sábado, julho 30, 2011

Passo a assinar assim

Na impossiblidade de escrever qualquer coisa de jeito neste momento, mas tendo a necessidade de escrever parvoices, cordialmente,

O autor.

quarta-feira, julho 27, 2011

Não preciso de mais

É tão gratificante trabalhar com pessoas com necessidades especiais, chegamos ao fim do dia sabendo que ajudámos aquele alguém especial a sentir-se melhor com ele mesmo, a ultrapassar mais um dia, a conseguir, passo a passo, superar-se, ser mais completo, ser mais. Como recompensa tenho o sorriso de quem é feliz com coisas tão simples: atenção, companhia, partilha.
Foda-se tenho de sair do ramo da publicidade mesmo.

terça-feira, julho 26, 2011

Coisas

Bom, falhei a previsão. O Hélio foi apadrinhado pelo Meo, não pela Sumol. Miserável falhanço. Em contrição, deixo aqui as ultimas keywords que encontrei. Asseguro que não tenho conteúdos que correspondam sequer foneticamente ao que o pessoal mete no google para dar com isto. Ó:

Cesariny, mal sabias tu das virtudes da arte generativa

Pausa para café

Quis Alfama ver-te asinha
Indo a pé o tempo voa
Apre ja tou cansado bolas
Lisboa

segunda-feira, julho 25, 2011

Efeito viral

Tenho de uma pequena lista de palavras que quero partilhar, já explico porquê. Antes:
  1. Facebook
  2. Viral
  3. Caralho
  4. Foda-se
  5. Guedes
É a lista de palavras que ouço mais de 3000 vezes por dia. Desde que a malfadada crise ( ou apenas a antecipação da mesma ) se instalou, que toda a gente percebeu, num pinote do hipotálamo, que a combinação viral+facebook era a solução para a fome. O facebook é de borla, fazer uploads para o youtube também, está tudo certo.
Esqueçam a publicidade, agora o que é necessário é "cobertura". E assim, graças à pequenez deste país, a minha vida estará mais e mais deprimente, quando um cliente aparecer e disser "eu quero um video como o do Guedes, um viral. No telejornal até foram entrevistar os pais dele no fim de semana" vou ter de novamente explicar que não só o efeito viral a esta escala é imprevisível, como o video em causa nunca teve muita piada, o que torna ainda mais difícil replicar o efeito - faço um que? um video com alguma-piada? Piada assim-assim? - porque não vejo o padrão.

Quanto é que me dão se nestas semanas aparecer um anúncio da Sumol com um tipo a despenhar-se de skate?

Reparações em 4 passos.

Por vezes, devido a negligência grosseira ignorância estupidez burrice teimosia inépcia icterícia torácica inercia dispepsia septicemia termos aleatórios ou pção, estragamos orgãos internos. Isto geralmente acontece ao fim de semana. Hoje vou explicar rapidamente como repará-los.


Domine memento mei
1. Onde está o problema?
Procurem dores, tensões, hemorragias. Eu procurei procurei e cheguei à conclusão, estava aqui. Este é o primeiro passo. Não desistam de procurar se os sintomas forem subtis e na primeira sondagem não perceberem bem onde está o problema. Há muitos orgãos, lembrem-se.


2. Abertura e inspecção
Devagar e com calma.

Dica visual indicando setas
Abri-o. Depois de uma secção transversal, com um qualquer instrumento que possa servir para o efeito - o importante é o quadro seguinte, este é apenas uma fotografia de um autoclismo a ser destapado - desde que se obtenha um corte limpo e direito. Aqui podem ver indicado como há dicas visuais para voltar a fechar o orgão depois de reparado.

3. As entranhas, diagnóstico

Esta é a parte que causará mais estranheza. Não estão habituados a ver o vosso interior tão explicitamente. Respirem fundo, evitem movimentos bruscos. Aqui podem ver que do ponto A ao ponto B há algo profundamente negro e estranho. Sigam esta pista.  Empurrando o ponto A, deparar-se-ão com algo no extremo oposto a mexer, encontrando uma possível solução.

