segunda-feira, setembro 30, 2013

Fui ao tasco do costume

No Tasco forjam-se alianças. Marcam-se jantares. Fazem-se inimigos. Comenta-se a bola. Fazem-se reuniões  de trabalho. Comenta-se a política. Acontecem revoluções. Até há mini-pratos. Vivem-se dramas. Ouvem-se conversas importantes. O chefe da divisão é uma besta.
Mas uma coisa eu não consigo: é que aquele cabrão traga o que eu lhe peço sem regatear outro prato que lhe interessa despachar e que mesmo depois de saber que quero uma bica cheia, fale em cafézinhos.
Hoje deve ter percebido qualquer coisa, porque pela primeira vez trouxe uma meia-dose que consegui comer até ao fim.
Estava aqui a tentar fazer uma alegoria com a história da lista do Isaltino ter ganho mas depois percebi que há coisas que não têm piada nenhuma. Francamente, com tanto tumor no cérebro que aterra onde não dá jeito.

sábado, setembro 28, 2013

Telejornais: um estudo

Estudos efectuados em minha casa chegaram a descoberta da melhor forma de ver as notícias da noite.
As notícias devem ser vistas a partir das 21:00 horas. Depois dessa hora, deve aceder-se à smartbox da TV e activar "ver este programa do início". Agora em fast forward em 64x, podemos assistir a uma versão mais útil das notícias diárias. Desprovidas de som, com os oráculos ditando em segundos os tópicos em destaque e percebendo quais o principais intervenientes na actualidade, consumidas em 3 minutos, podemos perceber rapidamente como a realidade nãos nos interessa mas simultaneamente entender plenamente onde nos encontramos. Terminado o telejornal, podemos mais rapidamente ditar bardamerda para estes cabrões e ir votar amanhã em consciência: branco.

Performance Bienal

Produzi e executei uma performance há uns dias.
Entrei a correr numa loja com uma missão muito bem pensada e estudada, visualizei os passos todos:

Fui comprar roupa.

 Eu até tinha isto bem estudado. Mas assim que esbarrei no Slim Fit skinny relaxed e raistaparta 9 tipos de calças e eu quero umas calças de ganga já me lixaram o esquema mas que por que mas tem e é mas porque é que é tão complicado de se meterem na cabeça de uma pessoa normal?

- Aqui estão, as calças acabadas de fazer. O que é que achas?
- Parece-me bem. Mas esta ganga assim, dá ideia que são umas calças acabadas de fazer. Não podes fazer nada quanto a isso?
- ah, tudo bem. Vou já ali martelá-las com pedra pomes durante 2 dias.

E há gente que faz isto por gozo: tira sapatos tira calças mete calças tira camisola mete camisola troca calças troca camisola tira calças mete sapatos vai buscar calças despe camisola abre o cinto tira sapatos tira calças devolve camisola essa não a outra devolve camisola certa paga cala outra loja tira sapatos tropeça nos sapatos tira calças poe calças tira sapatos tira calças mete calças tira camisola mete camisola troca calças troca camisola tira calças mete sapatos vai buscar calças despe camisola abre o cinto tira sapatos tira calças devolve camisola essa não a outra devolve ca camisola certa paga cala outra loja tira sapatos tropeça nos sapatos tira calças põe calças.

Gente que voluntariamente entra em lojas, tendo roupa a sobrar em casa. Esta gente deve votar no Passos, é isso. E a cena da "moda". As lojas já me pareceram mais simples de entender. Tinham tudo igual, por cores. Pólo, preto, verde, azul. Camisola, preta verde azul. Agora já não chega só isto. Há mais dimensões.

- O que achas destas camisolas lisas?
- Demasiado lisas. Não podes lixá-las com um padrão fatela de 83?
- Ah, tudo bem. Vou já ali copiar uns catálogos alemães de 2003.

