência ao Zé Povinho, que não temos nada mais universal desde essa altura, por isso ficamos aqui a enrolar enquanto se rirem.

segunda-feira, dezembro 26, 2011

Para 2012

Mais de um milhão de utilizadores
Junta-te ao passatempo mais divertido de 2012. Vais poder ganhar euros trabalhando nos prédios de escritórios, comprar mercearias todos os dias, ir ao cinema, aproveitar o dia de folga para passear de carro, ir ao Lux, alimentar o gato, comprar ou alugar um apartamento digno, ir à baixa ver as luzes de Natal, apanhar sol numa esplanada em Alfama, andar de transportes públicos, jantar fora ou pagar as cotas do ginásio*.

*Se estiveres com sorte.

domingo, dezembro 25, 2011

Com F de Pharmácia

História de Natal: A avó contou que há 60 anos levou uma chapada do pai porque namorava só há um ano com o rapaz que havia de ser o meu avô e ele roubou-lhe um beijo na cara e ela deixou. A libertinagem.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Épico geek

Ontem fui a um bar para ouvir blues vintage rock oldies o som da moda. Assim que cheguei avisaram-me que ia haver umas actuações de dança do ventre. Mas não avisaram que era possível dançar com esta música.


Imaginem dança do ventre gótica industrial sci fi core. Vou contractar a miúda para dançar no Transmission e em campeonatos de Magic e Dungeon and Dragons.

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Glossário

Para os vizinhos de baixo.

"sai daí palhaço!" - Gato em cima da mesa.

"sai daí palhaço!" - Gato em cima da cama.

 "sai daí palhaço!" -  Gato em cima do lava-louças.

"sai daí cabrão!" - Gato em cima da bancada.

"AH cabrão!" - Gato a arranhar.

"Então, foda-se? tão-se a passar ou quê?" - gatos a fazer barulho demais.

"Merda!" - bico do fogão deixado aceso, torradas a queimar, computador a crachar, queimaduras no fogão, esquecimentos em geral.

Ainda a emigração

Quando o governo em peso convida a população docente e universitários em geral a emigrar, e mesmo desconfiado que não são tão altruístas como parecem, acho que há um plano por trás.
É ainda o Simplex. Provado que não dá para optimizar mais a gestão das empresas públicas, do estado, das autarquias, resta aplicar o programa ao povo. Tirando o pessoal que não quer trabalhar, só resmunga e ainda quer ser bem pago e ainda ser respeitado, sobram os tais que sabem que só com trabalho é que o país vai para a frente, os boys, o povinho calado e à rasca para fazer 500 euros por mês, o que é bastante mais fácil de gerir.

Bom Natal



Dentro do espírito da época, deixo aqui uma sugestão para emigrar em 2012. Tem menos sol que Portugal, mas não se pode ter tudo.

terça-feira, dezembro 20, 2011

Política quotidiana

Hoje olhei pela janela, vi o cenário e pensei foda-se o Passos Coelho tem o meu respeito: Sabe que o icebergue abriu um teutónico rombo no casco, sabe que isto vai ao fundo, mas quer que todos homens mulheres e crianças se salvem, e ele valeroso valente sagaz capitão irá ao fundo com o navio, só pode ser o que anda a pensar. E quem sou eu para lhe negar a honra? é emigrar minha gente.

E o pessoal continua a achar que trabalhar caladinho e sem refilar contra estes mentecaptos não é uma posição ideológica. Trabalhem fascistas trabalhem.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Fuck yeah, design hotels

Bar com paredes pretas espelhos e estuques antigos. Espelhos pretos. Sofás brancos. Luzes azuis. Vista para o mar. Chão de mármore preto, barman preto vestido de branco, género love-boat. Barman faz a pergunta habitual:
" Boa noite, bem vindos, aqui estão as cartas de cocktail, esta semana temos um especial Daikiri em destaque, aconselho-vos vivamente, mas podem escolher à vontade tomem o tempo necessário, estarei aqui à espera, decerto encontrarão algo que gostem. Obrigado."
- Era uma imperial, por favor. - disse o Prezado, à espera de falar desde que disseram "boa noite...".

