Sou céptico desde que me lembro. Tem a ver com o meu pai, um contrarian convicto que não deixava de questionar tudo e a perceber as razões por trás das construções dos outros.
Cristais. Deus nosso senhor. Cartas. Chás. Vibrações. Reiki. Tudo coisas que, por coincidência, só funcionam para quem acredita nelas.
Se há 20 anos pensava que a Wikipédia ia acabar com isto tudo, hoje só vejo é o Facebook e o WhatsApp a fazer-nos voltar às trevas.
Estou agora a assistir à radicalização do pessoal dos cristais. O que antes era inofensivo e ingénuo mas forrado de boas intenções deixa-se agora envolver por agendas políticas sem oferecer resistência. A propensão para acreditar em cristais, vibrações, halos e anjos rapidamente se enrola na crença nos males dos transgénicos, da Monsanto, do 5G, do Soros e num novelo muito grande de desinformação politizada embrulhada em new age. As tretas que ouvia de tempos a tempos das betas freaks e que davam para rir um bocado vão tornando-se lifestyles, aos poucos.
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