No dia em que soube que a Pastelaria Suiça vai fechar, tenho de pensar em São Francisco. Há tempos, numa cidade que tem uma falta crónica de casas, um laundromat - uma lavandaria - chega às notícias porque é proposto que seja tido como de interesse histórico para impedir a construção de um prédio de habitação. Só consigo entender o valor estético do laundromat. Fica bem em filmes americanos, tem uma luz interessante, espaços para diálogos mais intimos e honestos dos que um bar ou um elevador oferecem. Ninguém está a beber, há um tempo para gastar, tudo está à vista: as pessoas e a sua roupa suja. Encontram-se as outras pessoas do prédio, da vizinhança.
A pastelaria Suiça é mais antiga e interessante que o laundromat mas, parece, tem o carisma de um pneu. Fim.