Depois, como vingança da minha escolha rápida e vulgar, os copos de cocktail que chegaram à mesa tinham mais 25 cm de altura que o meu copo de imperial. Fuck tulipas.

domingo, dezembro 18, 2011

Casa

Aquecedor, portátil, televisão gatos sumo torradas pantufas descanso.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Jantares de Natal e team building?

Esclarecimento ao patronato:
89% dos empregados não querem festa de natal da empresa.
89% dos empregados sabem que é apenas uma operação de charme.
99% dos empregados sabe que é mais barato pagar um jantar anual que aumentar toda a gente.
99% dos organizadores de jantares e festas de natal são inaptos para tal.
99% dos patrões enganam-se pensado que a falta de entusiasmo se deve a cansaço.
100% das festas de natal deixam mais de 50% do pessoal de uma empresa com vontade de mandar tudo po caralho.

Isto é a verdade. Convido-vos a tornarem-na mais completa com a vossa experiência pessoal.

Dica diplomaticamente pedantécnica

A vulgarização da fotografia, fruto da digitalização de todo o processo, retirou-lhe o factor custo: um rolo custava digamos 5 euros, a revelação dos negativos outros 5, as ampliações outros 5. Eram 36 fotografias, no máximo. Havia rolos de 24. Havia rolos para diferentes temperaturas de cor. Usavam-se filtros. Fotografava-se com rolos PB. Cada rolo tinha um ISO fixo. Se tinha um rolo ISO 400, tinha de o acabar para usar um de 120. Revelar as fotos demorava 4 dias, 2 dias, uma tarde no mínimo. Só aí saberiamos se tinhamos usado as técnicas certas.
Hoje era genial do digital tiram-se 300 fotos numa ida ao urinol, com a máquina sempre no automático. No fim do processo, no computador, "trata-se" a foto. É relativo ao tratamento a minha dica pedante. Aqui fica:

Eu sou uma fotografia tirada por uma pessoa normal

Eu sou uma fotografia distorcida por uma pessoa que gosta de ver coisas
Estudos revelam que 99% dos humanos preferem fotografias vindas de lomos ou apps como instagram, lemeleme, vintage camera, hipstamatic e filtros de iphoto, photoshop ou picasa. No entanto, isso não é fotografia, é uma merda. Pronto, é só um desabafo. adenda: é já ali, ao pé do Camões, a duas portas da Casa da India.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Workshop


É sempre a mesma treta

Escorso segundo Capristano ( merda ficou ali uma treta mal cortada )
São 15 dias para o ano a acabar e é altura de arrumar as malas para fazer a transição para o próximo segundo a ritualística comum de Arroios: Sacrificam-se 2 porcos 2 em sandes de presunto ínfima parte e bebe-se uma imperial no Galeto. No complexo nuclear da Avenida de Roma - na foto - aguardar-se-á com expectativa o bug maia de 2012, que apagará todos os ficheiros Excel gravados em pastas com nomes com mais de 10 caracteres. Prevê-se um ano difícil, mas de forma localizada.

terça-feira, dezembro 13, 2011

É sempre a mesma treta

Pretérito imperfeito de grafitti ou o pior cego
Parei ali depois de subir a Rua do Sol ao Rato , passei ao prédio que tem a placa delatando que ali nasceu Gomes da Costa e mais à frente, do outro lado da rua bati à porta, várias vezes, depois de esperar um bocado pensei foda-se isto deve ser uma loja do cidadão, insisti mais umas vezes pensei foda-se isto deve ser um tribunal ao fim de um bocado desisti pensei, só pode ser uma porta emparedada, já ia descer, voltei atrás insisti demoraram um bocado mas pareceu-me ouvir barulho mas não tive resposta, pensei rais parta podia jurar que ouvi aquele tipo de Massamá a pregar tangas do lado de lá.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Retratação

Pronto, volto a fazer só posts pequenos na condição de se manterem grandes.

