sexta-feira, junho 19, 2009

Macabro

Constacto que receber uma carta das Finanças é como ver a morte. Com uma carta das Finanças na mão, sinto tremores infindáveis, suores, vómitos. Ansiedade. As pupilas dilatam. Perco o controlo das entranhas. Sinto-me frente ao Ceifeiro, à mercê de sua lei. Tremo até abrir a carta. Nunca sei o que esperar. Tanto posso apanhar um "ao abrigo do decreto-lei 109 de 22/10, vimos por este meio informar que deve pagar 2 euros de coima...", que tem sido regra, mas nunca sei quando apanharei um "vimos por este meio decretar a sua morte financeira: deve entregar a totalidade dos seus pertences no lugar cito na alinea b, ao que procederemos ao salgar do chão de sua casa, lugar de estacionamento e ao delapidar de todos os ganhos de futuros descendentes, caso tenham capacidades cognitivas para auferir um vencimento digno.". É igual para mim.
Eles, os das Finanças, dominam a capacidade de criarem multas e coimas a partir do ar. É algo sobrenatural. Sabem que depois de invocarem qualquer ladainha como "alinea B do decreto-lei 109 de 22/10", eu largo tudo e faço o que quiserem.

Eles andem aí.

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