domingo, dezembro 11, 2011

Sociologia Estatística e probabilidade

A fim de facilitar amostragem e contagem de espécimes, escolheu-se um bar sobre-comprido, denomine-se Oslo, onde o zonamento é linear o bastante para, definida uma recta, nela se apontarem 2 pontos e um segmento, ditos ϐ ( entrada ), ( pista de dança ) e o segmento AB ( balcão ). O seguinte é o que se passa lá dentro:
Vazio, 3 solitários ao balcão com 3 bancos de intervalo, ao fundo no banco da pista, o equivalente ao último banco do autocarro, está o anti-social. Entram 3 tipos estrangeiros, obviamente fora do ambiente deles. Vão bebendo copos. Passa Brian Adams. Um dos bebâdos do balcão vai dançar. A quantidade de cerveja que já bebeu não o ajuda mas ele não desiste. Dançar é assim o mais aproximado possível a aguentar-se-de-pé. O valor estético não é muito. Entram uns miúdos, que vão para a pista. O solitário está no mesmo sitio, mas mesma posição, fixou um ponto no infinito - parece-me que sou eu, dado que estamos nos pontos extremos do bar  e a quantidade de bebida muito mais que 3 cervejas aposto que ele já bebeu, chegar até mim é na prática tarefa para um cruzador inter-estelar. A minha imperial acaba. Perguntamo-nos sobre se a senhora que entrou é puta ou não. Tirando os preconceitos face à facilidade com que fez amizade com os 3 estrangeiros - em 3 tempos - chegamos à conclusão que o é apenas pela escolha de sapatos. Um velhote bebâdo tenta dizer-me qualquer coisa e como somos as unicas pessoas do bar com todos os dentes da frente, é expulso. Os 3 miudos - uma miuda e dois miudos dançam Billy Ocean sem entusiasmo. Duas mulheres uma preta uma loira dançam para chamar a atenção de um grupo de 3 homens. Um deles, dizem-me, até tem hipóteses, só tinha de ser menos bimbo a dançar. Os outros dois são infelizes. O solitário continua na mesma posição mas com outra cerveja. Dos 3 estrangeiros não se consegue adivinhar qual deles é que vai sair acompanhado dada o coração gigantesco da puta que ia cravando bebidas a todos. A minha imperial acaba. No balcão alguém usa a máquina dos pistachios. Das duas mulheres que dançam, a preta tem mais sucesso, simplesmente porque dança e faz o que entende. A outra a loura está a ficar meio passada porque não tem um menear de anca eficaz como a amiga ( que podia passar a ex-amiga se esta merda continuasse ), tenta compensá-lo rindo-se muito, o que lhe acentuava o louro mas ainda assim sem ofuscar a amiga. Os 3 miúdos dançam com a mesma cara de tacho. Entra um grupo de trintões urbanos vindos do Bairro Alto, estes sabem ao que vêm, ainda estão a entrar e já se riem da desgraça alheia. Vou ao balcão buscar uma bebida e reparo na máquina ao lado da dos pistachios, um euro e sai sempre uma bola com um papel lá dentro, vejo frases escritas pela metade transparente da bola, são fortunas. Os 3 estrangeiros saem e a puta segue-os. O balcão está cheio de homens que não se conhecem, virados para as prateleiras com garrafas e catrapázio com brindes dos furos - como os da feira popular mas sem chocolates regina - debaixo de luzes vermelhas e azuis. 3 imperais bebidas, eram 3 da manhã, hora de ir ver a Fabiana mas isso é outra história.

6 comentários:

caracóis disse...

Ahahahah eu sei onde foste às 3h da manhã...

Prezado disse...

2 coisas:

1. a fabiana é conhecida e acarinhada neste blog, já teve destaques anteriores.
2. Podias ao menos ter lido o post todo e não ter saltado logo para o fim.

calhou calhar disse...

caos do sodré. olé. e a menina decadança, mas só com os da terra :P

Prezado disse...

Tá ainda maior, a Fabi.

caracóis disse...

opa... eu li todo, mas toda a "primeira parte" é-me demasiado familiar para conseguir tecer comentários. E longe de mim desrespeitar a Fabiana! :)

Xuxi disse...

ui já me cheira a romance aqui com os pauzinhos ao sol...