O tempo com que conto e não dispenso
Não limita o espaço do que sou
Por isso aparente contrasenso
De tanto que te roubo e que te dou
No tempo que tenho te convenço
Que mesmo os teus limites ultrapasso
Sobras do tempo em que te pertenço
Mas cabes inteirinha no meu espaço
Não sei qual de nós veio atrasado
Ou qual dessas metades vou roubando
Entraste no meu tempo já fechado
Ganhando o espaço que me vai sobrando
Por isso não me firas com o teu grito
O espaço não dá tempo à solidão
Não queiras todo o tempo que eu habito
O espaço é infinito o tempo não
E isto é do Camané. Ele sabe.
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