Uma prova viva de que o que é partilhado nas redes sociais é desenhado para criar emoções extremas, confundir, manipular e no fim, ser aproveitado para promover políticas populistas, é ver um amigo mais velho com quem já trabalhei, no dia a dia, passar de um tipo normal para o seu tempo, diga-se machista, xenófobo, sexista, homofóbico, racista mas nas doses que passavam debaixo do radar no seu tempo, isto é, só um tipo normal, um porreiraço, que se vê como o tipo normal que é, que vota PS ou PSD ou uma treta qualquer sem qualquer vontade de promover estas crenças antigas em causas, e que de repente, por partilhar as notícias e os memes que partilha, passa a ser ora anti-feminista ora racista extrema-direita ora defensor das minorias. Visto de fora, parece que às quintas votaria no Livre, às segundas no Chega (mas nunca nos partidos do "sistema", os do costume). O pior é que não há como dar a volta a isto senão explicando com muita paciência que estas notícias aparentam ser reais, mas são só manipulações. E assim que se tenta explicar algo que implica um nível extra de compreensão, uma subleitura - forma e conteudo, mensagem e mansageiro, as estrutura das estruturas - numa rede social, já se sabe qual é o resultado: zero.
Este post não vai servir para elucidar ninguém, porque é muito longo.
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