25 cl, não poupam água nenhuma assim. Ursos.
4. A solução
Ali estava a raiz de todo o mal. Usei setas mais uma vez, é uma convenção de linguagem visual, as setas indicam que tudo o que está atrás delas não tem interesse ( mnemónica: o símbolo do PSD ). Dei com o problema, que no meu caso era um corpo estranho alojado mesmo lá no fundo. Solução? ocupar o espaço vazio. Aconselho Alka Seltzer, éter, serradura, gunronsans, belimundas ou baltazares, trocos, erva, chumbo ou penas, o importante é que o volume se mantenha para compensar o que está em falta. Volta-se a fechar. Finaliza-se com 2 murros ou só a ameaça dos mesmos para ser mais português e está feito, funciona tudo como antes.

domingo, julho 24, 2011

Típico diálogo de domingo

- Lembras-te da Mariazinha?´
- Não...
- A Mariazinha? não te lembras dela?
- Não, não lembro.
- Eras pequeno, gostavas dela... Não te lembras??
- Eh não não me lembro.
- Ela tem uma exposição, ela pinta, vê lá se a encontras aí na internet.
- Mariazinha Mariazinha... Aqui está.
- Ah mas não é nenhuma dessas!
- São as que aparecem...
- Ah nada disso, mete lá a Mariazinha, ela não é essa. Olha, é esta aqui.
- Ah pois. Não, nunca me ia lembrar dela.
- Vês ela pinta. Mete aí os quadros dela mais novos.
- Estão aqui todos os que encontrei.
- Mas não são estes. Mete outros, os mais novos, não sabes quais são?
- Não sei, nunca os vi.
- Teve uma exposição em Sintra, procura lá.
- Isso pode ser qualquer coisa.. Ah, diz aqui que nasceu em 1957. Disseste que eu gostava dela, mas ela tem mais 20 anos que eu.

Política

José Seguro está para Passos Coelho como Passos Coelho está para José Seguro.
Estamos entregues aos bichos.

Desportos radicais

Tarde começa no Mosteiro dos Jerónimos, passa a companhia de copo de tinto e sobrinha favorita - sim é compativel sobrinha segura-se com braço esquerdo copo com braço direito - ronha no relvado ronha na rede, comer comer comer comer, lanche passa a jantar, depois de jantar discoteca até as tantas somando cambalhotas e macacada à tarde com dança à noite estou feito em papa.

quinta-feira, julho 21, 2011

Instalação sexista II

Instalação interactiva, sem título, 2011, Materiais diversos.
Sofá frente a televisão passando loops de Eusébio a marcar, sensor de movimento e coluna com voz off "Precisamos de falar."

nota: Desta instalação, a crítica terá dito que metafisicamente, a proposta e o desafio de tornar um impeto emocional numa presença física, multidimensional, pungente, denunciadora, é aqui magistralmente - poderiamos arriscar, por vezes com recurso ao humor - representada como nunca antes.

Instalação sexista I

Prezado, 2011, materiais diversos.
Toalha de banho molhada sobre cama por fazer, peças de roupa interior espalhadas sobre o chão.

quarta-feira, julho 20, 2011

Rua de são José, Dimensão paralela frente, Lisboa

Primeiro é o balcão. Alumínio corrido parado no tempo riscado. O balcão faz um corredor. À esquerda o balcão à direita a fila indiana de mesas. Depois as mesas para grupos. Separa a zona dos grupos e a dos solistas indianos uma linha invisível mediatriz da placa dos gelados de 2008 e a viga com o retrato do Raul Solnado. Na parede, os mantones a fotografia da Amália os mantones.
Segundo as gentes. A dona Rosa rosinhas dos limões do fado meio galega 2 dentes na boca nem a couve a trinca, o senhor António que insiste em tudo bom vendedor ele, fosse a comida só um pouco melhor e nem me ficava no mini-prato era logo uma dose. Depois, a cozinheira. Mal sai da cozinha, que é pouco maior que um esquentador a cozinha não ela. Os chinelos deixam ver os dedos curtos cotos a bata os cotovelos carnudos caídos.
Terceiro o falar rápido e nervoso a simpatia o esforço de agradar, a rudeza que se tenta polir como quem puxa ao lustro aos talheres com o avental. Os gestos meio comidos destreinados raisparta os talheres que caem das mãos o riso sempre fácil porque a idade não dá mais. A cozinheira não fala mas ri-se muito das conversas dos outros.

