Numa das ultimas voltas que o mundo deu, passei a ter a meu cargo, pela primeira vez na vida, um estagiário.
Eu nunca fui estagiário e explico porquê:
1. É uma chulice.
2. Um gajo deve ser pago pelo seu trabalho.
3. É uma maneira das empresas terem mão de obra barata.
Agora, no ponto de vista do utilizador de estagiários, tenho de dizer que todos os pontos acima são verdade, mas não são a verdade toda:
1. Não é uma chulice. A produtividade de um estagiário é baixa.
2. Eles podem e devem ser pagos. Digo "podem" porque há gente que não precisa do dinheiro mesmo e claramente nunca ia entrar naquela empresa se não fosse de borla - Eu quando descobri que a professora de design tinha estagiado num atelier de nível mundial durante uns meses sem ganhar um tostão também pensei "assim também eu", mas na verdade eu nunca ia ser estagiário porque está ali o ponto 2 que eu não consegui abdicar.
3. Consome-me metade do meu tempo porque tenho de ter a certeza absoluta do que anda a fazer o tempo todo. Enquanto sou totalmente desorganizado a solo, vou vivendo com isso. Com o estágiário, tenho de ser organizado pelos dois, sob pena de dar em doido rapidamente e não fazer mais nada senão listas a outra metade do tempo. Portanto sim, uma empresa está a dar formação ao estagiário. Barato é capaz de ser, mas sai-me caro a mim.
Disto isto, o que se passa nos ateliers de Design em Portugal é uma experiencia totalmente diferente daquela que vejo todos os dias. Os recém-licenciados são carne para canhão e nenhuma empresa deveria poder manter-se à conta de trabalho não-remunerado anos a fio, abusando da falta de oportunidades que o mercado nos habituou. Paguem, chulos.
3 comentários:
Neste momento estou a orientar duas estagiárias (remuneradas). É muito cansativo. E como não lhes posso passar os trabalhos mais complicados, fico eu com o trabalho de sapa que até me lixo.
Estou numa fase em que não sei se faço o estágio ou não. Todos sabemos que por vezes os estagiários são espremidos até mais não, mas ao mesmo tempo penso que essa oportunidade que fica no currículo talvez consiga ajudar a abrir outras portas, não sei!
Li um post aqui algures acerca de uma miúda que foi a uma entrevista de emprego. Alguém que passou pela Universidade mas não terminou a licenciatura.
Pelo que percebi a rapariga não saiu favorecida nessa entrevista...
Peço desde já desculpa pelo "testamento" mas ao ler o teu blogue descontraidamente, dei de caras com alguns posts bem interessantes e o post acerca das entrevistas de emprego, fez com que deixasse aqui meia dúzia de palavras.
Pois bem, estou na situação da tal rapariga, sem experiência, passei pela faculdade mas não terminei o curso.
Decidi dar uma pausa e tentar a minha sorte noutra área, entretanto, tal como inúmeras pessoas preocupa-me a entrevista de emprego.
O que dizer acerca do curso não terminado?!
O que responder à frase da praxe acerca dos defeitos e virtudes?!
Entre outras...
Novamente, peço desculpa pelo abuso. Respondes quando quiseres, se quiseres.
Mas, gostaria muito de saber a tua opinião, dicas/conselhos.
Às vezes uma só resposta/postura faz com que sejamos imediatamente excluídos...
Obrigada,
Carolina
Hoje estagiários, amanhã não mais... Quem sabe!
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