E para fechar, entrar numa loja com 40000 KW de Holofotes para comprar um blusão. É como ir às Bermudas fazer o Test Drive de um trenó.

quinta-feira, setembro 26, 2013

Lembrei-me disto

Reality show é um formato que não gosto. Acho que isto é bem melhor: Standup Designers.
O nicho existe.

quarta-feira, setembro 25, 2013

Herança digital, pergunta para o queijo da ética:
Morreu alguém. Tinha, além da sua vida de lá de fora, a vida daqui das interwebs. Fotos, posts, textos, buscas, musicas, videos favoritos. As redes sociais só têm 5 anos por isso ainda não perderam muito tempo ( alguns já perderam algum ) a pensar no que acontece a tudo o que foi colocado online.
Deixem todos escolher. Mas e quem não escolheu, o que é o melhor?

  1. Apagam-se a contas.
  2. Dão-se as passwords à família.
  3. Dão-se as passwords à mulher.
  4. Zipa-se tudo e mete-se no Hi5.


terça-feira, setembro 24, 2013

Ruído de fundo

Estava aqui a pensar, moribundo na cama, um ano de surf a fazer frio ou calor, nem uma constipação apanhei, nem nada duche gelado no inverno nada nem uma constipação apanhei e agora dou uma volta de bicicleta e estou a morrer a constipação apanhou-me, e a olhar para o tecto reparei que não tenho nada para dizer. Reparei que passo o dia a trabalhar num método que raramente encontrei.
Lembrei-me de que as coisas mais inspiradas que produzia encontravam-se nos cantos dos cadernos. Aquele ruido de fundo do professor a explicar coisas que não me diziam muito metia-me a pensar. Enchia cadernos de desenhos a bic preta e aquele ruído de fundo ajudava-me a focar.
E agora que estou com pouco para refilar ou para teorizar uma fuga, acho que uma boa parte da culpa é do trabalho: não é ruído de fundo e ocupa-me o cérebro.

segunda-feira, setembro 23, 2013

Eu sei

Este fim de semana fui passear de bicicleta. Sim, tenho um alter-ego que anda de bicicleta. Faz parte de ser designer, como faz parte ser surfista quando se é director de arte. Isto é, é uma tanga. Esta ideia de atribuir hobbies certos e atempados a cada profissão é de uma tacanhez mental tão grande que não consigo explicar. Vou tentar fazê-lo com uma infografia:

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*
=  unidade de tacanhez mental relativa a passatempos obrigatórios
* =  tacanhez mental habitual

 Eu sei, andar de bicicleta é cena de designer. Mas, pode calhar ele sempre ter gostado de andar de bicicleta. Mais, pode calhar gostar de surfar. E agora? será que as otites da água salgada nas orelhas interferem com a capacidade de ouvir as buzinas dos carros? ou o atrofio dos músculos dos braços de só pedalar interfere com a remada no surf? ou ajuda? Mais: continuo a combinar isto com o ocasional urbansketching-a-solo, uma modalidade conhecida normalmente como "desenhar". Desenhar é a versão anti-social e desprovida de glamour do urban-sketching. Usam-se canetas e blocos na mesma, mas não se fazem ajuntamentos com outras pessoas que também são capazes de combinar o uso destes objectos e não se usam - isto é importante - Moleskines. Sim, há cadernos que custam menos de 15 euros e são feitos de papel na mesma.
Com o pessoal das bicicletas, apanho o mesmo tipo de fenómeno. Andar de bicicleta não é o que os move, é ter Aquela bicicleta - invariavelmente é cara demais para o uso que lhe dão - e andar de bicicleta naquela bicicleta, naquele dia, com aquelas pessoas que também andam com a mesma bicicleta. Isto dito assim até pode parecer ressabiamento, mas depois lembro-me de que quem tem uma religião, partido, filosofia de vida ou pertence à espécie humana, acaba por embarcar nesta treta do rótulo e da caixa em pouco tempo.
Já disse que curto bué andar de bicla?