segunda-feira, julho 18, 2011

Pela manhã

Toca no pino e levas um banano
Saio eu de casa e vejo um artista a estacionar esta máquina, um Camaro Mustang de 60's ( não fui confirmar mas deve ser de 68, 69 ). Este carro é a razão pela qual eu não tenho carta: Só a terei quando for para conduzir um destes. Eles são assim meio caros. Com uma máquina destas, cago em todas as teorias ecológicas, nos catalisadores, na pegada verde, de alto. Tendo uma máquina destas, é porque tenho orçamento para os 30 litros aos 100 e ainda sobra para comer no Gambrinus todos os dias. Estava eu a dizer isto tudo a mim mesmo em voz alta, feito otário e o tipo sai do carro, olha desconfiado para todo o lado, mete o pino panilas* à frente do carro, dá 3 voltas ao carro e afasta-se finalmente, sem nunca dar as costas ao carro, como quem se afasta de um Cristo.

* Se eu tivesse uma máquina destas, também metia pinos à volta dela

domingo, julho 17, 2011

Nesta casa acorda-se cedo ao domingo.

A menina do trombone tem despertador ao fim de semana para alimentar os gatos. Era mesmo eu, pois.

sábado, julho 16, 2011

Descanso do guerreiro

Ando a ler coisas na vizinhança virtual. Isto é do Bom Sacana:

Já a Anouc tem esta jabardice genial. O Anão Gigante cita Arturo Perez à volta da criatividade. A Julie continua a encontrar coisas que me tiram o sono:

sexta-feira, julho 15, 2011

Mesa para quarto

Mouraria acima, ruas da Severa abaixo entra-se numa porta suspeita. Como ali todas as portas são suspeitas e esta é insuspeita é algo suspeito peito cheio sobe-se a escada ignora-se a desarrumação é uma casa normal se é que há disso, mas lá em cima é um restaurante. Ali não há cartões, não há caixa sequer, só há divisões com mesas e cadeiras uma de cada nação e aqui não é retro-vintage-eclético é mesmo falta de gosto pois misturar vários tipos de cadeiras não é só moda, pode ser também falta de dinheiro os pratos são fartos assim como é a gordura em cima das mesas. O restaurante podia ser chinês se fosse um restaurante era do mundo, divido mesa com suecas que dão lugar a um casal português e assim por diante ante a confusão de pratos a pausa lá fora, a varanda a dar-se para as janelas dos vizinhos um metro os separa, já é tarde, esperam que a conversa acabe impacientes.


terça-feira, julho 12, 2011

Medidas drásticas

Esperavas a fada dos dentes mas ela não estava na altura
Os mercados crasham a economia flipa tipo Titanic inclusivé com aquele tipo a dar cacabeça bonk na hélice e a malhar na água escasseia falta sal falta pão deus os deputados ainda se matam com tanto trabalho alguém os salve aquele ministro ainda se deixa atropelar na lambreta é a hecatombe total mas espera.
São os mercados, os que jogam com o dinheiro do monopólio, que estão a ir ao fundo felizmente já arranjaram solução que é um novo jogo de monopólio, mas versão Bruxelas por isso podemos estar descansados e voltar a dormir ah que belo sono terei hoje.

segunda-feira, julho 11, 2011

deus ocaso

Deu-se o caso de hoje estar com a paciência por um fio. Analisei-o com o kit csi, era de uma teia, daqueles que ficam pendurados esticam vai acima vai abaixo encolhe oscila pendula recolhe. Dada a qualidade da gosma do bicho, o fio que devia estoirar partir-se e deixar o animal cair as aranhas são animais não são bichos, tento enrolar tudo com jeito mas só o vejo à contra-luz contra um fundo preto é difícil de saber se já esticou tudo o que havia para esticar por isso mexo-me devagar.