domingo, dezembro 11, 2011

Sociologia Estatística e probabilidade

A fim de facilitar amostragem e contagem de espécimes, escolheu-se um bar sobre-comprido, denomine-se Oslo, onde o zonamento é linear o bastante para, definida uma recta, nela se apontarem 2 pontos e um segmento, ditos ϐ ( entrada ), ( pista de dança ) e o segmento AB ( balcão ). O seguinte é o que se passa lá dentro:
Vazio, 3 solitários ao balcão com 3 bancos de intervalo, ao fundo no banco da pista, o equivalente ao último banco do autocarro, está o anti-social. Entram 3 tipos estrangeiros, obviamente fora do ambiente deles. Vão bebendo copos. Passa Brian Adams. Um dos bebâdos do balcão vai dançar. A quantidade de cerveja que já bebeu não o ajuda mas ele não desiste. Dançar é assim o mais aproximado possível a aguentar-se-de-pé. O valor estético não é muito. Entram uns miúdos, que vão para a pista. O solitário está no mesmo sitio, mas mesma posição, fixou um ponto no infinito - parece-me que sou eu, dado que estamos nos pontos extremos do bar  e a quantidade de bebida muito mais que 3 cervejas aposto que ele já bebeu, chegar até mim é na prática tarefa para um cruzador inter-estelar. A minha imperial acaba. Perguntamo-nos sobre se a senhora que entrou é puta ou não. Tirando os preconceitos face à facilidade com que fez amizade com os 3 estrangeiros - em 3 tempos - chegamos à conclusão que o é apenas pela escolha de sapatos. Um velhote bebâdo tenta dizer-me qualquer coisa e como somos as unicas pessoas do bar com todos os dentes da frente, é expulso. Os 3 miudos - uma miuda e dois miudos dançam Billy Ocean sem entusiasmo. Duas mulheres uma preta uma loira dançam para chamar a atenção de um grupo de 3 homens. Um deles, dizem-me, até tem hipóteses, só tinha de ser menos bimbo a dançar. Os outros dois são infelizes. O solitário continua na mesma posição mas com outra cerveja. Dos 3 estrangeiros não se consegue adivinhar qual deles é que vai sair acompanhado dada o coração gigantesco da puta que ia cravando bebidas a todos. A minha imperial acaba. No balcão alguém usa a máquina dos pistachios. Das duas mulheres que dançam, a preta tem mais sucesso, simplesmente porque dança e faz o que entende. A outra a loura está a ficar meio passada porque não tem um menear de anca eficaz como a amiga ( que podia passar a ex-amiga se esta merda continuasse ), tenta compensá-lo rindo-se muito, o que lhe acentuava o louro mas ainda assim sem ofuscar a amiga. Os 3 miúdos dançam com a mesma cara de tacho. Entra um grupo de trintões urbanos vindos do Bairro Alto, estes sabem ao que vêm, ainda estão a entrar e já se riem da desgraça alheia. Vou ao balcão buscar uma bebida e reparo na máquina ao lado da dos pistachios, um euro e sai sempre uma bola com um papel lá dentro, vejo frases escritas pela metade transparente da bola, são fortunas. Os 3 estrangeiros saem e a puta segue-os. O balcão está cheio de homens que não se conhecem, virados para as prateleiras com garrafas e catrapázio com brindes dos furos - como os da feira popular mas sem chocolates regina - debaixo de luzes vermelhas e azuis. 3 imperais bebidas, eram 3 da manhã, hora de ir ver a Fabiana mas isso é outra história.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Arquivo



Historias do João
Genérico cantado pelo Jorge Palma.

Isto fica aqui só para não me esquecer, já que andei anos para encontrar isto.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Ó Cais do Sodré

Em antracite combinava melhor com o sangue dos enxertos de porrada
O Rodrigo saudoso do seu Cais do Sodré deve chorar a assistir a isto. Longe vai o tempo das varinas, aproxima-se o fim do tempo das putas e qualquer dia aquilo parece um apartamento modelo ikea à beira rio. Felizmente a meio da noite ainda há bebâdos a tentar gamar carteiras que apanham 3 sopapos na cara e assustam os betos. Aquele fuchsia fashion vai ficar gasto em pouco tempo.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Planos vendidos separadamente