domingo, setembro 22, 2013

Post à antiga

Saí daí da Alameda e fui pela Almirante Reis abaixo. Já não fazia o caminho há uns tempos.
Há uns anos - isto da idade está a ter o efeito de me lembrar de coisas de há 15 anos como se fossem ontem - a avenida tinha muitas lojas de móveis. Foram fechando. A concorrência sueca matou as de móveis baratos e lisos mas falha no nicho casa-de-alterne. Vou descendo e contando a quantidade de merda prateada e dourada com tapetes de zebra e candeeiros de leds tipo pintelho abstracto que se consegue por numa casa. Alguns prédios vazio já resolveram o problema dos sem-abrigo: meteram grades nas arcadas. Continua a dormir muita gente nas arcadas ainda abertas.
Passo pelo primeiro Kebab da rua, agora são muitos. Por cada um deve haver uma loja de telemóveis.
Ao pé da sopa dos pobres um hotel que parece de luxo aproveitou as arcadas para fazer uma espécie de Lounge na rua. Vazio. Deve ser chato beber imperiais numa avenida principal e levar com gente a cravar cigarros e trocos a cada 5 minutos.Já no Intendente, a mistura habitual de Lisboa. Renovaram o Largo, as pessoas continuam a ser as mesmas e ainda vão durar uns anos. Putas e agarrados com hipsters e meninas de sabrinas. O raio de acção da renovação funciona como um sinal de wifi, 40 metros e a coisa começa a falhar. Aquilo é uma zona pobre mesmo. Come-se atum por ser barato e não por ser conserva.
Para a esquerda fica o caminho que leva à feira da Ladra.
Mais Kebabs. Muitas esplanadas. Até os Kebabs mais pequenos fazem uma esplanada à porta. Chego ao Martim Moniz, há muita gente na rua e até aqui só cruzei com 6 pessoas que podiam ter nascido, sem dúvida nenhuma, em Barcelos.

quinta-feira, setembro 19, 2013

Matrix

Estudos referem que podemos reter informação ouvida durante o sono.
Com o hábito de adormecer a ver documentários no youtube em autoplay, temo acordar um dia destes com um conhecimento profundo sobre batalhas da segunda guerra, teoria das cordas e gatinhos.

terça-feira, setembro 17, 2013

O meio é a mensagem

A teoria é velha, mas não é muito falada. Diz o senhor que o meio ( de comunicação ), seja rádio, televisão, jornais revistas e afins, e todos os formatos que possam ser divulgados nesses meios, influenciam a mensagem que veiculam. Isto é: vender batatas na rádio é uma coisa, vender batatas na televisão é outra coisa, e o peso ( ou ausência dele ) do meio condiciona o receptor. Neste momento, 2013, televisão por cabo youtube blurays netflix jornais e revistas, calha haver designers a trabalhar em todos estes meios. E qual é a coisa que todos os designers notam?
Não é de agora, mas ninguém perde tempo a ver as batatas com olhos de ver e limita-se a ligar-se ao meio. Ver televisão é ver séries ver séries é ver séries americanas ver séries americanas é ver as mesmas sequencias e tipos de planos. Ver youtubes é ver videos de gatinhos, há videos de gatinhos com mais gatinhos, ha videos de gatinhos com menos gatinhos, há videos de gatinhos que não usam gatinhos. Ler revistas é ler artigos, ler artigos é ler estórias ler estórias sempre contadas pela mesma ordem ler estórias que só mudam as personagens, ler estórias que só muda a altura em que se passam.
No meio disto, há a publicidade.
Que nisto é como o design:
Todos sabem fazer publicidade.

Uma mensagem que é rápida de consumir, só pode ser fácil de fazer. E é tão fácil, que nem precisa de ter nexo. Basta parecer real, como quem olha para algo de olhos semi-cerrados para ver se a mancha está porreira - aqui só colegas de profissão percebem, lamento. É uma técnica para perceber se os elementos numa página estão equilibrados sem a influência do conteudo - mas que, abrindo os olhos,  a tal mancha mantém-se. Não há uma ideia, há só uma mancha de uma ideia, não há um headline, há só uma frase, não há a fotografia que conta a estória, há só uma fotografia qualquer.
A pergunta que fica no ar é se isso faz assim tanta diferença: alguns notam, a maior parte não ( conscientemente não, mas inconscientemente sim? ), e no entanto, ninguém morreu. Se calhar é mesmo assim.

