Desde há muitos anos, tenho este hábito: Navego entre blogs, links de links, a vasculhar a internet escrita à mão, caótica e sem SEO, sem google, sem adwords. Quando a internet era um hobbie. Encontro um pouco de tudo, à procura de links para outros links, a ver se chego ao fim da internet. Muitas vezes dou de caras com blogs apagados. Normalmente por 2012, 2013, 2014. A primeira vaga de blogs. Nos ultimos posts faz-se uma autópsia fácil:
"Não tenho vindo aqui muito."
"Tenho andado ocupado. Pouco tempo para escrever."
"Tenho um projecto novo."
Com as três frases acima, a autópsia deste blog fica agora parecida a esses. Antes deste post estarão as ideias habituais, muito repetidas. As observações de Lisboa, os passeios a pé anti-gentrificação, os posts picarescos, o destilar das frustrações do trabalho. A birra de sono com a instituição e a falta dela. A tentativa de imitar um MEC fora de tempo. Os posts a explorar paradoxos. A antropologia pop. A fase anti-Passos. Os blogs do lado. A auto-observação. Os Riscos Perdidos. Os diagnósticos de Portugal. Todos os posts com um final previsivelmente imprevisto. No fundo escrevi oito ou nove ideias diferentes.
Este estaminé ajudou-me muito. Ao fim de 18 anos, 2503 posts, 617 por publicar, o Perdido fecha. Não apaga porque deu trabalho como o caralho manter isto.
Pode ser que isto reabra, já com nova gerência.
Volte sempre.