quarta-feira, julho 19, 2017

Aquilo dos ciganos

Pequena introdução sobre racismo e brandos costumes: A minha avó, que era muito boa pessoa, dizia "não sejas judeu para o teu irmão" quando eu chateava o meu irmão e vice-versa. Nunca deve ter conhecido um judeu na vida e não devia saber nada em particular sobre judeus. Na minha imaginação, a ultima vez que ser judeu tinha sido um problema em Portugal ainda o Marquês do Pombal era vivo, por acaso. No entanto, a expressão pegou.

Nenhuma solução mágica que me lembre, mas tem de aparecer gente que promova o trabalho de desmontar as expressões racistas para serem deixadas de ser usadas como arma de arremesso de ambos os lados - Isto já soa a magia mas as palavras têm força, acho que tem de passar por aqui -  e simultaneamente trazerem números e factos reais, o mais transparentes possíveis, sobre os ciganos (e os não ciganos), onde vivem, como vivem, para que a ditadura dos politicamente-incorrectos-que-pode-sempre-dizer-o-que-entende-mas-vive-a-queixar-se-de-ser-reprimida-pelo-pessoal-politicamente-correcto se acalme e deixe toda a gente viver em paz.

Finalmente, pessoas que passam o tempo a invejar quem recebe o RSI e tem os tais Mercedes com um porta bagagens especial só para meter cheques da segurança social, estão à espera de quê? troquem de lugar com os ciganos.

Prezado não tem amigos ciganos, andou na escola com apenas 4. A sua mãe continua a falar na feira com um com quem estudou na primária, 30 anos depois. O seu pai explicou-lhe um dia como lidar com ciganos: "seja o que for o que te pedirem, oferece 10 vezes menos". Se tivesse de ir viver com ciganos ao lado, não via a vida a andar para a frente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando andava na escola, a escola ficava "encurralada" no meio de bairros /acampamentos de ciganos.
Não tenho qualquer razão de queixa. Nunca os tratei mal. Nunca me trataram mal.
No cima da rua, bem pertinho da escola havia uma pastelaria onde de vez enquando ia comprar o pequeno almoço. A certa altura sempre que lá ia o pequeno almoço estava pago por um cigano. um senhor já velhote daqueles que se veste de preto da cabeça aos pés. O patriarca ou qualquer coisa do genero.
Depois disto a primeira vez que o vi na tal pastelaria agradeci, disse que não que era preciso e perguntei porque.
"A menina é unica que entra aqui e diz sempre bom dia e sorri. Mesmo quando só estamos nós os ciganos"

Lembro-me disto como se fosse hoje.
E se na altura no alto dos meus talvez 12 anos não percebi bem o que ele queria dizer.
Hoje é bastante claro.