Azulejo sobre céu, 1931
Depois da Troika, do Passos Coelho e da candidatura da palavra "saguão" a património imaterial da humanidade, propagaram-se os cenários em forma de casario antigo. Um dos primeiros foi criado em Arroios, por trás da Almirante Reis, próximo da Rua de Timor, a fim de enquadrar melhor as fotografias tiradas da Rua da Estefânia com o Castelo de São Jorge. Fachada que podemos ver acima, feita pelos melhores da academia francesa de Trompe L'oeil - "trompa de óleo", técnica de pintura famosa mas impossível de recriar hoje pela falta de trompas - e que na altura em que passaram por Portugal pintaram também outras fachadas, a saber: vários hospitais, escolas e centros de saúde no interior,  bairros residenciais para jovens, fábricas, empresas novas e uma assembleia.

O Ron van der Ende faz umas esculturas que colocaria numa parede minha, lembrei-me delas depois de olhar para a foto com tempo.

domingo, dezembro 04, 2011

É domingo

Lampreia de ovos segundo Ganimedes.
Apostado em descansar, vi a premente necessidade de um milagre que calasse os gatos e os vizinhos do quarto do lado. Gastos os créditos com deus este fim de semana depois do milagre das Caxinas lembrei-me dos Mantras de Santo António. Dizia o bom livro que devem ditar-se em modo oroboro e que durante o mesmo se devem evocar peixes por ordem de valor calórico, do alto de um barquinho de ovos de Aveiro. Fechando em canto harmónico mongol sacado do youtube, acende-se então uma vela e manda-se publicar ao 2º dia, acreditando ou não. Foi o que fiz e resultou, ninguém tem paciência para canto harmónico mongol.

Ontem

Fui ao campo pequeno, na esperança que a ganância me consumisse o coração e me transformasse num consumista mas não consegui, qualquer bugiganga que comprasse iriam sempre uns cêntimos para uma associação de deficientes qualquer. Assim não dá, um gajo quer entrar no espírito do Natal e não deixam.
Estou na cama a recuperar da quantidade de católicos fascistas e queques ( não coloquei virgulas aqui porque define uma só tipologia e não três, como aparenta ) que vi ontem.

sábado, dezembro 03, 2011

Presentes

Sendo o PPC anti-consumo, deixo aqui a lista de presentes que ninguém deveria ter este Natal.
Nixon. Fazem uns relógios porreiros.
Quad-copter comandado por iPhone. Não é possível viver sem um.

Não é um telemóvel, é uma máquina fotográfica.
Uma máquina de medir a tensão.

Lytro. Máquina fotográfica.

Máquina fotográfica só para timelapes.

Mini-Dolly. Não sei para que serve.

é um mealheiro russo.

Outro relógio nixon.

Vinyl toy.

Relógio de parede impossível de ler no escuro.

Escultura vinyl toy arte yo.

Faz o mesmo que a outra máquina de medir a tensão mas custa um zero a menos.

iPad 2. faz tudo o que todas as máquinas acima fazem juntas.

obviamente, é um motor eléctrico para aviões de papel. 

canivete suiço americano, até à data com dupla nacionalidade mas a tratar disso.

Máquina fotográfica todo-o-terreno.

Trotinette radical. 
É quase tudo máquinas fotográficas, interessante.

quarta-feira, novembro 30, 2011

Os cromos de cronos

Semanas a engonhar senhor cliente lembra-se então de rapidamente enviar um email, preciso disto disto disto para ainda hoje. Pois com certeza o universo pelo menos o meu dobra-se perante o seu cordial pedido em modo incondicional e no mesmo movimento em que saco do casaco para sair que tenho outras coisas urgentes por fazer pergunto-me porque e onde se desenvolveu esta mania de que ser profissional é aceitar tudo o que é dito e ao mesmo tempo que faço da manga braguilha, sai a mão de dedo em riste feito um das caldas dos grandes. Poupem-me.

terça-feira, novembro 29, 2011

Isaltino, podias fazer isto

É duro ver inocentes com a honra manchada sem fundamentos. Depreendo que dada a qualidade da justiça ser suspeito eu fraquinha, Isaltino Morais tenha de recorrer a advogados para efectuar tanto requerimento. Sendo que ainda está por vir uma acusação em que Isaltino reconheça alguma responsabilidade - nem vou falar em culpa - propunha uma solução criativa que de um golpe, melhoraria a qualidade da justiça: O Requerimento Open-Source. Aproveitando os requerimentos gastos em inocentes ricos, os mesmos requerimentos seriam disponibilizados pelos advogados - aqui apelo a um gesto pro-bono dos advogados - em minutas em PDF editáveis, descarregadas a partir do website da loja do cidadão para que pobres culpados as pudessem preencher com os seus dados e adiar consecutivamente a sua prisão ganhando todos nós uma sociedade cada vez mais igualitária e justa.