Chegaram resultados do laboratório agora. Afinal era baba.

bom dia

* Dos gatos

Não só partem tudo o que não estiver pousado no chão, como vendo que deixei maçãs dentro do saco em cima da fruteira, tentam rasgar o saco sim porque há um gato o preto que gosta de esfregar os cornos nas maçãs, tomando-as como a) território b) amigos
sendo que qualquer uma das opções acima faz do gato a) estúpido b) esquizofrénico c) autista
Tirando isso, são animais excelentes. Mesmo.
Minto: logo a seguir ao Pedro Passos Coelho, são quem mais me dificulta a vida aqui em casa.


Cabrões *

sábado, julho 09, 2011

Novas rotas

Passei mais tempo no Torel esta semana do que na vida toda. À hora de almoço faço estatísticas sobre esplanadas-vistas-do-Torel enquanto isto, a menina da ponte traz as saladas a passo lento devia avisá-la que a ponte está a afectar-lhe a travessia da esplanada, ergue-se do decote, atravessa o peito, sagital longa e a fundo, mas corre mal, aconselhava-lhe a água salgada mas já não deve chegar a do rio tem de ser de mar alto. O part-time como agrimensor lisboeta leva-me agora ao Rossio, ao Martim Moniz, à Calçada de S. Vicente, à baixa no geral, durante o dia. Depois, não há grande gosto em passear à noite depois de dias ocupados por outros trabalhos, muitos e descoordenados. Blogar não tem compensado. As imperiais são mais baratas que as fitas da máquina de escrever sempre a amuar com merdas essas os tremoços assegurou-me o homem da tasca só são cobrados quando estes se comem ao sol, como este Verão tem sido de segunda tenho poupado mais. Conto voltar ao Torel para a semana para ver como vão as obras.

quinta-feira, julho 07, 2011

É Verão

Sol é inversamente proporcional à vontade de estar em frente a teclados.

segunda-feira, julho 04, 2011

Às portas de santo Antão

Os tascos repetem-se porta sim porta não porta sim sim não, as mercearias ainda vendem pasta medicinal coito, piassas piaçabas piaçavas plásticos nossas senhoras e dálmatas de loiça esfregões fitas métricas e bacalhau quem o corta lá em casa são eles óbvio, nisto aparece a mulher possessa e diz que a vizinha do 3º dto que é uma alcoviteira disse que eles não podem ser felizes porque ele até pode cortar o bacalhau lá em casa mas não se deitam à mesma hora nem ouvem a mesma canção e o amor está nos detalhes, não é deus como disse o outro pois não. O sr. Antão pensa que ver o peso pesado ou o gordo - esta mania das televisões com os gordos, fetiche arcaico - a meias com a mulher é quanto baste para manter o fogo da paixão mas não agora tem de deitar-se mais cedo partilhar cama não chega é preciso mais caramba pensa baixinho muito baixinho que ela ouve tudo tudo, deus o dos detalhes queira que ela não perceba que só se deitava às tantas para poder ver a vizinha da Rua das Pretas em contraluz.

Assim se vai

É por isto que eu só me posso rir e olhar para o céu pelo fundo de uma imperial.

domingo, julho 03, 2011

Fim de semana, def.:

Espaço sócio-temporal caracterizado por exploração de bandas de Dixieland ou di xie - leia-se Di chi como discutia o casal na mesa ao lado, reconhecendo ser algo da família do Chi Kung, Jet li e do chá gorreana - seguido de convencional atropelo a lista de convidados de festa privada, a coberto da noite e de um suposto anonimato que rapidamente foi denunciado - vide Lisboa é um ovo - mas que dado a facilidade com que a trupe soube dançar abba erasure e bandas afins mantendo no entanto a postura e rectidão que lhe tinham sido prontamente aferidas à entrada, a sua presença foi tolerada.
Ao pessoal que me reconheceu e nos topou, deixo aqui a nota: gostámos muito da companhia até daqueles gajos mais estranhos para-lá-de-trixa, as coreografias que criámos eram mais low-profile mas executadas com mestria, pagámos tudo o que bebemos, não partimos nada e eu puxei sempre o autoclismo. Só não cumprimentei depois porque já era abusar da sorte ( eu lavei as mãos sim ).

Separados à nascença?