domingo, janeiro 29, 2017

A internet cansa-me, certos dias

Há tempos li algures (não me lembro mesmo onde) que da mesma forma que se descobriu que a televisão era óptima para promover o medo, descobre-se que a internet serve para promover a raiva.
Estudos indicam que para cada utilizador de internet, exactamente 50% dos conteudos que encontram são uma merda. Como preciso de descanso mental, vou deixar de promover ideias radicais como o uso de pensamento crítico e deixar que cada um chegue lá sozinho. Deixo aqui uma parábola moderna:

Há muito tempo, uma amiga minha tinha uma conta de instagram onde postava fotos de sítios bonitos. Infelizmente, as fotos eram mutiladas com muitos, muitos filtros. Mas as pessoas gostavam das fotos.
Com o tempo, ela foi tirando fotos com menos filtros. Finalmente, deixou de os usar. E as pessoas continuaram a gostar das fotos.

Moral desta parábola: 1. Não fodam as fotos com filtros, mesmo. 2. Paguem aqueles 2 ou 3 euros que a Wikipedia pede anualmente, senão deixo de ter coisas para ler.

sábado, janeiro 28, 2017

Boicote às padarias que pagam ordenados mínimos

Façam isso e depois digam-me onde é que vão comprar pão.

terça-feira, janeiro 17, 2017

Workshop

Meti-me num workshop baratucho convencido que o dinheiro que não estavam a cobrar estaria apenas a comprometer a qualidade e variedade de material usado durante as aulas mas não o conhecimento partilhado. Foi um erro meu, porque seria aí que cortaria, caso fosse eu a oferecer um workshop.
Engano meu.
Na verdade o workshop era barato porque o formador era um figurante.
As capacidades de comunicação não eram brilhantes. Não vi um gato preto passar na porta várias vezes mas percebi que estava na Matrix quando ouvi várias vezes a mesma má explicação para uma pergunta bem simples que infelizmente repeti.
Continuando nas comparações com filmes, temporalmente a ultima aula foi semelhante ao Inception. Como nos sonhos, também o tempo na aula era inifinitamente mais longo que o tempo no mundo real. O que demorava uma hora e meia no workshop passava-se em 15 minutos no mundo real.
Continuando ainda noutro filme, a pobre italiana que acompanhava o workshop viveu o Lost in Translation. Perdida entre duas referências de filmes, era o seu próprio gato preto da matrix, sempre que parava para questionar se o lugar em que se encontrava era real ou não. "It must be the language, but I didn't understand what you just explained. Can you say it english?". Mas não.
Foi assim que pela primeira vez na vida, saí a meio de um filme.

quinta-feira, janeiro 12, 2017

Estatisticamente improvável I

Os maiores problemas (e soluções) das empresas são os humanos. Os humanos fazem coisas espetaculares, mas falham bastante para chegar lá. A maneira como lidam com os falhanços em Portugal é tradicionalmente pela via judaico-cristã. Isto implica muita emoção, muita culpa, muito sofrimento. Mesmo em empresas modernaças. Um dia destes, fora do trabalho, tive uma troca parecida com isto num workshop:

- Então, o que é que fazes além disto?
- Designer. Também tento fazer umas ilustrações.
- No trabalho? isso deve ser difícil.
- Ah, é mais vectorial, são mais simples. É um bocado técnico.
- Deve ser uma chatice, tens de fazer o que não queres.
- Não, nem por isso. O chefe deixa-me fazer o que quero. Quem manda é a Marca.
- Pois, deve ser sempre a mesma coisa.
- Vou fazendo tudo à medida da marca.
- É lixado (ri-se).

Esta mania tuga que um gajo por estar a trabalhar está a sofrer é só um dos sintomas. Há muitos mais.

terça-feira, janeiro 03, 2017

Pessoas que tiram fotos de grupo no ar a meio de um salto

Vocês fazem figura de otários. É só isto.



Ano Novo

Há uns anos bons, seguia 70 blogs diariamente. E ainda lia as noticias. Queria saber tudo o que se passava. E tinha tempo.
No outro dia reparei que, sem pensar, fiz uma decisão de ano novo que é um sinal dos tempos.
No outro dia, procurei no google como bloquear notícias de chegar até mim sem eu querer. Todas. Queria todos os feeds que tenho, desde o facebook até ao feedly, limpos de noticias.

Já não quero perder tempo com a realidade criada por trolls profissionais. Tenho claramente coisas bem mais interessantes para fazer, como glorificar a minha opinião junto de quem quer acreditar em mim até ao ponto em que a tomem como facto.

Portanto, vou começar a promover aqui o mundo como ele é. A verdade é que o mundo está todo bem, tirando as máquinas de vendas de bilhetes da estação dos Anjos.

Abaixo, uma carrinha com um palhaço de cartão no lugar do morto prepara-se para atacar um guarda-loiças.