Hiperpost

Claustro Cisterciense, Portimão ( local não é importante )
Busca incessante é empregada desde idos tempos - elipse arranca, já ali estive dentro, pude cheirar o mofo e o ar de colchões velhos que um dia empapados de sangue fizeram dum tálamo sudário, sem glória - ao encontro de prédios em curva. Diz a superstição que casa de esquina grande ruína mas isso penso, seria ditado inventado pelo mesmo tipo das escadas - desde 2009 a lei das probabilidades provou ser mais fácil apanhar meteoros com a testa que encontrar uma escada a ser utilizada em algum lado para lhe podermos passar por baixo - e dos gatos pretos. Em Lisboa fotografo-os bastantes, registo as suas coordenadas no mapa das correntes telúricas e assinalo a presença de gaiolas; se tiverem pássaros, de Lineu, se não de Faraday.

domingo, novembro 27, 2011

crise real

Um facto que poderia ser interessante de estudar é o aparecimento repentino de memes nacionais idiotas à semelhança dos americanos idiotas. Veio com a troika. Porquê? Crise de valores?

sábado, novembro 26, 2011

milagres garantidos em tempos de cheia

Cristo manifesta-se de maneiras misteriosas em Arroios, prometendo milagres por dá-cá-aquela-palha.

sexta-feira, novembro 25, 2011

deus dá-me descanso

José chega a casa, furibundo, Maria está na cadeira de pés para cima. Nisto:
- MARIA PELA ULTIMA VEZ CONTA-ME O QUE ACONTECEU.
- zé, já te disse, um an...
- TU NAO REPITAS A HISTORIA DO ANJO QUE EU PERCO A CABEÇA!
- Ó zé 'mor mas foi assim, eu eu eu
- MARIA COM QUE CARA VOU DIZER AO PESSOAL DE LÁ DA CARPINTARIA, COM QUE CARA É QUE ENTRO LÁ?
- Ó zé, essa gente não interessa, o que interessa é o que nós temos, olha temos roupinhas para escolher, tu tens de fazer um berço...
- DEUS ME DÊ PACIÊNCIa!!! porra já estou rouco.
- Mas é isso que te tou a tentar explicar, zé... deus...
- MARIA Maria, NÃO ABUSES DA SORTE.

quinta-feira, novembro 24, 2011

G'eve Ge'al

Isto da troika e do Portugal-bom-aluno e do tão-sempre-a-fazer-greves tem mesmo aquele fedor do salazarismo que até na classe política se manifesta, o medo de desagradar ao patrão que nos dá de comer pobres de deus que não merecemos tanto é melhor é viver caladinho e obediente sem levantar cabelo que ainda nos tiram o pouco que temos, lá andamos a ir mostrar a caderneta todos os dias a mostrar à professora para ela não meter mais bolinhas vermelhas e pelo caminho chibando os colegas que não são meninos da mamã. Hoje há greve geral e há-de haver muito boa gente a achar que trabalhando com afinco e olhando para o chão, tudo se resolve.

O que vale

É que os pobrezinhos se divertem com pouco.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Lisboa é porreira, mas para quem sabe

Arbitrário nasceu o dia escolhendo fazê-lo pela manhã, que forrada com um frio de calabouço se foi escoando até ao rio. As tágides*, cheias de vontade, empurravam as pessoas ( as boas e as más por igual ) ainda a dormir dos cacilheiros.
Há greve? venham a pé.
Os mais determinados empanturram-se com folhados de salsicha ou sandes de panado logo no casario mais rente à água e afogam a goela com um favaíto. Evitando este pessoal do Cais do Sodré, há quem suba a Rua do Alecrim e só depois da ginástica matinal quartel de bombeiros depois, tome um pequeno almoço ali na esquina ao lado da loja dos 300 e das belas artes. O panado é mais barato porque não está no mesmo apartado, nesta terra concorrência é que não. Findo isto trabalham-se umas horas valentes mas almoça-se com vista para a Baixa, nem que seja contra-picada.