segunda-feira, setembro 16, 2013

Isto pode ser vantajoso, mas não tenho a certeza

Aos olhos de quem chega cá, este país está desenhado para ser retro-compatível. Tirando multibancos e telemóveis, isto é um atraso. As lojas vintage multiplicam-se, qualquer dia recuperam todas as fábricas de vassouras organicas, as lojas de bicicletas com bigode victoriano são cada vez mais, os cafés que eram lounge e agora são hipster, mas não passa disto. A minha dúvida é se é melhor mudar para melhor ou ser assim e ter um nicho de mercado global, assim como temos a Alemanha país dos carros caros, a China dos relógios baratos, a Suiça dos chocolates, e Portugal poder ser a Lisboa das mercearias de conservas enlatadas.

sexta-feira, setembro 13, 2013

Isto dá voltas

É complicado fazer a transição de vender sabonetes e chocolates para vender tecnologia.
Vender sabonetes é complicado porque é preciso manter tudo simples e idealmente, genial. É muito raro bater nesta tecla do genial:
  • não é para todos
  • não é preciso genial para vender sabonetes ( mas ajuda )
  • há um cliente que mata a parte do genial porque o que é genial geralmente quebra uma barreira inesperada

Já vender tecnologia e serviços de forma genial é mais complicado ainda:

  • não é para todos
  • é preciso estar perto de genial ( tem de ser )
  • não há um cliente a matar a parte do genial e assim não posso dizer que é complicado por culpa dele mas porque é mesmo complicado e não tenho um outro alibi a jeito para falhar o genial

quarta-feira, setembro 11, 2013

Tenho uma ideia para uma App

só um botão, 99 cêntimos de cada vez e ficava rico

Stargate

Descobri ali para os lados da Baixa um buraco para outra dimensão. Há uma quinta pedagógica e trance a menos de 50 metros do Coliseu dos Recreios. Acho que fazem lá o aquecimento para o Boom.

180 debates

Tirarem as autárquicas da televisão é um golpe muito grande para todos. É tirarem muitas horas de televisão realmente boa e rara. O Garcia Pereira, lembro-me bem disto, queria que todos os partidos tivessem debates na televisão, a bem da democracia participativa. É meio complicado porque não sobrava tempo para mais nada - embora isso nao seja necessariamente mau - e os canais não ganham dinheiro à conta de dar tempo de antena grátis a todos. Um eleitor não é um consumidor. A não ser que os boletins de voto passem a incluir vales de desconto ou cada candidato faça endorsement de um produto qualquer - Seguro, cola para a placa, Passos, tratamento capilares, magnésio, Isaltino limas e grosas para metais, Seara, preservativos efeito retardante e assim por diante até chegar a Cinfães - dizia o Garcia Pereira é que levantou esta lebre há anos e agora lixou-se e lixou o esquema a todos. O que aconteceu é a confirmação de um fenómeno cognitivo português, o contentamento descontente, mais vale um passaro na mão que 2 a voar, se o Garcia Pereira estivesse calado iam comendo todos agora não come ninguém, e para cumulo, vamos ter apenas os tempos de antena - que realmente aguardo sempre com expectativa, espero mais por isto do que qualquer segunda season de qualquer treta americana - para apreciar.

domingo, setembro 08, 2013

Eficácia, inc.

Foi-me pedido que, em 150 caracteres, descrevesse o meu maior feito. Coisas de trabalho. Daquelas coisas que sabemos a resposta certa mas que vai soar a falso mas que o pessoal das entrevistas se pela por ouvir, como confirmação de que as suas entrevistas têm importância para mais alguém.
Não me vejo como um herói em nenhuma categoria que interesse a alguém saber, por isso fiquei indeciso entre:

Criei um happening com as gémeas do Kubrik.
Desenhei um cavalo decentemente.
Há quem goste do que escrevo.
Já li metade da wiki.
Conheço Lisboa exaustivamente.



Infelizmente o que queriam era algo como " em 2010 criei uma campanha com X de relevância e que aumentou em X a notiriedade da marca X e só em si gerou um lucro de X". Mas se as campanhas eram todas feitas pelo cliente, como é que eu saberia que parte do lucro era minha?

Uma viagem na mente de...

Um cliente.

