quinta-feira, julho 28, 2016

Erros meus, má fortuna

Num acaso do destino, o novos ambientador da casa de banho do escritório cheira ao perfume de uma ex. Cada vez que lá vou lembro-me dela.

Clientes do inferno

Boas notícias: há clientes que não são o inferno. Até os há bacanos. E sim, são tão raros que tenho de confirmar que existem.

quarta-feira, julho 27, 2016

Estagiários

Numa das ultimas voltas que o mundo deu, passei a ter a meu cargo, pela primeira vez na vida, um estagiário.
Eu nunca fui estagiário e explico porquê:
1. É uma chulice.
2. Um gajo deve ser pago pelo seu trabalho.
3. É uma maneira das empresas terem mão de obra barata.

Agora, no ponto de vista do utilizador de estagiários, tenho de dizer que todos os pontos acima são verdade, mas não são a verdade toda:

1. Não é uma chulice. A produtividade de um estagiário é baixa.
2. Eles podem e devem ser pagos. Digo "podem" porque há gente que não precisa do dinheiro mesmo e claramente nunca ia entrar naquela empresa se não fosse de borla - Eu quando descobri que a professora de design tinha estagiado num atelier de nível mundial durante uns meses sem ganhar um tostão também pensei "assim também eu", mas na verdade eu nunca ia ser estagiário porque está ali o ponto 2 que eu não consegui abdicar.
3. Consome-me metade do meu tempo porque tenho de ter a certeza absoluta do que anda a fazer o tempo todo. Enquanto sou totalmente desorganizado a solo, vou vivendo com isso. Com o estágiário, tenho de ser organizado pelos dois, sob pena de dar em doido rapidamente e não fazer mais nada senão listas a outra metade do tempo. Portanto sim, uma empresa está a dar formação ao estagiário. Barato é capaz de ser, mas sai-me caro a mim.

Disto isto, o que se passa nos ateliers de Design em Portugal é uma experiencia totalmente diferente daquela que vejo todos os dias. Os recém-licenciados são carne para canhão e nenhuma empresa deveria poder manter-se à conta de trabalho não-remunerado anos a fio, abusando da falta de oportunidades que o mercado nos habituou. Paguem, chulos.

terça-feira, julho 26, 2016

Resolver o problema do terrorismo pode custar apenas €0.99, descubra se é verdade

Desde há anos que recebo SMS's com as ultimas notícias. Esta semana, reparei nisto: em 10 sms's, 2 eram sobre crise financeira e 8 eram sobre facadas, bombas, terroristas e suicidios. Como o meu objectivo quando subscrevi o serviço não era ter uma versão global do Correio da Manhã, finalmente tomei 2 passos importantes: cortei na minha dependência de notícias e acabei com o terrorismo cá em casa.

segunda-feira, julho 25, 2016

A moral e os bons costumes do Pokemon


Eu sei que isto não é novo, mas ainda assim está a fazer-me confusão: Pessoas, quem anda por aí a jogar Pokemon Go não deve nada ao mundo.

Dizer que quem anda a jogar uma treta de um jogo a apanhar pokemons devia estar a apanhar refugiados é só parvo. Dizer que quem anda a jogar uma treta de um jogo a apanhar pokemons devia era adoptar animais a sério é só parvo.
Mas isto é também um sinal do quão diferente é este jogo dos outros. Um jogo que consegue ser tão diferente e ocupar tanto espaço real além do virtual, que consegue meter muitas pessoas a confundir os dois.

(no fundo os jogos estão a ocupar o espaço deixado pelos albuns de metal dos anos 80, que sempre serviram de bode expiatório para os males do primeiro mundo)

quarta-feira, julho 20, 2016

Pokemon, a vingança do chinês

Confesso que ver pessoal que gosta de Game of Thrones (toda a gente, parece-me) enjoado de ver Pokemons me dá alguma satisfação. Infelizmente não se tocam e já se esqueceram daquela fase estupida de há uns tempos em que todos os memes eram à volta de portas. Haja cu.
Se gostam de Pokemons e Game of Thrones: get a life.


segunda-feira, julho 18, 2016

Arautos do fim dos tempos, acalmai



Como é provavelmente sabido por quem segue este blog, não gosto de rebanhos. Embarcar em coisas só porque estão a dar não é a minha praia. Não passei a gostar de gin só porque tenho mais de 30 anos e tenho a mania que sou um lorde, continuo a desenhar em cadernos mas não sou urban sketcher, trabalho em esplanadas mas não sou digital nomad, andei de bicicleta e só fui a uma Massa Critica. Faço fotografia quando calha e não tenho aspirações a mais que as minhas fotos de tampa-de-caixa-de-bombons.
Mas, fui à procura de Pokemons (encontrei um nos Anjos).
Sem medos.

Tenho visto como muita gente reagiu ao aparecimento deste jogo e tenho de escrever qualquer coisa para compensar esse terror.
Sim, este jogo já foi aprovado pelo telejornal e isso é um sinal claro de que este jogo está aprovado para o rebanho. Mas é um jogo estupido e bem feito. Não transmite cancro, não causa guerras nem fome e está provado que quem gosta de pokemons também pode gostar de animais, beber copos com os amigos e ser a favor do fim do conflito israelo-arabe.
Para os que se queixam que o telemóvel aliena, - nunca precisei de telemóveis para me alienar, sempre o consegui fazer com pouca tecnologia, livros do Asterix bastavam - aqui está um jogo que combina o mundo real com o virtual, o primeiro a esta escala.
Não tenham medo, é só um jogo estupido e bem feito.

quarta-feira, julho 13, 2016

Também gosto

Aquelas notícias de "adepto francês que vive em aldeia perdida na ex-Jugoslávia escreve post em que fala mal de Portugal/selecção/Ronaldo" a terem tracção.
Imagino que algures numa aldeia remota da China um post meu está a gerar polémica sem eu saber e a dar clicks ao Observador de lá do sítio.

A vista da parede

No euro 2004, odiava activamente a bola. Este ano não me aquece nem arrefece (mas ver aquele golo fez-me o dia). Agora ando a ver a minha wall e a ver a reacção às condecorações atribuídas à selecção. O pessoal de extrema esquerda ficou ressabiado porque todos os atletas que chegaram ao podium a semana passada também deviam ter condecorações. O pessoal de extrema direita ficou ressabiado porque  3 militares da força aérea morreram num acidente de aviação e deviam ter condecorações.
Eu acho que ninguém devia ser condecorado porque no fundo foi só um aproveitamento político do momento. Mas pronto.

sexta-feira, julho 08, 2016

Ser freak é moderno

Estavamos ali a discutir o caminho que a internet leva, os sms's, os live feeds, a hiper-conectividade (que vai ser muito maior, isto é só o começo), teorias é comigo, tenham nexo ou não - desde há muito é que as notícias e os factos vão morrer - como o dinheiro, vão ficar para quem der valor a isso - e a humanidade entraria então numa era de comunicação digital pós-factual, hiper-emocional, assíncrona. Isto não é necessariamente mau: tanto podemos ser uma sociedade distópica governada por um algoritmo impiedoso como podemos fazer parte de uma comuna hippie global. Infelizmente, tenho cada vez menos paciência para hippies sem cérebro.