* Estas, assim que lhes viram costas, agarram o pessoal mais preguiçoso e pensador armado aos cucos e mandam brutas amonas, a que os incautos replicam com vários "foda-se, larguem-me tava só a ver se o senhor já tinha pescado alguma coisa, caralho."

Fim de semana

Por casa, que tentarei isolar para que não arrefeça a rua, os invernos portugueses são assim, as casas contaminam o tempo ameno que faz lá fora, no sofá limpei o Lux do organismo.

quinta-feira, novembro 17, 2011

O limite do terror

A meio de barrar uma torrada, acabou-se a manteiga.
Primeiro pensamento:
Há margarina liquida no frigorífico.

quarta-feira, novembro 16, 2011

Situation comedy

avante camarada avante
Aqui por casa posso adiantar que todos os dias tenho cenas porreiras a acontecer e só não as escarrapacho aqui porque sou muito respeitador da ordem e das instituições, porque até teria alguma audiência ( inclusivé 100% dos utilizadores desta comuna ). Adoptado que fui nesta casa, não me cabe a mim denunciar as tremendas falhas ideológicas desta comuna mas esperar que por osmose revelação ou epifania se apercebam que apesar de eu ser um proletário pacífico, se não respeitarem a soberania sobre bolachas com recheio, há sempre espaço para um pacto de Varsóvia.

terça-feira, novembro 15, 2011

Datação por tupperware 14

Ainda lá está o Passos Coelho? matem-me já.
Dado substrato frigorífico estratificado por prateleiras datam-se os vestígios por antiguidade de contentor a vácuo, sendo na abertura do mesmo feita a prova efectiva da era a que pertence semana duas semanas 4 semanas 6 meses. Neste como em estudos anteriores a presença de vida fóssil foi registada, tendo sido refutada por exobiologistas a possibilidade de ser estranha ao planeta, sendo assim provada a possibilidade da criação de vida multicelular em casa com prato de louça ou Petri. Vegetais mais frescos revelaram esquizofrenia de origem traumática, indeterminadamente por contacto com os vestigios fósseis ou por exposição acidental a discursos do orçamento de estado.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Esquadra

No bar a conversa subia de volume e descia de nível, a guerra dos sexos continuava, discutia-se experiência versus exigência, cada lado da discussão a querer ratificar a azelhice natural do lado oposto, o quão complicadas são as mulheres obviamente o quão complicados são os homens - mas não são porra é simples vocês é que são uma puta de um puzzle não há duas iguais porra metam isto na cabeça. Noite vai alta nisto desaparece uma mala, a chuva começa a cair a caminho da esquadra.
A esquadra é um calabouço onde se prendem polícias. O relógio de parede da loja dos 300, os azulejos um sim outro não rachados a parede que não vê tinta há anos o computador que tem tanta memória como uma máquina de escrever, a luz quase morta. Tudo para que não tenhamos vontade de voltar lá.
À saída, a chuva mais que muita obriga a retirar para arcos e ruelas, aquele trovão que acordou meia Lisboa aparece, de 10 metros fazem-se 100, uma molha seguida de um taxi a estufar a 35 graus dá origem a uma bela constipação.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Cuidai

11/11/11
Segundo a escatologia Prezadiana o mundo chega ao fim na data supracitada conquanto ninguém o refira a revelação não deve ser divulgada deve ser calada sob pena da 5ª vinda do Salvador - o gajo da gascidla que nunca toca quando está gente para abrir a porta e depois um gajo tem de acartar uma bilha de 13 kilos pela escada acima que se fode - não se consumar.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Golpe Militar