Ao fim de tantos anos, pude finalmente ver ao vivo algo como a mente de um cliente a funcionar. O diálogo:
- Curte, vai ao teu mail. Vê a foto do carro que vi há bocado.
- Ah, é porreiro.
- Esses carros assim nesse cromado ficam uma loucura.
- Cromado?
- Sim, esse efeito na chapa, não vês?
- Isto é preto matte. Cromado é tipo mercurio, prata.
- Cromado, matte, vai dar ao mesmo.

Cromado
Matte
E é por isso que quando faço um orçamento, o factor pela-tua-cara-já-sei-que-vou-perder-muito-mais-tempo-do-que-é-normal é tido em conta.

sexta-feira, setembro 06, 2013

Facto

Não posso mentir aqui: Não tenho nada para escrever porque estou cansado, o que geralmente é um ponto de partida para começar a escrever uma coisa que não tem conteúdo e que é só um continuum de palavras vazias até que a consciência eventualmente esbarra num factoide, uma memória qualquer do dia, como o facto de ter descoberto a cura do cancro enquanto estava a cagar, ou uma tanga qualquer.

quinta-feira, setembro 05, 2013

Lisboa

Grupo de alemães em Lisboa, pela primeira vez.
- Então,  o que estão a achar? aproveitem a comida.
- Estamos a aproveitar, tudo muito bom.
- Mas isto é muito parado.
- Ah, ainda é Agosto, na prática.
- Fui aos bares e estava tudo vazio.
- Essas ruas enchem até não se poder andar. É Agosto.
- Porque é vocês pintam as ruas de cor-de-rosa?
- eh... Bom, o Cais do Sodré não é uma zona gay, se é essa a pergunta.
- ah, então é porquê aquilo?
- Longa história. Basicamente para "limpar" um bocado o ambiente. Prostitutas, o pessoal associado a elas, porrada. Foi uma ideia para cortar com o passado...
- ah, entao agora já não tem nada disso?
- não, agora tem isso tudo MAIS todo o tipo de gente. É porreiro.

Em 100 metros temos de tudo. É dificil explicar isto.

quarta-feira, setembro 04, 2013

Cultura de banana

Estudos indicam que ser português é extremamente simples, em termos cognitivos. O português sabe pouco sobre tudo e como tal não tem opinião formada sobre nada - Infelizmente outro estudo indica que à opinião não formada ou desinformada o português aplica-lhe um mesmo remédio, o preconceito - e não procura acabar com essa desinformação. Há um desinteresse endémico que não passa com o tempo: Fenómenos culturais conhecidos noutros países há anos são tomados como perdas de tempo bizarras. Se noutros países podemos acompanhar e estimular passatempos constructivos, actividades didáticas - dou exemplos, urbansketching, DYI, geocaching, self-publishing, KAP - O conceito de hobbie mais popular em Portugal ainda é a masturbação. Tirando isso, qualquer pessoa que embarque num hobbie mais de uma semana de seguida arrisca-se a ter de aparecer no telejornal para ser visto como uma ave rara, avessa a esgalhar o pessegueiro como toda a gente.

segunda-feira, setembro 02, 2013

A Coutada

Tenho um problema generalizado com a cultura como conteúdo: seja boa ou má, alta ou baixa, se me dá seca, não vejo. À conta disso tenho perdido muito filme, série, musica para coisas mais light e que consigo consumir enquanto estou a ler comer tremoços beber um café desenhar uns bonecos ler uns blogs e ouvir documentários. No outro dia vi como era o canal Q. Há muito tempo que não via uma coisa tão secante. Seria como ter um canal generalista em que todos os intervenientes eram sempre os mesmo 20 personagens, imaginem que o Marcelo Rebelo de Sousa fazia comentários no telejornal, fazia de mordomo na novela, fazia de menina da meteorologia e fazia de que não era do PSD no mesmo canal, no mesmo dia. Nem o Manel João - que sigo há 20 anos - aguenta este ritmo e só tem de fazer de Manel João em 10 programas diários diferentes.
Mas e daí, talvez o problema tenha sido tentar ver mais que 3 minutos daquilo de seguida: talvez tenha sido pensado para pessoal com o meu attention-span e não convém forçar.