sexta-feira, abril 08, 2016

Ainda a gorda


Começo a gostar da gorda. A gorda, contra quem pouca gente se envergonha de ser sexista, baixo ou politicamente incorrecto, é uma artista. Os artistas, historicamente, são de polémicas. Se noutros tempos este campo pertencia aos iconoclastas, agora pode ser ocupado por qualquer um, desde que o faça na internet, onde há sempre muitas almas sensiveis dadas a fuzilamentos públicos. Uns fardos de palha colocados estrategicamente à volta das caixas de comentários servem de abrigo e ajudam a que isto aconteça.
A gorda é insultada. A gorda dá a cara por uma campanha. A gorda faz a campanha ser um sucesso. A gorda soma e segue. A gorda cumpre-se.

Um sinal dos tempos, como nota: Há muitos anos, num incêndio em toda a família sobreviveu por mero acaso, um amigo meu perdeu tudo o que tinha. Todo o apartamento ardeu. Sempre que me fala disto, a unica coisa que lamenta foi ter perdido as fotografias da família. Onde é que as pessoas guardam as fotos hoje, mesmo? Dica: não é no iPad da gorda.

2 comentários:

Anónimo disse...

Prezado, não é a mesma coisa!
No final estás a comparar o que salvar se a casa ardesse com o que levar se fugisse do meu país. São situações muito diferentes. Quanto à Joana Vasconcelos... bem... é um espírito livre.
Rute

Prezado disse...

Vai dar ao mesmo. Só tens uma mochila, só leva um número muito limitado de items, sejam de que ordem forem. É um dilema prático e emocional. Não tem solução.
O que é que é mais importante? depende de cada um.