Otelo diz que um golpe militar hoje seria mais fácil mas não tem noção. Como lisboeta - não fui à tropa e não sou o Nuno Rogeiro, por isso é a única patente que posso usar - devo relembrar Otelo que pode contar com as mesmas G3 e Chaimites usadas há 30 anos, com a manutenção possível. Relembro que a gasolina para as Chaimites está mais cara e que provavelmente os militares teriam de ir de 46 ou o 32 ou o 36 e depois apanhar o elevador de Santa Justa para chegar ao quartel do Carmo, o que dado acções da parte de guerrilheiros perigosos - ver deputados, troika - será improvável conseguirem chegar lá em tempo útil. Depois, a censura já não tem uma sede, está em todas as empresas e em todos nós, não é um chip mas está ligado à conta bancária e auto-nivela-se: quando temos pouco dinheiro calamo-nos, quando temos muito a censura desaparece. É linear.
Depois de tudo isto, tirando ser meio parvo, relembro ainda que as consequências ao nível musical seriam desastrosas: Não temos Faustos, Sergios Godinhos ou Adrianos Correias de Oliveiras em potencial para explorar e ainda temos de nos avir com subprodutos actuais, que em muito me fazem ter saudades do tempo da outra senhora. Por isso, vamos lá largar as G3 e ver se não falhamos a hora do anti-histamínico.

terça-feira, novembro 08, 2011

Doutros tempos



Banda sonora para o Metropolis onde estou a dever uma excursão indutrial-retro sem direito a guarda-roupa especial.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Oslo

Oslo a discoteca, não a cidade nórdica. Apesar dos espelhos e luzes, aqui o PIB é o mais baixo do país e só encontramos dois grupos sócio-económicos: as putas e os universitários.
A ambos reservam-se os espaços onde a imperial é barata, o copo de plástico e a entrada gratuita.

sexta-feira, novembro 04, 2011

A sociedade fascina-me

O pessoal conservador defende a família mas não os abortos. Os bloquistas defendem os abortos e a família são os amigos. O pessoal conservador defende diz que os bloquistas não ligam à família mas as empresas fascistas querem que os empregados as tratem como sendo amigos ou melhor família e façam umas borlas. Os bloquistas ajudam os amigos mas uma empresa nunca é amiga à partida. Os bloquistas defendem a solidariedade os fascistas a esmola. Os bloquistas recusam-se a trabalhar de borla, os fascistas dizem que eles não querem trabalhar. Os fascistas acham que se resolve tudo com mais trabalho os bloquistas com mais dinheiro. Os bloquistas são fascistas. Os fascistas são fascistas.

Noite em Lisboa


E o Duarte Lima, onde é que ele anda?

Jantar gourmet no Largo do Camões. Má carta de vinhos.

Alfama converge naquele canto, 8 versos.


Claro que os transportes públicos não são necessários, eu ando à noite sempre de taxi e é um pequeno luxo meu, até janto no Tavares.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Taxismo desmontado

Não é contra ninguém, só a burrice em geral.

quarta-feira, novembro 02, 2011

O dilúvio, curta infantil

De lá, olhou para Alcântara, viu as águas a subir, o vento a passar nas chaminés a uivar o magnificat de Bach deus não precisava de ditar mais nada: procurou uma osga e outra, um pardal e outro, um casal de caracóis, um de pombos, ratos gaivotas baratas carochos corvos cães gatos hamsters e lagartixas a mulher descrente desceu o escadote bambo e zarpou, cacilheiro. Tejo abaixo Noé o limpa chaminés, sem factura é mais barato.

À barra interpelou-o uma tágide das finanças que lhe penhorou os corvos e retirou a carta de marear.

terça-feira, novembro 01, 2011

pequena quadra fora de horas e do formato

Mesmo aquela chuva mais miudinha
Quase não chegando a ser orvalho
Ajudou-me com espantosa destreza
No que foi um espalho do caralho.

Agora vou descansar e queixar-me para o candeeiro, que esse é que me ouve as lamurias e troca dicas com a almofada.

segunda-feira, outubro 31, 2011

Daqui da janela

Se a janela da cozinha deixa ver a margem sul, a da frente deixa ver a janela dos vizinhos que não dormem. A qualquer hora, a cozinha está sempre de luz acesa, a louça por todo o lado, a toalha de plástico com morangos, a máquina da roupa e as molas e alguém a fazer alguma coisa. Ontem era uma sandes de atum, às tantas da noite. Uma azia é sempre uma boa companhia para a cama.

domingo, outubro 30, 2011

Políticas

Agora vem a lume esta notícia sobre uma possível supressão nos horários nocturnos dos transportes públicos de Lisboa.
Eu até gosto de taxistas e já lhes dei e dou bastante dinheiro, mas não é caso para tanto. A sério, andar de taxi só é barato para quem os mete nas despesas. O António Costa, lisboeta de chaufeur, lembrou-se apenas do Bairro Alto e afins ( sim os senhores dos bares também têm de ganhar dinheiro para as licenças sim ) e pensou foda-se para estacionar vai ser um pincel, vai tudo de carro, dando espaço para os argumentos bacocos, esquecendo-se daquela gente que precisa de transportes para ir trabalhar, nem tem carro e quiçá, ir também para os copos. Sim, existem.
Claro que beber copos não é uma industria vital para o sucesso financeiro do país. Podemos abdicar dela e de muitas outras. Mas por este andar, com tanta escolha certeira nos cortes, acho que a única actividade vital para o país é a banca. Tudo o resto é gordura.

sábado, outubro 29, 2011

sexta-feira, outubro 28, 2011

Keywords

vocês fumam e eu que sou amigo, não me chibo a ninguém
O Google Analytics diz que chegam aqui com estas entre outras sete milhões de keywords. Fico a saber o que já desconfiava sobre o cinebolso, sei que tenho aqui algures no PPC tenho um método para identificar cães. Continuo a ter gente a precisar de desenhar carros capotados, jabardices e tatuagens tribais. Descubro que o Passos Coelho veio cá ver como é tratado, ele deve divertir-se a googlar o próprio nome.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Acabado o Verão

Saltando directo para um cataclismo de proporção bíblica 4 partes de águas para uma de chapéu, passear pela rua é algo zootrópio enrodilham-se os sapatos patino metade do tempo e quando podia estar já estatelado no meio do chão ainda vou a caminho. Nas Picoas o vendaval sente-se menos porque passo à porta do Émecê e o quentinho das salas de máquinas é sempre igual, ah é a saudade da xungaria. O cheiro a sarro paredes mal lavadas e madeira das máquinas, o verde dos panos do bilhar que é amarelo do tabaco, todo quinado das boladas à campeão. O pessoal sempre o mesmo, ainda há casas sem wii fit e afins e por isso o pessoal jogar Golden Axe só pode ser catarse. Passo por miraflores a apreciar o trânsito que não apanho há anos - isto de morar dentro de Lisboa e só andar a pé ou de autocarro ou de taxi ou de boleia tem vantagens, só é chato quando quero ir à praia - e fico na fila a chover, o carro tem ar condicionado eu em casa não tenho o carro tem rádio apanha tudo eu em casa não apanho nada, os vidros são elétricos e abrem com um botão em casa a janela não abre tá perra com a humidade e começo a pensar foda-se por isso é que passam tanto tempo parados dentro do carro.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Visitação

Estive a arrumar fotos. De tempos a tempos é preciso porque tiro 2 milhões delas por mês. Vi umas coisas que não via há muito. Perdido pela Cidade, Global edition:
Londres. Come-se bem. É preciso saber onde.


Estocolmo. Anda-se de bicicleta e rapa-se frio.

Barcelona. É-se gamado a meio da noite nas Ramblas e "salvo" por uma puta.

Amesterdão. O que acontece em Amesterdão fica em Las Vegas.

Porto. É bonito e só não caiu todo porque é todo em granito.

Évora. Tem o Giraldo e um gajo nunca se orienta, é uma rotunda gigante.

Caldas da Rainha. Se não fizer barulho ouço a relva crescer. Tem caralhos de louça.

Ferragudo. Terra de pescadores e o doido da aldeia fuma pelo nariz.

Aljezur. Não é só igrejas. Também tem praias das boas.

Braga. Não tem praias. Só tem igrejas das boas.